terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Adamir Gerson e Pastor Ariovaldo Ramos


ADAMIR GERSON E O PASTOR ARIOVALDO RAMOS
“Dá ao sábio e ele se tornará ainda mais sábio. Transmite conhecimento a alguém justo e ele aumentará em erudição” Provérbios 9.9

A QUESTÃO DO COMUNISMO SOVIÉTICO E DO REINO DE DEUS

“2- O outro referencial da Teologia da Missão Integral é a recuperação da noção do Reino de Deus e sua justiça, a ideia de que o Reino de Deus é um outro sistema que se opõe ao sistema vigente, que se opõe ao sistema capitalista e ao sistema soviético. É um outro sistema que vem não para estar ao lado dos sistemas em pauta, mas para substituí-los, para erradicá-los. Isso aparece no profeta Daniel que, quando responde ao sonho de Nabucodonosor, fala sobre a pedra que é lançada por mãos não humanas contra a estátua. A estátua, no sonho de Nabucodonosor, sintetiza todas as tentativas humanas de resolver o problema humano sem considerar a hipótese de Deus ou sem considerar a revelação de Deus, tudo o que os homens tentaram em todos os níveis: o feudalismo, o capitalismo, o comunismo; está tudo lá na estátua. E a pedra é o Reino de Deus, que vem e derruba a estátua, triturando-a, desfazendo todos os componentes da estátua até transformá-la em pó, pó que é varrido pelo vento de modo que da estátua não fica nem lembrança, e a pedra cresce, alarga-se e toma toda a terra, ou seja, uma nova realidade assume o controle da história e essa nova realidade é o Reino de Deus”.


A postagem acima é assinada pelo Pastor Ariovaldo Ramos, um dos expoentes da Teologia da Missão Integral afim com a Teologia da Libertação. E é preciso esclarecimentos porque Pastor Ariovaldo Ramos ao conceber estas palavras passa a imagem de ser um profeta ao serviço de Deus, como foram Moisés, Isaías ou o próprio Jesus. Mas Pastor Ariovaldo Ramos, apesar de que mantém um contato e diálogo com o Marxismo, todavia não é de modo algum este profeta. É Ministro da Palavra de Deus, e dos mais brilhantes, mas está longe, muito longe de ser profeta. Não obstante esta pérola saída do espírito do Pastor Ariovaldo, que sem ela não se compreende Deus e não se entra no reino dos céus – E a pedra é o Reino de Deus, que vem e derruba a estátua, triturando-a, desfazendo todos os componentes da estátua até transformá-la em pó, pó que é varrido pelo vento de modo que da estátua não fica nem lembrança, e a pedra cresce, alarga-se e toma toda a terra, ou seja, uma nova realidade assume o controle da história e essa nova realidade é o Reino de Deus – mesmo assim a distância que separa o Pastor Ariovaldo Ramos de um profeta é a distância que vai da Terra ao centro da Via Láctea.

Por que o Reino de Deus se opõe ao capitalismo e ao comunismo soviético? Pode-se emparelhar o comunismo soviético com o capitalismo os jogando na mesma vala comum como faz Pastor Ariovaldo Ramos cortando pela raiz qualquer possibilidade dos marxistas um dia se interessar pela Palavra de Deus? Pior, inviabilizando a própria Palavra de Deus que assegura, garante peremptoriamente, a conversão do povo marxista (Isaías 66.14, Mateus 25.40, João 10.16, Apocalipse 14.4, sem falar de Isaías 18 que ao ter visionado para o tempo do fim – E naquele tempo – um povo de elevada estatura e escanhoado, ora, esta nação de força tênsil, que reaparece em Isaías 65, e que foi arrastada pelos rios ao lugar do nome de Javé dos exércitos, ora, esta nação é mesmo o comunismo soviético)? Pois é, este juízo do Pastor Ariovaldo Ramos sobre o comunismo não veio contribuir para a causa do Reino. Afinal sabem muito bem o que são, e um juízo que os iguala com quem lhe são antagônicos, sim, um juízo que iguala o que oprime aqueles a quem Jesus chamou de “pequeninos” e aqueles que lutam contra esta opressão só pode merecer por parte deles o desprezo. E o que é grave é que por conta da consubstancialidade vem o desprezo pela própria Palavra de Deus – o já conhecido: e o nome de Deus está sendo blasfemado entre as nações por causa de vós. Ora, que o Reino de Deus se opõe ao capitalismo é fora de dúvida, mas o Reino de Deus não pode opor-se ao comunismo soviético porque o comunismo soviético simplesmente É O PRÓPRIO REINO DE DEUS! Não percebido pelos homens, que foram não só como o forasteiro de Jerusalém que não obstante o grande acontecimento que acabara de ocorrer em sua cidade mesmo assim não estava sabendo de nada (Lucas 24.18) e porque não que foram também como os eruditos judeus, que não obstante as clarezas de Isaías 53, nunca enxergaram a presença de Jesus (mas isto seria mudado quando chegasse o tempo dos filhos e filhas de Deus ser transformados num abrir e piscar de olhos ante o toque da última trombeta. E a partir da fala recente do Papa Francisco, explicitando que o antagonismo entre socialismo e evangelho é fruto de mal-entendido, ora, há indícios claros que Deus se coloca a caminho para desvendar estes mistérios que teólogo algum o soube. E Adamir Gerson se colocou a caminho para expressar estes juízos porque sabe, tem a consciência estratificada de que Pastor Ariovaldo Ramos pertence aos filhos e filhas de Deus que iriam ser transformados num abrir e piscar de olhos. Pastor Ariovaldo Ramos não pertence de modo algum àqueles que ao toque da última trombeta iriam morder suas línguas de dor, por causa das suas dores e das suas úlceras (Apocalipse 16.10).

Prosseguindo. Bem, ser o comunismo soviético o próprio Reino de Deus isto aparece com muita clareza no profeta Isaías que concebeu o Reino de Deus um sistema político-social que iria se manifestar na terra em antagonismo completo ao capitalismo. Segundo Isaías no vindouro Reino de Deus os escolhidos construiriam, e outro não teria morada; plantariam, e outro não comeria. Usufruiriam plenamente do trabalho de suas próprias mãos. E tal se acha ainda mais claro na parábola de Mateus 20.

Mas, vão reagir: mas o comunismo soviético, além de ter sido ateu, materialista, foi muito violento, matou muita gente, e o que isto teria que ver com o Reino de Deus?

PRIMEIRO. É fato que o comunismo soviético foi ateu, materialista, iconoclasta. Mas também é fato que dois profetas que abordaram o aparecimento do Reino de Deus na terra, Isaías e Jesus, os dois foram muito claro de que o Reino de Deus não iria se manifestar na terra por intermédio de povo religioso, mas por intermédio de povo não religioso. Jesus quando se dirigiu aos sacerdotes dos seus dias e lhes disse que o Reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação que produziria seus frutos apenas esteve endossando o juízo do profeta Isaías conforme está no capítulo 65 do seu livro.

E é preciso, filosoficamente, mergulhar fundo porque estes profetas conceberam um juízo assim sobre o Reino de Deus. Ora, tal está implícito no aparecimento dos dois irmãos gêmeos, Jacó e Esaú. Em Jacó estava a essência do Reino de Deus, mas pelo seu lado religioso, espiritualista, ao passo que em Esaú eis o Reino de Deus, mas pelo seu lado político, materialista. Isto explica porque tanto o profeta Isaías como o profeta Habacuque apresentaram o aparecimento do Messias como vindo de Edom. É edomita e não israelita. E o vermelho Marxismo, que nasceu do judeu, é este Esaú. (Logicamente que haveria o Messias israelita, como de fato houve mesmo, da raiz de Jacó, e portaria o Reino de Deus, todavia a sua essência seria religiosa, espiritual. Quanto ao Messias político, e é o personagem de Apocalipse 19.11, a sua raiz não seria Jacó-Teologia, mas, sim, Esaú-Antropologia. E este Messias Político-Esaú, somado ao Messias Religioso-Jacó é que são os dois ungidos que estão de pé ao lado do Senhor de toda a terra, segundo o profeta Zacarias, com o mesmo profeta Zacarias visionando no final dos tempos – E naquele dia – Deus os chamando, trazendo um ao outro, enquanto debaixo da videira, Teologia, e debaixo da figueira, Antropologia. E são os dois querubins que com as suas asas cobriam a Arca do Pacto. Ora, foi isto, exatamente isto, que levou Jesus a conceber os juízos de João 16.14 logicamente que transcrição de Isaías 53.11. (O fato do profeta Zacarias, ter visionado os dois ungidos sendo trazido um ao outro, uns aos outros, deva servir de reflexão para o Pastor Ariovaldo Ramos que é este o caminho e não aquele que não glorifica Deus senão que o coloca ainda mais em dificuldade).

SEGUNDO. O comunismo soviético foi muito violento? Ora, o mesmo foi cumprimento da escatologia segundo o que aparece no livro do profeta Sofonias (NR1). E Sofonias foi claro que Deus ao agir escatologicamente no dia de sua ira causaria uma mortandade, uma plenitude de corpos mortos, revivendo toda a ação do seu servo Nabucodonosor contra Judá e Jerusalém que não poupou nem mesmo os sacerdotes de Deus. E vou voltar a minha atenção para os príncipes, e para os filhos do rei (que o diga os filhos do Czar Nicolau II), e para os que usam vestuário estrangeiro (burguesia), e para os que pesam a prata (comerciantes), e para os poderosos (governantes), e nem a sua prata e nem o seu ouro os livrará no dia da ira de Javé. E sua riqueza terá de ficar para a rapina e suas casas, um baldio desolado. E construirão casas, mas não as ocuparão; e plantarão vinhedos, mas não beberão o vinho deles. E SEU SANGUE SERÁ REALMENTE DERRAMADO COMO PÓ E SUAS VÍSCERAS COMO FEZES.

Não obstante irão continuar com a reação: mas, como o comunismo soviético é o Reino de Deus se ele foi derrotado e a rigor nem mais existe? Como é o Reino de Deus se o Reino de Deus não será derrotado, se manifesta na terra, quebra e tritura a estátua e se espalha para a terra inteira a enchendo como um só monte; e isto não aconteceu com o comunismo soviético que não obstante ter triturado o capitalismo na Rússia e se espalhado para muitos países, todavia cobriu uma parte da terra, mas não a terra inteira, assim, pois, não cumprindo Daniel em sua totalidade?

É verdade, os homens não souberam, foi-lhes ocultado, mas o comunismo soviético repetiu as passadas de Jesus. Jesus depois de grandes milagres, de ser seguido pela multidão dos excluídos, acabou sendo traído, entregue nas mãos de homens pecadores para ser julgado, açoitado, cuspido, preterido pela turba insana e assassina: solta Barrabás e à morte com Jesus, e por fim crucificado entre dois malfeitores como se fosse um deles. Jesus que só fizera o bem. Ora, o comunismo soviético seguiu todos estes passos. Depois dos seus grandes milagres econômicos, e científicos, e tecnológicos, e militares, e sociais, e desportivos, acabou sendo traído e entregue nas mãos de homens pecadores, para ser julgado por eles. Cuspido, açoitado, preterido pela turba insana e assassina: Solta o capitalismo e à morte com o socialismo! Por fim acabou sendo crucificado entre dois malfeitores como se fosse um deles, o nazismo e o fascismo (na época o jornal Folha de São Paulo trouxe uma reportagem com manifestantes segurando uma faixa, e na faixa os dizeres: O comunismo é igual ao nazismo e ao fascismo. Ainda agora, nos escalões inferiores do pensamento é possível encontrar indivíduo que diga que o comunismo é irmão gêmeo do nazismo, Stálin irmão gêmeo do Hitler, com estes mesmos blindando a nação norte-americana de qualquer crítica).

Mas, como Jesus que ao terceiro dia ressuscitou, todavia em um novo corpo, incorruptível, não mais sujeito à morte e ao opróbrio dos homens, de igual modo o comunismo soviético vai ressuscitar. Logicamente que agora em um novo corpo, o corpo da Palavra de Deus. Na proteção e guia de Deus e não mais na proteção e guia de homens, de Internacionais, que um dia iriam ouvir do próprio Deus: Sentem-se à direita de meu filho Jesus até que ele coloque seus inimigos por escabelo de teus pés. E Jesus irá colocar os inimigos dos marxistas por escabelo de seus pés não por destruir os capitalistas, mas por transformá-los, dar a eles um novo coração, de carne, que sente a vida e as suas necessidades. E os marxistas, que recebera por primeiro este coração de carne, ao ver que a classe burguesa está procedendo como profeta, não vendendo as suas propriedades e dando o valor aos pobres, como fizeram os ricos dos dias apostólicos, mas direcionando a economia e a cadeia produtiva não mais na direção de quem tem dinheiro, mas de quem tem necessidade, ora, diante desta nova realidade os marxistas irão dizer: Verdadeiramente a Palavra de Deus tem mais poder que o poder da espada!

A estátua, no sonho de Nabucodonosor, sintetiza todas as tentativas humanas de resolver o problema humano sem considerar a hipótese de Deus ou sem considerar a revelação de Deus, tudo o que os homens tentaram em todos os níveis: o feudalismo, o capitalismo, o comunismo”, Palavras do Pastor Ariovaldo Ramos

Ora, é um fato que o feudalismo e o capitalismo foram tentativa humana de resolver os problemas sem considerar a hipótese de Deus ou sem considerar a revelação de Deus, pois uma vez que Deus é justiça, é o cuidado paternal com os necessitados, e estes sistemas econômico-sociais terem estado ao lado dos poderosos, explorando ao máximo os trabalhadores, com certeza eles não levava em consideração Deus e a sua revelação. Mas o comunismo foi cumprimento da Palavra de Deus. E como conciliar isto, resolver esta equação, se o comunismo realmente tratou-se de um sistema que não considerou a hipótese de Deus, não considerou a revelação?

É um fato que o comunismo não considerou a hipótese de Deus e não considerou a revelação, mas o criador do comunismo, Deus, com absoluta certeza considerou a hipótese de Deus e a revelação. Porque o comunismo não é outro senão o povo de Isaías 65. É o povo que Jesus se dirigiu aos sacerdotes dos seus dias e lhes disse que o Reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação que produziria seus frutos. Ora, esta nação de Jesus, que é a mesma nação de Isaías, não foi outra senão o comunismo soviético.

A questão é resolvida assim, e então o próprio Pastor Ariovaldo Ramos vai dar seu consentimento: O Reino de Deus se manifestaria na terra em dois momentos, da Lei e da Graça. O momento da Lei reviveria Moisés e o Judaísmo, ao passo que o momento da Graça reviveria Jesus e o Cristianismo. De modo que o comunismo soviético foi o Reino de Deus, MAS PELO LADO DA LEI. E a sua queda foi necessária para que o comunismo pudesse se manifestar pelo lado da Graça posto que dois corpos não pode ocupar o mesmo espaço. Em um novo corpo, incorruptível, e agora não mais sujeito à morte e ao opróbrio dos homens. (Como necessário foi a morte de Jesus para que pudesse levantar-se em um novo corpo, do Ressuscitado).

E a pedra é o Reino de Deus, que vem e derruba a estátua, triturando-a, desfazendo todos os componentes da estátua até transformá-la em pó, pó que é varrido pelo vento de modo que da estátua não fica nem lembrança, e a pedra cresce, alarga-se e toma toda a terra, ou seja, uma nova realidade assume o controle da história e essa nova realidade é o Reino de Deus, palavras do Pastor Ariovaldo Ramos.

Ora, é fato que o comunismo não faz parte da estátua e é fato que o pleno domínio do Reino de Deus não apagará a memória do comunismo soviético, assim como o advento do cristianismo não apagou a memória do judaísmo. A rigor, no pleno domínio do Reino de Deus os sacerdotes de Deus não falarão de Moisés sem falar do Lênin; não falarão da revolução cristã ocorrida no século I sem falar da revolução comunista ocorrida no século XX; não falarão dos cristãos que foram torturados e mortos nos Coliseus de Roma sem falar dos comunistas que foram torturados e mortos nos porões das ditaduras; não falarão das mentiras e acusações que os pagãos, a populacho e a ideologia de Roma levantaram contra os cristãos, pretexto para destruí-los, sem falar nas mentiras e nas acusações que os capitalistas, a populacho e a ideologia americana levantaram contra os comunistas, pretexto para destruí-los. A rigor, no pleno domínio do Reino de Deus os sacerdotes de Deus, ao fazerem no altar a leitura de Salmo 22 e principiar à sua exortação não só falarão da assembléia dos malfeitores que se formou em torno de Jesus, decidindo a sua morte, como falarão da assembléia dos malfeitores que se formou em torno de Che Guevara decidindo a sua morte; não só falarão do avanço da assembléia dos malfeitores com pregos sobre as mãos e pés de Jesus como falarão do avanço da assembléia dos malfeitores para decepar as mãos de Che Guevara. No pleno domínio do Reino de Deus os sacerdotes de Deus, ao fazerem leitura do Salmo 22, ao estarem falando sobre o martírio de Jesus e a sorte que os soldados matadores lançaram sobre seus pertences pessoais o dividindo entre si o completarão por falar sobre o martírio de Che Guevara e a sorte que seus matadores lançaram sobre seus poucos pertences pessoais. E mais ainda sobre o Salmo 22, inesgotável nele os paralelos entre Jesus e Che Guevara, ao estar falando sobre o cuidado que os matadores de Jesus tiveram com o seu corpo, colocando uma guarda em volta da sepultura, com medo de que se tornasse mais perigo depois de morto do que quando vivo o completará por falar do cuidado que os matadores de Che Guevara tiveram com o seu corpo desaparecendo com ele e só trinta anos depois sendo descoberto quando o comunismo já não representava mais perigo.

Logicamente que como os escritos neo-testamentários falam do judaísmo como aio, como portador de sombras e não da substância das coisas, ora, o comunismo soviético foi esta sombra, e a substância das coisas construindo uma nova realidade, assumindo o controle da História, é esta realidade nova que está chegando e que precisa de homens, como Pastor Ariovaldo Ramos, para que possa tomar o lugar da estátua que foi arranhada, mas não destruída pelo comunismo soviético. Não porque o comunismo soviético foi traído, como é visão de uma classe de intelectuais que naquela década de trinta entendeu que o socialismo foi vítima de traição, mas porque foi concebido para arranhar e não destruir a estátua. A destruição da estátua iria dar-se quando o Reino de Deus se passasse do judeu Marx para o judeu Jesus. E iria ser destruída, desmontada parte por parte, democracia cristã, social-democracia, democracia burguesa, apenas se atendo ao ocidente, não pelo poder do fuzil, mas pelo poder da Palavra de Deus.  E esta nova realidade iria se dirigir aos marxistas como o Justo Juiz de Mateus 25.40 que não diz para o comunismo soviético que foi parte da estátua, membro da estátua, mas diz: Vinde benditos de meu Pai e possuí o reino vos preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes algo para comer; tive sede e me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes.

É preciso uma análise mais atenta sobre este juízo de Pastor Ariovaldo Ramos mesmo porque este não é juízo só da Missão Integral, mas também da própria Teologia da Libertação a julgar por uma frase de Gustavo Gutierrez: conseguimos evitar o perigo! Que perigo foi este que conseguiram evitar? Adamir Gerson entende que foi o esvaziamento que se fez da Teologia da Revolução teólogos europeus que no calor da realização do Concílio Vaticano II e imediatamente após ele chegou muito próximo de uma descoberta: o Marxismo é Deus! O Deus de Abraão, Isaque e Jacó é o Deus de Marx, Engels e Plekhanov! E uma assertiva assim colocava em dificuldade todo o universo religioso cristão que entenderam o Marxismo e a Revolução por outros parâmetros que se tinha a sua razão de ser, foi do referencial positivista, do referencial humano, da lógica humana, não, porém, do referencial da Palavra de Deus. Porque tanto o ateísmo como a violência revolucionária já estavam assentados previamente na Palavra de Deus – Eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui a uma nação que não invocava meu nome; e nem a sua prata e nem o seu ouro os livrará no dia da ira de Javé – e se tal merecia reclamação esta tinha de ser feita à sua causa, Deus, e não ao seu efeito, os marxistas.

Ora, Pastor Ariovaldo Ramos se estriba no seu juízo por dizer, se apoiando em Karl Jaspers, que todo o conteúdo do Marxismo é encontradiço na Palavra de Deus. As páginas do Velho Testamento e do Novo Testamento estão permeadas de conteúdo marxista. Na visão dele, Marx, como bom judeu, como bom cristão, apenas revestiu o socialismo bíblico de categorias das ciências sociais. O que se entende nas palavras de Pastor Ariovaldo Ramos é que os cristãos têm de se acordar e retornar a Deus o que foi subtraído de Deus. Marx teria revivido a saga dos filisteus capturando a Arca do Pacto e a levando para junto do seu deus, o materialismo, sentindo no Pastor Ariovaldo Ramos um desejo oculto de que hemorróidas estourem nos marxistas e eles tomem o socialismo e o entreguem nas mãos dos cristãos, dizendo: Toma o que é vosso!

Não resta a menor dúvida que a idéia de socialismo antes de estar em Marx e nos marxistas esteve nas páginas da Bíblia. A descrição mais antiga da idéia de comunismo se acha no livro do Êxodo com ele emprestando a sua essência para todos os comunismos que então vieram depois – ver Êxodo 16.14-18.

Mas é um fato de que não obstante a idéia de comunismo estar presente na mente e no dia a dia tanto dos judeus como dos cristãos, todavia entenderam que o comunismo seria uma realidade futura e não presente, não obstante a experiência do deserto e de Atos. Entenderam que o comunismo iria ser uma realidade universal e que seria instaurado somente quando os oprimidos tomassem consciência de sua opressão. E é alvissareiro saber que segundo eles esta consciência não seria imanente, mas transcendente. No tempo certo e necessário então iria dar-se a fecundação-intervenção de Deus – para análise ver Mateus 20 e Tiago 5 (Tiago 5 é transcrição de Isaías 19.20).

De modo que é feito a pergunta: Então, no lugar de se entender que Marx e os marxistas se apropriaram do socialismo bíblico não é mais justo dizer que na verdade Marx e os marxistas foi Deus cumprindo a sua Palavra? Sem que soubessem foram instrumentos nas mãos de Deus? Dado a natureza do socialismo bíblico, que segundo os escritos dos profetas, e até de apóstolos de Jesus, iria se manifestar a partir de um choque frontal e violento entre a classe dos proprietários e a classe dos trabalhadores, com estes inexoravelmente destruindo aqueles, como as águas do Mar Vermelho destruíram as forças de Faraó – Pois ele pôs abaixo os que habitavam na altura, na vila elevada. Ele a rebaixa, ele a rebaixa até a terra; ele a trás em contato com o pó. O pé a pisará, os pés do atribulado, as pisadas dos de condição humilde (...) Porque o opressor chegou ao seu fim; a assolação acabou; deu-se cabo na terra dos que pisam os outros. Profeta Isaías – ora, como tal práxis revolucionária era incompatível com a natureza e a essência cristã então Deus cuidou em criar um novo povo e aos poucos foi tirando dele os traços cristãos e colocando no lugar a sua ira guardada para desabar sobre todos que abandonaram os de condição humilde e não fizeram caso deles.

Ora, uma vez que a Palavra de Deus vaticinou o aparecimento na terra do povo marxista, portando a essência que a Palavra de Deus diz estaria neles, mas também a Palavra de Deus vaticinou que chegaria o dia em que o véu que separava Deus deste povo seria removido e então este seu povo oculto iria reconciliar-se com Deus, indo ao seu aprisco, para tornar um só com o povo cristão, sendo um só rebanho e tendo um só pastor, ora, os Ministros de Deus tem de conscientizar ser sua missão não desprezar os marxistas, como no passado remoto fizeram povos nômades que abandonavam os seus que se tornaram incapazes de prosseguir na caminhada, ora, o povo de Deus tem de se conscientizar que é a sua missão trabalhar a conversão dos marxistas. Mesmo porque os marxistas são propriedades de Jesus que ao se referir a ovelhas que estavam em outro aprisco disse de forma explícita: Tenho outras ovelhas! Mais claro impossível: e convém agregá-las. Quem não trabalha para agregar os marxistas a Deus, mostrar a eles a sua origem divina, mas, sub-repticiamente, aproveitando que estão caídos, em coma, tem trabalhado para se apropriar daquilo que construíram em cem anos – e aí sim é se prestar ao papel inglório dos filisteus quando estes conquistaram a Arca do Pacto e a levaram ao seu templo e depositou aos pés do seu deus Dagom – não está ao serviço do Reino, mas, sim, ao serviço da estátua, de alguma de suas partes.

Que Pastor Ariovaldo Ramos, como Ministro da Palavra de Deus, homem do verdadeiro Deus, que medite sobre estas palavras de Adamir Gerson porque é o Reino de Deus batendo às portas para fazer o seu nascimento e esmagar a estátua, triturando-a, e espalhando o seu pó ao vento; e então o Reino cobrindo toda a terra com a terra inteira chegando a descansar, ficando sossegada, e as pessoas ficando animadas, com clamores jubilantes (Isaías 14.7).

Que Pastor Ariovaldo Ramos medite sobre estas palavras de Adamir Gerson, repreensivas (Deus corrige a quem ama), mas necessárias, e adquira um novo espírito, se interessando e gastando todas as suas forças e energias do Reino na criação do PAREPAR porque não existe Reino de Deus fora do PAREPAR, PArtido da REconstrução do PARaíso, que há de organizar os jovens do Junho Brasileiro, dar a eles estrutura teológica, filosófica e político-religiosa, ser a resposta ao seu clamor por um novo tempo que só pode ser o Reino de Deus.
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Nota de Rodapé (NR1)

É preciso alguns esclarecimentos concernentes a ser dito que a profecia de Sofonias se cumpriu no comunismo soviético. PRIMEIRO. Há cerca de vinte anos um programa religioso na cidade, já extinto, ora, o Ministro de Deus que ocupava o microfone ao ter feito leitura do profeta Sofonias exortou a Palavra dizendo que em breve Sofonias iria se cumprir; e então os ricos iriam sofrer muito à mão de Deus, porque, dizia o Ministro de Deus com a alma quebrantada, esta é a recompensa reservada a quem não confiou no poder da Palavra de Deus senão que no poder da riqueza. Bem, de forma sucinta é preciso dizer: Sofonias não irá se cumprir porque é profecia cumprida. É página virada no número de profecias cumpridas. E o seu cumprimento se deu justamente no advento do comunismo soviético, naquele ano de 1917, quando aqueles que retiveram o salário dos trabalhadores (Tiago 5) passaram a clamar amargamente e nem a sua prata e nem o seu ouro os livrou das mãos do comunismo soviético.

SEGUNDO. O comunismo soviético foi apresentado como tendo cumprido a escatologia do Grande Dia da Ira de Javé conforme se acha no profeta Sofonias. E de fato o cumpriu. Mas é preciso esclarecer: a escatologia terá o seu cumprimento a partir de dois fundamentos tipológicos, a destruição de Judá e Jerusalém pela mão de Nabucodonosor, já falado, e a destruição que Deus causou no Egito pela mão de Moisés. O acontecimento escatológico é único, mas visto de um ângulo ê a ação de Nabucodonozor, e agora contra a Cristandade, e visto de outro ângulo é a ação de Moisés no Egito, e agora contra o capitalismo. De modo que o comunismo soviético tanto cumpriu a ação de Nabucodonozor contra Judá como cumpriu a ação de Moisés contra o Egito. O Lênin tanto foi Novo Nabucodonosor como Novo Moisés – ver Isaías 19.8; Tiago 5.

Ora, como o Judaísmo e o Cristianismo foram partes de um mesmo processo, o Judaísmo foi caminho para o Cristianismo, e, do ponto de vista de Deus, da Bíblia, a destruição que Nabucodonozor causou em Judá e a conquista de Babilônia por parte de Ciro também foram partes do mesmo processo, o Deus que castigou com Nabucodonozor libertou com Ciro, ora, isto significa dizer que a escatologia, pelo lado de Moisés-Judaísmo, iria ter também o lado de Jesus-Cristianismo, e pelo lado de Nabucodonozor-Judá iria ter também o lado de Ciro. A revolução, que tanto recapitulou a destruição de Judá, e agora a destruição da Cristandade, e que recapitulou a libertação do Egito, e agora a libertação do capitalismo, também iria recapitular as giestas de Jesus-Cristianismo e as giestas de Ciro. E como a revolução é a escatologia e a escatologia é a revolução isto significa dizer que a revolução tem dois momentos, o da lei e o da graça. O da Lei Moisés-Nabucodonozor e o da Graça, Jesus-Ciro. De fato, se o seu momento de Lei aconteceu na Rússia naqueles anos de 1917, 1918, o seu momento de Graça ocorrerá no país Brasil cem anos depois daqueles acontecimentos, porque este é o período da geração que segundo Jesus não passaria sem que todas estas coisas acontecessem. Período de cem anos porque foi este foi o tempo biológico de uma geração assentado pelo profeta Isaías.

Podemos dizer que o comunismo soviético reviveu os trágicos acontecimentos que levaram à destruição de Judá e Jerusalém e o subseqüente exílio do seu povo proeminente (porque os humildes foram deixados no país para que lavrassem a terra e cuidassem dela)? Há uma relação entre aqueles acontecimentos narrados no seu calor pelo profeta Jeremias e a revolução que na medida em que ia se desenrolando os seus acontecimentos foram sendo registrado pelo repórter norte-americano John Reed? Vejamos: Os caldeus destruíram Judá e Jerusalém em três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi desfechado contra o rei Joaquim; O SEGUNDO foi desfechado contra o rei Zedequias, onze anos e três meses depois; E O TERCEIRO foi desfechado um mês depois, quando Nebuzaradá, enviado de Nabucodonozor, então chegou à Jerusalém passando a demolir todo aquele mundo, não deixando pedra sobre pedra.

Vejamos o seu antítipo: Os revolucionários destruíram a Cristandade em três sucessivos golpes, a saber: O PRIMEIRO foi a revolução de 1905; O SEGUNDO foi a revolução de março de 1917, que depôs o Czar Nicolau II, onze anos e três meses depois; E O TERCEIRO foi desfechado um mês depois quando Lênin voltou do exílio e passou a demolir todo aquele mundo sem deixar pedra sobre pedra. Há muito que falar sobre o assunto, e exemplo a tentativa do rei Zedequias de escapar por uma brecha, ele, sua família e todos os próximos, mas a sua fuga foi frustrada pelos caldeus que enviaram soldados por várias estradas os alcançando nas planícies de Jericó, tendo um destino diferente, não sendo levado de volta para Jerusalém, mas para a longínqua Ribla onde o rei Nabucodonozor montara acampamento e dali comandava as suas lutas tanto contra Jerusalém como contra Damasco. E na presença de Nabucodonosor, então entrou um oficial e fez a leitura de uma decisão judicial promulgada por Ribla. Ato contínuo Nabucodonozor puxou da espada e matou os jovens filhos de Zedequias, à sua vista, dando a Zedequias um destino pior, cegou-o e o levou cativo para Babilônia. Ora, após a revolução de março que pôs fim ao reinado do Czar Nicolau II, e este levado para a prisão no Palácio de Alexandre, como os ingleses havia arquitetado um plano para libertar o Czar; foi avisado para ficar na brecha da janela de onde seria resgatado, na calada da noite, e levado salvo para a Inglaterra, ora, quando os revolucionários souberam dos planos de fuga então colocaram soldados em todas as estradas que saiam da cidade frustrando assim o plano de fuga. Tomaram então ao Czar e sua família e o levaram para a distante Tolbosk, e quando os bolcheviques sucederam os mencheviques, então levaram-no para Ekaterimburg, nos Montes Urais. E no mês de julho do ano de 1918, quando estes estavam na Casa Ipatiev, então receberam ordens para descer ao porão da casa. Então entrou até eles revolucionários tendo à frente o Capitão Yakov Yurovsky um fotógrafo que sofrera horrores nas prisões do Czar. Após ter feito a leitura de uma decisão judicial, promulgada pelo soviete local, estritamente pelo soviete local, então os revolucionários metralharam todos os que estavam no porão com Nicolau II morrendo e vendo seus filhos jovens também serem mortos. Ora, no caso judeu depois do massacre da família real, à mão de Nabucodonosor, a quem Deus chamou de “meu servo” e eu trarei a este lugar de rebeldia e ele executará a minha vontade, sim, depois do massacre da família real os caldeus continuaram a aprisionar mais nobres e os enviar ao mesmo destino, Ribla, e ali eram impiedosamente mortos pelo rei caldeu. No caso comunista, depois da execução do Czar Nicolau II e sua família, os revolucionários continuaram a aprisionar mais membros da nobreza; e eram enviados para o mesmo lugar, Ekaterimburg, onde havia um soviete extremamente hostil, e ali eram julgados e mortos pelos revolucionários. Há muito que falar sobre o assunto, mas agora não é ocasião para falar do mesmo em pormenores.

Ora, se a descrição acima mostrou claro, e mais claro impossível, de que a destruição de Judá e Jerusalém, profetizada quarenta anos antes pelo profeta Sofonias, foi fundamento tipológico da Revolução, os trágicos acontecimentos que alcançaram os proeminentes de Judá, tanto seus príncipes e reis como seus sacerdotes, com eles sendo espalhados aos quatro ventos, foram os trágicos acontecimentos que alcançaram os poderosos na Rússia, e nem a sua prata e nem o seu ouro os livrou da mão dos revolucionários, ora, no que diz respeito ao segundo momento escatológico, tipificado na ação de Moisés no Egito contra Faraó e seus servos, Adamir Gerson fornecerá algumas pistas de identificação. Poucas palavras, mesmo porque este é um assunto abordado por Adamir Gerson com muita profundidade. Ora, Moisés um hebreu que por muito tempo se escondeu a sua origem, por ter tomado o lado dos seus irmãos escravizado então teve de fugir para o exílio. Mas, na morte dos homens que estavam a procura de sua alma para tirá-la, com o caminho se achando livre para a sua volta – Vai, volta ao Egito, porque todos os homens que estavam á caça da tua alma estão mortos, Êxodo 4.19 – então Moisés, obedecendo a voz de Deus, voltou ao Egito e quebrou as algemas de Faraó e passou a guiar o povo liberto na direção da terra de Canaã, Terra da Promessa, que manava leite e mel. Deveras, Moisés passou a guiar os escravos hebreus para o lugar que tempos antes Abraão creu seria o lugar de descanso de sua descendência peregrina e oprimida. Ora, tudo isto veio a acontecer com o Lênin. Por muito tempo sendo escondida a sua origem judia, a verdade é que Lênin, por ter tomado o lado dos trabalhadores oprimidos, aqueles que Tiago disse iriam clamar a Deus por causa dos opressores, e Deus iria lhes responder por enviar-lhes um libertador, alguém grandioso que realmente iria livrá-los (Isaías 19.20), a verdade é que Lênin por ter tomado o lado dos oprimidos teve de ir para o exílio. Mas voltou. Na queda do Czar então a notícia chegou a ele, no exílio suíço, que era para voltar, pois o caminho estava livre para a sua volta. “Volta Lênin, e assume o controle da revolução, libertando os trabalhadores do domínio do Governo Provisório que não tem feito nada por eles senão que está dando continuidade a todo seu sofrimento”, diziam os clamores que chegavam ao Lênin. E como Moisés que foi ao seu sogro Jetro e pediu permissão para voltar ao Egito, com Jetro não somente permitindo – vai, volta em paz (Êxodo 4.18) – como lhe ofertando um meio de transporte, um jumento, no qual montou sua família, sua esposa Zípora e seu filho Gerson, voltando então ao Egito, ora, no caso do Lênin o mesmo foi ao Kaiser e pediu permissão para atravessar o território alemão em sua volta à Rússia com kaiser não só permitindo como lhe ofertando um meio de transporte, um trem blindado, no qual Lênin fez entrar a sua família de revolucionário e passou a voltar para Rússia, quebrando o poder dos opressores, libertando os trabalhadores e passando a guiá-los na direção do Socialismo, para o lugar que tempos antes Marx acreditou seria o lugar de descanso dos oprimidos pelo capitalismo. Há muito que falar sobre o assunto, mas agora não é ocasião. Apenas aguardar. Se houve o grande momento de Moisés – Lênin – por certo que haverá o grande momento de Jesus, bem como se houve o grande momento de Nabucodonozor por certo que haverá o grande momento de Ciro que não será outro senão a união de cristãos e marxistas em um só corpo (João 10.16) revivendo a aliança de medos e persas que conquistou pacificamente Babilônia e libertou o povo escravizado com ele retornando de volta a Judá. E agora quem será liberto será a inteira humanidade retornando então de volta ao Paraíso de Deus. Vamos aguardar os acontecimentos que estão na iminência de acontecer.

TERCEIRO. É fato que tem suscitado entre os teólogos uma disputa e controvérsia sobre quem é, hoje, a Babilônia do livro do Apocalipse com uns afirmando ser o imperialismo americano ao passo que outros sustentando tratar-se do comunismo soviético com estes tendo tomado o fato concreto da queda do comunismo soviético como tendo sido o cumprimento da queda de Babilônia: caiu, caiu Babilônia... E o fato de Adamir Gerson ter desenvolvido uma exegese científica resultando que o comunismo soviético foi revivência histórica da ação dos caldeus contra Judá e Jerusalém, ora, por certo que isto levará os teólogos partidários do comunismo ser Babilônia: Então Adamir Gerson confirmou o que já sabíamos!

Quem seria hoje Babilônia, o comunismo ou o capitalismo? A URSS ou os Estados Unidos?

Na verdade os dois blocos que estiveram em disputa na vigência da Guerra Fria foram Babilônia, mas feito esta distinção: A URSS e o comunismo foram a Babilônia do rei Nabucodonozor, ao passo que os Estados Unidos a Babilônia do rei Belsazar! Lênin foi arquétipo de Nabucodonozor, e o Presidente dos Estados Unidos, incluso John Kennedy e o agora Barak Obama, arquétipo de Belsazar.

Quem foi Belsazar? Foi um rei babilônio provavelmente neto de Nabucodonozor. E este Belsazar cometeu sacrilégio por mandar trazer as taças sagradas que seu avô subtraíra no Templo em Jerusalém; e as enchendo de vinho e bebendo com os seus nobres então de repente apareceu uma mão que pôs a escrever na parede as palavras: MENE, MENE, TEQUEL E PARSIM que interpretada por Daniel tinha este significado: MENE: Deus contou os dias do teu reino e acabou com ele; TEQUEL: foste pesado na balança e achado deficiente; PERES PARSIM: Teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas.

Ora, homens trouxeram os Estados Unidos e o fizeram sentar na cadeira de réu para ser julgado se era ou não a Babilônia do livro do Apocalipse. A afirmação de teólogos serem os Estados Unidos a Babilônia do livro do Apocalipse começou a causar um profundo mal estar em religiosos, notadamente entre evangélicos. E homens trouxeram os Estados Unidos para ser julgado e decidido se era ou não Babilônia. E Adamir Gerson está falando de um programa televisivo no canal RIT que promoveu um debate sobre os Estados Unidos se era ou não a Babilônia do livro do Apocalipse. E ao final do debate, do longo debate, envolvendo até pessoas nas ruas, então os teólogos que ali se fizeram presente, três ou quatro, foram unânimes em afirmar que os Estados Unidos não eram Babilônia.

Logicamente que um debate chulo, tendencioso, pois os teólogos que ali se fizeram presente foram escolhidos a dedo. Um debate de cartas marcadas, que não primou pela imparcialidade, pois se assim fosse os teólogos convidados tinham de ser pró e contras.

Mas quem vai julgar serem os Estados Unidos a Babilônia do livro do Apocalipse não são homens, mas Deus pelo seu profeta maior (Apocalipse 11.15). Esta nação, invocando o nome de Deus e se apresentando como defensora e propagadora da Palavra de Deus, mas tendo cometido crimes horríveis em cima da terra, bebido vinho nas taças sagradas, e a mentira que inventou para destruir o Iraque foi apenas uma das tantas mentiras que inventou para apoiar golpes militares contra Presidentes eleitos democraticamente ou para invadir países para preservar seus interesses econômicos e políticos, quem vai julgar esta nação não serão homens, mas o próprio Deus. Se nunca tivesse existido o comunismo soviético toda a terra era uma imensa África, pois a preocupação que esta nação tem com o mundo foi a preocupação que Roma pagã teve com o mundo.

O importante é que o profeta Isaías viu a sua queda, transcrito por João: Como cessou aquele que compelia outros a trabalhar, como cessou a opressão! Javé destroçou o bastão dos iníquos, a vara dos governantes, aquele que incessantemente golpeava povos em fúria com um golpe, aquele que subjugava nações em pura ira, com perseguição sem freio. A terra inteira chegou a descansar, ficou sossegada. As pessoas ficaram animadas, com clamores jubilantes. Até mesmo os juníperos se alegraram de ti, os cedros do Líbano, dizendo: Desde que te deitaste não sobe contra nós nenhum lenhador (Isaías 14). Este, desde que te deitaste, é o mesmo do livro do Apocalipse: Caiu, caiu Babilônia, a Grande, e ela se tornou moradia de demônios, e guarida de toda exalação impura, e guarida de toda ave impura e odiada. Pois todas as nações caíram vítimas por causa do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra cometeram fornicação com ela, e os comerciantes viajantes da terra ficaram ricos devido ao poder de sua imponente luxúria. O anjo de Javé desce do céu, com grane autoridade, e a terra fica iluminada com a sua glória, não restando à Babilônia senão a queda.

Quanto ao Lênin, ao comunismo soviético, terem sido arquétipo de Nabucodonozor, ora, o caminho percorrido por Nabucodonozor, negador de Deus como condutor soberano da História, e, por conseguinte, ter sido expulso do trono, passando a comer grama como touros, e por fim reintroduzido ao trono, porque teve mudança profunda em sua vida passando a crer que quem realmente tinha o controle e o destino da História era Deus e não homens, ora, Lênin e o comunismo soviético percorreu este mesmo caminho, não só hoje estando em completa demência, e comendo grama como touros como amanhã estarão novamente no trono, pois uma mudança profunda está prestes a alcançá-lo e no lugar do ateísmo eis agora a crença inabalável na existência não só o soberano comandante da História como o soberano comandante, da própria revolução.


QUARTO. Ninguém pense que este juízo de Adamir Gerson pelo qual o comunismo soviético fez no século XX com a Cristandade o que os caldeus fizeram no passado com a infiel Judá ninguém pense que está sozinho neste juízo. Descobriu-se que um grupo religioso tem a mesma visão, os seguidores de William Marrion Branham. Eles pregam que o comunismo foi um instrumento usado por Deus para castigar a Cristandade, tendo feito hoje o mesmo trabalho que o rei Nabucodonozor fez no passado contra Judá e Jerusalém. Quem teria mostrado para estes religiosos que o comunismo reviveu historicamente a destruição de Judá? O que os difere de Adamir Gerson é que esta visão neles está muito mais no plano da intuição, ao passo que em Adamir Gerson no plano da ciência. Falam de que o comunismo foi instrumento nas mãos de Deus para fazer com a Cristandade o que os caldeus fizeram com Judá, mas se percebe que eles não têm conhecimento do que seja o Marxismo e do que seja a Revolução. Estão no plano da revelação, tendo muito pouco conhecimento do que seja o Marxismo e a Revolução.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Governo do Reino - PAREPAR


O GOVERNO DO REINO  PAREPAR
“Menino Deus / Quando a flor do teu sexo / Abrir as pétalas para o universo / E, então, por um lapso se encontrará nexo / Ligando os breus, dando sentido aos mundos / E aos corações, sentimentos profundos / De terna alegria no dia do Menino Deus (...) De todos os lugares, vinham aos milhares, e em pouco tempo eram milhões / Invadindo ruas, campos e cidades, espalhando amor aos corações / Em resposta o céu se iluminou / Uma imensa luz apareceu / Tocaram forte os sinos, os sons eram divinos / A paz tão esperada aconteceu / Inimigos se abraçaram, e juntos festejaram: o bem maior, o amor, a paz e Deus” Caetano Veloso e Roberto Carlos.

Em toda a Escritura é algo mais que comum encontrar-se que o escopo da História é o Governo do Reino. No episódio do Jardim do Éden o mundo passou a estar sob o domínio do Maligno, mas ao final, depois de muitas lutas e de muitas batalhas, Deus iria reavê-lo. Destarte, o mundo se acha sob governos vários, mas ao final o Governo do Reino triunfa sobre todos eles com este triunfo sobre governos vários se achando na descrição da pedra que foi arrancada do monte, sem mãos, e feriu a estátua, reduzindo os seus vários membros a pó com este grande triunfo efusivamente comemorado no céu com vozes altas, dizendo: O reino do mundo se tornou o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre (Daniel 2.35; Apocalipse 11.15). É um novo mundo, uma nova sociedade, em que nela não há mais a presença da exploração de uns sobre outros, não há mais a presença de parasitas econômicos, e não há mesmo a presença de indivíduos com a idéia fixa de subir na vida ou galgar status sociais, pondo os dois pés sobre ombros próximo-frágeis ou passando por cima de cadáveres. O governo que surge agora é novo, novíssimo, a completa negação dos governos que atuaram ao longo do tempo e da História, e agora ninguém mais busca a vantagem para si senão que para o próximo, como muito bem se acha assentado em ICoríntios 10.24.

Vejamos esta descrição que se acha no profeta Isaías: Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. E o profeta Isaías prossegue descrevendo de como seria a vida nesta nova terra: E hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Isaías 65.17-25.

A parábola de Mateus 20 foi concebida por Jesus a partir desta visão de Isaías. Isaías viu uma terra paradisíaca, sem divisões sociais, de absoluta igualdade, e tal inspirou Jesus a tecer um comentário de como seria o futuro “reino dos céus”, em que os homens receberiam não de acordo o número de horas trabalhadas, mas segundo as suas necessidades, com o número de horas trabalhadas sendo segundo as suas necessidades.

O livro do Apocalipse trás já o Governo do Reino exercendo seu domínio, apresentando o resgate daqueles que construíam, mas não tinham onde morar; plantavam, mas não tinham o que comer; trabalhavam, mas não usufruíam do trabalho de suas próprias mãos: (...) Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de água da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.

O Governo do Reino iria se manifestar em dois momentos distintos, da Lei e da Graça. Como Lei e como Graça. Segue abaixo um gráfico um tanto rudimentar para sintetizá-lo com o mesmo podendo ser enriquecido por pessoas com idéias afins:

LEI. KARL MARX (O CAPITAL) – LÊNIN (Ditadura do Proletariado) ---> GORBATCHOV (Socialismo Democrático) ---> SOCIALISMO CELESTIAL.

GRAÇA. LEÃO XIII (RERUM NOVARUM) – TEOLOGIA HUMANISTA (Democracia Cristã) ---> TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO (Gramsci-Petismo) ---> TEOLOGIA DO REINO.

Antes de prosseguir é preciso esclarecimento porque o Governo do Reino se manifestaria em dois momentos, da Lei e da Graça. Vamos ao esclarecimento deixando de lado a “Lei da Palmada” do Lula e sua imensa “sabedoria filosófica” como chegou a reagir algum dia Frei Beto e Marilena Chauí, com um reitor francês, impressionado com discursos eivados de retórica messiânica, indo mais além: Lula não somente vai redimir o Brasil como a terra inteira.

Onde há fumaça há fogo. Como todos os conceitos se manifestam aos pares, macho e fêmea (não o par antitético de Heráclito, que se estagnou nos meios acadêmico-intelectuais, mas o par sintético “de Parmênides”. A dialética é uma ponte para a metafísica, e quando visto assim, tem-se diante de si outra metafísica, não a da torre de marfim, mas uma nova, que desceu aos profundos da caverna e, dialeticamente, fez subir dali os seus prisioneiros, tanto os que ocupam a sua boca de entrada, vendo as sombras das coisas reais e verdadeiras que se movem fora, como os que estão nos seus profundos, naquele lugar em que não entra nenhuma luz e seus habitantes têm de convier com o intenso cheiro de mofo. Não só uma nova metafísica, Metafísico-Sintética, como uma nova dialética, Dialético-Sintética, pois que são o conteúdo do processo e o processo se expressa por elas. É a sua linguagem. É verdade, nem mais Heráclito nem mais Parmênides senão o seu ajuntamento numa realidade maior, que podemos dizer é Hegel, mas em vias de superação, porque a Síntese que está em Hegel é a heterogênea uma síntese que privilegia um dos pólos – como a social-democracia privilegia o pólo capitalismo – e que é caminho para a Homogênea, a completa imparcialidade e isonomia entre os pólos. Destarte, um botão que se abriu em flor. E neste momento a História retorna absolutamente para o livro do Gênesis, ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e, tendo agora nas mãos um novo Adão e uma nova Eva, a posteriori, que se enriqueceram em todo o processo histórico, eis na terra o início do período milenial, a longa caminhada da restauração de todas as coisas).

Prosseguindo. Bem, como todos os conceitos se manifestam aos pares, macho e fêmea, por conta do movimento do Absoluto, que é curvo, 180 graus negativos, 180 graus positivos, sintetizadas em um círculo de 360 graus – e é aqui que reside o grande mistério de Hegel por dizer que a História se repete duas vezes, com a intervenção de Marx na questão também tendo a sua razão de ser, embora esta sua intervenção não sido a da Ciência senão que a de Hegel (Ou a Ciência deva endereçar a Marx o mesmo apreço que endereçou a Hegel? Afinal, não só Marx e Hegel devam ser das duas asas do Absoluto, das suas múltiplas asas, infinitas asas, com as quais voa e plana o corpo no azul do céu, nada escapando à sua visão de 360 graus, como o burguês, naqueles dias, rapando com um caco as misérias que Tiago lançou sobre eles (5.1), com o caco de Jó (e espera-se esta reflexão por parte do burguês), pois Deus não faz acepção, se aprisionou com Nabucodonozor, libertou com Ciro, ora, naqueles dias o burguês, lançado ao pó da terra, vagando de um lado a outro com as mãos vazias (Lucas 1.53), faminto como aquele que deixou faminto – pois tem esmagado, tem abandonado os de condição humilde; tem arrebatado a própria casa que não passara a construir, Jó 20.19 – então clamou irreverente: Moisés foi uma farsa, e o Lênin, uma tragédia, tendo a devida resposta imediatamente após o ano de 1978, divisor de eras, o antes de 1978, o depois de 1977, quando Adamir Gerson, se apoiando nos ombros de Hegel, reverente, clamou sem deixar qualquer margem a duvida: Moisés libertou um povo, Lênin os povos! Bem, nada impede que aquele fenômeno que ocorreu com Saulo de Tarso no caminho de Damasco quando foi fulminado pela luz de Jesus e derrubado do seu cavalo, se tornando então em um novo homem, que deixou de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida, nada impede que aquela mesma luz reluza sobre Lula e o fulmine, transformando-o por completo e fazendo dele um novo homem, que deixou de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida; e, como o anjo de Apocalipse 14.6, então andar a terra inteira com as boas novas do Governo do Reino nascendo no Brasil, agregando as gentes, as gentes que estão nas Américas, e as gentes que estão em África, e as gentes que estão em Ásia, e as gentes que estão no Oriente Médio, as gentes da Europa e das ilhas dos mares. Isto explicaria porque Lula segredou a Leonardo Boff carregar a missão do Messias brasileiro e tal revelação levou Leonardo Boff à reflexão? Bem, se esta intuição é plano divino, então o que se acha em potência um dia se revelará como ato, mesmo porque as profecias estão para se cumprir, e Deus as cumpre através de homens e mulheres que escolheu e capacitou. Talvez tenha sido por isto que o barco que comanda Lula, navegando em um mar de águas revoltas, seguido por animais marinhos à espreita de um bocado de carne, ora, talvez tenha sido por isto que não obstante o barco ter jogado ao mar marujos e até marinheiros experientes, que não tiveram no que se segurar – nos intervalos em que as águas revoltas vomitavam um enxofre ainda maior – que Lula, grudado no leme, tem conseguido sobreviver.

Prosseguindo. Bem, há cerca de dez anos Adamir Gerson fez um trabalho e nele abordou as fases em que o pai educa o filho. A fase de infância e a fase adolescente.

Na fase de infância o pai educa o filho lançando mão da palmada. Nesta fase de idade o pai dizer: não faça isto, não vai adiantar, porque a criança não tendo a sensibilidade desenvolvida, para distinguir o certo do errado, não tem noção de que aquele ato que pratica é um mal. Vai lhe trazer mal. Mas quando o pai lança mão da palmada então a criança aprende a deixar de fazer precisamente aquilo. Ela associa a dor da palmada com o ato que está fazendo e, com medo da dor, então deixa de fazê-lo. Mas quando a criança cresce e entra na sua existência adolescente a educação pela palmada torna-se desnecessária e o que agora é necessário é o diálogo, é a conscientização do jovem. E o jovem, com a consciência desenvolvida, então consegue perceber o que é certo e o que é errado ao ouvir a explanação da Palavra. Caso nesta fase de idade o pai, para que o filho passe da existência adolescente para a adulta, lance mão de um porrete para fazê-lo compreender, não vai funcionar. Pior, o filho agora tão forte como o pai, ou mais forte que ele, fatalmente tomará o porrete de sua mão e voltará o mesmo contra as suas têmporas.

O que Adamir Gerson escreveu a cerca de dez anos, antes de “entrar em vigor” a Lei da Palmada, ilustra bem os dois momentos em que o Governo do Reino iria se manifestar, da necessária Lei para a necessária Graça. E estes momentos são a priori, inerentes ao movimento do Absoluto no seu longo calvário para transformar a Idéia Absoluta em Espírito Absoluto. Corresponde ao necessário inverno preparando as condições para a necessária primavera.

A ilustração apresentada, o caminho necessário do educar, explica porque a Encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, promulgada em 1891, não surtiu efeito nos capitalistas de então. Não obstante o apelo papal os capitalistas continuaram com a sua brutal exploração dos trabalhadores que eram tão oprimidos ou até mesmo mais que os escravos hebreus no Egito que suscitou a indignação, ira e reação de Javé. As palavras do Papa Leão XIII não surtindo efeito então se fez necessário a Palmada, a Ditadura do Proletariado, que, a partir de então, forçou os capitalistas da terra inteira a tratar melhor os trabalhadores. A conceder-lhes direitos trabalhistas inimagináveis no final do século XIX, apesar de que aqui e acolá os tais ainda persistem, o caso do economista brasileiro naturalizado norte-americano Armínio Fraga que disse que o salário mínimo no Brasil estava muito alto, e já agora a australiana Gina Rinehart, achando estar vivendo o século XIX, cometeu o disparate por afirmar que prefere os trabalhadores africanos que não oneram em nada a folha de pagamento.

A linha do Governo do Reino pelo lado da Lei, que nasceu com Marx e Engels, saiu do implícito ao explícito com Lênin e Trotsky, se estruturou com Stálin e Molotov, e, não obstante ter produzido seus frutos, os frutos que Jesus disse produziriam (Mateus 21.43), acabou por entrar no ocaso, Gorbatchov, ora, muitos tiveram a sensação, e chegou a afirmar mesmo, que este devir histórico foi negativo, retrocesso, para a restauração do capitalismo. Do ponto de vista positivista, da letra, do instante fotográfico, não há como negar e o capitalismo reinstalado no Leste europeu e Rússia estão aí para confirmar. Mas a História é feita pela Metafísica e não pelo positivismo; a sua essência é a Presciência e não o acaso das experiências históricas. De modo que precisamente agora, do referencial Metafísico, Adamir Gerson está a afirmar que este devir histórico na verdade era positivo. Tratou-se da evolução de uma idéia. Não obstante não ter sido percebido pelos homens, pelos seus vetores históricos, todavia era a Lei se transformando na Graça. A Ditadura do Proletariado se convertendo no conceito novo de Democracia de Jesus que um dia se inauguraria na terra a partir do país Brasil com os espíritos maduros e amadurecidos defenestrando de si o conceito de democracia adjetivado, a burguesa, mas também a proletária, abraçando o conceito de democracia substantivado, a Democracia, que levando os injustos à prudência dos justos, de forma ininterrupta, permanente, acabará por instaurar o reino da justiça e o seu domínio absoluto. É verdade, foi mesmo um movimento ascensional, se encaminhando na direção da graça, a um patamar que então se fazia necessário para que a revolução não estagnasse, não ficasse sem objeto e sem objetivo, que já rondava fortemente, mas prosseguisse com o seu trabalho libertador, num primeiro momento a libertação dos trabalhadores oprimidos pelo capitalismo, mas num segundo momento a libertação da inteira humanidade, incluso os próprios capitalistas que são depositários e compartilham da alienação geral, pois, deveras, todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, evidentemente que o conceito de emancipação só se realizando em si e a si numa relação última com Deus, com a sua ética e a sua moral revelado. As emancipações eram o calvário da Emancipação na sua emancipação. É verdade, uma libertação que iria do particular ao universal. E necessário se fazia um novo alicerce teórico para além, muito além, do que então tinha sido elaborado por Marx e epígonos. Assim sendo, necessário se faz anunciar: Gorbatchov não foi um Judas Iscariotes, como julgado pelas almas não dialéticas, sem contato com o Gestor Histórico (Daniel 4.17) senão que entregues a especulações imanentistas (Jeremias 10.23), mas João Batista. O Judas Iscariotes realmente existiu, mas chamou-se Borys Yeltsin e não Gorbatchov. Colocando os pingos nos i.

Este movimento da Revolução, aparentemente tendo encontrado a morte em Gorbatchov, apenas foi uma repetição do movimento de Jesus. Jesus tomou o rumo de Jerusalém. E seus discípulos quiseram que partisse da cidade, pois apenas iria encontrar a morte. Mas Jesus permaneceu nela. Estava entregue e era guiado pelos desígnios do Pai. Entendia a necessidade da sua morte. Estava em um corpo mortal, todavia carregando em oculto um segundo corpo, o do Ressuscitado, quando então iria atrair a si todos os homens, destravando a História e a pondo em movimento, de modo que se fazia necessário passar pelo calvário da morte para que as condições possibilitassem a manifestação do segundo corpo. Muitos se regozijaram e bateram palmas com a morte de Jesus, mas a morte de Jesus foi aparente, com ele emergindo em um novo corpo, branco, incorruptível, não mais sujeito á morte e ao opróbrio dos homens. Os que se regozijaram e bateram palmas pela queda do socialismo, enviando presentes uns aos outros (Apocalipse 11.10), porque este, no tempo antropológico, como aquele, no tempo teológico, atormentava os que moram na terra, ora, os tais vão se surpreender (Apocalipse 11.11), pois em breve ele se levantará, e agora em um novo corpo, branco, incorruptível, não mais sujeito à morte e ao opróbrio dos homens, o corpo de Daniel 2.44.

Ora, se todo o devir histórico da linha da Lei, partindo de Marx, foi que o judeu Marx estava se metamorfoseando no judeu Jesus, encaminhando-se na direção do Cristianismo, e marxistas como Ernst Bloch e Antônio Gramsci tiveram esta intuição, lampejos assim se acendeu ao menos no espírito de Ernst Bloch, a verdade é que todo o devir histórico da linha da Graça foi que o Cristianismo estava cada vez mais se abrindo na direção do socialismo. A Teologia Humanista tergiversou nesta escolha, sem clara consciência do que fosse o socialismo marxista – daí um dos seus luminares, Jacques Maritain, ter se referido a Teilhard de Chardin como “moeda falsa”, porque este não teve a menor dúvida ser o socialismo, no conjunto de sua obra, ato da Providência, o amor de Deus aos homens (também pelos resultados de sua paleontologia) – mas esta escolha adquiriu contornos nítidos na Teologia da Libertação que ao ter alargado os seus horizontes teológico-intelectuais tornou inseparável o socialismo da Palavra de Deus. E o resultado é que as duas linhas, evoluindo, amadurecendo, e convergindo entre si, iriam se encontrar tendo o encontro de gametas, e, deste encontro, nascendo então um novo homem, um novo socialismo, de feições hiper-humanas, generoso, e inclusivo de tudo e de todos. A Luta de Classe como motor da História então iria dar lugar à Luta de Transformação de Classe, o ódio revolucionário iria dar lugar ao amor revolucionário, a luta armada iria dar lugar à evangelização, o livro O Capital como fundamento do socialismo e guia da revolução iria dar lugar à Bíblia, o fuzil iria dar lugar ao giz, a escrever nos corações uma nova História, um novo tempo, em que os homens finalmente se reconheceram e se relacionaram como homens e não mais como lobos. A sociedade tomou o lugar da matilha.

É comum ouvir-se que já a Encíclica Rerum Novarum, de 1891, escrita pelo Papa Leão XIII, já foi uma tentativa de reação ao comunismo marxista. E que todo o posterior engajamento político dos cristãos foi uma tentativa desesperada de não perder o rebanho, em especial após a vitória avassaladora do comunismo sobre o nazismo e o fascismo e a sua expansão territorial. O advento do comunismo fez com que os cristãos se despertassem politicamente trabalhando a sobrevivência.

Como já falado, não resta menor dúvida que do ponto de vista positivista, da letra, isto foi uma verdade. A própria Teologia da Libertação sub-repticiamente trabalhava para construir um socialismo sem os marxistas. E é notório Frei Clodovis Boff que no início da década de 80 ao ter trabalhado para a criação do Partido Cristão objetivava com o mesmo construir o socialismo unicamente a partir e com o povo cristão. O povo cristão era suficiente e bastava. Mas, como já falado, do referencial metafísico, do espírito, já a Encíclica Rerum Novarum foi presciência de Deus. Desde 1843 e 1844 Deus começou a trabalhar com Marx, na criação da linha da Lei. Mas não tinha um fim em si mesmo senão que era propedêutica. Iria se esgotar e no seu esgotamento as forças das trevas iriam novamente abundar. Então o Deus que fez com que houvesse gêmeos no ventre de Rebeca começou a trabalhar a criação da outra linha, da linha da graça, já a partir daquele final do século XIX. E no tempo certo todo o espólio da revolução se passaria para suas mãos. Destarte, a Igreja iria ouvir o chamado, o Grande Chamado: Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a própria glória de Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá a própria glória.

E este encaminhar-se da Igreja na direção da revolução para a derrubada de muros iria ser feito não na mediação da Teologia Humanista ou mesmo da Teologia da Libertação, desconhecendo as dádivas da conversão que a presciência e o amor de Deus reservaram aos marxistas (Isaías 66.15; Mateus 25.40; Apocalipse 14), mas da Teologia do Reino novo pensar teológico-filosófico, nova filosofia da História. A Igreja iria acordar-se que o socialismo é a sua outra metade, não só o que a torna perfeita como ela torna perfeito aquele. Na mútua complementação iria deixar de ser parcial para se levantar no que é completo (ICoríntios 13.9-10). E este ir ao encontro dos filhos de Marx por parte da Igreja e esclarecê-los da sua natureza divina é mesmo estar realizando o esforço pedagógico do Justo Juiz, como são as imagens de Mateus 25.40. Destarte, na mediação da Teologia do Reino então a Igreja iria vestir-se de linho fino, resplandecente e puro, pois o linho fino representa os atos justos dos santos. São estes os dias do Casamento do Cordeiro. E ele me diz: Escreve: Felizes os convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro. E ele me diz também: Estas são as palavras verazes de Deus. Apocalipse 19.6-10.

E vale acrescentar, para que as mentes tenham uma compreensão clara da passagem da linha da Lei para a linha da Graça e compreenda este escopo, a Igreja dirigir-se ao Socialismo para ser um só rebanho e ter um só pastor. Ora, foi falado que marxistas como Ernst Bloch e Antônio Gramsci representaram elo de transição entre a linha da Lei e a linha da Graça. Ao grosso modo, a Escola de Frankfurt foi esta linha de transição, ponte entre a imanência e a transcendência, entre religião e política, enfim, ponte entre a religião cristã e o socialismo. Ora, esta ponte de ligação é uma repetição histórica da ponte de ligação que houve entre o judaísmo e o cristianismo. Os essênios fizeram no passado o que a Escola de Frankfurt fez no presente. Homens como Ernst Bloch e Antônio Gramsci fizeram no presente o que Hillel e João Batista fizeram no passado homens que principiaram a se afastar de Moisés para chegar a Jesus, ao Cristo.

João Paulo II e Papa Francisco

Houve uma constatação geral de que o Papa João Paulo II foi um Pontífice que dedicou toda a sua ação pastoral para o fim do comunismo. Apesar de que João Paulo II foi um homem que elogiou Fidel Castro e teve palavras inefáveis sobre Che Guevara, não obstante, a essência do Pontificado de João Paulo II foi mesmo para o fim do comunismo. Não por acaso que depois de muito tempo de Papa não italiano se buscou em um país comunista um religioso para ocupar este cargo.

Mas a ação de João Paulo II deva ser vista como ação de Deus. Chegara o tempo da revolução se passar da linha da Lei para a linha da Graça assim como chega o tempo da estação do inverno se passar para a estação da primavera ou o fruto verde se tornar fruto maduro. E necessário se fazia a desconstrução do socialismo real, que naquela altura já era um organismo cansado, não por conta das denúncias de Krushev e nem por conta das previsões de Trotsky, tampouco por conta da improdutividade de Brejnev, mas por conta da limitação do pensamento de Marx e Lênin. O juízo que Paulo dirigiu ao cristianismo, parcialidade histórica, serve também ao Marxismo. Longe de ser uma totalidade, como foi visão de Sartre, o Marxismo é na verdade uma metadilidade carregando no seu grande corpo teórico uma região de luz, mas também uma região de trevas parte integrante das “densas trevas” que segundo o profeta Isaías iria cobrir a terra. Destarte, uma parcialidade histórica que forma um par com o cristianismo, e, embora não soubessem, também estava exposto ao aniquilamento que Paulo vaticinou um dia alcançaria o cristianismo para o que era totalidade de fato pudesse se manifestar e ocupar o seu espaço na História. E, então, no lugar de seres cindidos, anfíbios, tergiversando entre o bem e o mal, pudesse se manifestar um novo homem, em luta permanente contra Sodoma e em luta permanente contra o Egito, até que a Nova Jerusalém tomasse o lugar desta cidade de pecado (Apocalipse 11.8).

Ora, não há nenhuma contradição entre o Papa João Paulo II, em luta aberta contra o comunismo, e Papa Francisco dizendo que a mensagem do comunismo é a mensagem do Evangelho; que os marxistas no fundo são cristãos e não sabem, e, com isto, levando os católicos a uma reflexão diferente sobre o socialismo. É Deus começando o andar da nova linha revolucionária da graça. (Papa Francisco sem o saber parece estar efetuando um diálogo firme, construtivo nas duas direções, com Ernst Bloch para o esclarecimento de algumas coisas pertinentes. Porque Ernst Bloch concebeu o cristianismo e o socialismo como sendo o mesmo corpo. O que os diferia foi que a História providenciou ciência para o cristianismo. Então este se levantou como socialismo. De modo que para Ernst Bloch se tirar a ciência do socialismo o que fica é o cristianismo. Papa Francisco parece ter tido uma intuição (revelação) muito próxima da de Ernst Bloch: se tirar do socialismo o ateísmo e o conseqüente materialismo o que fica é o cristianismo, o Evangelho. Logicamente que tanto o juízo de Ernst Bloch como agora o de Papa Francisco ainda não é o juízo da Ciência, a sua luz a esclarecer toda a questão, mas, sim, da pré-Ciência que prepara a visão para suportar a luz do sol. Pouco a pouco iremos avançando na direção da Ciência a esclarecer à exaustão toda esta grandiosa questão, até mesmo a necessidade ontológica do ateísmo e materialismo marxistas que sem eles seria impossível o cumprimento da escatologia sofonômica (Sofonias), que seria propedêutica à escatologia isaítica (Isaías), assim como no fundamento tipológico a ação de Nabucodonosor contra Judá foi propedêutica, e esteve em íntima ligação, à ação de Ciro contra Babilônia).

E vale este importante esclarecimento: no presente trabalho Adamir Gerson tem apresentado Gorbatchov como tendo sido um Novo João Batista. O seu papel histórico foi o de João Batista. Mas João Paulo II foi também João Batista. Novo João Batista. De modo que Adamir Gerson colocou a ambos no seu devido lugar por dizer que Gorbatchov foi João Batista, mas João Batista Menor, ao passo que João Paulo II, o personagem de Daniel 4.13, João Batista Maior.

E João Paulo II foi João Batista Maior porque a sua ação tanto foi no âmbito político como no religioso. Da mesma forma que o Marxismo era limitado, se movendo em estreitos limites epistemológicos, de igual modo a Teologia da Libertação padecia e era depositária das mesmas limitações. Não só acima do Marxismo havia o Governo do Reino para se manifestar (bem entendido, Governo do Reino SEGUNDO A GRAÇA, pois o Marxismo também foi Governo do Reino, mas segundo a Lei), e necessário se fazia a sua remoção, como acima da Teologia da Libertação havia a Teologia do Reino para se manifestar, e necessário se fazia a sua remoção. Ora, se no Governo do Reino o que se dá é a reconciliação entre cristianismo e socialismo, entre os filhos de Jesus e os filhos de Marx, sendo então uma só carne, um só espírito (João 10.16), na Teologia do Reino o que se dá é a reconciliação entre a Teologia Humanista e a Teologia da Libertação. Uma reconciliação entre os pares Karl Rahner-Rudolfo Bultmann e Rubem Alves-Gutierrez. A Teologia da Libertação concebeu a Renovação Carismática como tendo sido elaborada pela CIA americana e despachada para o Brasil para aqui combater a práxis política da Teologia da Libertação. E empregou o mesmo juízo ao Pentecostalismo que, na visão da Teologia da Libertação, naquele ano de 1910 foi enviado ao Brasil para aqui combater o marxismo que então ganhara corpo no ano de 1903, na votação em Londres que dera vitória ao Lênin e ao radicalismo revolucionário. Mas a Teologia do Reino afirma que esta foi visão positivista e não metafísica; juízo da carne e não do espírito, porque o criador da Renovação Carismática – e por extensão do Pentecostalismo – não foi a ideologia americana, mas o próprio Deus. E a enviou ao Brasil não para ocupar o lugar da Teologia da Libertação, como pensado e afirmado na época, mas para reforçar a sua luta de libertação. Pois quê, uma libertação sem o fundamento espiritual é deitar vinho novo em odres velhos, cedo ou tarde os odres se rebentarão derramando todo o vinho, o que aconteceu com o socialismo no Leste Europeu e aconteceu no Brasil com o Partido dos Trabalhadores.

Mais, Adamir Gerson funda o nascimento da Renovação Carismática no próprio Concílio Vaticano II. Concebe o Concílio Vaticano II como tendo sido o ventre de Rebeca a gestar seu Esaú e seu Jacó. Das suas entranhas nasceu o seu primogênito, a Teologia da Libertação, o seu Esaú, o vermelho Esaú, nascendo, é verdade, mas já tendo Jacó agarrado ao seu calcanhar. Como Jacó que veio a ocupar o lugar de Esaú assim ocorreu com a Renovação Carismática que hoje domina o coração e as mentes do povo católico.

Mas, o relacionamento de Esaú e Jacó se deu em dois níveis, o antitético e o sintético. O antitético foi quando Esaú perdeu a primogenitura para o irmão. Para ele um prato de lentilha valia mais que as bênçãos que acompanhavam a primogenitura. E o relacionamento sintético foi quando Esaú, ouvindo que o irmão voltava da casa de seu tio Labão, então aprontou uma força militar e foi ao seu encontro com Jacó e Esaú se encontrando em Maanaim que quer dizer: encontro de dois acampamentos! E quando Jacó ia, e quando Esaú ia então Deus começou a trabalhar nos seus corações e nas suas mentes, de modo que quando Esaú avistou o irmão correu, não para lhe fazer mal, mas para abraçá-lo. E pela interpolação de Deus, na sua mediação, naquele dia Esaú recebeu bem a Jacó e Jacó viu a face de Esaú como a face do próprio Deus.

É fato que tanto cristãos e marxistas, e Teologia da Libertação e Renovação Carismática, tiveram o seu relacionamento antitético, mas estão próximo, muito próximo, de terem o relacionamento sintético, quando o Esaú Marxismo-Teologia da Libertação receberá bem ao Jacó Cristianismo-Renovação Carismática e este Jacó verá a face do Marxismo e da Teologia da Libertação como tendo visto a própria face de Deus.

E no relacionamento sintético eis que deixarão de ser uma realidade parcial para ser o completo de ICoríntios 13.10. Deixarão de ser Jacó e Esaú para agora ser Isaque! (1) O que significa dizer que a Teologia da Libertação fará seu trabalho libertador a partir das massas carismáticas. As massas carismáticas amadurecendo acabarão por liberar o “óvulo” da essência cristã, o amor ao próximo, e então a Teologia da Libertação cuidará em fecundar este óvulo das idéias socialistas aflorando nas massas carismáticas o socialismo com as massas carismáticas, e agora em íntima união com as massas evangélicas, como trabalhadores do Reino, se lançando ao trabalho da sua construção. Não como um exército de guerrilheiros empunhando na mão o fuzil, que segundo os marxistas, só ele funciona, mas novo exército de guerrilheiros (Joel 2; Apocalipse 9.13), empunhando em uma das mãos o poder transformador e regenerador do Evangelho e na outra o giz, não o giz vermelho de Paulo Freire, mas o giz branco, aquele com o qual Jesus escreveu na areia e ao escrever tanto transformava uma mulher adúltera em mulher santa, como fazia homens “santos” reconhecer que também eram pecadores. Destarte, é este novo exército, destilando no coração de cada um dos seus soldados o amor, ágape, a cobrir uma multidão de necessitados, os que têm necessidades materiais, os que têm necessidades espirituais, sendo os que têm necessidades materiais os trabalhadores africanos que trabalham por dois dólares ao dia e os que têm necessidades espirituais a multimilionária Gina Rinehart que fixou em dois dólares o salário diário de um trabalhador africano. É este o exército que Deus colocou sob direção de Zorobabel, e sem fazer uso de força militar, e nem da violência, mas fazendo uso da Palavra de Deus, então tornou o grande monte em uma planície produzindo a pedra de remate, sendo aclamada: Quão encantadora! Quão encantadora! “Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma planície” disse o anjo de Javé que falava com Zorobabel todo confiante de que Zorobabel iria produzir a pedra de arremate aclamada pelos homens quão encantadora. Destarte, este grande monte, trabalhadores africanos trabalhando por dois dólares ao dia, e a australiana Gina Rinehart fixando em dois dólares ao dia o trabalho do trabalhador africano, os trabalhadores do Reino cuidarão em tornar uma planície, com os trabalhadores africanos passando a receber, não o salário fixado pela australiana, mas por Aquele que concebeu a parábola de Mateus 20 e que disse que veio para que todos tivessem vida e vida em abundância, e que não é o salário de dois dólares, e nem o salário maior que a discussão suscitou, mas um salário que é segundo as suas necessidades. O que significa dizer que a economia e a política deixaram de estar ao serviço tanto de homens com a mentalidade de Gina Rinehart, capitalismo selvagem, como de homens com a mentalidade daqueles que na discussão fixou um valor maior, capitalismo trabalhista, e passaram a estar integralmente ao serviço dos trabalhadores. Ao serviço daqueles que, por conta de capitalistas como Gina Rinahart – que iriam reter o salário dos trabalhadores – clamaria a Deus, e Deus iria lhes responder enviando a eles a libertação do reino dos céus, o alguém grandioso, que segundo o profeta Isaías realmente iria livrá-los, e segundo João, guiá-los a fontes de águas da vida. E então, aqueles que hoje recebem dois dólares ao dia, e que ontem receberam dois dólares ao dia, e que anteontem receberam dois dólares ao dia, sendo dois dólares ao dia o salário que foi fixado para eles quando o dinheiro passou a existir, ora, não obstante as suas mãos terem produzido todas as coisas, as que estão na terra, e as que estão debaixo da terra, e as que estão acima da terra, nada do que se produziu se produziu à parte deles, sem as suas mãos, agora estão em outra existência, nova existência, a existência do reino dos céus. No lugar das vestes rotas, e da vergonha da face, o salário de dois dólares ao dia, agora se acham trajados de compridas vestes brancas, e, tendo palmas na sua mão, não cessam de gritar, com a alma purificada: Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. Saíram da grande tribulação, e agora não tem mais fome, não tem mais sede, nem se abate sobre eles o sol e nem o calor abrasador. Deus enxugou toda lágrima dos olhos deles. (Zacarias 4.6; Mateus 20, Tiago 5, Isaías 19.20, Apocalipse 7.9-17).

Quanto a ser dito que este novo exército estará empunhando o giz, não o giz vermelho de Paulo Freire, mas o giz branco de Jesus, ora, é preciso esclarecimento. O giz branco é para quem empunhou o giz vermelho. Só se acha apto a conhecer Jesus quem conheceu Marx. O espírito amadureceu, evoluiu, e então realizou a “cisão”, se levantando em nova figura de espírito, o patamar da graça. Fala-se de Jesus para quem conheceu Marx, e para quem não conheceu Jesus fala-se de Marx e este botão um dia se abrirá na mais linda das flores... Pois que dois caminhos levam a Jesus, o caminho espiritual-religioso, na mediação de Paulo, e o caminho material-político, na mediação de Marx. Jesus é o pleno amadurecimento de todas as coisas. Todas as coisas evoluem e tende ao Cristo sendo verdadeiro o juízo daqueles que na metade do século passado sustentaram perante os materialistas que a História não somente possuía um reducionismo teológico absoluto como era cristofinalizada. Tendia para o Cristo e encontrava seu termo no Cristo.

A rigor, esta superação dialética do giz vermelho de Paulo Freire para o giz branco de Jesus se acha implícito ou em potência no próprio Paulo Freire. A sua frase lapidar, que se tornou em bandeira de luta e em esperança dos pacifistas – se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda – ora, a frase implícita uma limitação no alcance da educação enquanto instância transformadora. Falta algo à educação. Ela sozinha não transforma. Então a equação se resolve quando se descobre que à educação falta a complementação do Evangelho. O conhecimento sendo gestado no ventre do Evangelho se torna um conhecimento propriedade da sociedade e não de indivíduos, que a rigor nem os criou, mas os recebeu. É o conhecimento colocado ao serviço da sociedade, para suprir as suas necessidades, começando pela necessidade dos necessitados. O Evangelho é amor, é ética, e onde há amor e há ética não se busca a vantagem para si senão que para a outra pessoa – mais uma vez ICoríntios 10.24 – o que convenhamos não é lá muito o interesse da Educação senão que fornecer conhecimento sem o qual não se tem sucesso na vida.

Quanto ao vigilante, sim, quanto ao santo que o profeta Daniel viu nas visões de sua cabeça descendo dos céus, ora, a árvore que o vigilante descendo desde os céus clamou para que fosse derrubada e tivesse seus galhos cortados, sacudido a sua folhagem e espalhado seus frutos, fugindo de debaixo dela os animais e dos seus galhos as aves, ora, esta árvore foi mesmo o socialismo. E o fato do vigilante ter clamado para que se deixasse o próprio toco da árvore na terra, todavia preso com banda de ferro e de cobre, isto explica não só porque Cuba sobreviveu em meio à derrocada do comunismo como também o relacionamento amistoso que houve entre a Santa Sé e o governo comunista de Cuba. Explica mesmo este colóquio que houve entre o Papa João Paulo II e Fidel Castro tanto com João Paulo II elogiando o internacionalismo de Cuba, segundo o Pontífice ao serviço dos pobres como Fidel Castro dizendo que o mundo estaria melhor, em boas mãos, se estivesse nas mãos de João Paulo II. Há muito que falar sobre estas questões, mas agora não é ocasião para se falar dela em pormenores, adiantando que aquele momento em que o rei Nabucodonosor foi posto para fora do trono e passou a comer grama como touros, porque não teve reverência para com Deus e não acreditou nele senão que nos seus deuses e nos seus terafins, mas ao final as misericórdias de Deus o alcançaram, sendo restaurado ao trono, e agora com uma glória ainda maior, por ter reconhecido que quem dominava era Deus e não homens, ora, este reconhecimento de Nabucodonozor estão muito perto de alcançar os marxistas. A todos os filhos de Marx. Está muito perto dos marxistas entrarem no túnel do tempo e se achar no final da década de 30, e então, com novo espírito, com o novo espírito que veio estar em Nabucodonozor, que reconheceu que quem dominava era Deus e não homens, analisar as palavras proféticas de Horkheimer com mais atenção, palavras que Horkheimer lançou naqueles dias e que foi um apelo quase desesperador: ou a revolução se livra do ateísmo ou vai acabar se apartando das massas. Porque para Horkheimer, e para os luminares da Escola de Frankfurt que vieram em seguida, religião e Deus eram in-apartados do coração das massas populares. Querer tirar religião e Deus dos seus corações, a intenção de intelectuais acadêmicos, era como quem queria tirar o ar que enche o pulmão e dá respiração.

PAREPAR

As últimas eleições mostraram um Brasil dividido, uma parte do país apoiou o PT e outra parte se posicionou contra. Os que se posicionaram contra, e foram derrotados, parecendo cobra morta que ainda mexe o rabo, não obstante as eleições terem se encerrado mesmo assim parece que continuaram com um turno extra, pois continuam agitando na esperança de verem Dilma não começar o novo mandato através de pedido de intervenções aos militares.

De certa forma as eleições de 2014 faz lembrar a segunda metade do ano de 1917 na Rússia. As forças da morte, invocando todo tipo de argumento, organizaram um complô geral para tirar Kerensky e os mencheviques do poder. Todo indivíduo que se julgava pensante e sem vínculo com a “gentalha” – “gente negra”, como era chamada o proletariado russo pela elite de mão fina e passos miúdos freqüentadora de salões de festa que com o termo parecia pressagiar um fim trágico a si – se enfileirou na conspiração. E elegeram um General por nome Kornilov como o seu campeão. O homem que ia acabar com todos os desmandos na Rússia, com toda a “baderna” revolucionária que diziam não só estava comprometendo o futuro do país como todo o esforço de guerra. E marcharam contra o Governo Provisório. Mas Kerensky e os mencheviques acabaram sendo salvos pela massa dos operários que contiveram o aventureiro. E o Brasil de 2014 veio ter o seu Kornilov, Aécio Neves, que acabou sendo derrotado pelo proletariado do norte e nordeste, invisível a ele, pois aquele que “combateu o bom combate e guardou a fé”, premido pela cachaça, por muita cachaça (IJoão 5.19), cachaçando depois, vomitou uma pérola ainda maior do que a “pérola” de ter lutado o bom combate e guardado a fé: o Brasil perdeu o medo do PT, não só um total desrespeito ao norte e ao nordeste que mantiveram as esperanças no PT, como, pior, lançando lenha na fogueira de um separatismo chulo.

E o que é preocupante é que homens que julgávamos racionais no lugar de ter tomado o rapaz pela mão e levado para casa, para que passado o efeito da cachaça recobrasse a razão, passando a respeitar a democracia e a falar coisa com coisa, ora, é preocupante, pois o que se viu foram homens aparentemente razoáveis fazendo coro, como aquele que um dia enfrentou a ditadura com armas em punho, Aloysio Nunes, e até mesmo a tríade FHC, Serra e Alckmin, para não falar do quarteto, Álvaro Dias (se alguém tiver o seu quinteto, o seu sexteto ou a sua enxurrada fique à vontade para publicar. Adamir Gerson cede espaços), sim, o que é preocupante é que estes homens, como aqueles do Evangelho que se tornaram inanes nos seus raciocínios e o seu coração inteligente ficou obscurecido, transformando a glória do Deus incorruptível em algo semelhante à imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de bichos rastejantes, é preocupante que a razão tenha encontrado estes homens no mesmo bar e lambendo e babando no mesmo copo. Preocupante porque batiam e cruzava os copos, fazendo cruzes, figa e jogando ao chão um pouco para o santo, e riscando com os pés, não para comemorar uma grande vitória, mas para preparar uma grande vingança. Preocupante porque foi assim que começou 64, e embora o PT não tenha a ingenuidade virgem do João Goulart, mesmo assim as suas forças apresentam a mesma fragilidade.

Mas, é um fato: as massas operárias, seguidoras do Partido do Lênin, assim que derrotaram Kornilov sentiram como sendo sua obrigação e missão dar ao Kerensky e aos mencheviques no poder o mesmo destino que acabara de dar ao aventureiro Kornilov porque Kerensky continuando, por conta de não portar respostas ao clamor dos trabalhadores, outros Kornilov iriam se levantar. De modo que acabaram por remover Kerensky e os próprios revolucionários mencheviques e no lugar instalaram o Partido do Lênin necessário à nova demanda revolucionária.

O PT venceu a eleição em 2014, mas a mesma sinalizou para ele dificuldades a caminho. Por conta do Mensalão e dos escândalos da Petrobrás, que alimenta o golpismo daqueles que perderam nas urnas, o PT parece estar sentindo o golpe. E o fato de Dilma estar criando uma nova agenda que, ao contrário do que pensou muitos analistas, seu segundo governo iria estar mais comprometido com as causas populares, o que se vê é este segundo mandato tomando o rumo da direita.

E Adamir Gerson enxerga esta guinada ao menos ensaiada para a direita como o medo tendo tomado conta da liderança do partido. A oposição raivosa pode lançar o país no caos ou ao menos num caos imaginário, alimentado pela mídia golpista, e um Kornilov de farda, sem sintonia com o amadurecimento de um General Augusto Heleno, pode deslocar suas tropas na direção de Brasília ou do Planalto procurando reviver o que fez o General Mourão em 64. Fora os escândalos da Petrobrás, que veio sobrepor o do Mensalão, não há clima algum para golpe. Mas o clima pode ser fabricado, e é nisto que se empenham os derrotados nas urnas.

Lembrando do Lênin, que fazer? O caminho não é outro senão a criação do PAREPAR, PArtido da REconstrução do PARaíso. Esta vitória que o PSDB teve no sul quem a deu foram os evangélicos. É possível que 90% dos evangélicos tenham depositado seu voto no candidato do PSDB, não porque fossem Aécio ou coisa parecida, mas porque o PT insistindo em agenda espiritual que fere os princípios da ética e moral cristã, conquistados não gratuitamente, mas ao custo de muito sofrimento e de muito sangue derramado, nos coliseus de Roma, nas suas praças públicas, por uma geração que não distinguia liberdade de libertino, que preferiu o extermínio físico a ter que mudar, ora, a verdade é que o PT insistindo nestas bandeiras espirituais acabou por perder o apoio deste importante segmento da sociedade brasileira que, se não construiu ainda a força necessária para a conquista do poder, todavia se tornou no fator de decisão da política brasileira. Em 2002, o PT ganhou porque Garotinho trabalhou o seu apoio para o lado de Lula. E o PAREPAR vem justamente trabalhar o apoio deste segmento religioso, o livrando das garras desta direita raivosa e golpista, com eles deixando de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida. Assim como ocorreu com Saulo de Tarso no caminho de Damasco quando visitado por Jesus e esclarecido por Jesus deixou de estar ao serviço de mortos para estar ao serviço da vida.

Lembrando que quando Lênin voltou do exílio e desembarcou na Estação Finlândia, e já na sua plataforma começou a lançar nova luz sobre aqueles acontecimentos políticos, ora, as massas mencheviques, atraídas por aquela luz, portando um novo cântico, começaram a se passar em massa para o lado do Lênin e dos bolcheviques. E tudo pode voltar a acontecer com o PT com os seus espíritos de luz tomando o rumo do PAREPAR para organizá-lo e o criar, e ele tomar o lugar tanto do PT como do PSDB, assim como os bolcheviques tomaram o lugar tanto dos cadetes como dos mencheviques. Movam-se, e que surjam as novas lideranças, e que a força do povo organizado silencie esta direita golpista e comece realmente a criar o Brasil de gente de rosto feliz, o combustível que embalou o PT no seu nascimento, mas foi irrealizável porque lhe faltaram as forças necessárias com o poder de unir as massas católicas e as massas evangélicas em torno da sociedade nova de Jesus que sabemos têm viés socialista. Movam-se, porque é miopia intelectual achar que o PT tem futuro. O chavismo, mesmo se apoiando numa base filosófica étero-alienígena, o bolivarianismo (ao menos para quem está no Brasil), tem mais chance de sobreviver que o PT. Movam-se! Pois se estes calarem as pedras clamará! Oxalá que não seja as pedras dos golpistas.

Movam-se, porque na Venezuela, diante da pressão da oposição, o Governo, desde Chaves, e parece ter continuado com Maduro (embora Adamir Gerson esteja ausente da Venezuela desde a morte de Chaves), tem cedido à oposição os anéis, anéis, mas conservado os dedos. Lutam para que os dedos não sejam arrancados da mão, como querem os canibais. E no caso do Brasil há quem diga que tem sido o contrário, diante da pressão da oposição o PT, desde Lula, e agora com Dilma, com clareza neste início de seu segundo mandato, tem cedido à oposição os dedos para ficar com os anéis. Anéis que brilham e o seu brilho impressionam espíritos infantis, imaturos. (Logicamente que o Brasil não é a Venezuela, e aqui as forças da reação são muitíssimo mais forte, tendo o domínio de praticamente tudo. De modo que se faz necessário um novo pensar que tenha a capacidade de agregar, em especial as massas populares o alicerce de novas transformações). É verdade, o Brasil necessita de uma nova esquerda, não está esquerda anã, raquítica, sem qualquer vínculo com as massas brasileiras, vivendo um sonho de que o Brasil é a Europa da segunda metade do século XX, mas a nova esquerda do PAREPAR sintonizada com o espírito e a cultura das imensas massas brasileiras; e, filosoficamente, sintonizada com o espírito do tempo, hegeliano, que se naqueles dias exigiu a resposta do fuzil, hoje exige a resposta do educar, da Educação, de uma educação transcendente que tem como premissa o Evangelho, para além da sala de aula, a alcançar as imensas massas trabalhadoras, mas também a massa dos burgueses e a massa dos intelectuais. Porque ninguém é de ferro! (sempre que puder no lugar do epíteto da Marta Suplicy, descontraia, porque descontrair é bom e faz bem para a alma).

Adendo Primeiro

No presente trabalho Adamir Gerson falou de Marx e Lênin como portadores de um pensamento limitado (para quem está no socialismo celestial ou Teologia do Reino), e foi esta limitação a causa da queda do socialismo. Avançou-se sociedade adentro, mas as forças da reação, criando anticorpos de defesa, pouco a pouco neutralizaram o seu remédio. Adamir Gerson vai expor um gráfico e na sua visualização o leitor terá intuição de que tal realmente pertence ao campo da metadilidade e não da totalidade (metadilidade quer dizer gameta, ao passo que totalidade, zigoto).

MATERIALISMO HISTÓRICO. COMUNA PRIMITIVA (K. Marx) – escravatura – asiatismo – feudalismo – capitalismo – Socialismo – COMUNISMO.

ESPIRITUALISMO HISTÓRICO. MONOTEÍSMO PRIMITIVO (W. Schmidt) – animismo – totemismo – fetichismo – politeísmo – Judaísmo – CRISTIANISMO.

Adamir Gerson concebe a fase teológica da História como sendo o “Ovário da História”, e a religião cristã o óvulo plenamente amadurecido e que no século I foi liberado; e concebe a fase materialista da História, que no movimento real da História, se iniciou com e a partir do Renascimento, como sendo o “Testículo da História”, e o socialismo o esperma formado e acabado no seu interior apto para a fecundação. O socialismo celestial é as Trompas de Falópio da História onde se dá o encontro do cristianismo e do socialismo. Nela se fundem o núcleo espiritual que Jesus fecundou em Paulo, no caminho de Damasco, e o núcleo material que Jesus fecundou em Marx no episódio em que a justiça prussiana julgou como ladrão aos camponeses pobres que retiravam lenha das florestas para aquecer suas casas contra o rigor do inverno, uma prática milenar. Aqui se fundem e se formam e migram para o ventre, para o ventre das grandes massas. (Mas, a partir de uma explanação acadêmica do Professor José de Paulo Neto, sobre Marx, que situa o aparecimento do socialismo científico em 1844, na publicação do livro Anais Franco-Alemão, uma coletânea de dois escritos que Marx escreveu em 1843, A Questão Judaica e Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, e que veio ao mundo neste fevereiro de 1844, e também no escrito que veio a seguir, ainda naquele ano de 1844, Manuscritos Econômico-Filosóficos – e não publicado por Marx senão que deixou o mesmo entregue à “crítica roedora dos ratos”, como dissera o próprio Marx – ora, como o professor José de Paulo Neto vê com grande alegria de espírito este ano de 1844, por conta das publicações e escritos de Marx, sentindo no espírito ter ocorrido neste ano de 1844 uma grande “cisão” histórica, não só epistemológica, mas em todos os ramos do conhecimento humano, na visão do professor José de Paulo Neto neste ano de 1844 a História virou uma página e começou a escrever uma nova, ora, como por estes dias uma imensa massa religiosa nos Estados Unidos e no Canadá, quinhentas mil, se vestiram de branco, de longas túnicas brancas, e foram aos montes para se encontrar com Jesus em sua volta gloriosa, que diziam voltaria neste outubro de 44 e viria para restaurar a terra, e como a restauração da terra, ao menos na sua base sócio-material, pela primeira vez na História apareceu neste ano de 1844, nos citados escritos de Marx, ora, muitos irão preferir este ano de 1844 como o momento em que Jesus, por iluminação agostiniana, tirou de si o seu material e a sua luta contra o Egito espiritual e fecundou no espírito de Marx. Lembrando que a restauração da terra, na sua base espiritual, se deu mesmo naquele momento em que a luz de Jesus reluziu sobre o judeu Saulo de Tarso, no caminho de Damasco, nascendo então a práxis da religião cristã. O que se deu mais tarde, com Lutero, foi o início da restauração daquilo que Jesus fecundara no espírito de Saulo de Tarso, e esta restauração teve consumação – o que Jesus fecundara de fato no espírito de Saulo de Tarso, naquele século I – no aparecimento do movimento pentecostal, em 1906, três anos depois do nascimento do comunismo moderno. Ora, como Lutero está inserido como tese, e o processo-Absoluto iria engendrar a antítese, talvez isto explique porque ela veio ao mundo através de um judeu luterano no caso Marx.

Acima Adamir Gerson expôs o Espiritualismo e o Materialismo Histórico como tendo sido o ovário e testículo da História, respectivamente. E são necessários a uma compreensão tanto da religião cristã como do socialismo, desde a sua gênese até a sua forma acabada. Mas óvulo e espermatozóide se destinam um ao outro, e há um terceiro lugar no corpo humano onde se encontram as Trompas de Falópio. Ora, se Adamir Gerson apresentou o Espiritualismo Histórico como sendo o ovário da História, e o Materialismo Histórico como sendo o testículo da História, por sua vez àquilo que corresponde às Trompas de Falópio ele tem chamado simplesmente de A História. Tomando o Espiritualismo Histórico como primeiro momento, o Materialismo Histórico como segundo momento, então agora Adamir Gerson vai apresentar o terceiro momento, que, se aqueles servem para uma compreensão particular do cristianismo e socialismo, este terceiro momento trará uma compreensão muitíssimo mais abrangente da História, quiçá englobando os dois momentos.

Ora, se no momento do Espiritualismo Histórico a sua base de origem, a sua idéia primeira, é o Monoteísmo Primitivo, que antropólogos como Wilhelm Schmidt sustentaram foi crença primeira da humanidade primitiva, a crença em um Deus em tudo similar ao Deus dos cristãos, só depois é que a humanidade passou a cultuar deuses que se identificam com os objetos do dia a dia; se no momento do Materialismo Histórico a sua base de origem, a sua idéia primeira, é a Comuna Primitiva que Marx sustentou foi a base econômico-social original, só depois é que surgiu as sociedades fundadas em classe, ora, no que diz respeito à História, ao terceiro momento do conceito que ora está sendo abordado, ele toma a descrição do Jardim do Éden como a sua base de origem, afirmando que todo o devir histórico não foi outro senão que para o seu retorno. De modo que Eva é a base do devir religioso-espiritual e Adão a base do devir político-material. O Jardim do Éden seria como uma semente, com os seus dois gametas, feminino e masculino, sendo Eva e Adão respectivamente. Segue os seus momentos que teólogos os identificarão como os momentos da Redenção.

PRIMEIRO MOMENTO. MOMENTO EVÍTICO TEOLÓGICO-ESPIRITUALISTA: Moisés/Abraão (Judaísmo)---> João Batista/Hillel (Essenismo) ---> PAULO/PEDRO (CRISTIANISMO).

SEGUNDO MOMENTO. MOMENTO ADÂMICO FILOSÓFICO-MATERIALISTA: Adam Smith/David Ricardo (Materialismo Inglês) ---> Proudhon/Saint Simon (Materialismo Francês) ---> KARL MARX/ENGELS (SOCIALISMO CIENTÍFICO).

Na sequência Adamir Gerson fará uma exposição do terceiro momento. Por ser sintético, e a síntese se dando em dois momentos, do primeiro momento para o segundo e do segundo momento para o primeiro, então neste terceiro momento Adamir Gerson apresentará estas duas linhas.

TERCEIRO MOMENTO. MOMENTO SINTÉTICO

LINHA EVÍTICO TEOLÓGICO-ESPIRITUALISTA SINTÉTICO: Karl Rahner/Rudolf Bultman (Teologia Humanista) ---> Rubem Alves/Gutierres (Teologia da Libertação) ---> REINO DE DEUS (50% LIBERDADE + 50% IGUALDADE = 100% FRATERNIDADE)

LINHA ADÂMICO FILOSÓFICO-MATERIALISTA SINTÉTICO: Soren Kierkegaard/Martin Heidegger (Existencialismo) ---> Rosa Luxemburgo/Horkheimer (Socialismo Democrático-Frankfurtiano) ---> COMUNISMO (50% IGUALDADE + 50% LIBERDADE = 100% FRATERNIDADE)

Na linha sintética o que de fato ocorre é um movimento de ascensão em que as duas linhas mutuamente se convergem, assim como a menininha e o menininho, crescendo, vão se convergindo até o momento da união em que então se tornam um só corpo, uma só carne, um só espírito. Não só Reino de Deus significa uma realidade superior e acima do Cristianismo como também o Comunismo representa uma realidade superior e acima do Socialismo. Quando o cristão cresce, amadurece, ele começa a se abrir na direção do socialismo até o momento em que penetra numa realidade nova, inteiramente nova, o Reino de Deus; e quando o marxista cresce, amadurece, ele começa a se abrir na direção do cristianismo até o momento em que penetra numa realidade nova, inteiramente nova, o Comunismo. Assim, esta realidade do referencial cristão é o Reino de Deus e do referencial marxista é o Comunismo. O Reino de Deus não é o mesmo cristianismo, como é crença generalizada entre os cristãos, mas o Reino de Deus só se manifesta quando o núcleo central do cristianismo, Paulo, fecunda o núcleo central do socialismo, Marx. De igual modo o Comunismo só se manifesta quando o núcleo central do socialismo, Marx, fecunda o núcleo central do cristianismo, Paulo. Não existe nem Reino de Deus e nem Comunismo fora desta descrição fornecida por Adamir Gerson. O que significa dizer que assim como o desenvolvimento da árvore esteve previamente na semente, nos seus dois gametas, de igual modo o conceito de Reino de Deus e de Comunismo esteve previamente tanto em Paulo como em Marx. Daí ambos ter falado tanto do conceito Reino de Deus como Comunismo. Os cristãos primitivos carregavam em oculto, impresso nos seus espíritos, o socialismo, e os marxistas carregavam em oculto, impresso nos seus espíritos, o cristianismo. E iria chegar o dia em que as duas instâncias aflorariam juntas no seu espírito. Há muito que falar sobre a questão, mas agora não é momento de tal ser abordado em pormenores, apenas adiantando que o movimento da História não é retilíneo, como é crença generalizada nos meios acadêmico-intelectuais – por conta do domínio avassalador do Materialismo Dialético, e antes dele do positivismo – e que tem levado os mesmos a dividir a História em passado, presente e futuro, emprestando grande valor ao presente por eles construído e devotando desprezo por aquilo que suas filosofias classificaram como “passado”, não, mas o movimento da História é literalmente curvo, percorrendo um arco de 360 graus sendo a fase teológica um meio arco de 180 graus, graus negativos, e a fase materialista um meio arco de 180 graus, graus positivos. Destarte, o movimento da História é o mesmo que a terra percorre em torno do sol, sendo Moisés o seu inverno, Paulo a sua primavera, Marx o seu verão, Lênin o seu outono, e tem chegado o tempo da Colheita (Apocalipse 14.15) quando os frutos do Reino serão colhidos e entregues a Jesus Cristo para que dê a cada um segundo a sua necessidade, de modo aqueles que receberão muito – medido pelo “gômor” – não terão sobra e aqueles que receberão pouco – medido pelo “gômor” – não terão falta (Êxodo 16.18).

É um fato que na quase totalidade dos pensadores o fenômeno religião é pensado como devedor de alguma coisa, ou ligado a alguma coisa ou apêndice de alguma coisa. É assim que ele aparece no Marxismo superestrutura de uma infra-estrutura. Reflexo desta infra-estrutura, o que significa que se a infra-estrutura modificar a religião também modificará assim como acontece com a sombra que muda de lugar e posição quando a terra muda de lugar e de posição. Mas no socialismo celestial, na Teologia do Reino, é pensado como possuindo existência própria. Existe à parte e por si assim como o óvulo existe à parte e em si, tendo relação com o espermatozóide, mas a partir de um mutualismo, em que efetuam trocas entre si. Ora, em 17 houve na Rússia a revolução proletária. Mudanças profundas se operaram no plano econômico e cultural, e quanto à religião previamente existente ela não sofreu nenhuma modificação, mas continuou a ser o que era por toda a existência da URSS sendo hoje o que foi ontem e anteontem e não acalentando nenhum interesse para ser amanhã o que não é hoje.

Está na hora dos homens acordarem que o fenômeno religião não é outra coisa senão o feminino da e na História, ao passo que o fenômeno política o masculino da e na História. E como tal seu destino último é a sua reconciliação para que a vida possa se manifestar. É verdade que no longo período da Idade Média religião e política estiveram unidas em um só corpo. A Cristandade. Mas foi uma união com jugo desigual, pois os reis e príncipes então não representavam a Jesus Cristo, nem na Idade Média, o catolicismo, e nem na Idade Moderna. Esta união iria ser possível e plausível somente no advento do socialismo; e então a religião cristã iria estar numa relação a quem de direito. Mais uma vez, o casamento do Cordeiro.

Adendo Segundo

No presente trabalho Adamir Gerson apresentou dois braços de História, o muito conhecido dos meios acadêmico-intelectuais, MATERIALISMO HISTÓRICO, e o braço um tanto desconhecido, Espiritualismo Histórico. Como os dois se prendem a aspectos da realidade, os mais importantes, todavia aspectos, incapaz de saciar o intelecto, então Adamir Gerson apresentou uma terceira História que é assim por dizer, O Corpo, uma História que imbrica e converge tanto o conteúdo do Espiritualismo Histórico como do Materialismo Histórico dando a eles o seu justo juízo de valor.

Apesar de que o terceiro momento de História é altamente esclarecedor, no entanto Adamir Gerson reconhece que muitas coisas estão obscuras e não contempladas ou esclarecidas. De modo que se faz necessário Adamir Gerson lançar mão de uma assim chamada Quarta História que a chama de A História do Filho. Assim, pois, a História apresentada Adamir Gerson a chama de A História do Pai, e esta quarta História de A História do Filho que agora, num esforço de parto, será abordada.

Ora, se a História do Pai a sua base de nascimento está no Jardim do Éden, e o escopo último da História é o re-aparecimento do Paraíso, no que diz respeito à História do Filho a sua base de nascimento é a Igreja de Atos. Se no Jardim do Éden havia uma harmonia de Adão e Eva em torno de um centro chamado Deus, na Igreja de Atos esta harmonia foi entre a igualdade espiritual e a igualdade material ambas girando em torno de um centro e sendo alimentadas por este centro simplesmente Jesus Cristo de Nazaré. De modo que é um fato que a Igreja de Atos deixou de existir, como deixa de existir toda semente, mas ela se transformou numa árvore, que no tempo certo iria dar suas flores, seus frutos, e, amadurecidos, então colhidos para o alimento do corpo e o alimento da alma.

Na Igreja de Atos está o protótipo do verdadeiro socialismo, que não nasce das necessidades do estômago, como o marxista, mas das necessidades do coração. O que fazia com que ricos vendessem suas propriedades e dessem o valor à comunidade para que fosse usufruído por todos, conforme a sua necessidade é porque estes ricos foram alcançados pelo poder transformador e regenerador do Evangelho. A igualdade que vivia a comunidade de Atos pode-se dizer era o Evangelho vivo e era a presença viva de Jesus Cristo, e na plenitude dos tempos a Igreja de Atos iria estar novamente presente, e agora não mais como um organismo privado e restrito-restringido, mas público, liberto, enformando e dando direção a toda a sociedade. Adamir Gerson vai elaborar gráficos na esperança de conseguir transmitir estas duas – História – que está a necessitar de acabamento e melhores esclarecimentos, e já com a consciência clara da necessidade do aparecimento de mais uma História, mais abrangente, que tenha também como conteúdo construções históricas não contempladas nestas, e Adamir Gerson está falando do Islã, do Budismo, do Hinduísmo, do Confucionismo, do Xintoísmo, e etc.

Antes, porém, se faz necessário este esclarecimento: Adamir Gerson concebe o Concílio de Nicéia como o momento em que a Igreja fecundada no coração da História começou a germinar como germina a semente plantada na terra, para dar seus frutos. Adamir Gerson concebe o Concílio de Nicéia como o momento em que a Igreja se transformou na Árvore do Reino que iria dar suas flores, seus frutos, e então colhidos pelos ceifeiros do Reino. Apesar de que muitos teólogos cristãos, protestantes e católicos, concebem Constantino como um momento negativo na História da Igreja, em certos sentidos sim, do referencial positivista, da letra, do juízo humano, mas do referencial metafísico, do espírito, da revelação, um momento necessário para que Eva um dia re-encontrasse o seu Adão, nos seus altos e baixos, um momento necessário para que a escravatura se convertesse em feudalismo, este em capitalismo, este em socialismo. Ora, um fato dos dias modernos ajuda a conhecer melhor o Concílio de Nicéia. Pois que, o papel de Constantino foi re-editado por outro personagem histórico, Gorbatchov, tido pelos marxistas como traidor do socialismo e o momento em que o socialismo voltou a se revolver na lama do capitalismo (aqueles afirmam que a Igreja a partir de Constantino voltou a se revolver na lama do paganismo). Não obstante, Gorbatchov foi de suma necessidade para que os marxistas, transitando pela estrada do Espiritualismo Histórico – MONOTEÍSMO PRIMITIVO (W. Schmidt) – animismo – totemismo – fetichismo – politeísmo – Judaísmo – CRISTIANISMO – e não mais pelo que escreveu Feuerbach, Bruno Bauer ou Max Stirner, e nem mesmo pelo que escreveu Marx, Lênin ou Mao sobre o assunto, pudessem então ir corrigindo as suas imperfeições, tornando-se perfeitos ao descobrir e encontrar-se com Eva, com a Igreja de Jesus Cristo (a partir de Constantino tornou-se possível aos cristãos transitar a estrada do Materialismo Histórico, e, então, se livrando das imperfeições, descobrir e encontrar-se com o seu Adão, com a política de Jesus Cristo. COMUNA PRIMITIVA (K. Marx) – escravatura – asiatismo – feudalismo – capitalismo – Socialismo – COMUNISMO).

A HISTÓRIA DO PAI. IDÉIA-SEMENTE (Jardim do Éden. Gameta Feminino: Eva. Gameta Masculino: Adão). TESE. BOTÃO - INVERNO (Moisés /Judaísmo) ---> FLOR- PRIMAVERA (Paulo / Cristianismo) ---> ANTÍTESE. FRUTO VERDE - VERÃO (Marx / Socialismo) ---> FRUTO MADURO – OUTONO (Lênin / Revolução) ---> SÍNTESE HETEROGÊNEA (SOCIALISMO DEMOCRÁTICO / Rosa Luxemburgo – ESCOLA DE FRANKFURT / Horkheimer) ---> SÍNTESE HOMOGÊNEA. SOCIALISMO CELESTIAL. MILÊNIO. COLHEITA (Elias Restaurador) ---> PARAÍSO RESTAURADO. PÓS-MILÊNIO. USUFRUTO DA VIDA. A VIDA ETERNA. JESUS

A HISTÓRIA DO FILHO. IDÉIA-SEMENTE (Igreja de Atos. Gameta Feminino: Igualdade Espiritual. Gameta Masculino: Igualdade Material). TESE SÓCIO-ESPIRITUAL: João Wicliffe – Martin Lutero – William J. Seymour---> ANTÍTESE SÓCIO-MATERIAL: Leão XIII – João XXIII – Papa Francisco ---> SÍNTESE HETEROGÊNEA (TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO / Leonardo Boff-Frei Beto – MISSÃO INTEGRAL / Renê Padilha-Ariovaldo Ramos) ---> SÍNTESE HOMOGÊNEA. IGREJA DE JESUS CRISTO RESTAURADA, com todas as igrejas cristãs, as que estão no Oriente, as que estão no Ocidente, proclamando, com a espada de Jesus Cristo, de fio duplo, cortando dos dois lados, contra os pecados espirituais de Sodoma-Paganismo, contra os pecados materiais do Egito-Capitalismo, que o corpo da mulher é Templo do Espírito Santo. Ninguém tem o direito de explorá-lo, de profaná-lo; e, dando um giro de 180 graus, trazendo o outro lado da espada, fazendo a mesma proclamação, que o trabalho do Trabalhador é Templo do Espírito Santo. Ninguém tem o direito de explorá-lo, de profaná-lo. O que passar disto e o que não chegar a isto não terão a autoridade de ir às árvores da vida e não obterão entrada na Cidade pelos portões dela, e é este o tempo em que tal seria aniquilado para dar lugar ao que é Completo, Jesus Cristo, que corrige Sodoma, as concupiscências da carne, mas também o Egito, as concupiscências do dinheiro, preparando assim o caminho para a Nova Jerusalém. Aqui findam as palavras de Adamir Gerson deixando espaços abertos para que outros também coloquem suas palavras, e aquilo que ainda é parto possa então se consumar; e, nascendo, então, enfrentar o dragão, e vencer o seu império, os seus múltiplos tentáculos (Daniel 2.35), até o completo estabelecimento do reinado de Jesus Cristo.

“Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a própria glória de Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá a sua própria glória. E nações hão de ir à tua luz e reis á claridade do teu raiar”, Profeta Isaías


Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria /Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter /Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora /É o que me faz viver /Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera /Ser o verão no apogeu da primavera/ E só por ela ser”