quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Governo do Reino - PAREPAR


O GOVERNO DO REINO  PAREPAR
“Menino Deus / Quando a flor do teu sexo / Abrir as pétalas para o universo / E, então, por um lapso se encontrará nexo / Ligando os breus, dando sentido aos mundos / E aos corações, sentimentos profundos / De terna alegria no dia do Menino Deus (...) De todos os lugares, vinham aos milhares, e em pouco tempo eram milhões / Invadindo ruas, campos e cidades, espalhando amor aos corações / Em resposta o céu se iluminou / Uma imensa luz apareceu / Tocaram forte os sinos, os sons eram divinos / A paz tão esperada aconteceu / Inimigos se abraçaram, e juntos festejaram: o bem maior, o amor, a paz e Deus” Caetano Veloso e Roberto Carlos.

Em toda a Escritura é algo mais que comum encontrar-se que o escopo da História é o Governo do Reino. No episódio do Jardim do Éden o mundo passou a estar sob o domínio do Maligno, mas ao final, depois de muitas lutas e de muitas batalhas, Deus iria reavê-lo. Destarte, o mundo se acha sob governos vários, mas ao final o Governo do Reino triunfa sobre todos eles com este triunfo sobre governos vários se achando na descrição da pedra que foi arrancada do monte, sem mãos, e feriu a estátua, reduzindo os seus vários membros a pó com este grande triunfo efusivamente comemorado no céu com vozes altas, dizendo: O reino do mundo se tornou o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre (Daniel 2.35; Apocalipse 11.15). É um novo mundo, uma nova sociedade, em que nela não há mais a presença da exploração de uns sobre outros, não há mais a presença de parasitas econômicos, e não há mesmo a presença de indivíduos com a idéia fixa de subir na vida ou galgar status sociais, pondo os dois pés sobre ombros próximo-frágeis ou passando por cima de cadáveres. O governo que surge agora é novo, novíssimo, a completa negação dos governos que atuaram ao longo do tempo e da História, e agora ninguém mais busca a vantagem para si senão que para o próximo, como muito bem se acha assentado em ICoríntios 10.24.

Vejamos esta descrição que se acha no profeta Isaías: Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. E o profeta Isaías prossegue descrevendo de como seria a vida nesta nova terra: E hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Isaías 65.17-25.

A parábola de Mateus 20 foi concebida por Jesus a partir desta visão de Isaías. Isaías viu uma terra paradisíaca, sem divisões sociais, de absoluta igualdade, e tal inspirou Jesus a tecer um comentário de como seria o futuro “reino dos céus”, em que os homens receberiam não de acordo o número de horas trabalhadas, mas segundo as suas necessidades, com o número de horas trabalhadas sendo segundo as suas necessidades.

O livro do Apocalipse trás já o Governo do Reino exercendo seu domínio, apresentando o resgate daqueles que construíam, mas não tinham onde morar; plantavam, mas não tinham o que comer; trabalhavam, mas não usufruíam do trabalho de suas próprias mãos: (...) Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de água da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.

O Governo do Reino iria se manifestar em dois momentos distintos, da Lei e da Graça. Como Lei e como Graça. Segue abaixo um gráfico um tanto rudimentar para sintetizá-lo com o mesmo podendo ser enriquecido por pessoas com idéias afins:

LEI. KARL MARX (O CAPITAL) – LÊNIN (Ditadura do Proletariado) ---> GORBATCHOV (Socialismo Democrático) ---> SOCIALISMO CELESTIAL.

GRAÇA. LEÃO XIII (RERUM NOVARUM) – TEOLOGIA HUMANISTA (Democracia Cristã) ---> TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO (Gramsci-Petismo) ---> TEOLOGIA DO REINO.

Antes de prosseguir é preciso esclarecimento porque o Governo do Reino se manifestaria em dois momentos, da Lei e da Graça. Vamos ao esclarecimento deixando de lado a “Lei da Palmada” do Lula e sua imensa “sabedoria filosófica” como chegou a reagir algum dia Frei Beto e Marilena Chauí, com um reitor francês, impressionado com discursos eivados de retórica messiânica, indo mais além: Lula não somente vai redimir o Brasil como a terra inteira.

Onde há fumaça há fogo. Como todos os conceitos se manifestam aos pares, macho e fêmea (não o par antitético de Heráclito, que se estagnou nos meios acadêmico-intelectuais, mas o par sintético “de Parmênides”. A dialética é uma ponte para a metafísica, e quando visto assim, tem-se diante de si outra metafísica, não a da torre de marfim, mas uma nova, que desceu aos profundos da caverna e, dialeticamente, fez subir dali os seus prisioneiros, tanto os que ocupam a sua boca de entrada, vendo as sombras das coisas reais e verdadeiras que se movem fora, como os que estão nos seus profundos, naquele lugar em que não entra nenhuma luz e seus habitantes têm de convier com o intenso cheiro de mofo. Não só uma nova metafísica, Metafísico-Sintética, como uma nova dialética, Dialético-Sintética, pois que são o conteúdo do processo e o processo se expressa por elas. É a sua linguagem. É verdade, nem mais Heráclito nem mais Parmênides senão o seu ajuntamento numa realidade maior, que podemos dizer é Hegel, mas em vias de superação, porque a Síntese que está em Hegel é a heterogênea uma síntese que privilegia um dos pólos – como a social-democracia privilegia o pólo capitalismo – e que é caminho para a Homogênea, a completa imparcialidade e isonomia entre os pólos. Destarte, um botão que se abriu em flor. E neste momento a História retorna absolutamente para o livro do Gênesis, ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e, tendo agora nas mãos um novo Adão e uma nova Eva, a posteriori, que se enriqueceram em todo o processo histórico, eis na terra o início do período milenial, a longa caminhada da restauração de todas as coisas).

Prosseguindo. Bem, como todos os conceitos se manifestam aos pares, macho e fêmea, por conta do movimento do Absoluto, que é curvo, 180 graus negativos, 180 graus positivos, sintetizadas em um círculo de 360 graus – e é aqui que reside o grande mistério de Hegel por dizer que a História se repete duas vezes, com a intervenção de Marx na questão também tendo a sua razão de ser, embora esta sua intervenção não sido a da Ciência senão que a de Hegel (Ou a Ciência deva endereçar a Marx o mesmo apreço que endereçou a Hegel? Afinal, não só Marx e Hegel devam ser das duas asas do Absoluto, das suas múltiplas asas, infinitas asas, com as quais voa e plana o corpo no azul do céu, nada escapando à sua visão de 360 graus, como o burguês, naqueles dias, rapando com um caco as misérias que Tiago lançou sobre eles (5.1), com o caco de Jó (e espera-se esta reflexão por parte do burguês), pois Deus não faz acepção, se aprisionou com Nabucodonozor, libertou com Ciro, ora, naqueles dias o burguês, lançado ao pó da terra, vagando de um lado a outro com as mãos vazias (Lucas 1.53), faminto como aquele que deixou faminto – pois tem esmagado, tem abandonado os de condição humilde; tem arrebatado a própria casa que não passara a construir, Jó 20.19 – então clamou irreverente: Moisés foi uma farsa, e o Lênin, uma tragédia, tendo a devida resposta imediatamente após o ano de 1978, divisor de eras, o antes de 1978, o depois de 1977, quando Adamir Gerson, se apoiando nos ombros de Hegel, reverente, clamou sem deixar qualquer margem a duvida: Moisés libertou um povo, Lênin os povos! Bem, nada impede que aquele fenômeno que ocorreu com Saulo de Tarso no caminho de Damasco quando foi fulminado pela luz de Jesus e derrubado do seu cavalo, se tornando então em um novo homem, que deixou de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida, nada impede que aquela mesma luz reluza sobre Lula e o fulmine, transformando-o por completo e fazendo dele um novo homem, que deixou de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida; e, como o anjo de Apocalipse 14.6, então andar a terra inteira com as boas novas do Governo do Reino nascendo no Brasil, agregando as gentes, as gentes que estão nas Américas, e as gentes que estão em África, e as gentes que estão em Ásia, e as gentes que estão no Oriente Médio, as gentes da Europa e das ilhas dos mares. Isto explicaria porque Lula segredou a Leonardo Boff carregar a missão do Messias brasileiro e tal revelação levou Leonardo Boff à reflexão? Bem, se esta intuição é plano divino, então o que se acha em potência um dia se revelará como ato, mesmo porque as profecias estão para se cumprir, e Deus as cumpre através de homens e mulheres que escolheu e capacitou. Talvez tenha sido por isto que o barco que comanda Lula, navegando em um mar de águas revoltas, seguido por animais marinhos à espreita de um bocado de carne, ora, talvez tenha sido por isto que não obstante o barco ter jogado ao mar marujos e até marinheiros experientes, que não tiveram no que se segurar – nos intervalos em que as águas revoltas vomitavam um enxofre ainda maior – que Lula, grudado no leme, tem conseguido sobreviver.

Prosseguindo. Bem, há cerca de dez anos Adamir Gerson fez um trabalho e nele abordou as fases em que o pai educa o filho. A fase de infância e a fase adolescente.

Na fase de infância o pai educa o filho lançando mão da palmada. Nesta fase de idade o pai dizer: não faça isto, não vai adiantar, porque a criança não tendo a sensibilidade desenvolvida, para distinguir o certo do errado, não tem noção de que aquele ato que pratica é um mal. Vai lhe trazer mal. Mas quando o pai lança mão da palmada então a criança aprende a deixar de fazer precisamente aquilo. Ela associa a dor da palmada com o ato que está fazendo e, com medo da dor, então deixa de fazê-lo. Mas quando a criança cresce e entra na sua existência adolescente a educação pela palmada torna-se desnecessária e o que agora é necessário é o diálogo, é a conscientização do jovem. E o jovem, com a consciência desenvolvida, então consegue perceber o que é certo e o que é errado ao ouvir a explanação da Palavra. Caso nesta fase de idade o pai, para que o filho passe da existência adolescente para a adulta, lance mão de um porrete para fazê-lo compreender, não vai funcionar. Pior, o filho agora tão forte como o pai, ou mais forte que ele, fatalmente tomará o porrete de sua mão e voltará o mesmo contra as suas têmporas.

O que Adamir Gerson escreveu a cerca de dez anos, antes de “entrar em vigor” a Lei da Palmada, ilustra bem os dois momentos em que o Governo do Reino iria se manifestar, da necessária Lei para a necessária Graça. E estes momentos são a priori, inerentes ao movimento do Absoluto no seu longo calvário para transformar a Idéia Absoluta em Espírito Absoluto. Corresponde ao necessário inverno preparando as condições para a necessária primavera.

A ilustração apresentada, o caminho necessário do educar, explica porque a Encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, promulgada em 1891, não surtiu efeito nos capitalistas de então. Não obstante o apelo papal os capitalistas continuaram com a sua brutal exploração dos trabalhadores que eram tão oprimidos ou até mesmo mais que os escravos hebreus no Egito que suscitou a indignação, ira e reação de Javé. As palavras do Papa Leão XIII não surtindo efeito então se fez necessário a Palmada, a Ditadura do Proletariado, que, a partir de então, forçou os capitalistas da terra inteira a tratar melhor os trabalhadores. A conceder-lhes direitos trabalhistas inimagináveis no final do século XIX, apesar de que aqui e acolá os tais ainda persistem, o caso do economista brasileiro naturalizado norte-americano Armínio Fraga que disse que o salário mínimo no Brasil estava muito alto, e já agora a australiana Gina Rinehart, achando estar vivendo o século XIX, cometeu o disparate por afirmar que prefere os trabalhadores africanos que não oneram em nada a folha de pagamento.

A linha do Governo do Reino pelo lado da Lei, que nasceu com Marx e Engels, saiu do implícito ao explícito com Lênin e Trotsky, se estruturou com Stálin e Molotov, e, não obstante ter produzido seus frutos, os frutos que Jesus disse produziriam (Mateus 21.43), acabou por entrar no ocaso, Gorbatchov, ora, muitos tiveram a sensação, e chegou a afirmar mesmo, que este devir histórico foi negativo, retrocesso, para a restauração do capitalismo. Do ponto de vista positivista, da letra, do instante fotográfico, não há como negar e o capitalismo reinstalado no Leste europeu e Rússia estão aí para confirmar. Mas a História é feita pela Metafísica e não pelo positivismo; a sua essência é a Presciência e não o acaso das experiências históricas. De modo que precisamente agora, do referencial Metafísico, Adamir Gerson está a afirmar que este devir histórico na verdade era positivo. Tratou-se da evolução de uma idéia. Não obstante não ter sido percebido pelos homens, pelos seus vetores históricos, todavia era a Lei se transformando na Graça. A Ditadura do Proletariado se convertendo no conceito novo de Democracia de Jesus que um dia se inauguraria na terra a partir do país Brasil com os espíritos maduros e amadurecidos defenestrando de si o conceito de democracia adjetivado, a burguesa, mas também a proletária, abraçando o conceito de democracia substantivado, a Democracia, que levando os injustos à prudência dos justos, de forma ininterrupta, permanente, acabará por instaurar o reino da justiça e o seu domínio absoluto. É verdade, foi mesmo um movimento ascensional, se encaminhando na direção da graça, a um patamar que então se fazia necessário para que a revolução não estagnasse, não ficasse sem objeto e sem objetivo, que já rondava fortemente, mas prosseguisse com o seu trabalho libertador, num primeiro momento a libertação dos trabalhadores oprimidos pelo capitalismo, mas num segundo momento a libertação da inteira humanidade, incluso os próprios capitalistas que são depositários e compartilham da alienação geral, pois, deveras, todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, evidentemente que o conceito de emancipação só se realizando em si e a si numa relação última com Deus, com a sua ética e a sua moral revelado. As emancipações eram o calvário da Emancipação na sua emancipação. É verdade, uma libertação que iria do particular ao universal. E necessário se fazia um novo alicerce teórico para além, muito além, do que então tinha sido elaborado por Marx e epígonos. Assim sendo, necessário se faz anunciar: Gorbatchov não foi um Judas Iscariotes, como julgado pelas almas não dialéticas, sem contato com o Gestor Histórico (Daniel 4.17) senão que entregues a especulações imanentistas (Jeremias 10.23), mas João Batista. O Judas Iscariotes realmente existiu, mas chamou-se Borys Yeltsin e não Gorbatchov. Colocando os pingos nos i.

Este movimento da Revolução, aparentemente tendo encontrado a morte em Gorbatchov, apenas foi uma repetição do movimento de Jesus. Jesus tomou o rumo de Jerusalém. E seus discípulos quiseram que partisse da cidade, pois apenas iria encontrar a morte. Mas Jesus permaneceu nela. Estava entregue e era guiado pelos desígnios do Pai. Entendia a necessidade da sua morte. Estava em um corpo mortal, todavia carregando em oculto um segundo corpo, o do Ressuscitado, quando então iria atrair a si todos os homens, destravando a História e a pondo em movimento, de modo que se fazia necessário passar pelo calvário da morte para que as condições possibilitassem a manifestação do segundo corpo. Muitos se regozijaram e bateram palmas com a morte de Jesus, mas a morte de Jesus foi aparente, com ele emergindo em um novo corpo, branco, incorruptível, não mais sujeito á morte e ao opróbrio dos homens. Os que se regozijaram e bateram palmas pela queda do socialismo, enviando presentes uns aos outros (Apocalipse 11.10), porque este, no tempo antropológico, como aquele, no tempo teológico, atormentava os que moram na terra, ora, os tais vão se surpreender (Apocalipse 11.11), pois em breve ele se levantará, e agora em um novo corpo, branco, incorruptível, não mais sujeito à morte e ao opróbrio dos homens, o corpo de Daniel 2.44.

Ora, se todo o devir histórico da linha da Lei, partindo de Marx, foi que o judeu Marx estava se metamorfoseando no judeu Jesus, encaminhando-se na direção do Cristianismo, e marxistas como Ernst Bloch e Antônio Gramsci tiveram esta intuição, lampejos assim se acendeu ao menos no espírito de Ernst Bloch, a verdade é que todo o devir histórico da linha da Graça foi que o Cristianismo estava cada vez mais se abrindo na direção do socialismo. A Teologia Humanista tergiversou nesta escolha, sem clara consciência do que fosse o socialismo marxista – daí um dos seus luminares, Jacques Maritain, ter se referido a Teilhard de Chardin como “moeda falsa”, porque este não teve a menor dúvida ser o socialismo, no conjunto de sua obra, ato da Providência, o amor de Deus aos homens (também pelos resultados de sua paleontologia) – mas esta escolha adquiriu contornos nítidos na Teologia da Libertação que ao ter alargado os seus horizontes teológico-intelectuais tornou inseparável o socialismo da Palavra de Deus. E o resultado é que as duas linhas, evoluindo, amadurecendo, e convergindo entre si, iriam se encontrar tendo o encontro de gametas, e, deste encontro, nascendo então um novo homem, um novo socialismo, de feições hiper-humanas, generoso, e inclusivo de tudo e de todos. A Luta de Classe como motor da História então iria dar lugar à Luta de Transformação de Classe, o ódio revolucionário iria dar lugar ao amor revolucionário, a luta armada iria dar lugar à evangelização, o livro O Capital como fundamento do socialismo e guia da revolução iria dar lugar à Bíblia, o fuzil iria dar lugar ao giz, a escrever nos corações uma nova História, um novo tempo, em que os homens finalmente se reconheceram e se relacionaram como homens e não mais como lobos. A sociedade tomou o lugar da matilha.

É comum ouvir-se que já a Encíclica Rerum Novarum, de 1891, escrita pelo Papa Leão XIII, já foi uma tentativa de reação ao comunismo marxista. E que todo o posterior engajamento político dos cristãos foi uma tentativa desesperada de não perder o rebanho, em especial após a vitória avassaladora do comunismo sobre o nazismo e o fascismo e a sua expansão territorial. O advento do comunismo fez com que os cristãos se despertassem politicamente trabalhando a sobrevivência.

Como já falado, não resta menor dúvida que do ponto de vista positivista, da letra, isto foi uma verdade. A própria Teologia da Libertação sub-repticiamente trabalhava para construir um socialismo sem os marxistas. E é notório Frei Clodovis Boff que no início da década de 80 ao ter trabalhado para a criação do Partido Cristão objetivava com o mesmo construir o socialismo unicamente a partir e com o povo cristão. O povo cristão era suficiente e bastava. Mas, como já falado, do referencial metafísico, do espírito, já a Encíclica Rerum Novarum foi presciência de Deus. Desde 1843 e 1844 Deus começou a trabalhar com Marx, na criação da linha da Lei. Mas não tinha um fim em si mesmo senão que era propedêutica. Iria se esgotar e no seu esgotamento as forças das trevas iriam novamente abundar. Então o Deus que fez com que houvesse gêmeos no ventre de Rebeca começou a trabalhar a criação da outra linha, da linha da graça, já a partir daquele final do século XIX. E no tempo certo todo o espólio da revolução se passaria para suas mãos. Destarte, a Igreja iria ouvir o chamado, o Grande Chamado: Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a própria glória de Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá a própria glória.

E este encaminhar-se da Igreja na direção da revolução para a derrubada de muros iria ser feito não na mediação da Teologia Humanista ou mesmo da Teologia da Libertação, desconhecendo as dádivas da conversão que a presciência e o amor de Deus reservaram aos marxistas (Isaías 66.15; Mateus 25.40; Apocalipse 14), mas da Teologia do Reino novo pensar teológico-filosófico, nova filosofia da História. A Igreja iria acordar-se que o socialismo é a sua outra metade, não só o que a torna perfeita como ela torna perfeito aquele. Na mútua complementação iria deixar de ser parcial para se levantar no que é completo (ICoríntios 13.9-10). E este ir ao encontro dos filhos de Marx por parte da Igreja e esclarecê-los da sua natureza divina é mesmo estar realizando o esforço pedagógico do Justo Juiz, como são as imagens de Mateus 25.40. Destarte, na mediação da Teologia do Reino então a Igreja iria vestir-se de linho fino, resplandecente e puro, pois o linho fino representa os atos justos dos santos. São estes os dias do Casamento do Cordeiro. E ele me diz: Escreve: Felizes os convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro. E ele me diz também: Estas são as palavras verazes de Deus. Apocalipse 19.6-10.

E vale acrescentar, para que as mentes tenham uma compreensão clara da passagem da linha da Lei para a linha da Graça e compreenda este escopo, a Igreja dirigir-se ao Socialismo para ser um só rebanho e ter um só pastor. Ora, foi falado que marxistas como Ernst Bloch e Antônio Gramsci representaram elo de transição entre a linha da Lei e a linha da Graça. Ao grosso modo, a Escola de Frankfurt foi esta linha de transição, ponte entre a imanência e a transcendência, entre religião e política, enfim, ponte entre a religião cristã e o socialismo. Ora, esta ponte de ligação é uma repetição histórica da ponte de ligação que houve entre o judaísmo e o cristianismo. Os essênios fizeram no passado o que a Escola de Frankfurt fez no presente. Homens como Ernst Bloch e Antônio Gramsci fizeram no presente o que Hillel e João Batista fizeram no passado homens que principiaram a se afastar de Moisés para chegar a Jesus, ao Cristo.

João Paulo II e Papa Francisco

Houve uma constatação geral de que o Papa João Paulo II foi um Pontífice que dedicou toda a sua ação pastoral para o fim do comunismo. Apesar de que João Paulo II foi um homem que elogiou Fidel Castro e teve palavras inefáveis sobre Che Guevara, não obstante, a essência do Pontificado de João Paulo II foi mesmo para o fim do comunismo. Não por acaso que depois de muito tempo de Papa não italiano se buscou em um país comunista um religioso para ocupar este cargo.

Mas a ação de João Paulo II deva ser vista como ação de Deus. Chegara o tempo da revolução se passar da linha da Lei para a linha da Graça assim como chega o tempo da estação do inverno se passar para a estação da primavera ou o fruto verde se tornar fruto maduro. E necessário se fazia a desconstrução do socialismo real, que naquela altura já era um organismo cansado, não por conta das denúncias de Krushev e nem por conta das previsões de Trotsky, tampouco por conta da improdutividade de Brejnev, mas por conta da limitação do pensamento de Marx e Lênin. O juízo que Paulo dirigiu ao cristianismo, parcialidade histórica, serve também ao Marxismo. Longe de ser uma totalidade, como foi visão de Sartre, o Marxismo é na verdade uma metadilidade carregando no seu grande corpo teórico uma região de luz, mas também uma região de trevas parte integrante das “densas trevas” que segundo o profeta Isaías iria cobrir a terra. Destarte, uma parcialidade histórica que forma um par com o cristianismo, e, embora não soubessem, também estava exposto ao aniquilamento que Paulo vaticinou um dia alcançaria o cristianismo para o que era totalidade de fato pudesse se manifestar e ocupar o seu espaço na História. E, então, no lugar de seres cindidos, anfíbios, tergiversando entre o bem e o mal, pudesse se manifestar um novo homem, em luta permanente contra Sodoma e em luta permanente contra o Egito, até que a Nova Jerusalém tomasse o lugar desta cidade de pecado (Apocalipse 11.8).

Ora, não há nenhuma contradição entre o Papa João Paulo II, em luta aberta contra o comunismo, e Papa Francisco dizendo que a mensagem do comunismo é a mensagem do Evangelho; que os marxistas no fundo são cristãos e não sabem, e, com isto, levando os católicos a uma reflexão diferente sobre o socialismo. É Deus começando o andar da nova linha revolucionária da graça. (Papa Francisco sem o saber parece estar efetuando um diálogo firme, construtivo nas duas direções, com Ernst Bloch para o esclarecimento de algumas coisas pertinentes. Porque Ernst Bloch concebeu o cristianismo e o socialismo como sendo o mesmo corpo. O que os diferia foi que a História providenciou ciência para o cristianismo. Então este se levantou como socialismo. De modo que para Ernst Bloch se tirar a ciência do socialismo o que fica é o cristianismo. Papa Francisco parece ter tido uma intuição (revelação) muito próxima da de Ernst Bloch: se tirar do socialismo o ateísmo e o conseqüente materialismo o que fica é o cristianismo, o Evangelho. Logicamente que tanto o juízo de Ernst Bloch como agora o de Papa Francisco ainda não é o juízo da Ciência, a sua luz a esclarecer toda a questão, mas, sim, da pré-Ciência que prepara a visão para suportar a luz do sol. Pouco a pouco iremos avançando na direção da Ciência a esclarecer à exaustão toda esta grandiosa questão, até mesmo a necessidade ontológica do ateísmo e materialismo marxistas que sem eles seria impossível o cumprimento da escatologia sofonômica (Sofonias), que seria propedêutica à escatologia isaítica (Isaías), assim como no fundamento tipológico a ação de Nabucodonosor contra Judá foi propedêutica, e esteve em íntima ligação, à ação de Ciro contra Babilônia).

E vale este importante esclarecimento: no presente trabalho Adamir Gerson tem apresentado Gorbatchov como tendo sido um Novo João Batista. O seu papel histórico foi o de João Batista. Mas João Paulo II foi também João Batista. Novo João Batista. De modo que Adamir Gerson colocou a ambos no seu devido lugar por dizer que Gorbatchov foi João Batista, mas João Batista Menor, ao passo que João Paulo II, o personagem de Daniel 4.13, João Batista Maior.

E João Paulo II foi João Batista Maior porque a sua ação tanto foi no âmbito político como no religioso. Da mesma forma que o Marxismo era limitado, se movendo em estreitos limites epistemológicos, de igual modo a Teologia da Libertação padecia e era depositária das mesmas limitações. Não só acima do Marxismo havia o Governo do Reino para se manifestar (bem entendido, Governo do Reino SEGUNDO A GRAÇA, pois o Marxismo também foi Governo do Reino, mas segundo a Lei), e necessário se fazia a sua remoção, como acima da Teologia da Libertação havia a Teologia do Reino para se manifestar, e necessário se fazia a sua remoção. Ora, se no Governo do Reino o que se dá é a reconciliação entre cristianismo e socialismo, entre os filhos de Jesus e os filhos de Marx, sendo então uma só carne, um só espírito (João 10.16), na Teologia do Reino o que se dá é a reconciliação entre a Teologia Humanista e a Teologia da Libertação. Uma reconciliação entre os pares Karl Rahner-Rudolfo Bultmann e Rubem Alves-Gutierrez. A Teologia da Libertação concebeu a Renovação Carismática como tendo sido elaborada pela CIA americana e despachada para o Brasil para aqui combater a práxis política da Teologia da Libertação. E empregou o mesmo juízo ao Pentecostalismo que, na visão da Teologia da Libertação, naquele ano de 1910 foi enviado ao Brasil para aqui combater o marxismo que então ganhara corpo no ano de 1903, na votação em Londres que dera vitória ao Lênin e ao radicalismo revolucionário. Mas a Teologia do Reino afirma que esta foi visão positivista e não metafísica; juízo da carne e não do espírito, porque o criador da Renovação Carismática – e por extensão do Pentecostalismo – não foi a ideologia americana, mas o próprio Deus. E a enviou ao Brasil não para ocupar o lugar da Teologia da Libertação, como pensado e afirmado na época, mas para reforçar a sua luta de libertação. Pois quê, uma libertação sem o fundamento espiritual é deitar vinho novo em odres velhos, cedo ou tarde os odres se rebentarão derramando todo o vinho, o que aconteceu com o socialismo no Leste Europeu e aconteceu no Brasil com o Partido dos Trabalhadores.

Mais, Adamir Gerson funda o nascimento da Renovação Carismática no próprio Concílio Vaticano II. Concebe o Concílio Vaticano II como tendo sido o ventre de Rebeca a gestar seu Esaú e seu Jacó. Das suas entranhas nasceu o seu primogênito, a Teologia da Libertação, o seu Esaú, o vermelho Esaú, nascendo, é verdade, mas já tendo Jacó agarrado ao seu calcanhar. Como Jacó que veio a ocupar o lugar de Esaú assim ocorreu com a Renovação Carismática que hoje domina o coração e as mentes do povo católico.

Mas, o relacionamento de Esaú e Jacó se deu em dois níveis, o antitético e o sintético. O antitético foi quando Esaú perdeu a primogenitura para o irmão. Para ele um prato de lentilha valia mais que as bênçãos que acompanhavam a primogenitura. E o relacionamento sintético foi quando Esaú, ouvindo que o irmão voltava da casa de seu tio Labão, então aprontou uma força militar e foi ao seu encontro com Jacó e Esaú se encontrando em Maanaim que quer dizer: encontro de dois acampamentos! E quando Jacó ia, e quando Esaú ia então Deus começou a trabalhar nos seus corações e nas suas mentes, de modo que quando Esaú avistou o irmão correu, não para lhe fazer mal, mas para abraçá-lo. E pela interpolação de Deus, na sua mediação, naquele dia Esaú recebeu bem a Jacó e Jacó viu a face de Esaú como a face do próprio Deus.

É fato que tanto cristãos e marxistas, e Teologia da Libertação e Renovação Carismática, tiveram o seu relacionamento antitético, mas estão próximo, muito próximo, de terem o relacionamento sintético, quando o Esaú Marxismo-Teologia da Libertação receberá bem ao Jacó Cristianismo-Renovação Carismática e este Jacó verá a face do Marxismo e da Teologia da Libertação como tendo visto a própria face de Deus.

E no relacionamento sintético eis que deixarão de ser uma realidade parcial para ser o completo de ICoríntios 13.10. Deixarão de ser Jacó e Esaú para agora ser Isaque! (1) O que significa dizer que a Teologia da Libertação fará seu trabalho libertador a partir das massas carismáticas. As massas carismáticas amadurecendo acabarão por liberar o “óvulo” da essência cristã, o amor ao próximo, e então a Teologia da Libertação cuidará em fecundar este óvulo das idéias socialistas aflorando nas massas carismáticas o socialismo com as massas carismáticas, e agora em íntima união com as massas evangélicas, como trabalhadores do Reino, se lançando ao trabalho da sua construção. Não como um exército de guerrilheiros empunhando na mão o fuzil, que segundo os marxistas, só ele funciona, mas novo exército de guerrilheiros (Joel 2; Apocalipse 9.13), empunhando em uma das mãos o poder transformador e regenerador do Evangelho e na outra o giz, não o giz vermelho de Paulo Freire, mas o giz branco, aquele com o qual Jesus escreveu na areia e ao escrever tanto transformava uma mulher adúltera em mulher santa, como fazia homens “santos” reconhecer que também eram pecadores. Destarte, é este novo exército, destilando no coração de cada um dos seus soldados o amor, ágape, a cobrir uma multidão de necessitados, os que têm necessidades materiais, os que têm necessidades espirituais, sendo os que têm necessidades materiais os trabalhadores africanos que trabalham por dois dólares ao dia e os que têm necessidades espirituais a multimilionária Gina Rinehart que fixou em dois dólares o salário diário de um trabalhador africano. É este o exército que Deus colocou sob direção de Zorobabel, e sem fazer uso de força militar, e nem da violência, mas fazendo uso da Palavra de Deus, então tornou o grande monte em uma planície produzindo a pedra de remate, sendo aclamada: Quão encantadora! Quão encantadora! “Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma planície” disse o anjo de Javé que falava com Zorobabel todo confiante de que Zorobabel iria produzir a pedra de arremate aclamada pelos homens quão encantadora. Destarte, este grande monte, trabalhadores africanos trabalhando por dois dólares ao dia, e a australiana Gina Rinehart fixando em dois dólares ao dia o trabalho do trabalhador africano, os trabalhadores do Reino cuidarão em tornar uma planície, com os trabalhadores africanos passando a receber, não o salário fixado pela australiana, mas por Aquele que concebeu a parábola de Mateus 20 e que disse que veio para que todos tivessem vida e vida em abundância, e que não é o salário de dois dólares, e nem o salário maior que a discussão suscitou, mas um salário que é segundo as suas necessidades. O que significa dizer que a economia e a política deixaram de estar ao serviço tanto de homens com a mentalidade de Gina Rinehart, capitalismo selvagem, como de homens com a mentalidade daqueles que na discussão fixou um valor maior, capitalismo trabalhista, e passaram a estar integralmente ao serviço dos trabalhadores. Ao serviço daqueles que, por conta de capitalistas como Gina Rinahart – que iriam reter o salário dos trabalhadores – clamaria a Deus, e Deus iria lhes responder enviando a eles a libertação do reino dos céus, o alguém grandioso, que segundo o profeta Isaías realmente iria livrá-los, e segundo João, guiá-los a fontes de águas da vida. E então, aqueles que hoje recebem dois dólares ao dia, e que ontem receberam dois dólares ao dia, e que anteontem receberam dois dólares ao dia, sendo dois dólares ao dia o salário que foi fixado para eles quando o dinheiro passou a existir, ora, não obstante as suas mãos terem produzido todas as coisas, as que estão na terra, e as que estão debaixo da terra, e as que estão acima da terra, nada do que se produziu se produziu à parte deles, sem as suas mãos, agora estão em outra existência, nova existência, a existência do reino dos céus. No lugar das vestes rotas, e da vergonha da face, o salário de dois dólares ao dia, agora se acham trajados de compridas vestes brancas, e, tendo palmas na sua mão, não cessam de gritar, com a alma purificada: Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. Saíram da grande tribulação, e agora não tem mais fome, não tem mais sede, nem se abate sobre eles o sol e nem o calor abrasador. Deus enxugou toda lágrima dos olhos deles. (Zacarias 4.6; Mateus 20, Tiago 5, Isaías 19.20, Apocalipse 7.9-17).

Quanto a ser dito que este novo exército estará empunhando o giz, não o giz vermelho de Paulo Freire, mas o giz branco de Jesus, ora, é preciso esclarecimento. O giz branco é para quem empunhou o giz vermelho. Só se acha apto a conhecer Jesus quem conheceu Marx. O espírito amadureceu, evoluiu, e então realizou a “cisão”, se levantando em nova figura de espírito, o patamar da graça. Fala-se de Jesus para quem conheceu Marx, e para quem não conheceu Jesus fala-se de Marx e este botão um dia se abrirá na mais linda das flores... Pois que dois caminhos levam a Jesus, o caminho espiritual-religioso, na mediação de Paulo, e o caminho material-político, na mediação de Marx. Jesus é o pleno amadurecimento de todas as coisas. Todas as coisas evoluem e tende ao Cristo sendo verdadeiro o juízo daqueles que na metade do século passado sustentaram perante os materialistas que a História não somente possuía um reducionismo teológico absoluto como era cristofinalizada. Tendia para o Cristo e encontrava seu termo no Cristo.

A rigor, esta superação dialética do giz vermelho de Paulo Freire para o giz branco de Jesus se acha implícito ou em potência no próprio Paulo Freire. A sua frase lapidar, que se tornou em bandeira de luta e em esperança dos pacifistas – se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda – ora, a frase implícita uma limitação no alcance da educação enquanto instância transformadora. Falta algo à educação. Ela sozinha não transforma. Então a equação se resolve quando se descobre que à educação falta a complementação do Evangelho. O conhecimento sendo gestado no ventre do Evangelho se torna um conhecimento propriedade da sociedade e não de indivíduos, que a rigor nem os criou, mas os recebeu. É o conhecimento colocado ao serviço da sociedade, para suprir as suas necessidades, começando pela necessidade dos necessitados. O Evangelho é amor, é ética, e onde há amor e há ética não se busca a vantagem para si senão que para a outra pessoa – mais uma vez ICoríntios 10.24 – o que convenhamos não é lá muito o interesse da Educação senão que fornecer conhecimento sem o qual não se tem sucesso na vida.

Quanto ao vigilante, sim, quanto ao santo que o profeta Daniel viu nas visões de sua cabeça descendo dos céus, ora, a árvore que o vigilante descendo desde os céus clamou para que fosse derrubada e tivesse seus galhos cortados, sacudido a sua folhagem e espalhado seus frutos, fugindo de debaixo dela os animais e dos seus galhos as aves, ora, esta árvore foi mesmo o socialismo. E o fato do vigilante ter clamado para que se deixasse o próprio toco da árvore na terra, todavia preso com banda de ferro e de cobre, isto explica não só porque Cuba sobreviveu em meio à derrocada do comunismo como também o relacionamento amistoso que houve entre a Santa Sé e o governo comunista de Cuba. Explica mesmo este colóquio que houve entre o Papa João Paulo II e Fidel Castro tanto com João Paulo II elogiando o internacionalismo de Cuba, segundo o Pontífice ao serviço dos pobres como Fidel Castro dizendo que o mundo estaria melhor, em boas mãos, se estivesse nas mãos de João Paulo II. Há muito que falar sobre estas questões, mas agora não é ocasião para se falar dela em pormenores, adiantando que aquele momento em que o rei Nabucodonosor foi posto para fora do trono e passou a comer grama como touros, porque não teve reverência para com Deus e não acreditou nele senão que nos seus deuses e nos seus terafins, mas ao final as misericórdias de Deus o alcançaram, sendo restaurado ao trono, e agora com uma glória ainda maior, por ter reconhecido que quem dominava era Deus e não homens, ora, este reconhecimento de Nabucodonozor estão muito perto de alcançar os marxistas. A todos os filhos de Marx. Está muito perto dos marxistas entrarem no túnel do tempo e se achar no final da década de 30, e então, com novo espírito, com o novo espírito que veio estar em Nabucodonozor, que reconheceu que quem dominava era Deus e não homens, analisar as palavras proféticas de Horkheimer com mais atenção, palavras que Horkheimer lançou naqueles dias e que foi um apelo quase desesperador: ou a revolução se livra do ateísmo ou vai acabar se apartando das massas. Porque para Horkheimer, e para os luminares da Escola de Frankfurt que vieram em seguida, religião e Deus eram in-apartados do coração das massas populares. Querer tirar religião e Deus dos seus corações, a intenção de intelectuais acadêmicos, era como quem queria tirar o ar que enche o pulmão e dá respiração.

PAREPAR

As últimas eleições mostraram um Brasil dividido, uma parte do país apoiou o PT e outra parte se posicionou contra. Os que se posicionaram contra, e foram derrotados, parecendo cobra morta que ainda mexe o rabo, não obstante as eleições terem se encerrado mesmo assim parece que continuaram com um turno extra, pois continuam agitando na esperança de verem Dilma não começar o novo mandato através de pedido de intervenções aos militares.

De certa forma as eleições de 2014 faz lembrar a segunda metade do ano de 1917 na Rússia. As forças da morte, invocando todo tipo de argumento, organizaram um complô geral para tirar Kerensky e os mencheviques do poder. Todo indivíduo que se julgava pensante e sem vínculo com a “gentalha” – “gente negra”, como era chamada o proletariado russo pela elite de mão fina e passos miúdos freqüentadora de salões de festa que com o termo parecia pressagiar um fim trágico a si – se enfileirou na conspiração. E elegeram um General por nome Kornilov como o seu campeão. O homem que ia acabar com todos os desmandos na Rússia, com toda a “baderna” revolucionária que diziam não só estava comprometendo o futuro do país como todo o esforço de guerra. E marcharam contra o Governo Provisório. Mas Kerensky e os mencheviques acabaram sendo salvos pela massa dos operários que contiveram o aventureiro. E o Brasil de 2014 veio ter o seu Kornilov, Aécio Neves, que acabou sendo derrotado pelo proletariado do norte e nordeste, invisível a ele, pois aquele que “combateu o bom combate e guardou a fé”, premido pela cachaça, por muita cachaça (IJoão 5.19), cachaçando depois, vomitou uma pérola ainda maior do que a “pérola” de ter lutado o bom combate e guardado a fé: o Brasil perdeu o medo do PT, não só um total desrespeito ao norte e ao nordeste que mantiveram as esperanças no PT, como, pior, lançando lenha na fogueira de um separatismo chulo.

E o que é preocupante é que homens que julgávamos racionais no lugar de ter tomado o rapaz pela mão e levado para casa, para que passado o efeito da cachaça recobrasse a razão, passando a respeitar a democracia e a falar coisa com coisa, ora, é preocupante, pois o que se viu foram homens aparentemente razoáveis fazendo coro, como aquele que um dia enfrentou a ditadura com armas em punho, Aloysio Nunes, e até mesmo a tríade FHC, Serra e Alckmin, para não falar do quarteto, Álvaro Dias (se alguém tiver o seu quinteto, o seu sexteto ou a sua enxurrada fique à vontade para publicar. Adamir Gerson cede espaços), sim, o que é preocupante é que estes homens, como aqueles do Evangelho que se tornaram inanes nos seus raciocínios e o seu coração inteligente ficou obscurecido, transformando a glória do Deus incorruptível em algo semelhante à imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de bichos rastejantes, é preocupante que a razão tenha encontrado estes homens no mesmo bar e lambendo e babando no mesmo copo. Preocupante porque batiam e cruzava os copos, fazendo cruzes, figa e jogando ao chão um pouco para o santo, e riscando com os pés, não para comemorar uma grande vitória, mas para preparar uma grande vingança. Preocupante porque foi assim que começou 64, e embora o PT não tenha a ingenuidade virgem do João Goulart, mesmo assim as suas forças apresentam a mesma fragilidade.

Mas, é um fato: as massas operárias, seguidoras do Partido do Lênin, assim que derrotaram Kornilov sentiram como sendo sua obrigação e missão dar ao Kerensky e aos mencheviques no poder o mesmo destino que acabara de dar ao aventureiro Kornilov porque Kerensky continuando, por conta de não portar respostas ao clamor dos trabalhadores, outros Kornilov iriam se levantar. De modo que acabaram por remover Kerensky e os próprios revolucionários mencheviques e no lugar instalaram o Partido do Lênin necessário à nova demanda revolucionária.

O PT venceu a eleição em 2014, mas a mesma sinalizou para ele dificuldades a caminho. Por conta do Mensalão e dos escândalos da Petrobrás, que alimenta o golpismo daqueles que perderam nas urnas, o PT parece estar sentindo o golpe. E o fato de Dilma estar criando uma nova agenda que, ao contrário do que pensou muitos analistas, seu segundo governo iria estar mais comprometido com as causas populares, o que se vê é este segundo mandato tomando o rumo da direita.

E Adamir Gerson enxerga esta guinada ao menos ensaiada para a direita como o medo tendo tomado conta da liderança do partido. A oposição raivosa pode lançar o país no caos ou ao menos num caos imaginário, alimentado pela mídia golpista, e um Kornilov de farda, sem sintonia com o amadurecimento de um General Augusto Heleno, pode deslocar suas tropas na direção de Brasília ou do Planalto procurando reviver o que fez o General Mourão em 64. Fora os escândalos da Petrobrás, que veio sobrepor o do Mensalão, não há clima algum para golpe. Mas o clima pode ser fabricado, e é nisto que se empenham os derrotados nas urnas.

Lembrando do Lênin, que fazer? O caminho não é outro senão a criação do PAREPAR, PArtido da REconstrução do PARaíso. Esta vitória que o PSDB teve no sul quem a deu foram os evangélicos. É possível que 90% dos evangélicos tenham depositado seu voto no candidato do PSDB, não porque fossem Aécio ou coisa parecida, mas porque o PT insistindo em agenda espiritual que fere os princípios da ética e moral cristã, conquistados não gratuitamente, mas ao custo de muito sofrimento e de muito sangue derramado, nos coliseus de Roma, nas suas praças públicas, por uma geração que não distinguia liberdade de libertino, que preferiu o extermínio físico a ter que mudar, ora, a verdade é que o PT insistindo nestas bandeiras espirituais acabou por perder o apoio deste importante segmento da sociedade brasileira que, se não construiu ainda a força necessária para a conquista do poder, todavia se tornou no fator de decisão da política brasileira. Em 2002, o PT ganhou porque Garotinho trabalhou o seu apoio para o lado de Lula. E o PAREPAR vem justamente trabalhar o apoio deste segmento religioso, o livrando das garras desta direita raivosa e golpista, com eles deixando de estar ao serviço de forças mortas para estar ao serviço da vida. Assim como ocorreu com Saulo de Tarso no caminho de Damasco quando visitado por Jesus e esclarecido por Jesus deixou de estar ao serviço de mortos para estar ao serviço da vida.

Lembrando que quando Lênin voltou do exílio e desembarcou na Estação Finlândia, e já na sua plataforma começou a lançar nova luz sobre aqueles acontecimentos políticos, ora, as massas mencheviques, atraídas por aquela luz, portando um novo cântico, começaram a se passar em massa para o lado do Lênin e dos bolcheviques. E tudo pode voltar a acontecer com o PT com os seus espíritos de luz tomando o rumo do PAREPAR para organizá-lo e o criar, e ele tomar o lugar tanto do PT como do PSDB, assim como os bolcheviques tomaram o lugar tanto dos cadetes como dos mencheviques. Movam-se, e que surjam as novas lideranças, e que a força do povo organizado silencie esta direita golpista e comece realmente a criar o Brasil de gente de rosto feliz, o combustível que embalou o PT no seu nascimento, mas foi irrealizável porque lhe faltaram as forças necessárias com o poder de unir as massas católicas e as massas evangélicas em torno da sociedade nova de Jesus que sabemos têm viés socialista. Movam-se, porque é miopia intelectual achar que o PT tem futuro. O chavismo, mesmo se apoiando numa base filosófica étero-alienígena, o bolivarianismo (ao menos para quem está no Brasil), tem mais chance de sobreviver que o PT. Movam-se! Pois se estes calarem as pedras clamará! Oxalá que não seja as pedras dos golpistas.

Movam-se, porque na Venezuela, diante da pressão da oposição, o Governo, desde Chaves, e parece ter continuado com Maduro (embora Adamir Gerson esteja ausente da Venezuela desde a morte de Chaves), tem cedido à oposição os anéis, anéis, mas conservado os dedos. Lutam para que os dedos não sejam arrancados da mão, como querem os canibais. E no caso do Brasil há quem diga que tem sido o contrário, diante da pressão da oposição o PT, desde Lula, e agora com Dilma, com clareza neste início de seu segundo mandato, tem cedido à oposição os dedos para ficar com os anéis. Anéis que brilham e o seu brilho impressionam espíritos infantis, imaturos. (Logicamente que o Brasil não é a Venezuela, e aqui as forças da reação são muitíssimo mais forte, tendo o domínio de praticamente tudo. De modo que se faz necessário um novo pensar que tenha a capacidade de agregar, em especial as massas populares o alicerce de novas transformações). É verdade, o Brasil necessita de uma nova esquerda, não está esquerda anã, raquítica, sem qualquer vínculo com as massas brasileiras, vivendo um sonho de que o Brasil é a Europa da segunda metade do século XX, mas a nova esquerda do PAREPAR sintonizada com o espírito e a cultura das imensas massas brasileiras; e, filosoficamente, sintonizada com o espírito do tempo, hegeliano, que se naqueles dias exigiu a resposta do fuzil, hoje exige a resposta do educar, da Educação, de uma educação transcendente que tem como premissa o Evangelho, para além da sala de aula, a alcançar as imensas massas trabalhadoras, mas também a massa dos burgueses e a massa dos intelectuais. Porque ninguém é de ferro! (sempre que puder no lugar do epíteto da Marta Suplicy, descontraia, porque descontrair é bom e faz bem para a alma).

Adendo Primeiro

No presente trabalho Adamir Gerson falou de Marx e Lênin como portadores de um pensamento limitado (para quem está no socialismo celestial ou Teologia do Reino), e foi esta limitação a causa da queda do socialismo. Avançou-se sociedade adentro, mas as forças da reação, criando anticorpos de defesa, pouco a pouco neutralizaram o seu remédio. Adamir Gerson vai expor um gráfico e na sua visualização o leitor terá intuição de que tal realmente pertence ao campo da metadilidade e não da totalidade (metadilidade quer dizer gameta, ao passo que totalidade, zigoto).

MATERIALISMO HISTÓRICO. COMUNA PRIMITIVA (K. Marx) – escravatura – asiatismo – feudalismo – capitalismo – Socialismo – COMUNISMO.

ESPIRITUALISMO HISTÓRICO. MONOTEÍSMO PRIMITIVO (W. Schmidt) – animismo – totemismo – fetichismo – politeísmo – Judaísmo – CRISTIANISMO.

Adamir Gerson concebe a fase teológica da História como sendo o “Ovário da História”, e a religião cristã o óvulo plenamente amadurecido e que no século I foi liberado; e concebe a fase materialista da História, que no movimento real da História, se iniciou com e a partir do Renascimento, como sendo o “Testículo da História”, e o socialismo o esperma formado e acabado no seu interior apto para a fecundação. O socialismo celestial é as Trompas de Falópio da História onde se dá o encontro do cristianismo e do socialismo. Nela se fundem o núcleo espiritual que Jesus fecundou em Paulo, no caminho de Damasco, e o núcleo material que Jesus fecundou em Marx no episódio em que a justiça prussiana julgou como ladrão aos camponeses pobres que retiravam lenha das florestas para aquecer suas casas contra o rigor do inverno, uma prática milenar. Aqui se fundem e se formam e migram para o ventre, para o ventre das grandes massas. (Mas, a partir de uma explanação acadêmica do Professor José de Paulo Neto, sobre Marx, que situa o aparecimento do socialismo científico em 1844, na publicação do livro Anais Franco-Alemão, uma coletânea de dois escritos que Marx escreveu em 1843, A Questão Judaica e Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, e que veio ao mundo neste fevereiro de 1844, e também no escrito que veio a seguir, ainda naquele ano de 1844, Manuscritos Econômico-Filosóficos – e não publicado por Marx senão que deixou o mesmo entregue à “crítica roedora dos ratos”, como dissera o próprio Marx – ora, como o professor José de Paulo Neto vê com grande alegria de espírito este ano de 1844, por conta das publicações e escritos de Marx, sentindo no espírito ter ocorrido neste ano de 1844 uma grande “cisão” histórica, não só epistemológica, mas em todos os ramos do conhecimento humano, na visão do professor José de Paulo Neto neste ano de 1844 a História virou uma página e começou a escrever uma nova, ora, como por estes dias uma imensa massa religiosa nos Estados Unidos e no Canadá, quinhentas mil, se vestiram de branco, de longas túnicas brancas, e foram aos montes para se encontrar com Jesus em sua volta gloriosa, que diziam voltaria neste outubro de 44 e viria para restaurar a terra, e como a restauração da terra, ao menos na sua base sócio-material, pela primeira vez na História apareceu neste ano de 1844, nos citados escritos de Marx, ora, muitos irão preferir este ano de 1844 como o momento em que Jesus, por iluminação agostiniana, tirou de si o seu material e a sua luta contra o Egito espiritual e fecundou no espírito de Marx. Lembrando que a restauração da terra, na sua base espiritual, se deu mesmo naquele momento em que a luz de Jesus reluziu sobre o judeu Saulo de Tarso, no caminho de Damasco, nascendo então a práxis da religião cristã. O que se deu mais tarde, com Lutero, foi o início da restauração daquilo que Jesus fecundara no espírito de Saulo de Tarso, e esta restauração teve consumação – o que Jesus fecundara de fato no espírito de Saulo de Tarso, naquele século I – no aparecimento do movimento pentecostal, em 1906, três anos depois do nascimento do comunismo moderno. Ora, como Lutero está inserido como tese, e o processo-Absoluto iria engendrar a antítese, talvez isto explique porque ela veio ao mundo através de um judeu luterano no caso Marx.

Acima Adamir Gerson expôs o Espiritualismo e o Materialismo Histórico como tendo sido o ovário e testículo da História, respectivamente. E são necessários a uma compreensão tanto da religião cristã como do socialismo, desde a sua gênese até a sua forma acabada. Mas óvulo e espermatozóide se destinam um ao outro, e há um terceiro lugar no corpo humano onde se encontram as Trompas de Falópio. Ora, se Adamir Gerson apresentou o Espiritualismo Histórico como sendo o ovário da História, e o Materialismo Histórico como sendo o testículo da História, por sua vez àquilo que corresponde às Trompas de Falópio ele tem chamado simplesmente de A História. Tomando o Espiritualismo Histórico como primeiro momento, o Materialismo Histórico como segundo momento, então agora Adamir Gerson vai apresentar o terceiro momento, que, se aqueles servem para uma compreensão particular do cristianismo e socialismo, este terceiro momento trará uma compreensão muitíssimo mais abrangente da História, quiçá englobando os dois momentos.

Ora, se no momento do Espiritualismo Histórico a sua base de origem, a sua idéia primeira, é o Monoteísmo Primitivo, que antropólogos como Wilhelm Schmidt sustentaram foi crença primeira da humanidade primitiva, a crença em um Deus em tudo similar ao Deus dos cristãos, só depois é que a humanidade passou a cultuar deuses que se identificam com os objetos do dia a dia; se no momento do Materialismo Histórico a sua base de origem, a sua idéia primeira, é a Comuna Primitiva que Marx sustentou foi a base econômico-social original, só depois é que surgiu as sociedades fundadas em classe, ora, no que diz respeito à História, ao terceiro momento do conceito que ora está sendo abordado, ele toma a descrição do Jardim do Éden como a sua base de origem, afirmando que todo o devir histórico não foi outro senão que para o seu retorno. De modo que Eva é a base do devir religioso-espiritual e Adão a base do devir político-material. O Jardim do Éden seria como uma semente, com os seus dois gametas, feminino e masculino, sendo Eva e Adão respectivamente. Segue os seus momentos que teólogos os identificarão como os momentos da Redenção.

PRIMEIRO MOMENTO. MOMENTO EVÍTICO TEOLÓGICO-ESPIRITUALISTA: Moisés/Abraão (Judaísmo)---> João Batista/Hillel (Essenismo) ---> PAULO/PEDRO (CRISTIANISMO).

SEGUNDO MOMENTO. MOMENTO ADÂMICO FILOSÓFICO-MATERIALISTA: Adam Smith/David Ricardo (Materialismo Inglês) ---> Proudhon/Saint Simon (Materialismo Francês) ---> KARL MARX/ENGELS (SOCIALISMO CIENTÍFICO).

Na sequência Adamir Gerson fará uma exposição do terceiro momento. Por ser sintético, e a síntese se dando em dois momentos, do primeiro momento para o segundo e do segundo momento para o primeiro, então neste terceiro momento Adamir Gerson apresentará estas duas linhas.

TERCEIRO MOMENTO. MOMENTO SINTÉTICO

LINHA EVÍTICO TEOLÓGICO-ESPIRITUALISTA SINTÉTICO: Karl Rahner/Rudolf Bultman (Teologia Humanista) ---> Rubem Alves/Gutierres (Teologia da Libertação) ---> REINO DE DEUS (50% LIBERDADE + 50% IGUALDADE = 100% FRATERNIDADE)

LINHA ADÂMICO FILOSÓFICO-MATERIALISTA SINTÉTICO: Soren Kierkegaard/Martin Heidegger (Existencialismo) ---> Rosa Luxemburgo/Horkheimer (Socialismo Democrático-Frankfurtiano) ---> COMUNISMO (50% IGUALDADE + 50% LIBERDADE = 100% FRATERNIDADE)

Na linha sintética o que de fato ocorre é um movimento de ascensão em que as duas linhas mutuamente se convergem, assim como a menininha e o menininho, crescendo, vão se convergindo até o momento da união em que então se tornam um só corpo, uma só carne, um só espírito. Não só Reino de Deus significa uma realidade superior e acima do Cristianismo como também o Comunismo representa uma realidade superior e acima do Socialismo. Quando o cristão cresce, amadurece, ele começa a se abrir na direção do socialismo até o momento em que penetra numa realidade nova, inteiramente nova, o Reino de Deus; e quando o marxista cresce, amadurece, ele começa a se abrir na direção do cristianismo até o momento em que penetra numa realidade nova, inteiramente nova, o Comunismo. Assim, esta realidade do referencial cristão é o Reino de Deus e do referencial marxista é o Comunismo. O Reino de Deus não é o mesmo cristianismo, como é crença generalizada entre os cristãos, mas o Reino de Deus só se manifesta quando o núcleo central do cristianismo, Paulo, fecunda o núcleo central do socialismo, Marx. De igual modo o Comunismo só se manifesta quando o núcleo central do socialismo, Marx, fecunda o núcleo central do cristianismo, Paulo. Não existe nem Reino de Deus e nem Comunismo fora desta descrição fornecida por Adamir Gerson. O que significa dizer que assim como o desenvolvimento da árvore esteve previamente na semente, nos seus dois gametas, de igual modo o conceito de Reino de Deus e de Comunismo esteve previamente tanto em Paulo como em Marx. Daí ambos ter falado tanto do conceito Reino de Deus como Comunismo. Os cristãos primitivos carregavam em oculto, impresso nos seus espíritos, o socialismo, e os marxistas carregavam em oculto, impresso nos seus espíritos, o cristianismo. E iria chegar o dia em que as duas instâncias aflorariam juntas no seu espírito. Há muito que falar sobre a questão, mas agora não é momento de tal ser abordado em pormenores, apenas adiantando que o movimento da História não é retilíneo, como é crença generalizada nos meios acadêmico-intelectuais – por conta do domínio avassalador do Materialismo Dialético, e antes dele do positivismo – e que tem levado os mesmos a dividir a História em passado, presente e futuro, emprestando grande valor ao presente por eles construído e devotando desprezo por aquilo que suas filosofias classificaram como “passado”, não, mas o movimento da História é literalmente curvo, percorrendo um arco de 360 graus sendo a fase teológica um meio arco de 180 graus, graus negativos, e a fase materialista um meio arco de 180 graus, graus positivos. Destarte, o movimento da História é o mesmo que a terra percorre em torno do sol, sendo Moisés o seu inverno, Paulo a sua primavera, Marx o seu verão, Lênin o seu outono, e tem chegado o tempo da Colheita (Apocalipse 14.15) quando os frutos do Reino serão colhidos e entregues a Jesus Cristo para que dê a cada um segundo a sua necessidade, de modo aqueles que receberão muito – medido pelo “gômor” – não terão sobra e aqueles que receberão pouco – medido pelo “gômor” – não terão falta (Êxodo 16.18).

É um fato que na quase totalidade dos pensadores o fenômeno religião é pensado como devedor de alguma coisa, ou ligado a alguma coisa ou apêndice de alguma coisa. É assim que ele aparece no Marxismo superestrutura de uma infra-estrutura. Reflexo desta infra-estrutura, o que significa que se a infra-estrutura modificar a religião também modificará assim como acontece com a sombra que muda de lugar e posição quando a terra muda de lugar e de posição. Mas no socialismo celestial, na Teologia do Reino, é pensado como possuindo existência própria. Existe à parte e por si assim como o óvulo existe à parte e em si, tendo relação com o espermatozóide, mas a partir de um mutualismo, em que efetuam trocas entre si. Ora, em 17 houve na Rússia a revolução proletária. Mudanças profundas se operaram no plano econômico e cultural, e quanto à religião previamente existente ela não sofreu nenhuma modificação, mas continuou a ser o que era por toda a existência da URSS sendo hoje o que foi ontem e anteontem e não acalentando nenhum interesse para ser amanhã o que não é hoje.

Está na hora dos homens acordarem que o fenômeno religião não é outra coisa senão o feminino da e na História, ao passo que o fenômeno política o masculino da e na História. E como tal seu destino último é a sua reconciliação para que a vida possa se manifestar. É verdade que no longo período da Idade Média religião e política estiveram unidas em um só corpo. A Cristandade. Mas foi uma união com jugo desigual, pois os reis e príncipes então não representavam a Jesus Cristo, nem na Idade Média, o catolicismo, e nem na Idade Moderna. Esta união iria ser possível e plausível somente no advento do socialismo; e então a religião cristã iria estar numa relação a quem de direito. Mais uma vez, o casamento do Cordeiro.

Adendo Segundo

No presente trabalho Adamir Gerson apresentou dois braços de História, o muito conhecido dos meios acadêmico-intelectuais, MATERIALISMO HISTÓRICO, e o braço um tanto desconhecido, Espiritualismo Histórico. Como os dois se prendem a aspectos da realidade, os mais importantes, todavia aspectos, incapaz de saciar o intelecto, então Adamir Gerson apresentou uma terceira História que é assim por dizer, O Corpo, uma História que imbrica e converge tanto o conteúdo do Espiritualismo Histórico como do Materialismo Histórico dando a eles o seu justo juízo de valor.

Apesar de que o terceiro momento de História é altamente esclarecedor, no entanto Adamir Gerson reconhece que muitas coisas estão obscuras e não contempladas ou esclarecidas. De modo que se faz necessário Adamir Gerson lançar mão de uma assim chamada Quarta História que a chama de A História do Filho. Assim, pois, a História apresentada Adamir Gerson a chama de A História do Pai, e esta quarta História de A História do Filho que agora, num esforço de parto, será abordada.

Ora, se a História do Pai a sua base de nascimento está no Jardim do Éden, e o escopo último da História é o re-aparecimento do Paraíso, no que diz respeito à História do Filho a sua base de nascimento é a Igreja de Atos. Se no Jardim do Éden havia uma harmonia de Adão e Eva em torno de um centro chamado Deus, na Igreja de Atos esta harmonia foi entre a igualdade espiritual e a igualdade material ambas girando em torno de um centro e sendo alimentadas por este centro simplesmente Jesus Cristo de Nazaré. De modo que é um fato que a Igreja de Atos deixou de existir, como deixa de existir toda semente, mas ela se transformou numa árvore, que no tempo certo iria dar suas flores, seus frutos, e, amadurecidos, então colhidos para o alimento do corpo e o alimento da alma.

Na Igreja de Atos está o protótipo do verdadeiro socialismo, que não nasce das necessidades do estômago, como o marxista, mas das necessidades do coração. O que fazia com que ricos vendessem suas propriedades e dessem o valor à comunidade para que fosse usufruído por todos, conforme a sua necessidade é porque estes ricos foram alcançados pelo poder transformador e regenerador do Evangelho. A igualdade que vivia a comunidade de Atos pode-se dizer era o Evangelho vivo e era a presença viva de Jesus Cristo, e na plenitude dos tempos a Igreja de Atos iria estar novamente presente, e agora não mais como um organismo privado e restrito-restringido, mas público, liberto, enformando e dando direção a toda a sociedade. Adamir Gerson vai elaborar gráficos na esperança de conseguir transmitir estas duas – História – que está a necessitar de acabamento e melhores esclarecimentos, e já com a consciência clara da necessidade do aparecimento de mais uma História, mais abrangente, que tenha também como conteúdo construções históricas não contempladas nestas, e Adamir Gerson está falando do Islã, do Budismo, do Hinduísmo, do Confucionismo, do Xintoísmo, e etc.

Antes, porém, se faz necessário este esclarecimento: Adamir Gerson concebe o Concílio de Nicéia como o momento em que a Igreja fecundada no coração da História começou a germinar como germina a semente plantada na terra, para dar seus frutos. Adamir Gerson concebe o Concílio de Nicéia como o momento em que a Igreja se transformou na Árvore do Reino que iria dar suas flores, seus frutos, e então colhidos pelos ceifeiros do Reino. Apesar de que muitos teólogos cristãos, protestantes e católicos, concebem Constantino como um momento negativo na História da Igreja, em certos sentidos sim, do referencial positivista, da letra, do juízo humano, mas do referencial metafísico, do espírito, da revelação, um momento necessário para que Eva um dia re-encontrasse o seu Adão, nos seus altos e baixos, um momento necessário para que a escravatura se convertesse em feudalismo, este em capitalismo, este em socialismo. Ora, um fato dos dias modernos ajuda a conhecer melhor o Concílio de Nicéia. Pois que, o papel de Constantino foi re-editado por outro personagem histórico, Gorbatchov, tido pelos marxistas como traidor do socialismo e o momento em que o socialismo voltou a se revolver na lama do capitalismo (aqueles afirmam que a Igreja a partir de Constantino voltou a se revolver na lama do paganismo). Não obstante, Gorbatchov foi de suma necessidade para que os marxistas, transitando pela estrada do Espiritualismo Histórico – MONOTEÍSMO PRIMITIVO (W. Schmidt) – animismo – totemismo – fetichismo – politeísmo – Judaísmo – CRISTIANISMO – e não mais pelo que escreveu Feuerbach, Bruno Bauer ou Max Stirner, e nem mesmo pelo que escreveu Marx, Lênin ou Mao sobre o assunto, pudessem então ir corrigindo as suas imperfeições, tornando-se perfeitos ao descobrir e encontrar-se com Eva, com a Igreja de Jesus Cristo (a partir de Constantino tornou-se possível aos cristãos transitar a estrada do Materialismo Histórico, e, então, se livrando das imperfeições, descobrir e encontrar-se com o seu Adão, com a política de Jesus Cristo. COMUNA PRIMITIVA (K. Marx) – escravatura – asiatismo – feudalismo – capitalismo – Socialismo – COMUNISMO).

A HISTÓRIA DO PAI. IDÉIA-SEMENTE (Jardim do Éden. Gameta Feminino: Eva. Gameta Masculino: Adão). TESE. BOTÃO - INVERNO (Moisés /Judaísmo) ---> FLOR- PRIMAVERA (Paulo / Cristianismo) ---> ANTÍTESE. FRUTO VERDE - VERÃO (Marx / Socialismo) ---> FRUTO MADURO – OUTONO (Lênin / Revolução) ---> SÍNTESE HETEROGÊNEA (SOCIALISMO DEMOCRÁTICO / Rosa Luxemburgo – ESCOLA DE FRANKFURT / Horkheimer) ---> SÍNTESE HOMOGÊNEA. SOCIALISMO CELESTIAL. MILÊNIO. COLHEITA (Elias Restaurador) ---> PARAÍSO RESTAURADO. PÓS-MILÊNIO. USUFRUTO DA VIDA. A VIDA ETERNA. JESUS

A HISTÓRIA DO FILHO. IDÉIA-SEMENTE (Igreja de Atos. Gameta Feminino: Igualdade Espiritual. Gameta Masculino: Igualdade Material). TESE SÓCIO-ESPIRITUAL: João Wicliffe – Martin Lutero – William J. Seymour---> ANTÍTESE SÓCIO-MATERIAL: Leão XIII – João XXIII – Papa Francisco ---> SÍNTESE HETEROGÊNEA (TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO / Leonardo Boff-Frei Beto – MISSÃO INTEGRAL / Renê Padilha-Ariovaldo Ramos) ---> SÍNTESE HOMOGÊNEA. IGREJA DE JESUS CRISTO RESTAURADA, com todas as igrejas cristãs, as que estão no Oriente, as que estão no Ocidente, proclamando, com a espada de Jesus Cristo, de fio duplo, cortando dos dois lados, contra os pecados espirituais de Sodoma-Paganismo, contra os pecados materiais do Egito-Capitalismo, que o corpo da mulher é Templo do Espírito Santo. Ninguém tem o direito de explorá-lo, de profaná-lo; e, dando um giro de 180 graus, trazendo o outro lado da espada, fazendo a mesma proclamação, que o trabalho do Trabalhador é Templo do Espírito Santo. Ninguém tem o direito de explorá-lo, de profaná-lo. O que passar disto e o que não chegar a isto não terão a autoridade de ir às árvores da vida e não obterão entrada na Cidade pelos portões dela, e é este o tempo em que tal seria aniquilado para dar lugar ao que é Completo, Jesus Cristo, que corrige Sodoma, as concupiscências da carne, mas também o Egito, as concupiscências do dinheiro, preparando assim o caminho para a Nova Jerusalém. Aqui findam as palavras de Adamir Gerson deixando espaços abertos para que outros também coloquem suas palavras, e aquilo que ainda é parto possa então se consumar; e, nascendo, então, enfrentar o dragão, e vencer o seu império, os seus múltiplos tentáculos (Daniel 2.35), até o completo estabelecimento do reinado de Jesus Cristo.

“Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a própria glória de Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá a sua própria glória. E nações hão de ir à tua luz e reis á claridade do teu raiar”, Profeta Isaías


Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria /Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter /Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora /É o que me faz viver /Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera /Ser o verão no apogeu da primavera/ E só por ela ser”

sábado, 22 de novembro de 2014

Ao Vitor Nósseis e ao Pastor Jesiel Padilha

Ao Vitor Nósseis e ao Pastor Jesiel Padilha para que se movimentem para a justa convergência dos homens e mulheres de boa vontade para este novo centro político que há de invadir ruas, campos e cidades espalhando amor aos corações como se acha numa canção popular.

Teologia Humanista (Democracia Cristã – Jacques Maritain) ---> Teologia da Libertação (Socialismo – Leonardo Boff) ---> Teologia do Reino.

Na metade do século passado deu-se a explosão e o aparecimento de uma nova teologia, a Humanista, de teólogos vários, Chenu, Ignácio de Castro, Rudolf Bultmann, Karl Rahner, e etc.

Pode-se dizer que foi a primeira vez na História em que a Teologia realizou uma “cisão”, desligou-se da teologia tradicional, centrada em Deus, e passou a ser também antropológica. Ao lado do discurso sobre Deus também agora um discurso sobre o Homem. Um novo sopro teologal do Espírito com uma geração inteira de teólogos descendo do Altar e indo para o burgos, para a cidade, a se envolver nas suas questões políticas e sociais então monopolizada pelo Marxismo.

Dado a sua novidade não faltou aqueles que disseram ser este sopro teológico a chegada da “Era de Jesus”. Premidos pelo Espírito por esses dias Ignácio de Castro proclamou: Damos por encerrado as revoluções, liberal e marxista. O tempo agora é o da revolução cristã. E Bardiaev emendou: Estamos entrando na Era do Espírito. A era que avança é a era do espírito. Como era a “era de Jesus” chegando até o sisudo Jacques Maritain, reticente a lirismos, também se entregou a ele falando do Cristianismo como “Humanismo Integral”.

Muitos disseram ter sido este sopro teologal uma reação natural. O socialismo soviético avançava sobre tudo e sobre todos, arrebatando para o seu lado as imensas massas trabalhadoras, ameaçando esvaziar as igrejas, e eis então uma reação a esse avanço soviético. A “Era de Jesus” foi o desespero em se lançar mão, ideologicamente, de uma arma para fazer frente ao avanço de um socialismo ateu e materialista.

Os dias foram passando e como a Era de Jesus não chegava, e o poder soviético, longe de ser contido, avançava, logo aquela geração inteira de teólogos silenciou. A Era de Jesus chegou sobre suas subjetividades, passou sobre suas subjetividades, e se foi.

Passado algum tempo eis que novamente ocorre um segundo sopro teologal, e agora como negação do primeiro. Ora, se o primeiro sopro “foi uma tentativa” de apresentar uma alternativa ao Marxismo, algo que se manifestou em oposição ao Marxismo, este novo sopro teologal vem endossar ou confirmar o Marxismo. Não se apresenta como negação senão que ao seu lado. Estamos falando da Teologia da Libertação.

Ora, como o agir de Deus é um agir no devir hegeliano, tese, antítese e síntese, a Era de Jesus, que havia se manifestado em dois momentos, o da Teologia Humanista e o da Teologia da Libertação, iria se manifestar um terceiro momento, e agora o momento sintético.

E este terceiro momento tanto iria fazer o resgate da Teologia Humanista – o Teológico senhor do antropológico – como da Teologia da Libertação – o Antropológico senhor do teológico. Iria fazer o resgate também da Teologia da Libertação porque ela também foi um sopro do Espírito que também passou. Passou como passou a Humanista. Destarte, uma nova teologia, a Teologia do Reino, que não desprezaria jamais o fundamento espiritual que esteve na Teologia Humanista e não desprezaria jamais o amor aos pobres que esteve na Teologia da Libertação. E seria nela, e somente nela, que então iria se inaugurar na terra realmente a Era de Jesus! (Este resgate não deve ser confundido com o “resgate” que intentou fazer Frei Clodovis Boff em 2007, uma verdadeira trapalhada tanto no âmbito da Teologia como no âmbito da Filosofia).

É verdade, a manifestação daquela geração inteira de teólogos não foi de modo algum reação ao comunismo, mas já a manifestação do reino de Jesus Cristo. Portava o humanismo não encontrado no Marxismo, que falava em construir uma nova sociedade, justa, fraterna, sem, no entanto, lançar mão da destruição senão que da conversão; mostrar novo caminhar a todos, indistintamente, burgueses e trabalhadores, bem assim como no século passado esteve no chamado socialismo utópico. Mas aquele era os dias do Marxismo. De modo que o tempo histórico continuou a cooperar com ele.

O primeiro sopro do Espírito tentou ganhar para o seu lado, para a Era de Jesus, as forças contrárias ao socialismo que naqueles dias era inseparável do Marxismo? E o segundo sopro do Espírito tentou ganhar para o seu lado, para a Era de Jesus, as forças do socialismo?

Como Jesus é aquele que veio para que todos tivessem vida e vida em abundância; é aquele que se deixou morrer na cruz para que todos os muros de separação fossem abolidos e todos se reconciliassem plenamente entre si na sua mediação, ora, deduzimos claro que quando fosse manifestar o terceiro sopro teologal do Espírito ele iria lutar para ganhar para si, para a Era de Jesus, tanto as forças contrárias ao socialismo como as forças do socialismo. A Era de Jesus, na sua força e na sua sabedoria, iria conduzir a todos, a todos estes que se acham destituídos da glória de Deus, para fora de suas alienações, quer as econômicas, quer as filosóficas, em direção de um novo reino. E seria neste preciso momento o cumprimento exato de Isaías 11.6: E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles (...).

As últimas eleições deixaram o Brasil dividido, não uma divisão por conta ideológica, mas uma divisão por insatisfação do existente. Ora, se foi por conta ideológica podemos dizer que o sul rejeitou o PT e o norte rejeitou o PSDB. De modo que não resta a menor dúvida que as condições políticas no Brasil estão amadurecidas PARA A ERA DE JESUS! A insatisfação é geral e é contra todos e contra tudo. Que os homens e mulheres que nunca perderam a esperança de viver em um Brasil e em uma terra em que todas as relações se dão na mediação de Jesus Cristo que comecem a trabalhar para a criação do novo político, o PAREPAR, PArtido da REcontrução do PARaíso. No PAREPAR tanto cabe o eleitor do norte como cabe o eleitor do sul, que votou por mudanças, não mudanças trazidas por um oportunista e aventureiro, que apenas iria dar continuidade a tudo que existe, mas mudanças que no curto, no médio e no longo prazo realmente irão criar um novo Brasil e uma nova terra, sem injustiça social, sem assassinatos, sem corrupção, sem imoralidade, sem consumismo desenfreado. Um novo Brasil e uma nova terra em que os injustos foram finalmente trazidos à prudência dos justos. O Brasil e a terra de gente de rosto feliz!

“Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai. Escute aquele que tem ouvidos”


Homens como Cristovam Buarque, que tem ouvidos, que comecem a trabalhar para a criação do novo político. É esta a intervenção – intervenção do Alto – que vai responder ao clamor das ruas que começou naquele junho de 2013, e teve seus reflexos na eleição de 2014, e não a intervenção do fuzil, como as forças da morte estão clamando.