terça-feira, 29 de maio de 2012

As Derrotas Bolchevique e Hebréia


A História registra, ao longo dos tempos, a similitude entre dois movimentos sociais de libertação, o hebreu e o russo-proletário. No caso hebreu, Moisés, por ter tomado o lado dos escravos, acabou fugindo para o exílio. Mas voltou, e ao se unir com seu irmão Arão, então os dois foram libertar os escravos e os conduzir para Canaã, a terra da promessa que manava leite e mel, para o lugar que tempos antes Abraão creu seria o lugar de descanso de sua descendência oprimida. E realmente eles escaparam do Egito e marchou rumo de Canaã.

Mas, quando iam longe, os egípcios reagiram, dizendo: Que é que fizemos, despedindo Israel de trabalhar como escravos para nós? De modo que aprontou suas forças militares e foi atrás do povo. E o povo quando olhou para trás e viu os egípcios marchando em sua retaguarda, então ficou muito amedrontado. Pois, deveras, à sua frente estava o mar, e atrás vinham os egípcios, de modo que ficaram literalmente sem saída.

Mas então houve a intervenção divina, partindo as águas do Mar, com os escravos o atravessando em solo seco. E os egípcios que entraram logo atrás foram todos mortos, pois as águas se fecharam novamente.

Bem, tudo isto veio a acontecer com o movimento revolucionário proletário. Lênin, por ter tomado o lado dos oprimidos, acabou fugindo para o exílio. Mas voltou e ao se juntar com Trotsky, em maio de 17, então os dois foram fazer a revolução. E libertaram os oprimidos, os guiando na direção do socialismo, para o lugar que tempos antes Marx creu seria o lugar de descanso dos trabalhadores.

E aconteceu que quando o povo se libertou dos opressores, então as nações imperialistas reagiram. E invadiu a Rússia revolucionária por todos os flancos, franceses, turcos, ingleses, japoneses, americanos, ao todo quatorze nações (mas Paulo Francis disse de Nova Yorque que foram 21 nações que invadiram a Rússia naquele ano de 1918, nações covardes, como ele mesmo disse, arrastando os erres).

Mas, três anos depois os revolucionários emergiram vitoriosos. Venceram tanto a resistência do Mar, a contra-revolução interna, como as forças dos egípcios que vinham na sua retaguarda, as nações imperialistas.

Mas, há um fato para também ser analisado: Tanto os escravos saídos do Egito como os bolcheviques conheceram duas derrotas. Duas únicas. E certamente que as duas são da mesma natureza, tipo e antítipo.

Vamos à derrota dos escravos hebreus: A isso me respondestes e dissestes: Pecamos contra Javé. Nós – nós subiremos e lutaremos de acordo com tudo o que Javé, nosso Deus, nos mandou. Assim, cada um de vós vos cingiu das suas armas de guerra e achou que era fácil subir ao monte. Javé, porém, me disse: Dize-lhes: Não deveis subir e lutar, porque não estou no vosso meio, para que não sejais derrotados diante de vossos inimigos. De modo que vos falei e vos não escutastes, mas começastes a comportar-vos rebeldemente contra a ordem de Javé e a ficar todo exaltados, e tentastes subir ao monte. Os amorreus que moravam naquele monte saíram então ao vosso encontro e foram no vosso encalso, assim como fazem as abelhas, e vos desbarataram em Seir, até Hormá. Depois voltastes e começastes a chorar perante Javé, mas Javé não escutou a vossa voz, nem vos deu ouvidos. (Deuteronômio 1.41-45).

E qual foi, então, a derrota bolchevique? Certamente que o exército bolchevique foi deveras muito vitorioso, mas ele conheceu uma derrota feia, como feia foi a derrota dos escravos hebreus diante dos amorreus. E qual foi ela? A derrota de 1920 frente aos poloneses!

E chama à atenção que não somente os escravos hebreus ACHARAM QUE ERA FÁCIL SUBIR AO MONTE como os bolcheviques acharam que era fácil vencer os poloneses. E invadiram a Polônia (subiram ao monte onde estavam os amorreus), chegaram aos portões de Varsóvia, mas uma coalizão de forças caiu sobre eles COMO ABELHAS e os expulsaram de volta ao seu país.

A derrota bolchevique frente aos poloneses teria sido a primeira derrota da revolução mundial, tanto invocada por Trotsky? Certamente, pois a intenção dos bolcheviques era após vencer na Polônia então partir para a libertação de outros países, até conseguir toda a Europa.

Foi a lição da derrota na Polônia que dialeticamente engendrou a nova tática de luta: abandonar a ideia de revolução mundial e concentrar a construção do socialismo em um único lugar. E depois, na medida do possível, ir ajudando outros povos.

Os escravos hebreus quando saíram da casa dos escravos rumo à terra da liberdade em meio a grandes conquistas eles experimentaram uma derrota, uma única derrota. E a história voltou a se repetir com os bolcheviques. Depois de experimentarem grandes vitórias eles conheceram uma derrota. Uma única derrota. Haveria alguma ligação entre elas. A derrota bolchevique foi o antítipo da derrota dos hebreus?

Derrubando um Mito


Derrubando um Mito

Nas disputas entre stalinistas e trotskistas ambos chegam a um consenso: o reconhecimento de que não se pode saber se Trotsky esteve certo ou errado, simplesmente porque a sua visão de revolução não pode ser testada na prática. Com isto concordam trotskistas e stalinistas. Pois quê o poder passou das mãos de Lênin para as mãos de Stálin, com Trotsky não tendo a sua oportunidade.

Mas, o que poucos sabem é que a Teoria de Stálin, a construção do socialismo em um só país, surgiu justamente como reação à prática do pensamento de Trotsky, que não era pensamento exclusivo de Trotsky mas tal estava impregnado em todas as mentes revolucionárias. Antes de ser posto em prática a teoria da construção do socialismo em um país só, de Stálin, foi posto em prática a teoria da revolução mundial de Trotsky.

E como ela foi desastrosa, a dialética cuidou em engendrar a sua negação. Cuidou em descobrir um novo caminho. A revolução mundial, naqueles dias e naquelas condições, era inviável.

E quando é que a Teoria de Trotsky foi posta em ação? Por ocasião da invasão da Polônia pelos bolcheviques, em 1920. A Polônia era sim o portal por onde se ia começar a revolução mundial. Tudo já estava programado, da Polônia então se partir para conquistas universais. Primeiro a Alemanha, e então a França e a Inglaterra, e na esteira e no rastilho da revolução mundial, o resto da Europa.

Mas se formou uma aliança de vários países -- Alemanha, Inglaterra e França se puseram a enviar tropas para ajudar os polacos – e os bolcheviques e a revolução mundial foram derrotados na Polônia, com os bolcheviques sendo empurrados de volta para a Rússia (era como se uma voz invisível lhes dissesse: fica no teu país! Que é melhor para vocês).

Mas, antes da derrota da revolução mundial em terras da Polônia podemos dizer que ela tinha sido antes também posta em prática. Com certeza no acordo de Brest-Litov, onde Trotsky e Bukharin viram uma oportunidade para a revolução mundial, pois acreditavam piamente que se a Alemanha atacasse a Rússia revolucionária o proletariado alemão iria se levantar em sua defesa. E foi um fracasso, porque os alemães marcharam contra o governo bolchevique e o proletariado mundial não se levantou na sua defesa.

Quando analisamos tal e sabemos tal é então que se descobre em Stálin um gênio, o homem que salvou a revolução da destruição certa, pois naqueles dias era corrente entre todos os bolcheviques que a revolução não tinha pátria, mas a sua pátria era o mundo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Adamir Gerson e Ernst Bloch


Adamir Gerson e Ernst Bloch

Tempos atrás Adamir Gerson fez um trabalho no qual procurou dar um encaminhamento científico a uma visão de Ernst Bloch sobre o cristianismo. O que dizia Ernst Bloch sobre o cristianismo? Partindo de uma simpatia desmedida pelo cristianismo então Ernst Bloch dizia que a religião que nasceu a partir de Jesus era o sonho de juventude do socialismo. Para Ernst Bloch o que diferia o cristianismo do socialismo é que um tinha ciência e o outro não. Em uma palavra, para Bloch se colocasse ciência no cristianismo o que resultava era o socialismo; se tirasse a ciência do socialismo o que restava era o cristianismo.

Adamir Gerson, respeitando a visão de Ernst Bloch, todavia não impediu dele apresentar o assunto em bases inteiramente novas. De modo que ao esquema de Bloch: Moisés (Moisés) -->Jesus (adolescência) -->Marx (ser adulto), Adamir Gerson trouxe um novo esquema. De modo que disse mesmo que o sonho de juventude do socialismo fora o socialismo utópico e não o cristianismo, de modo que o novo esquema seria este: Adam Smith (Materialismo Inglês) -->Proudhon (Materialismo Francês) -->Marx (socialismo alemão).

Quanto ao cristianismo o mesmo também estava incluso em processo evolutivo-dialético. E seria este: Moisés (Judaísmo) -->Hillel (Essênios) -->Paulo (cristianismo) (Os essênios, elo de ligação entre o judaísmo e o cristianismo corresponde ao socialismo utópico, elo de ligação entre o materialismo inglês e o socialismo).

De modo que o esquema: Moisés (Judaísmo) -->Hillel (Essênios) -->Paulo (Cristianismo) seria a tese do processo, ao passo que o esquema: Adam Smith (Materialismo Inglês) -->Proudhon (Materialismo Francês) -->Marx (socialismo alemão), a antítese do processo.

E como Jesus entraria no esquema? Assim: Paulo (Cristianismo) -->Marx (Socialismo) -->JESUS. Paulo representava a infância de Jesus; Marx, a adolescência de Jesus, e finalmente o ser adulto chamado Jesus, em que Nele gira harmoniosamente Paulo e Marx. Isto é, igualdade espiritual e igualdade material.

Mas, já incluso, deve-se fazer um retorno a Ernst Bloch, mesmo porque ele conhecia o esquema Adam Smith -->Proudhon -->Marx. De modo que estava se referindo a outro objetivo. O que queria era estabelecer a ligação do Cristianismo com o Marxismo.

E realmente existe uma ligação umbilical entre o Cristianismo e o Socialismo intuída por Bloch.

E nesta nova apresentação o Socialismo surge como sendo o mesmo Cristianismo.

Como assim? Na verdade o Cristianismo representa o ser infante, o socialismo o ser adolescente. E sabemos que o ser adolescente é o mesmo ser infante. O adolescente não é outra coisa senão que o ser deixou para trás o seu ser de infância. No sentido de “superação” sim, MAS MUITO MAIS no sentido de negação. O ser adolescente é a negação do ser infante. O ser infante construiu o conceito de dependência, mas o ser adolescente irá construir o conceito de independência. Os dois conceitos apartados, tese e antítese. Todavia no amadurecimento do ser adolescente então começa a ser construído o ser adulto. E o ser adulto não é outra coisa senão o resultado da reconciliação do ser adolescente com o ser infante. O ser infante trabalha com o conceito de dependência, o ser adolescente com o conceito de independência, mas o adulto trabalha tanto com o conceito de dependência como com o conceito de independência. É isto que possibilita a vida.

Ora, se o socialismo é o mesmo cristianismo, como explicar o paradoxo da contradição? Simplesmente que o cristianismo é Jesus, o socialismo é Jesus, e agora Jesus irá se manifestar em toda a sua plenitude através daquilo que chamamos de socialismo celestial. Jesus na sua infância, Cristianismo, Jesus na sua adolescência, Socialismo, e agora Jesus em sua existência adulta, Reino de Deus para os Cristãos e Comunismo para os marxistas.

Então a intuição primeira de Ernst Bloch estava carregada de verdade e de certezas. Havia realmente uma íntima ligação do Cristianismo com o Socialismo, já intuída por Engels. O que Adamir Gerson faz agora é apresentar a mesma em bases rigorosamente científicas. No seu encadeamento real.

Certamente que é preciso Hegel para compreendê-lo, sendo tal o movimento da Idéia Absoluta se convertendo em Espírito Absoluto. A luta dos cristãos, a luta dos marxistas, são os momentos do Calvário do Absoluto.

Tal apresentado são provas irrefutáveis da transcendentalidade da História, bem assim ao estilo de Hegel mesmo. Está no tempo dos homens descobrirem este ser transcendente que opera a história da revolução, que é a mesma história da Redenção, sendo a revolução um dos seus momentos.

Para compreender toda a grandiosidade do assunto faz-se necessário uma apresentação do movimento da História, como ele de fato se dá.

Ora, Comte explicou a História a partir da lei dos Três Estados. Adamir Gerson também explica a História a partir da lei dos Três Estados. Apenas que a sua apresentação é radicalmente diversa. Em Comte a segunda fase da lei dos Três Estados, que ele chamou de Metafísica, superou a primeira fase, chamada de Teológica. E quanto à terceira fase, que ele chamou de científica ou positiva, ela, segundo Comte, superou a segunda fase.

No entanto em Adamir Gerson a segunda fase da lei dos Três Estados, que para Adamir Gerson chama de filosófica ou materialista, ela não superou a primeira fase, a teológica, MAS FOI A SUA NEGAÇÃO! Quanto à terceira fase, que Comte chama de científica ou positiva, mas que Adamir Gerson a chama de Científica ou Celestial, ela é na verdade uma síntese das duas fases anteriores.

Pois bem, sem assim, então podemos dizer que a História possui, basicamente, três fases, a teológica, que se encerrou ao final da Idade Média; a filosófica ou materialista, que se iniciou com e a partir do Renascimento; e a Celestial que é todo o período bíblico do Milênio.

De modo que podemos dizer que no ventre da fase teológica da História se desenvolveu o esquema: Moisés (Judaísmo) -->Hillel (Essênios) -->Paulo (Cristianismo). E no ventre da fase materialista da História se desenvolveu o esquema: Adam Smith (materialismo inglês) -->Proudhon (materialismo francês) -->Marx (socialismo científico). Tese e antítese. Todavia no ventre da fase terceira, celestial, se desenvolve o esquema: Cristianismo -->Teologia da Libertação = Marxismo -->Escola de Frankfurt, tese e antítese que se realizam e se reconciliam numa síntese, o Socialismo Celestial, escopo de todo o processo da Redenção.

O socialismo de Marx é científico quando confrontado com o materialismo francês e o materialismo inglês, de modo que podemos dizer que a religião cristã é também o científico quando confrontado com o essenismo e o judaísmo. Mas quando a História é julgada em Totalidade então o pensamento de Marx perde a sua cientificidade, como perde também a dos cristãos. Daí Adamir Gerson dizer que há um grande abismo entre o Cristianismo e o Reino de Deus, bem como grande abismo entre o Socialismo e o Comunismo. Os cristãos confundem Cristianismo com Reino de Deus, bem como os marxistas confundem Socialismo com Comunismo. O Reino de Deus é quando o Cristianismo é mergulhado na materialidade do socialismo, bem como o Comunismo é quando o Socialismo é mergulhado na espiritualidade do Cristianismo. Sem isto não há nem Reino de Deus e nem Comunismo.

Isto também explica porque o Cristianismo, após Constantino, passou a ser engolido pelo paganismo (síntese,  Catolicismo Romano) e também o socialismo, após Gorbatchov, passou a ser engolido pelo capitalismo (síntese, vide China atual). Falta um ser ao outro ser, para completá-lo, o complementar, o deixando sem abertura para a entrada do Mal.

Quando foi falado que tanto o socialismo marxista em relação ao materialismo inglês e francês representava o científico como a religião cristã representava o científico em relação aos essênios e ao judaísmo, ora, este científico significa literalmente ao resgate do pecado original. Enquanto tese e antítese. Na síntese sofrerão novos arranjos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Sol entre as estrelas


Vejamos o vaticínio de São Francisco de Paula, que se acha assentado em carta que enviou ao seu amigo e filósofo português Simão Ximenes, entre os anos de 1445 e 1462: "Vossa santa geração será maravilhosa sobre a Terra, entre a qual haverá um de vossos descendentes que será como o Sol entre as estrelas... Reformará a Igreja de Deus. Fará o domínio do mundo temporal e espiritual e regerá a igreja de Deus... Purificará a humanidade, convertendo todos à lei de Deus; será fundador do Reino Universal de Deus na Terra ou da Nova Religião, em que todos adorarão o verdadeiro Deus... Será fundador de uma religião como nunca houve"
LITEU
PSOL
PCB/PSTU
Coletivo Lenin
Corrente Comunista Internacional
(qualquer partido de esquerda).
Os partidos acima representam na verdade as estrelas fixas no céu. Tudo muda e não saem do lugar. E quem é o sol entre as estrelas visto em espírito por frade franciscano Francisco de Paula? O Partido Celestial! Os sábios, e de visão, gastarão as suas energias na criação do Partido Celestial, sabendo que com ele será expulso do universo religioso toda a direita, com as massas religiosas da noite pro dia se levantando com a consciência do socialismo. Que seus líderes se apresentem! E sair às ruas para colher as 500 mil assinaturas exigidas pela justiça eleitoral.