Introdução a um amigo.
Este trabalho lança luz e fundamentação sobre este porvir que está chegando. Trás compreensão sobre a questão do aparecimento do governo de Cristo. Creio que todo intelectual brasileiro deva lê-lo. Padres e pastores, principalmente. Conscientiza a respeito da necessidade de se produzir mudanças no quadro político brasileiro, em especial mudanças no PT, e se começar no Brasil a construção do novo tempo da sétima bola. Algo era para ter nascido em 1999, como se vê no trabalho, mas foi abortado. Mas o que foi “abortado” pode ressuscitar; e começar a construção do novo tempo da sétima bola. Este novo tempo sim será ele o construtor de um Brasil e de uma terra de gente de rosto felíz, porque terá como centro a Jesus Cristo, a cruz inseparável do socialismo. Inseparável de uma sociedade fraterna, de irmãos, em que cada um tem segundo as suas necessidades.
O NASCIMENTO DO BRASIL FRATERNO
HUMANO, DOS NOSSOS SONHOS
Neste espaço vai um gráfico com as sete bolas
* É essa a minha luta: resgatar o verdadeiro sentido de humanidade. Que os homens retomem o projeto do Criador. Onde reina a barbárie de nada vão adiantar novas leis, que não se cumprem; novas punições, que servirão, tão somente, para alimentar a impunidade. Há que ressuscitar as letras mortas. E, isso se faz, somente, com o grito estridente das ruas”, senador Pedro Simon se solidarizando com a mãe do menino João Hélio, assassinado no Rio de Janeiro, uma solidariedade cheia de significados porque ele também passou pela mesma dor.
** Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras. Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro - os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez”, senador Cristovam Buarque
O APARECIMENTO DO VERDADEIRO, DAQUELE QUE REALMENTE POSSUI A “COISA”
“Pois, não há nada escondido que não se torne manifesto, tampouco há nada cuidadosamente oculto que nunca se torne conhecido e nunca venha à tona”, Lucas 8.17
No mês de agosto do ano de 99 Noubarus Gerson (Adamir Gerson), inspirado, fez um portentoso trabalho político, filosófico, profético e religioso e o enviou para a cúpula do PT. No trabalho era dito que se achava em curso no Brasil um processo dialético de nascimento do governo de Cristo. Na abertura de Geizel, e nas mortes de Vladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, Jesus se instalara no processo; a partir de então, como o Ômega de Teilhard de Chardin, começando a convergir e a conduzir os pólos ideológicos contrários cada vez mais na sua direção. À sua atração, cada vez mais eles iriam se aproximar e cada vez mais os muros entre eles iriam cair, até que, então, como uma grande luz, emergiria o governo Daquele que se deixou morrer na cruz para que todos os muros de separação fossem abolidos e todos se reconciliassem plenamente entre si, tendo a sua paz.
Tendo assentado a inspiração em um escrito de dez páginas, cuja profecia messiânica de Isaías 11.6 era o seu centro (mas também a dialeticidade do hegelianismo, feita de contrários que se resolvem na Síntese, no Ômega. Mais precisamente que se complementam, pois a função da dialética não é outra senão separar o trigo do joio, despotencializar os contrários do jugo do pecado original, os pondo na sua relação primeva, conforme criados por Deus), ao final do trabalho Noubarus Gerson o sintetizou em um gráfico de seis bolas.
Ei-lo: na PRIMEIRA BOLA apareciam os governos de Jânio Quadros e João Goulart. Direita versus esquerda eram apresentadas como sendo a tese do processo, juntas mas em tensão, como convém à tese. E nela era dito que o Reino se achava Em Potência; na SEGUNDA BOLA apareciam os governos de Costa e Silva e Médici. E em tais governos, o processo tendo passado da tese para a antítese, era dito que os mesmos representavam o reino Em Negação; na TERCEIRA BOLA apareciam os governos de Geizel e Figueiredo. E era dito que tais governos representaram o reino Em Preparação. O processo da antítese fora interrompido e os contrários entraram em novo movimento, de convergência, tanto com a Abertura conquistada à Geizel como à anistia conquistada à Figueiredo; na QUARTA BOLA aparecia o governo de Tancredo e Sarney, não somente sendo dito que em tal governo se inaugurou a idéia de aliança no processo como também que em tal governo, por já trazer ministros de esquerda, Almir Pazzianto, Fernando Lira e Valdir Pires, ao lado de ministros de direita, o reino se achou Em Embrião. E na quarta bola aparecia em negrito e letras maiúsculas o nome PMDB; na QUINTA BOLA então aparecia o governo de FHC e PFL, sendo dito que tal governo representou o reino Em Botão. Na aliança partidária do PSDB e PFL a idéia de aliança avançou sobremaneira qualitativamente, pois os contrários agora foram além do psicologismo pessoal da aliança democrática de Tancredo, agora se achando aproximados em estrutura óssea partidária. E na quinta bola aparecia em negrito e em letras maiúsculas o nome PSDB. Apesar de estarmos com oito anos de governo tucano, e Lula ter somado três derrotas consecutivas, de modo que ninguém mais acreditava nele, nem ele mesmo, já dera a entender que não encontrava mais terra nos pés para disputar uma quarta eleição (a perda de fé em Lula foi porque, não obstante revelar grande força e vontade, nas três eleições se revelara adialético, sem reação, apenas repetindo as mesmas palavras e estratégias, tentando reverter situações desesperadoras bafejando sobre elas palavras de ordem), sim, a verdade é que no trabalho, inspirado, Noubarus Gerson fez constar uma SEXTA BOLA. Já um novo tempo em relação ao tempo tucano. E nela aparecia o PT sucedendo o PSDB na condução dos destinos do Brasil. Era dito mesmo que a aliança que o sistema fizera com o PSDB iria ser desfeita e refeita com o PT. O PT era a bola da vez. Independia da vontade dos homens, posto que era a lógica interna do processo: se com Tancredo houvera a aproximação das forças democráticas e com FHC a aproximação das forças sociais-democratas, o passo seguinte é que iria se dar a aproximação das forças de esquerda. Elas iriam também ser trazidas e mergulhas no processo, e no momento em que tivessem os seus morros aplainados e lixados eram os morros do sistema que estavam também sendo aplainados e lixados, com as condições objetivas ficando mais propícias para o aparecimento do governo de Cristo, Daquele que se deixou morrer para que todos os muros de separação fossem abolidos. E na sexta bola aparecia em negrito e em letras maiúsculas o nome PT. (Este aproximar-se do governo de Cristo pode também ter um outro sentido: na verdade é que as forças políticas estavam sendo superadas, primeiro as forças de direita, com a ditadura, depois as forças democráticas, com Tancredo, depois as forças sociais-democratas, com FHC, e então estava faltando a superação das forças de esquerda. Seria então, e somente então, que o caminho se acharia aberto e preparado para a manifestação das forças que iriam materializar o governo de Cristo, forças estas chamadas na Palavra de Deus de As forças dos Reis do Nascente do Sol (Apocalipse 16.12), que se manifestam para começar um novo tempo sobre a terra. Como se acha incluso as tipologias da conquista de Babilônia, as forças de medos e persas reunidas por Ciro seriam hoje as forças de cristãos e socialistas, de cristãos socialistas e de socialistas cristãos, o que significa uma nova práxis, superar a sociedade feita em divisão de classes sim, mas não mais pelo poder da luta armada, mas pelo poder da Palavra de Deus. Não mais buscando a destruição da burguesia, mas se buscando a sua transformação e conversão, o que se tornou possível pela chegada na Revolução do judeu Jesus, chegando e assumindo o lugar que foi do judeu Marx, assim como no passado chegou e tomou o lugar que foi do judeu Moisés. Então é muito certo que o aproximar-se e o superar seria então que na verdade estaria havendo uma separação entre trigo e joio, o joio sendo os políticos imprestáveis para o governo de Cristo ao passo que o trigo os políticos prestáveis. As forças dos reis do nascente do Sol seriam, pois, formadas deste trigo, deste trigo que se deixou aproximar do Cristo).
Prosseguindo. Pois é, Noubarus Gerson enviou o trabalho e pediu para a cúpula do PT que organizasse um Debate em Brasília para o dia 26 de agosto daquele ano de 99. Então, diante de políticos do PT e de políticos do sistema, bem como diante de empresários e intelectuais, iria então expor e explicar o fabuloso sistema; porque chegara a vez do PT no processo e porque o Brasil deveria se deixar guiar por um homem que jamais envergonharia Jesus, Suplicy (é que no trabalho o homem do PT que aparecia tomando o lugar de FHC na condução dos destinos do Brasil era o senador Eduardo Suplicy).
Mas, menos de um mês depois, Noubarus Gerson, surpreso, vê Lula saindo nos meios de comunicação com o trabalho debaixo do braço como se fosse o autor das propostas. E os meios de comunicação, em especial a revista Isto É, mostravam o desespero de Lula em bater na porta de políticos do sistema para que aceitassem a proposta de aliança. "Descobri a fórmula de juntos acabarmos com a fome. O Brasil todo vai aplaudir quando ver que deixamos de lado as divergências e picuinhas e que nos unimos numa grande causa. Façamos, pois, a aliança", dizia um homem ávido de poder, do poder pelo poder, atestado no dia da posse, quando ao invés de mostrar preocupação com os desafios que a vitória lhe impunha, chorava como criança porque ‘tinha ganho’.
Noubarus Gerson custou a crer no que via. Passara vinte anos elaborando o trabalho (naquele agosto de 99. O começara em abril de 78, quando um operário da CICA), e, na hora de o pôr em prática, colher os seus frutos, os frutos que colhe a mãe na hora do parto, eis o mesmo nas mãos de pessoas que não gastaram nele nem uma noite sequer. A não ser que quando o trabalho caiu em suas mãos passaram uma noite em claro maracutaiando como é que o iriam pôr em prática (a revista Isto É trás eles, através de Guido Mantega, envolvendo a revista para o pôr em prática. Ela trás esse senhor chegando no portão da revista e dizendo para os seus redatores: “Tive a idéia de um Debate para pôr em ação umas idéias novas que Lula está ousando”. Pior ainda, o trabalho fora feito por alguém que é profeta e filósofo (mesmo que nunca tenha posto os pés numa Faculdade ou numa escola de Teologia, cujos pés não saíram das fábricas e da rotina dura do trabalho) (trazia a passagem da escatologia do profeta Sofonias, a ira de Deus contra os ricos, poderosos e seus aliados sacerdotais, para a escatologia do profeta Isaías, a libertação destas forças do cativeiro do egoísmo, da cobiça e da falta de conhecimento de Deus, bem como trazia também a passagem do marxismo (confronto) para o hegelianismo (reconciliação) (Hegel se alienou em Marx para voltar como Jesus, nem mais Hegel nem mais Marx mas uma realidade a posteriori superior chamada Jesus), mas nas mãos de intelectuais positivistas e adolescentes o que nascera Pedrinho estava sendo transformado no Osvaldo... pela mulher Vilma...
Pior ainda, na sexta bola constava o nome do senador Eduardo Suplicy como sendo o homem do PT que iria tomar o lugar de FHC na condução dos destinos do Brasil. E eles ficaram uma noite em claro maracutaiando é porque raspar o nome de Noubarus Gerson, um desconhecido sem eira e nem beira, e colocar o nome de Lula era fácil, mas tirar o nome do senador Eduardo Suplicy e colocar o nome de Lula era um espinho atravessado na garganta (é oportuno observar que a reportagem da Isto É registra eles se livrando da espinha na garganta com a maior das dificuldades. Proibiram Suplicy em participar do Simpósio. Mas, diante da insistência do senador em participar, de qualquer jeito, nem que fosse "na marra", começaram a achar que tal insistência só podia ser que o remetente enviara também cópia para Suplicy. Com medo de que ele denunciasse a farsa, então permitiram a sua participação. Mas Noubarus Gerson não enviara cópia do trabalho para Suplicy, e somente seis anos depois é que veio a compreender porque naquele outubro de 99 quiseram impedi-lo de participar de um Simpósio que pela sua natureza deveria ter sido o primeiro a ser convidado a participar. (Ora, Noubarus Gerson disse o que nascera Pedrinho foi transformado por aqueles que se apossaram do trabalho e se acham hoje no Palácio do Planalto no Osvaldo porque no trabalho era a fruta sadia chamada Jesus Cristo que iria se manifestar, não para destruir, mas para regenerar as frutas apodrecidas do sistema. E o senador Eduardo Suplicy era a figura ideal, não só possuidor de um coração generoso, mas, também, de uma ética irrepreensível. Mas o que vimos foi justamente o contrário, as frutas podres do sistema apodrecendo as frutas da esquerda que tínhamos notícias delas como sadias. Uma inversão. É por isso que na metáfora realística o que nascera Pedrinho fora transformado no Osvaldo) (É preciso este importante esclarecimento: Noubarus Gerson não enviou cópia para o senador Suplicy; não viu necessidade de a enviar, pois a enviara para a cúpula do Partido, logicamente que caindo em mãos de pessoas tidas por honradas. Mas é preciso esclarecer: a enviou para a cúpula do PT mas também para a cúpula do PFL, o que explica ter havido o Simpósio da Trevizan, a cúpula dos dois partidos toparem naquilo mui provavelmente que, diante da sua lógica massacradora, o melhor seria se adiantar e impedir que ele acontecesse por outras mãos, a de Suplicy e do próprio Noubarus Gerson, um desconhecido que fariam de tudo para impedir a sua manifestação).
Pois é, o Debate que pediu realizassem em Brasília naquele 26 de agosto do ano de 99 eles realmente realizaram, dois meses depois, em São Paulo , na Faculdade Trevizan. E lá estava Lula no seu centro, insultando ao lado ACM para que se juntasse naquilo... e no porão da Trevizam, amarrados pelos pés e mãos, e com mordaça, estavam Isaías e Hegel, vendo estranhos pervertendo a boa obra e não podendo fazer nada... Apenas testemunhando o que diz a Palavra de Deus: o mundo jaz no poder do Maligno (pervertendo a boa obra porque o centro de todo o trabalho era a profecia messiânico-escatológica de Isaías, na qual aparecem os muros entre os contrários sendo derrubados e eles, reunidos por um pequeno rapaz, então sendo conduzidos para o reino de Deus (ver Isaías 11.6). Quanto a Hegel, porque nele reconciliação não quer dizer um artifício para afastar contendedores e fazê-los viver por linha demarcatória, mas é retirar dos contendedores o que eles têm de positivo e verdadeiro e com a sua massa formar um novo ser, livre das imperfeições anteriores. A reconciliação em Hegel é transcendente, o restabelecimento da autoridade da Idéia Absoluta, perdida com o pecado original).
Prosseguindo. A revista Isto É, que dedicou ao Simpósio da Trevizan nada mais nada menos que vinte páginas (outubro de 99), trás depoimentos emocionantes de personalidades políticas e empresariais. Todas estão perplexas da "capacidade e ousadia" de Lula em propor um novo paradigma. Estão convencidas de que o Debate inaugurará um novo tempo na terra, em que o confronto ideológico será coisa do passado, tendo cedido o lugar para a cooperação e a solidariedade. Vale a pena reproduzir alguns destes depoimentos emocionantes. "Quando a verborragia é boa, só saem pérolas", Abrão Kasinsky, empresário. "É importante um encontro como esse. De um lado, o Lula que representa o combate permanente à pobreza e, do outro, Antônio Carlos Magalhães que representa a elite. O sentimento que move essas pessoas, se por uma preocupação social ou por interesse político, não importa. O que importa é que traga visibilidade para essa questão. Estou aqui para prestigiar uma ação louvável de democracia e homenagear Sérgio Motta, que sempre criticou a desigualdade social", Wilma Motta, assistente social. "É preciso união para que essas idéias tenham efeito. E não politicagem", Mario Amato, ex-presidente da Fiesp. "No Brasil, esta é a primeira vez que vejo autoridades chegando junto", Alex Periscinoto, publicitário. "Esse encontro foi um grande começo, um momento importante para todo o país", Nizan Guanaes, publicitário. "É um fato inédito ver Lula e ACM na mesma mesa, independentemente de suas divergências políticas. Vale mais a pena trazer o ACM para debater o problema da pobreza; faze-lo se aproximar do PT, do que levar o Lula para discutir a direita", Chico Malfitani, marketeiro. "Fico feliz que dois políticos importantes tenham tido a capacidade de reunirem-se num grande debate. Mas a discussão sobre a pobreza não podem ser ação isolada de um partido ou de um indivíduo. Tem de ser uma ação de todos, principalmente daqueles que são capazes de perceber que, em cima de princípios éticos e morais duradouros, podem-se fazer alianças pontuais, mesmo que passageiras", Marina Silva, na época senadora pelo Acre. (Dentre os inúmeros testemunhos trazidos pela revista Isto É se encontra também um de José Genoino, que, em respeito ao seu passado de luta contra a ditadura, não convém ser transcrito, apenas adiantando a forma com que Genoino enaltece a transcendentalidade de Lula sobre o espectro ideológico, enfatizando que Lula possui poder e cacife para conversar e dialogar com quem quer (leia-se todos os mortais), inclusive ACM, desta forma blindando Lula das críticas internas do PT ao “estranho” Simpósio da Trevizan).
Pois é, todos eles estavam convencidos de que foram levados à Faculdade Trevizan para presenciarem o nascimento da vida... Mas não sabiam que presenciavam o seu aborto...
Como era de se esperar, Noubarus Gerson reagiu enviando o material para os principais meios de comunicação do país; mas nem um único deu a menor atenção, apenas a revista Veja o retornou acusando o recebimento da correspondência.
E aconteceu, no final do ano de 2002, assim que o TSE anunciou a vitória de Lula, ora, como Noubarus Gerson tinha a maior das convicções que Lula ganhara a eleição unicamente por causa do trabalho que elaborara em agosto de 99, sem ele era mais fácil a terra parar de girar do que Lula ter ganho a eleição, o PT que vencera não fora o PT da Frente Brasil Popular, que participara de três eleições e nas três saíra derrotado, incapaz de reação, mas o PT que ganhou foi o PT da Trevizan, e o PT da Trevizan nasceu a partir do trabalho que elaborara naquele agosto de 99, ele fora um robô mudo removendo todas as minas no caminho do PT, Duda Mendonça apenas penteou a noiva arrumada para o encalhado, bem, a verdade é que se aproximando o momento de Lula ser empossado, Noubarus Gerson tentou mela-la. Fez um portentoso trabalho a que deu o nome de O Brasil nas Mãos de um Impostor. E saiu pelas ruas de Presidente Prudente a fim de ganhar apoio e ir a Brasília com a denúncia, daquilo que ocorrera em agosto e outubro de 99.
Mas Aquele que o inspirara no trabalho interferiu, dizendo para o seu profeta: "Deixe-o por enquanto...".
“DEIXE-O POR ENQUANTO...” Parte - 1
O que seria o “deixe-o por enquanto...”? Por ventura que Lula, não obstante não constar como o homem do PT que iria suceder FHC na condução dos destinos do Brasil, não estar na sua direção, todavia foi necessário? O processo, para que chegasse no seu objetivo final, teria necessariamente que passar por ele?
Ora, todo teólogo e todo religioso sabem que toda vez que Deus vai fazer uma obra nova na terra, trazer um novo avanço para a humanidade, por causa do pecado original, que introduziu o Mal na criação, então a obra verdadeira é precedida da obra de imitação, pervertida. Na forma, por fora, as duas são idênticas, mas no conteúdo, por dentro, sem qualquer relação. E o que sucede é que a obra do Imitador, por causa desta disfunção, cada vez mais vai se aprofundando em contradição, o conteúdo fraturando a forma e cada vez mais se expondo. E chega então o momento em que a obra verdadeira chega e o resultado é o choque frontal entre elas, com a obra do Imitador, já com fraturas expostas, sendo esmagada e reduzida a pó. Foi isto que ocorreu com o bastão dos magos do Egito, cujo final foi ser engolido pelo bastão do homem do verdadeiro Deus, e foi isto que aconteceu com o nacional socialismo de Hitler, cujo final foi ser engolido pelo socialismo soviético.
Por que o mal foi introduzido na criação? Por que é permitido que a obra de Deus venha a estar em suas mãos, de modo que ele a perverte, esvaziando o conteúdo do Divino e no lugar pondo o seu próprio conteúdo? Tratou-se de acidente ou algo necessário à própria criação?
Ora, Santo Agostinho procurou extrair do Mal uma dimensão positiva, ou seja: ele existe para fazer o bem aparecer. E quando o bem aparece, para aparecer, tem, pois, que se chocar com ele e ocupar o lugar que é seu, descartando-o.
Lula teria sido essa figura necessária de Santo Agostinho? No processo ele não se achava explícito, mas o processo não se realizaria sem ele? Destarte, seria mesmo a figura que na Bíblia persiste em se transformar em anjo de luz, mas o seu fim é segundo as suas obras?
Primeiro
Ora, no trabalho que elaborou em agosto de 99 é muito claro que o governo de Cristo iria se estabelecer no momento em que os contrários se encontrassem, no Infinito. Então, pela sua mediação, iriam se reconciliar abundantemente, a partir de então começando uma nova caminhada, feita unicamente no espírito da cooperação e da solidariedade. E procurava fixar nas mentes dos seus leitores esse final de reconciliação entre os opostos lançando mão de filosofias medievais, Mestre Ekhart, Nicolau de Cusa e Giordano Bruno, segundo as quais os opostos se achavam em movimento de aproximação, e que iriam se encontrar no Infinito, Nele a sua divergência se convertendo então em convergência, bem como lançando mão de filosofias modernas, Hegel, Teilhard de Chardin e Pietro Ubaldi, segundo as quais o movimento tem uma linha ascendente e convergencional, tende para o outro (no trabalho elaborado apareciam Hegel e Teilhard de Chardin, só agora Noubarus Gerson está declinando o nome de Pietro Ubaldi, também merecedor de figurar no trabalho). De modo que assentou mesmo no trabalho que no momento em que o governo da quinta bola, o governo tucano, cedesse o lugar para o governo da sexta bola, o governo do PT, ora, o governo que iria então se manifestar, simplesmente por ser o governo de Cristo, seria totalmente sem barreira ideológica. À sua manifestação, pela Sua mediação, então todos os contrários iriam se reconciliar, se deixando guiar pelo Cristo presente em cada um. Era este o momento sublime e glorioso do cumprimento da profecia messiânica de Isaías, que viu os contrários sendo reunidos por um pequeno rapaz e seguindo junto na direção da construção do pacífico reino de Deus, lugar em que a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano, nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Javé assim como as águas cobrem o próprio mar (Isaías 11.1-9).
Façamos, pois, a pergunta: quando Noubarus Gerson enviou o trabalho para a cúpula do PT naquele início de agosto de 99 e era pedido que organizassem um Debate na cidade de Brasília para o dia 26 de agosto daquele ano de 99, de modo que diante dos políticos do PT e de políticos do sistema, bem como diante de empresários e intelectuais, ele iria expor o fabuloso sistema, porque chegara o tempo do sistema descartar o PSDB e o lugar ser ocupado pelo PT, começando então no país, e só então, as necessárias transformações sociais, que, permanentes, bem na visão de Trotsky, iriam então conduzir a um dia em que no país não haveria mais nem ricos e nem pobres, nem patrão e nem empregado, mas uma única e grande família, a família dos filhos e filhas de Deus, ora, façamos a pergunta: para que um final assim acontecesse, com os contrários marchando junto na direção do governo do Reino, foi necessário que houvesse a sua imitação, o Simpósio da Trevizan, onde os contrários foram reunidos diante de Lula e diante de ACM, com muitos deles pensando seriamente que um novo tempo estava se inaugurando na terra, a concórdia entre os opostos, como pensaram Vilma Motta, Marina Silva, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque, mas no meio deles aqueles que estavam pensando em como tirar proveito daquilo? O joio no meio do trigo? O Simpósio da Trevizan foi o cumprimento da profecia de Isaías, os contrários se posicionando para começarem então a caminhada na direção do governo do Reino ou tratou-se da obra do Pai da Mentira? Da obra do usurpador e impostor? Não obstante usurpadora e impostora, todavia necessária para que a verdadeira festa de reconciliação então acontecesse, trazendo realmente a reconciliação dos luminares medievais e modernos, produzindo os seus verdadeiros frutos, pois então os homens já tiveram a experiência amarga da farsa da Trevizan?
Segundo
No trabalho que elaborou em agosto de 99 era claro que o processo, avançando pelas bolas, cada bola representava um tempo e um governo novos, iria então chegar o momento que ao seu final então iria emergir o governo de Cristo. Façamos, pois, a pergunta: o fato de Lula, a partir da eleição, ter sustentado posições messiânicas, a tal ponto que se achando no exterior propôs para a comunidade internacional um plano para acabar com a fome no mundo, ora, essa preocupação com o mundo, que realmente é atributo e missão do governo de Cristo, não é indício claro de que o governo de Cristo veio a cair nas mãos de figura impostora, imitadora, que se manifesta como ministro de justiça, mas o seu fim é segundo as suas obras?
Como Lula propôs acabar com a fome no mundo? Taxando o comércio mundial de armas. O seu dinheiro, que seria muito, muito mesmo, então acabaria com a fome em todo o mundo.
Ora, tal não seria indício claro de que Lula é mesmo a figura bíblica que persiste em querer ser anjo de luz, mas o seu fim é segundo as suas obras?
Ora, acabar com a fome no mundo, em todo o mundo, é atributo do governo de Cristo. Como ele porá um fim à fome no mundo? Tachando o comércio de armas e direcionando os seus recursos tributários para o combate a fome? Exatamente o seu contrário! Não taxando, mas o eliminando. Esses bilhões, dinheiro produzido pelo trabalho e esforço do trabalhador, que no mundo todo são canalizados para a fabricação e comércio de armas, serão destinados justamente para acabar com a fome no mundo. Através de investimentos e fixação do homem no campo, da construção de moradias dignas, de hospitais, de escolas, de centros desportivos, de centros de lazer, melhorias nos serviços públicos, melhoria dos meios de transportes e etc. Tudo isto gera empregos e a fome no mundo não é por falta de alimento, mas por falta de oportunidades de trabalho.
Terceiro
No trabalho elaborado em agosto de 99, aparecia que o processo, avançando de bola em bola e de governo em governo, cada vez mais os obstáculos ideológicos iriam sendo removidos, até que, finalmente, na sua consumação, emergiria o governo de Cristo, totalmente sem barreira ideológica, mas totalmente um governo de justiça. E é certo, muito certo, que no trabalho aparecia todo um projeto para acabar com a fome, o processo tendo se solidarizado com Betinho e decidido tornar realidade os seus sonhos belos de um Brasil sem fome e sem exclusão (quem ler o trabalho elaborado o verá).
E tal iria ser conseguido porque a economia iria deixar de ser ideologia para ser ciência. Por ser o governo do Reino, ele (economia) recobraria a sua dimensão e essência própria, desfigurada e alienada de si pelo pecado original, de modo que iria deixar de estar a serviço desta ou daquela classe social para estar a serviço da sociedade. No trabalho aparecia claro que a economia, livre pelo fim da ideologia, então iria resolver os problemas da sociedade por direcionar toda a atividade produtiva na direção dos necessitados, daqueles que naquele momento estavam precisando dela.
Vimos isto no governo Lula? Na forma sim, o anúncio de reduzir a zero a fome no Brasil, mas, e no conteúdo? No trabalho a fome seria reduzida, pois, a zero por mudanças na economia: é isto que vimos no governo Lula? Ou o que vimos foi, pois, a filantropia tomar o seu lugar? De modo que no governo Lula a economia continua asfixiada ideologicamente, a serviço das classes dominantes?
“Deixe-o por enquanto...” – Parte 2
O que seria o “deixe-o por enquanto...”?
Ora, no trabalho que elaborou em agosto de 99, nele aparecia que se achava em curso no Brasil um processo dialético para o nascimento do governo de Cristo. E era dito que o processo, depois de passar por vários governos, em que neles a luta ideológica cada vez mais ia se amainando, então o seu final é que iria então se dar a manifestação do governo de Cristo, totalmente sem barreira ideológica, mas totalmente um governo de justiça (Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto à príncipes, governarão como príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada, Isaías 32). Destarte, o processo, cada vez mais removendo as barreiras ideológicas, era como se estivesse removendo a casca para apanhar a sua flor pura, mais uma vez, totalmente sem barreira ideológica, mas totalmente de justiça. E era dito que o momento do aparecimento desta flor pura, o governo de Cristo, se daria quando o processo então passasse do PSDB para o PT. O Cristo da cruz iria começar o seu governo de justiça e paz justamente com o PT.
Ora, será que o “deixe-o por enquanto...”, é que na verdade o governo de Cristo, a flor pura do processo, iria nascer, não na sexta, mas na sétima bola? Que para que nascesse havia ainda a necessidade da preparação da sexta bola, o governo do PT, sem a qual não teria como nascer?
Primeiro
No trabalho aparece claro que os pólos ideológicos contrários, que na tese estiveram juntos, em unidade tensorial, governos de Jânio Quadros e João Goulart, e depois, na antítese, governos de Costa e Silva e Médici, se apartaram cada qual assumindo o seu antagonismo, e depois, no governo Geizel, o processo interrompeu o seu movimento de antítese e, como bumerang, principiou então ao movimento de convergência, de aproximação entre os contrários, de modo que no trabalho aparece claro que a política de Abertura conquistada a Geizel, lenta e gradual, não era nunca que um pólo ideológico iria superar o outro lento e gradual, evidentemente que a esquerda superando a direita, mas, sim, que lento e gradual os pólos ideológicos iriam estar se aproximando, um aproximar-se que se daria porque, aproveitando a ocasião, a ocasião que ela mesma fez, a Abertura, então a Divindade, no sangue de Vladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho, tendo se encarnada no processo, começou então a conduzir os contrários na Sua direção, cada vez mais os aproximando de Si.
Ora, façamos, pois, a pergunta: se no processo está claro que o sentido da Abertura de Geizel, lenta e gradual, é que os pólos ideologicamente contrários iriam aproximar-se, um aproximar-se que seria muito mais que estariam se anulando, ambos estavam sendo superados no processo, estavam sendo despotencializados do processo assim como o remédio despotencializa o que faz o corpo sofrer, uma superação e despotencialização que se dava porque o processo os levava a amadurecimento, ora, não seria, pois, um contra-senso no trabalho ter aparecido que o governo de Cristo se manifestaria a partir da esquerda? Isto não faria da esquerda vencedora no processo, sendo que no mesmo está implícito que não somente a direita, mas também a esquerda, estariam indo embora, deixando nos seus lugares, à disposição, liberdade e igualdade, para, a partir delas e com elas, então se manifestar o governo de Cristo? O processo estaria realmente levando as ideologias a amadurecimento. E, amadurecidas, com a sua carne perdida a rigidez, a dureza, completamente amolecida, então liberando liberdade e igualdade, com as massas se deixando fecundar por elas, começando, pois, na terra o governo de Cristo, portador de liberdade, mas também de igualdade, que sabiamente os desentranhou para si do ventre dos pólos ideológicos contrários, onde se achavam, a bem dizer, aprisionados? Ora, o profundo significado do “deixe-o por enquanto...” não é mesmo que o governo de Cristo não iria de modo algum nascer na sexta bola, mas na sétima? De modo que é como se Jesus dissesse: deixe-o por enquanto, pois o meu tempo não tem chegado?
Deixe-o por enquanto... Parte 3
Ora, no trabalho que elaborou em agosto de 99, de formação e nascimento do governo de Cristo, o homem do PT que aparecia tomando o lugar de FHC na condução dos destinos do Brasil era o senador Eduardo Suplicy. Mas, e Lula? Lula fora completamente esquecido no trabalho? Que isto nunca aconteça!
No trabalho aparecia para Lula um trabalho quiçá mais glorificador, de cunho mundial. A sua missão, como um novo Paulo apóstolo, seria andar a terra inteira disseminando entre os povos e as gentes a semente do governo de Cristo nascendo no Brasil, de modo a agregar toda a humanidade na sua caminhada.
Façamos, pois, a pergunta: o fato da cúpula do PT ter tirado o nome do senador Suplicy e colocado o nome de Lula teria sido providencial? Lula, para desempenhar o papel mundial, teria de se credenciar passando pelo crivo da experiência, de modo que quando chegasse no meio das gentes e dos povos então seria recebido como alguém que tem autoridade? Seria ouvido e acatado?
Se esta hipótese for a verdadeira, então significa que Lula se acha numa situação em que se achou Saulo de Tarso, prestes a ser alcançado e transformado por Jesus, assim como Paulo, sendo também derrubado do seu cavalo e deixando de estar a serviço de forças mortas para estar a serviço da vida.
Lula passaria pelas mesmas transformações porque passou Saulo de Tarso, deixando de estar a serviço de forças mortas para estar a serviço da vida? Será derrubado do seu cavalo de orgulho, onde se auto-promove acima dos mortais, imaginando ser o redentor prometido?
Se esta hipótese for a verdadeira, então o próprio Lula em breve será um outro homem, fulminado e transformado por Jesus Cristo, humildemente se colocando a serviço das boas novas de eternas. Se desinteressando do Palácio do Planalto, de onde já retirou a credencial necessária, passando então a se interessar pela terra inteira, com os seus pés repisando os lugares por onde passou Che Guevara, o continente africano e o continente americano, e dele tomando o rumo do continente asiático e subindo para o continente europeu, fechando antes as feridas do Oriente Médio, uma ponte entre Jerusalém Oriental e Jerusalém Ocidental, com judeus, palestinos e cristãos transitando de um lado a outro da indivisível e eterna cidade, sem impedimento, sem qualquer impedimento, sem alguém a dizer: para onde vai? Destarte, como o personagem crístico do profeta Habacuque, então percorrendo a terra e na sua passagem agregando a todos na caminhada nova do governo de Cristo, com os povos e as gentes se deixando agregar porque vêm que o livro O Capital na mão esquerda de Che Guevara se converteu no livro da Palavra de Deus na sua mão esquerda e porque vêm que o fuzil na mão direita de Che Guevara se converteu na Educação na sua mão direita. (Ó Deus, ouve o teu profeta, e assim como fizestes com Che Guevara, com o teu Moisés, que virou às costas para as conquistas temporais e foi ter com os oprimidos da terra, para que eles um dia pudessem estar usufruindo plenamente do trabalho de suas mãos (Isaías 65.22), e pudessem estar animados, com clamores jubilantes, pelo fim do rei de Babilônia (Isaías 14.3-8), recentemente enxotado pelas avenidas da América Latina, ó Deus, ouve o teu profeta e faz assim com Lula, com ele tomando a consciência nova que um dia tomou Saulo de Tarso e começando uma nova jornada em sua vida, uma nova jornada que seja a consumação da jornada daquele que foi tirado de Cuba e levado para os altos bolivianos e dali lhe mostrado toda a terra DO OUTRO LADO, uma terra paradisíaca, sem explorados e sem exploradores, que ele mesmo não entraria, mas um outro entraria no seu lugar. Ó Deus, não deixa em vão o sacrifício de Che Guevara. Por certo que não deixará, porque tu és um Deus que tudo que começa termina).
CONSTRUAMOS O NOVO TEMPO DA SÉTIMA BOLA
Ora, foi falado que no trabalho que Noubarus Gerson, inspirado, elaborou naquele agosto de 99, por entre as suas dez páginas aparecia um gráfico de seis bolas explicativo e sintetizador de todo o processo dialético em curso no Brasil para o nascimento do governo de Cristo. Apesar de que vivíamos no domínio do governo da quinta bola, o governo tucano, aparecia uma sexta bola como a sua última; e nela aparecia então o governo do PT, com a missão da materialização na terra, a partir do Brasil, do governo de Cristo.
Mas, passado algum tempo, então se verificou a impossibilidade do governo de Cristo nascer na sexta bola (por causa da já falada questão da Trevizan, que deturpou a essência do trabalho, no lugar do hegelianismo eis o neoliberalismo. Só isso), mas que o seu nascimento iria se dar na sétima bola, não a continuação do governo do PT, como ele foi continuação do governo do PSDB, mas um novo tempo, um novíssimo tempo, não somente em relação ao PT e ao PSDB, mas em relação a tudo que se diz política.
Como se manifestará o novo tempo da sétima bola, o seu governo?
Ora, o que fez com que no gráfico o governo de Cristo se manifestasse consubstancial ao PT, carne e unha, porque se cria que no espectro ideológico a esquerda era o que de melhor a humanidade produziu. O processo dialético de crescimento do espírito teria encontrado o seu ponto mais alto de evolução na esquerda política.
E isto é verdadeiro.
Todavia o que poucos sabem é que a esquerda trata-se de um fruto portando dois lados, o lado verde (particular, de libertação de uns de outros) e o lado maduro (universal, de libertação de todos).
Os lados estão juntos, mas um é a negação do outro, um grande abismo os separando. Mais precisamente que um se destina ao outro, assim como o fruto verde se destina ao fruto maduro (logo o fruto maduro conhece o fruto verde, foi o seu passado, mas o fruto verde não conhece o fruto maduro. Só o conhecerá no momento em que se tornar também maduro).
Em trabalho de alguns anos, Noubarus Gerson falou que daquela bendita Semente, que precisou morrer para que desse os seus frutos, sim, daquela bendita Semente que o homem da parábola (Deus) semeou na terra, e que ela, morrendo, então se transformou na árvore do Reino, sim, em trabalho de alguns anos,
Noubarus Gerson falou da bendita Semente, que, morrendo, então se transformou na árvore do Reino. E eis que no tempo certo brotou nos seus galhos as suas flores, as mais belas flores do Reino, Estevão, Tiago, Policarpo, Agatonice, Perpétua, Felicidade, Sinforosa, Justino. E depois, no lugar das flores, brotou então na árvore do Reino os seus frutos, os mais belos frutos do Reino, frutos de lágrimas, de sofrimento, de luta, de martírio, Alexandre Vanucci Lewes, Carlos Lamarca, Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho, Chico Mendes, Josimo Tavares, Olga Benário, Iara Iavelberg, Rosa Luxemburgo. E no lugar dos frutos verdes então brotaram os frutos de vez, os mais belos frutos de vez do Reino, Ernst Bloch, Gramsci, Bobbio, Gutierrez, Rubem Alves, Moltmann, Libânio. Paul Freston, Frei Beto, Leonardo Boff. E então na árvore do Reino eis que, finalmente, estão aparecendo os seus frutos maduros.
De modo que dizia mesmo que a flor que surgiu na árvore do Reino foi a espiritualidade-liberdade do cristianismo, o seu fruto a materialidade-igualdade do socialismo, e era dito no trabalho que o fruto verde se converteu em fruto de vez justamente no Concílio Vaticano II, quando este oficializou e deu vida para a Teologia da Libertação.
Ora, como o momento em que o fruto se torna de vez já é um momento sintético, é o néctar da flor oculto no fruto que começa a agir na sua carne dura e amarrenta, a verdade é que no trabalho aparecia que naquela metade da década de 60 o que ocorrera de fato foi que Deus fizera a sua humanidade atravessar o seu Mar Vermelho, através do clamor do Concílio Vaticano II pelo entendimento entre as religiões, no clamor do Conselho Mundial das Igrejas pelo entendimento entre os cristãos e no clamor do Encontro de Salsburgo pelo entendimento entre cristãos e marxistas.
Procurando enraizar na mente dos leitores o processo do Reino, toda a sua dialeticidade, a sua compreensão, então dizia que o momento em que a flor murcha e cai, e no seu lugar começa a formação do fruto, ora, o que murcha e cai são as suas pétalas. Mas a essência pura da flor, o seu néctar, se passou para o fruto em nascimento, se ocultando no seu interior, aguardando a chegada do seu tempo, da estação outonal, para então entrar em ação e espalhar o seu néctar por toda a carne do fruto, a amolecendo e a tornando saborosa e apetitosa. Foi por isso que o fruto do Reino nasceu justamente a partir de um judeu de família convertida ao protestantismo, no caso Marx, que, à medida em que teorizava o socialismo, mais e mais ia se afastando da religião. Quer dizer, se afastava da beleza das suas pétalas fantásticas, que no seu espírito murchavam e caiam, mas a essência sublime da religião, o seu néctar, isto é, o seu amor ao próximo, era a base em que Marx desenvolvia e assentava o socialismo. Se não percebia, era tão somente por causa do que aparece em Isaías 65 e em Mateus 25.40.
Ora, sendo assim, o que iria fazer com que o fruto verde se tornasse maduro, apto para o consumo, seria o desenvolvimento no seu interior do néctar, néctar que é da religião e não do socialismo, que possui a coisa carnosa, todavia fadada a ser fecundada e invadida pelo néctar. De fato, foi isto mesmo que aconteceu com o PT, que se achou diferente do PC, num outro patamar de existência, justamente por causa da religiosidade das Cebs presentes no seu nascimento e fundação. (A religiosidade das Cebs, passando pelo corpo judaico, e se detendo nos acontecimentos do Êxodo, transforma o fruto verde em fruto de vez; mas os frutos de vez se tornam em frutos maduros quando a religiosidade deixa para trás os acontecimentos do Êxodo e entra nos acontecimentos da Cruz. Tudo se faz novo!).
Então está explicado porque o governo de Cristo não nasceu na sexta bola, mas iria nascer na sétima bola. Existem duas esquerdas, a do fruto verde, judeu Marx, e a do fruto maduro, judeu Jesus.
Haveria realmente estas duas esquerdas, de modo que se chega a esta segunda pelo amadurecimento do espírito?
Ora, políticos como Eduardo Suplicy, Marina Silva, Luiza Erundina, Cristovam Buarque, Plínio de Arruda Sampaio, Pedro Simon, sem dúvida se tratam de frutos verdes que se tornaram em frutos maduros. Estão amadurecendo na árvore do Reino.
Em uma palavra, a esquerda madura trata-se da esquerda que se humanizou, procurando outras vias para a transformação da sociedade, longe do fuzil, longe da fomentação da luta de classe, mas crendo que tudo é possível quando se coloca a Educação como o seu motor de transformação. Esquerda esta que quando amadurece, se torna verdadeiramente madura, então descobre que o caminho para a construção do homem e mulher novos se acha na junção do poder da Educação, que dá conhecimento, dá sociabilidade, com o poder do Evangelho, que dá amor, dá ética. A tal ponto que dizem, com o profeta Isaías: “Este é o caminho. Andai nele”, caso vades para a direita ou caso vades para a esquerda (Isaías 30.21).
Gerson: com certeza Lula deu a maior atençaõ e antropofagizou seu trabalho; Boff outro dia afirmou que Lula sempre se disse vocacionado para o messias brasileiro.
ResponderExcluirAbs do Lúcio Jr