A RESSURREIÇÃO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E DO MARXISMO, E A QUESTÃO DE EDSON MACIEL
Como sabemos, o Absoluto de Hegel se move na tríade Tese, Antítese e Síntese. Este é o movimento do Real.
Como a “simplicidade” deste movimento do Absoluto hegeliano não foi compreendida ou assimilada pelo espírito (por conta do positivismo comteano e do próprio Materialismo Dialético, que tomaram conta da alma (como necessidade histórica, para a construção do sujeito adolescente, condição para o surgimento do sujeito adulto), e como a filosofia celestial essencialmente é o mesmo hegelianismo (não bem igual; há de notar as suas diferenças, pois, deveras, Hegel trabalha a realidade-História com as ferramentas da dialética de Heráclito, de forma explícita, e com a dialética de Platão-Sócrates, de forma implícita, inversão, pois, do que ocorre na filosofia celestial que trabalha a realidade-História com a dialética de Platão-Sócrates, de forma explícita, e com a dialética de Heráclito, de forma implícita. Em Heráclito se apreende o movimento do processo (a coisa é para o devir), jamais o processo do movimento (o devir é para a coisa). Pois bem, um pitbul insaciável, que a tudo devora, inclusive o amestrador, quando não tem mais nada para devorar, o que fez Hegel no final do processo se livrar de Heráclito e buscar refúgio em Platão-Sócrates: o seu sistema era a essência pura, a que todos os sistemas tendiam e encontravam termo. Os sistemas carregavam a negatividade, o ser-outro, mas o hegelianismo era a positividade de todos eles. Será? Isaías (41.4) fala de um sistema filosófico que se manifestaria na cena da história e que seria a essência pura (quem tem estado ativo e feito isto, convocando as gerações desde o começo?): seria, pois, o hegelianismo? Será?
Prosseguindo. Bem, como a simplicidade do movimento do Absoluto hegeliano não foi compreendida ou assimilada pela alma, ora, deixemos de lado o hegelianismo e vamos trabalhar a realidade-História a partir da filosofia celestial. Quem sabe a mente se abrirá para a compreensão da realidade e da vida, expurgando para fora de si, ora, as bactérias, os vírus, os vermes e as lombrigas que causam o sofrimento humano.
Bem, como se dá mesmo o movimento do Absoluto? A sua movimentação se dá em dois movimentos: de rotação e de translação, com o movimento de rotação se dando dentro da translação.
No movimento de rotação o Absoluto põe um lado, 180 graus negativos, e depois, põe o outro lado, 180 graus positivos (o que Hegel chama de tese e antítese).
Quando ele está pondo um lado, aquele lado é claro e os objetos são apreendidos no seu devido valor, e toda e qualquer maracutaia é desfeita e destruída (IJoão 3.8). Ora, como ele está neste lado e não naquele, então o outro lado é escuro, não tem luz, e as pessoas andam tateando, tropeçando nos seus objetos, sendo levadas por toda sorte de vento e sendo enganadas por todos.
O exposto, explica porque os cristãos não compreendem o socialismo, que está na face oculta. Mas também explica porque os marxistas não compreendem o cristianismo, que está na face oculta.
Acontece, porém, que o Absoluto não é estático, mas ativo (Gênesis 1.2). De modo que quando ele concebeu o lado de 180 graus negativos, a Tese de Hegel, e concebeu o lado de 180 graus positivos, a antítese de Hegel, então ele vai principiar à unificação. Vai ligar em si os dois lados de luz, logicamente que também ligando em si os dois lados escuros, pois esta a condição de ser em si e para si; ter conhecimento da totalidade do objeto.
E quando isto acontece, ora, porque ele uniu os 180 graus negativos com os 180 graus positivos, tocando pólo com pólo, então uma grande luz acende-se, que é a escatológica luz de Apocalipse 18, mas também a escatológica luz do profeta Habacuque – Tuas próprias flechas iam como a luz. O relâmpago da tua lança serviu de claridade (3).
As pessoas passam a ter um conhecimento exato das duas faces. Conheciam a essência do cristianismo e da religião, mas agora conhecem também a essência do socialismo e da política (vice-versa, porque no movimento de síntese as duas faces se convergem). Ora, se pôs a Serpente Original para fora da religião, ela e a concupiscências da carne, agora vai pô-la para fora da política, ela e as concupiscências do dinheiro. Se não eram enganadas no quesito religião, mas no quesito política, agora não é mais enganada em nada. Domina as duas esferas. Religião e Política se acham em si e para si. E é o cumprimento luminoso do profeta Miquéias: "Naquele tempo sentar-se-ão cada um debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira; e não haverá quem os faça tremer” (4.4).
Ora, quando o Absoluto vai dos 180 graus negativos para os 180 graus positivos, com o lado claro ficando escuro e o lado escuro, claro, então a Serpente Original, como os morcegos que quando a noite cai então saem da toca para sugar o sangue dos que estão dormindo, sim, então a Serpente Original sai da "toca" e vai dominar no lado claro que ficou escuro. A inquisição e venda de indulgências foi exemplo claro disto, mas também as carnalidades e o desejo de riqueza e de ostentação que se observa hoje nos outrora países socialistas.
Mas, no terceiro momento, quando o Absoluto se põe a unificar os seus dois lados de luz, então não há mais espaços para a Serpente Original (é este o momento de sua prisão, Apocalipse 20). Já não há mais necessidade do Mal propedêutico de Santo Agostinho. Já cumpriu a sua parte no processo, que era a de ajudar o Bem aparecer, embora sem essa consciência senão que com a consciência de fazer o mal puro e simples. E isto é a justificativa de sua destruição ao final do Milênio, não havendo de modo algum nenhuma injustiça na sua destruição definitiva.
Resumindo, o movimento de translação seria uma volta completa, 360 graus, que o Absoluto daria.
E estes seriam os seus momentos: Moisés (Moral / Inverno) – Paulo (Espiritual / Primavera) – Marx (Intelectual / Verão) – Lênin (Filosófica / Outono) – O Elias (Profética / Colheital) - Jesus (Messiânica / Usufruto) (Estas seis fases do calvário do Espírito são os seis degraus que levavam ao trono construído por Salomão. É preciso galgá-los para chegar à presença de Deus, destes seus seis homens que o profeta Ezequiel viu chegando da banda do norte, cada qual com a sua arma maçadora na mão).
No Elias se dá a unificação e reconciliação de todo o processo salvífico. Aplainando os morros e preparando o caminho, a caminhada do Milênio, então tudo ficou preparado para que Deus sopre sobre o corpo a alma, simplesmente o Cristo da cruz; simplesmente a vida em plenitude.
A Questão do Marxismo
Ora, no final da década de 80 então se deu a queda do socialismo.
Como explicar a sua queda?
Na verdade o que ocorreu foi que o Absoluto, no seu movimento de rotação, começou a sair dos 180 graus positivos e a ir para os 180 graus negativos.
E isto porque o Marxismo e os marxistas não era jamais uma totalidade absoluta, como chegou a pensar candidamente Sartre, mas uma metadilidade. E uma metadilidade que surgiu quando o Absoluto confeccionava os 180 graus positivos (se com Marx, nos meio protestantes, ele confeccionou os 180 graus positivos, a verdade é que antes dele, com Paulo, ele confeccionou os 180 graus negativos, ali, no caminho de Damasco, quando a sua luz espiritual fulminou a escuridão espiritual do paganismo. Foi por isso que disse o próprio Paulo: em parte conhecemos e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é completo, o que é em parte será aniquilado (mas confeccionou os 180 graus positivos em Marx ali, no episódio em que a justiça prussiana condenou como ladrão aos camponeses pobres que haviam retirado lenha das florestas para se aquecerem contra o rigor do inverno. Então a luz do Absoluto, por iluminação agostiniana, brotou na mente de Marx, com Marx compreendendo claro a causas da opressão material e as causas da sociedade ser fundada em classes sociais).
De modo que Deus deixou o marxismo como ato de amor, pois, deveras, o deixou para dar prosseguimento ao processo, de modo o imperfeito se tornar perfeito. O que é em parte se levantar, então, no que é completo. E a verdade é que ao chegar ao outro extremo, no lado oculto, então de lá Deus iria lhes dizer, caídos no chão: Levantai-vos! E vinde para cá (Apocalipse 4.1). E quando os marxistas começassem a se levantar e a ir para o lado oculto, no caso o cristianismo, na medida em que fossem chegando, mais e mais a sua mente iria se abrir e perceber, claro como o dia, que estavam na verdade chegando ao lugar da liberdade concreta, em que cada um tem realmente segundo as suas necessidades. E iriam perceber claro como o dia, que eram imperfeitos, e eram imperfeitos porque lhes faltava justamente os 180 graus negativos do cristianismo; mas que agora se tornaram pessoas realmente completas, pois recebera no seu ser a fecundação cristã.
O mesmo iria ocorrer com os cristãos, quando Deus lhes dissesse, estando no seu lado oculto, o marxismo: Subi para cá! (Apocalipse 11.11) E quando os cristãos chegassem neste lugar onde Deus está iriam perceber claro como o dia as razões de suas imperfeições. E unindo o seu ser à materialidade do socialismo, iria então se tornar à imagem e semelhança do Cristo da cruz; pois então eram à imagem e semelhança do Cristo da cruz sim, mas NA MEDIAÇÃO de Paulo. E Jesus é Paulo, certamente, mas sem as imperfeições de Paulo; como é também, Marx, mas sem as imperfeições de Marx, certamente. (Ora, as “imperfeições” de Paulo é tão somente a ausência no seu sistema de socialismo, como as “imperfeições” de Marx é tão somente a ausência no seu sistema de cristianismo. Se acham inseridos na história, mas no seu lado teológico ou materialista, não assim como o Cristo da cruz que carrega a História em seu cântaro. Daí não haver Nele espaço para o imperfeito).
A Questão da Teologia da Libertação
Quando o Marxismo caia também caia a Teologia da Libertação.
Como explicar a queda da Teologia da Libertação?
Ora, a sua “queda” foi tão somente que o Absoluto começou a sair do seu lado claro e a ir para o seu lado oculto. Por conseguinte este lado claro foi ficando escuro, preparando as condições para a Serpente Original sair de sua "toca" e agir, como saiu da toca e agiu em todo o Leste Europeu.
E por que Deus o deixou? Por abandono? Que isto nunca aconteça! O deixou por um ato de amor. A Teologia da Libertação representava o imperfeito, o que é em parte, e ao sair Deus pretendeu corrigir as suas imperfeições, tornando-a perfeita. Tinha o fundamento material de Jesus, que ele deu a Marx, mas lhe faltava o fundamento espiritual, que ele deu a Paulo.
E para ser mais claro, a queda da Teologia da Libertação foi Deus dando prosseguimento à obra de libertação. Deus decidira libertar os pobres, em primeiro lugar, de toda e qualquer opressão. E com a Teologia da Libertação ele lograra êxito na libertação material. Mas os pobres libertos materialmente por ela continuaram sofrendo e carregando todo o peso da opressão espiritual de Sodoma. Foram libertos do jugo material do Egito-Capitalismo, mas continuaram sendo oprimido pelo jugo espiritual de Sodoma-Paganismo. De modo que ao sair da Teologia da Libertação e ir para o lado claro, no caso os evangélicos, então Deus iria lhes dizer: Subi para cá! Subi para a Nova Jerusalém! E quando chegassem onde Deus está agora é que iriam perceber as razões de suas imperfeições e as razões de sua queda, por causas externas sim, mas também por causas internas. De fato, quiseram lançar vinho novo em odres velhos (o caso do Marxismo). O verdadeiro socialismo iria somente surgir a partir do fundamento espiritual do Cristianismo, disto que deixou de ser superestrutura para ser infra-estrutura. A partir de onde Deus operara a revolução espiritual. Destarte, iria ser construído não apenas para satisfazer as necessidades do estômago, mas também, e muito mais, para satisfazer os anseios de igualdade do coração.
Edson Maciel
Deus é espírito, e toda obra que faz é através de homens e mulheres, seus vetores, seus avatares. Deus escolhe, capacita e então faz acontecer. Façamos uma pergunta: o fato de Edson Maciel ter feito mudanças em sua vida, saindo do catolicismo e indo para os meios evangélicos, batistas, sem jamais desprezar a igreja católica, de seus pais e de seus parentes, teria sido esta a mudança do Absoluto? O fato de Edson Maciel ter adquirido a convicção de que a Teologia da Libertação vai ressurgir, e a convicção agora é de que ela vai ressurgir através do povo evangélico, Deus estaria se personificando em Edson Maciel para então se estender para todo o povo evangélico? De modo que toda a luta da Teologia da Libertação, que nas décadas de 70, 80 e 90 foi conduzida pelos católicos, agora será conduzida pelos evangélicos? Que expulsarão do seu meio a Teologia da Prosperidade para colocar no lugar a Teologia da Libertação? E nesta mudança o fundamento não mais estando em Marx senão que em Paulo? De modo o socialismo ser construído agora na interioridade das pessoas, das pessoas que passaram por transformações espirituais, receberam em seus seres o amor evangélico, para depois ser construído nas estruturas de poder? (Ora, é esta a intuição última do pensamento zapatista).
Bom primeiro lugar, parolass, parolas e paralos, não ajudam ninguém, pq as pessoas pobres são oprimidas são, mas não podem esquecer que há algo muito maior do que uma simples posição social, uma parte espiritual e psicológica, coisa que infelizmente esta teologia não faz, se faz faz meio boca.........
ResponderExcluirOu seja não creia no que foi escrito por mãos humanas e sim pelas mãos de Deus...
Paz e Bem a todos