A Grande Caminhada das Forças do Reino
“E o sexto derramou a sua tigela sobre
o grande rio Eufrates, e a sua água se secou, para que se preparasse o caminho
para os reis do nascente do sol”, Apocalipse 16.12
Por volta do ano de 2003 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do
Espírito Santo. Fora ali porque levado por Deus, para que falasse ao seu
dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas. E sucedeu que por esse
tempo chegou também na Igreja a jovem Joseane, vinda da igreja Nova Jerusalém.
E assim que tomou assento, então Joseane narrou um sonho que tivera naqueles
dias. E o que narrou?
Narrou que viu em sonho uma grandíssima caminhada acontecendo no centro
de Presidente Prudente. Dezenas e dezenas de milhares se encaminhavam do seu
centro para o Parque do Povo. E a grande multidão depois de passar por uns
clérigos parados ali na sua boca de entrada – conversando entre si e indagando
entre si: Quem deu poder para estes fazerem isto? – entraram no Parque do Povo
e foi se postar diante de um grande palanque ali armado, ocupado pelos
ministros da Palavra de Deus.
E a jovem Joseane narrando o sonho então dizia que a grande multidão que
viu caminhando pelo centro de Presidente Prudente era composta de católicos e
de evangélicos. Mas os católicos nas suas avenidas era maioria. Quanto aos
ministros da Palavra de Deus no palanque que fora ali armado eram padres e
pastores. No entanto, como ela mesma disse – os pastores no Palanque eram
maioria.
E quando acabou de narrar o sonho então a jovem disse: O dia e o ano –
não sei. Mas que esta caminhada vai acontecer não tenho nenhuma dúvida, pois
foi muito claro no meu espírito. Pouco tempo depois retornou para a sua Igreja,
todavia deixando a pergunta: o que foi fazer naquela Igreja onde estava o homem
que Deus vinha preparando para começar na terra, a partir dele, o reinado de
seu filho Jesus? Por ventura que ela foi enviada ali pelo Deus que não faz nada
sem antes avisar os seus escravos, os profetas?
O que seria esta caminhada? Por ventura que católicos, evangélicos e
socialistas se conscientizarão que o caminho a seguir é o apontado por Adamir
Gerson? A criação do instrumento político do Partido Celestial e com ele dar a
consciência política do Reino, organizando o povo e o povo tomando consciência
que tem chegado o tempo da construção, no lugar do governo humano, do governo
divino?
O que seria mesmo esta caminhada? Por ventura que católicos, evangélicos
e socialistas, que adquiriram a plena maturação do espírito, convergirão para
Presidente Prudente e quem sabe ainda neste ano de 2011, que pode ser o 12 de
Outubro, farão nesta cidade do oeste paulista a grandíssima caminhada vista em
sonho pela jovem Joseane, que marcará sim o início da caminhada milenial, o
início mesmo da organização de todo o povo de Deus, católicos, evangélicos e
socialistas, a fim de fazer, não por violência e nem pelo poder militar, mas
pela Palavra de Deus, que os reinos deste mundo se tornem em reinos de nosso
Senhor e do seu Cristo, como são as imagens de Apocalipse 11.15-18 e Daniel
2.44 ? De modo a se estabelecer entre nós a verdadeira paz e a verdadeira
justiça?
As imensas massas cristãs e socialistas nas avenidas de Presidente
Prudente, batendo fortes os seus tambores, alçando ao vento as suas bandeiras,
e cantando os mais belos cânticos, é este um dia em que o poder divino se
estabelece na terra e a terra começa a ser dos mansos, que Jesus disse
herdariam a terra, e que sabemos são aqueles que com o seu trabalho produzem
todas as riquezas, os trabalhadores? Pois que uma grandíssima caminhada em que
na frente dos ungidos de Deus, dos homens e mulheres que escolheu para começar
na terra, a partir do país Brasil, o reinado de seu filho Jesus Cristo, irão
jovens levando em um carrinho um grande livro aberto e nas suas abas a
inscrição, deste lado, EDUCAÇÃO, e do outro lado, EVANGELHO? Deste lado de cá
um jovem evangélico, e do lado de lá um jovem católico, mas no meio deles um
jovem socialista, os três empurrando o carrinho? E estas imagens são assim pois
que, deveras, o reinado de Jesus Cristo há mesmo de se estabelecer pela junção
do poder da Educação com o pode do Evangelho, de modo um ensinando conhecimento
e outro ensinando amor, não tardará e a exploração e todas as coisas velhas
serão procuradas e não mais encontradas? Como vaticinou o profeta Isaías, não
subirão mais ao coração e não mais serão lembradas?
Mais ainda, que atrás dos três jovens empurrando o carrinho com o livro
aberto irão jovens levando três grandes estandartes, deste lado de cá Martin
Luther King e do lado de lá, Nelson Mandela, mas no meio deles o estandarte de
Mahatma Gandhi?
E atrás dos três jovens que levarão o estandarte de Luther King, Gandhi
e Mandela irão dois jovens montados em cavalos brancos, cada qual levando ao
ombro um grande estandarte, que seguirão alçados e girando em suas mãos. E o
que sucede é que quando o jovem que vai do lado de cá gira o estandarte em sua
mão então dum lado aparece o rosto de João XXIII, mas no outro lado o rosto de
John Wesley; e quando o jovem que vai do lado de lá gira o estandarte em sua
mão dum lado aparece o rosto de Che Guevara, mas no outro lado o rosto de
Francisco de Assis.
E atrás deles seguem os povos da floresta, nas suas mais ricas indumentárias,
e logo trás o grande caminhão levando os homens e as mulheres que irão iniciar
na terra o reinado de paz e de justiça de Jesus Cristo..
(Ora, estamos no ano de 2012 e a caminhada aconteceu no ano de 2011?
Não, não tem acontecido, não desde o ano de 2003 ou 2004, quando a jovem
relatou o sonho, mas não tem acontecido desde o ano de 2001, pois que a verdade
é que imediatamente após os atentados terroristas nos Estados Unidos, Adamir
Gerson, inspirado, começou a trabalhar para a realização desta grande caminhada
na cidade de Presidente Prudente que seria introdutora na terra de uma nova
ordem de coisas; que, quando plenamente estabelecida, ninguém mais iria ter o
pretexto para fazer o que fizeram aqueles terroristas nos Estados Unidos e
nação alguma iria ter o pretexto para fazer o que os Estados Unidos fizeram no
Afeganistão e Iraque, O que não aconteceu em 2001, não aconteceu em 2002, nem
em 2003 ou mesmo 2004, e nos anos seguintes, pode acontecer no ano de 2012.
Quem sabe neste ano de 2012, mui provavelmente no dia 12 de outubro deste ano,
aconteça então a grande caminhada que Deus inspirou seu profeta naquele ano de
2001, e a reforçou através do sonho da jovem Joseane, quando, neste 12 de
Outubro, então uma multidão estará nas avenidas de Presidente Prudente, vinda
de todas as partes do Brasil e da América Latina, pois com certeza ao chamado então
os líderes da América Latina comprometidos com a libertação do seu povo
compreenderam claro que no Brasil está nascendo algo de novo que realmente vai
dar consciência política às massas populares, as libertando do circo de domingo
à tarde e de todos os dias, sendo então criado o alicerce rochoso sobre o qual
será erguido o edifício da liberdade e da igualdade, cujo vento reacionário, soprando
forte sobre ele, não terá nenhum poder.
Lembrando que Adamir Gerson imediatamente após os atentados de 11 de
Setembro foi inspirado a realizar tão grande caminhada tendo como pano de fundo
o sonho profético de Dom Bosco, que viu, após um grande estrondo, uma chuva de
espinhos caindo do céu na terra, sucessivamente, mas, ao final, então caíram do
céu uma chuva de rosas mui perfumadas que cobriam as terras e as casas. Naquele
momento de efervescência do Espírito, Adamir Gerson compreendeu claro que o
grande estrondo fora mesmo o Atentado, mas que a chuva de espinhos que foi
derramada em sequência seria as bombas que os americanos se preparavam para
lançar sobre o inocente povo do Afeganistão. E querendo impedir tal então
entrou em febril atividade para que fosse realizada em Presidente Prudente tão
grande caminhada, que ao estar trazendo para o mundo uma nova ordem jurídico-econômico-social,
emanada do sangue que foi derramado na cruz, sim, junção em um só corpo e um só
espírito da fé cristã com a fé socialista, a igualdade espiritual e a igualdade
material de Jesus Cristo, antítipo da união de medos e persas que conquistou
Babilônia e libertou o povo de Javé escravizado no seu meio, e agora o povo de
Javé se revelando nos trabalhadores oprimidos, ora, a verdade é que seria esta
nova ordem a chuva de rosas mui perfumadas que então Dom Bosco a viu caindo
sobre a terra e cobrindo as suas casas. Mas, é verdade, está explícito no sonho
de Dom Bosco que a chuva de rosas cairia após a chuva de espinhos... O horror
da chuva do espinho da dor e da destruição que os Estados Unidos semearam no
Afeganistão e no Iraque teria que preceder a beleza da chuva de rosas, que pode
cair sobre as terras e as casas ainda neste ano de 2012, neste 12 de Outubro,
quando, no Parque do Povo de Presidente Prudente, a multidão ali, após a celebração, lançarão ao alto uma chuva
de rosas, brancas e vermelhas, em homenagem aos mártires do cristianismo e do
socialismo, que sofreram horrores nos coliseus de Roma e nos porões das
ditaduras. E as suas pétalas brancas e vermelhas, subindo para o alto e então
descendo e forrando o chão do Parque do Povo, são novamente reunidas em suas
mãos e feitas uma só, com o rosa de Jesus Cristo sendo novamente lançado ao
alto e o seu perfume universal, levado na força do vento, cobrindo as terras e
as casas, as que estão norte e as que estão no sul, e também as que estão no
oeste e as que estão no leste.
Bento XVI, Leonardo Boff, o Marxismo,
os 100 Anos da Assembléia de Deus e Adamir Gerson
(Apocalipse 6.12-16)
Leonardo Boff publicou o texto de sua autoria “Faz falta um pouco de
marxismo ao papa”, e chama à atenção que todas as críticas que endereça aos
juízos do papa Bento XVI contidos na encíclica Caritas in Veritate, de 07 de
julho de 2009, se voltam também contra ele. Não representa distinção, a tal
ponto que podemos dizer que estamos diante de dois irmãos siameses. Faces da
mesma moeda.
Senão vejamos, sendo sucinto: a crítica mais contundente que Leonardo
Boff dirige ao atual papa é que este, de forma inconsciente, assume a ideologia
funcional da sociedade dominante, simplesmente a achando correta. Bento XVI não
vê a sociedade moderna portadora de contradições, mas, sim, de disjunções, a
mercê de corretivos. Vai mais além, dizendo que a tônica de Bento XVI não é a
da análise, mas a da ética, a do que deve ser (tautologia sacerdotal). De modo
Bento XVI não ser, pois, um profeta, mas um doutor e mestre, que por não se
ater à complexidade dos problemas que pululam na realidade, para além dos que
há na sua superfície, visível aos olhos, também os que se escondem nos seus
labirintos ideológicos, acaba, pois, por se tornar simplista, principista,
equilibrista mesmo, se pautando pela indefinição (leia-se, falta de solução).
É notável como Leonardo Boff se coloca como Juiz Supremo contra Bento
XVI e o reduz a cinza, a tal ponto que fica a impressão de que a humanidade
pode estar diante do cumprimento profético de IITessalonicenses 2.8. Destarte,
uma supremacia intelectual que se revela com a chancela da ciência ao constatar
de forma clara e inequívoca que Bento XVI vê os problemas e sabe da sua
existência, a ponto de dissecá-los e enumerá-los, mas peca no momento de sua
solução. Toma posição que não irá esfumá-los senão que escamoteá-los e encobri-los
mesmo com uma cal ao invocar como instância de solução a vaga e inconsistente
Doutrina Social da Igreja (elaborada às pressas na tentativa de impedir o
rebanho católico de ser ganho pelo avanço comunista, na luta dos
revolucionários recém-saídos do Egito contra Balaque capitalista, se prestando
ao inglório papel de Balaão, dirá Adamir Gerson). E Leonardo Boff está cônscio
de sua superioridade intelectual porque está cônscio de que também vê os
problemas vistos por Bento XVI, os vê como vistos por Bento XVI, com a
diferença de que aponta solução para eles. Aponta o caminho de sua resolução, o
que, no seu dizer e no entender dos seus leitores mais próximos, Bento XVI não
faz.
Bem, as críticas de Leonardo Boff ao papa Bento XVI são verdadeiras? Indiscutivelmente
que sim. Bento XVI representa o que ali está escrito. Nem mais nem menos. Os
problemas passam diretamente sobre e sob sua face, e prosseguem sem nada que dê
cobro a eles, deixando atrás de si um rio de lágrimas e de sangue, corações que
foram feitos pelo Criador para amar e ser amado e que, no entanto, se acham sob
Seus Olhos completamente despedaçados. E Bento XVI, por estar preso em
invólucro ideológico e não científico, revela-se incapaz de restaurá-los.
Acontece, porém, que Leonardo Boff, na falta de qualquer resposta por
parte de Bento XVI aos problemas que aponta amiúde, a verdade é que ele também,
ao encurralar Bento XVI por manifestar de forma clara a existência de dois
sistemas que não permitem tergiversação por caminho diferente, ou é o sistema
capitalista, criador da dor e do pecado, ou é o sistema socialista, a cura do
pecado que trás paz ao espírito, não este ou aquele socialismo que abundaram
após a crise e queda do socialismo real, mas aquele socialismo singular que tem
o poder de cortar o mal pela raiz, o socialismo marxista, ora, é neste momento
que se descobre claro que toda crítica que Leonardo Boff endereça a Bento XVI,
como bumerangue, se volta contra ele. A tal ponto que as mentes clarividentes,
nas pegadas de Adamir Gerson, irão ponderar que de fato não há mesmo diferença
de fundo entre aquele que propõe solução para os problemas no bojo do
capitalismo e aquele que propõe solução no bojo do Marxismo. Após os dramáticos
acontecimentos do Leste, que revelaram o Marxismo incapaz de solução perene, é
capaz de lidar com estômagos vazios, mas se perde na resposta quando tem diante
de si corações sedentos, ora, sejamos sucintos, para economizar palavras:
invocar o Marxismo não é mais estar propondo cura para a ferida, mas é estar lhe
dando chute, que apenas alargará os espaços geográficos da ferida. Ademais, não
só sabemos que todo e qualquer conhecimento é e sempre será a relação do
sujeito com o objeto cujo resultado é dado pela experiência, como também
sabemos que todo e qualquer médico antes de começar a terapia analisa
previamente as condições de reação do paciente, pressão arterial, se é
diabético, alérgico a isto e aquilo, etc, o que significa dizer que se Leonardo
Boff levasse em consideração o leque de forças contrárias engatilhadas a reagir
contra o Marxismo, e a fragilidade de suas forças para fazer frente a elas, se
tivesse ficado calado teria feito melhor. Mesmo porque o Marxismo não quer
dizer um livro escrito, mas um conjunto de idéias que adquire vitalidade quando
penetra no corpo popular, o que há muito deixou de fazer, ou porque seus
depositários perderam o jeito da evangelização ou porque as condições objetivas
que fez germinar sua semente o devir histórico levou embora; e outras tomaram o
seu lugar.
É verdade, Bento XVI apontou amiúde os problemas da sociedade moderna e
os deixou sem solução, pois na visão de Leonardo Boff teria forçosamente que
passar pelo caminho amargo do Marxismo; no entanto fica a pergunta, mais uma
vez para que não percamos o nosso foco central: mas, o Marxismo é a sua cura?
Representa a cura? Um moribundo morre não morre pode ser invocado para curar um
doente terminal? Afinal, o Marxismo, se quer ser consequente, é indissociável do
leninismo e do stalinismo, práxis revolucionária não universal, mas o produto
de uma época específica, o preciso instante da transição do feudalismo para o
capitalismo, que convenhamos o devir histórico levou embora em grande parte da
terra, o que explica os marxistas hoje estarem, em toda a terra, sem norte (mas
não levou embora a sua vontade de igualdade e de um mundo de justiça, sem
exploradores e sem explorados). Ora, Bento XVI propondo solução para os
problemas sem, no entanto, questionar o capitalismo de forma paradigmática e
Leonardo Boff propondo a sua solução no bojo do Marxismo, não é indício claro
de que tudo irá continuar como está? Bento XVI escrevendo Encíclicas, Leonardo
Boff dando palestra em Universidades, e o povo continuando no seu sofrimento do
dia a dia sem nada que estanque a sua dor?
Ora, achar que o Marxismo tem resposta para a sociedade atual e suas
crises é trilhar o caminho da ingenuidade. A começar que o Marxismo é parte da
crise geral. Não se trata de um remédio de fora a ser receitado, mas a
experiência que fez do capitalismo um doente a mercê de cura, cuidou em fazer o
mesmo do Marxismo. O Marxismo permanece de pé porque, primeiro, criaram bode
expiatório e o responsabilizaram pela crise e perda de credibilidade do
socialismo, blindando o verdadeiro responsável; segundo, como o próprio Marx
disse, uma formação social só desaparece quando o de vir dialético-histórico
preparou uma nova formação histórico-social e tornou-a apta a ocupar o seu
lugar, o que tal ainda não foi divisado em nenhum pensador atual, seja ele quem
for – o que é em si explicação porque muitos ainda acreditam nele e o invocam.
(O Bode Expiatório criado é que atribuíram culpa pela queda e crise do Marxismo
aos criadores do socialismo real, que na visão destes deturparam o pensamento
de Marx. O que não é verdade. Ninguém deturpou o pensamento de Marx. Se o que
se manifestou trouxe o selo da imperfeição ela deva ser procurada na base da
Teoria, no próprio Marx, e jamais fora dele. Eles foram o que Marx deixou
escrito, como o fruto que se manifesta é o que está escrito na sua semente.
Destarte, o pensamento de Marx não cria o Perfeito, mas é caminho para ele,
que, convenhamos, é algo bem diferente, como foi algo bem diferente o
cristianismo do judaísmo. E uma vez que Leonardo Boff invoca o Marxismo há de
se supor que ele também é daqueles que separam os criadores do socialismo real
dos criadores da Teoria, poupando uns e fustigando outros; de modo que tudo
deva ser reiniciado, apenas que agora em outras mãos, mãos sábias, que não irão
jamais repetir os “erros” daqueles que tiveram sobre si a missão de criar o
socialismo a partir do nada, do quase nada, de modo estas mãos sábias darem
encaminhamento fidedigno ao que Marx realmente deixou como ensinamento e então,
como dizem eles, surgir verdadeiramente o reino da liberdade concreta, em que
cada um tem segundo as suas necessidades, abortado pelos criadores do
socialismo real, o que afirmam amiúde).
É Verdade, Leonardo Boff foi incisivo e claro; apontando na direção de
Bento XVI: És representante de Jesus? Então em verdade vos digo que deves se
empenhar para que o modelo em que vivemos seja mudado e não apenas retificado;
que haja troca e não conservação de paradigma; deves se empenhar para que
tenhamos libertação e não apenas reformas. Mas, com a mesma incisividade e clareza,
Adamir Gerson aponta na direção de Leonardo Boff: És Profeta do Senhor? Então
em verdade vos digo que deves se empenhar para que o Marxismo seja mudado e não
apenas retificado; para que haja troca de seu paradigma pelo novo paradigma
trazido por Adamir Gerson; para que haja a sua libertação e não apenas a sua
reforma. Se Bento XVI for obediente às palavras de Leonardo Boff, as entendendo
como palavras do Divino – como veio finalmente entender Eli que era Deus – e
Leonardo Boff obediente às palavras de Adamir Gerson, as entendendo como
palavras do Divino, como finalmente veio entender Eli que era Deus, por certo
que é neste momento que os corações despedaçados estarão sendo restaurados,
surgindo diante dos nossos olhos o belíssimo quadro visionado pelo profeta
Isaías: E a terra inteira chegou a descansar. Ficou sossegada. As pessoas
ficaram animadas, com clamores jubilantes (Isaías 14.7); quadro este que é
portal para o mais belo quadro bíblico e o mais belo quadro de toda literatura
universal: (...) Quem são estes que trajam compridas vestes brancas e donde
vieram? (...) Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as
suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que
estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no
seu templo; e O que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda. Não
terão mais fome, não terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem
calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e
os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos
deles (Apocalipse 7.9-17).
É verdade, quando Adamir Gerson, contrapondo à frase de Leonardo Boff,
lança a nova frase: que falta faz ao Marxismo um pouco de Cristianismo (e vice-versa)
tudo começa a se modificar e tudo começa a se encaminhar para a sua solução. Na
frase de Leonardo Boff olha-se para a sociedade e se vê apenas a opressão
material que o capitalismo exerce sobre o conjunto dos trabalhadores, dos mais
fracos; mas na frase de Adamir Gerson se vê além, ao lado da opressão material que
o capitalismo exerce sobre o conjunto dos mais fracos, se vê também a opressão espiritual que
o paganismo (hedonismo) exerce sobre os corpos mais fracos. Vê-se opressão
material, mas também se vê opressão espiritual. Vê-se uma grande cidade que em
sentido espiritual se chama Egito e Sodoma, porque nela se mesclam os que
sofrem por causas materiais e os que sofrem por causas espirituais. E se tem
claro que o remédio para a opressão material é o socialismo, por outro se tem
claro que o remédio para a opressão espiritual é mesmo o cristianismo.
É neste momento que se descobre que o Marxismo tem de passar por
refundação, nascer de novo. Porque com uma mão ele tira o pecado, mas com a
outra ele conserva o pecado. Pois ao desconhecer a natureza da Religião e qual
a sua verdadeira utilidade, achando-a desnecessária, dessa forma impede que o
pecado QUE TEM CAUSA ESPIRITUAL seja expurgado para fora da sociedade e para
fora dos corações. O pecado que tem causa espiritual o socialismo no momento da
comemoração e das grandes realizações tira os seus espaços; e ele vai ficar
ali, sem espaço, todavia aguardando o seu momento. E quando o socialismo
satisfaz materialmente, e brota naturalmente a sede espiritual nas pessoas
(como brota naturalmente naquele que se fartou do salgado o desejo do doce),
então esta é a ocasião para o male espiritual se manifestar. E ele vai
subverter tudo, fazendo com que a porca lavada volte ao seu antigo vômito
(porque o Bem espiritual se acha encarcerado no Marxismo. Encarcera o Bem
espiritual, mas não encarcera a vontade pelo espiritual). E isto é um ciclo a
que o socialismo não escapa, porque é um ser pela metade (ICoríntios 13.9), lhe
faltando o fundamento que o completa por saciar espiritualmente. E na sua
falta, os inimigos do socialismo aproveitam a brecha e dão de beber a eles a
espiritualidade poluída do paganismo (hedonismo), que indispõe contra o
socialismo e trás a sede do capitalismo. Foi isto (e nada fora disto!) que
aconteceu no Leste Europeu com aquelas massas que saltaram o muro e foram beber
da espiritualidade hedonista que há no lado ocidental, babando nos cartazes que
estavam nas portas dos seus shoppings sex (como à época mostrou o jornal Folha
de São Paulo), nas suas vitrines de exposição do luxo, na sua indumentária
sensual e extravagante, na sua música que ativa o corpo e não o espírito e etc.
Mais ainda, que na sociedade atual a opressão e o sofrimento que tem
causas espirituais têm se tornado muito mais abundante do que a opressão e o
sofrimento que tem causas materiais; o que explica nas últimas três décadas as
massas terem procurado mais religião do que política, terem se interessado mais
pelo cristianismo do que pelo socialismo.
Há famílias que se desintegram por causas materiais? Certamente, mas há
também famílias que se desintegram por causas espirituais. O socialismo se
mostrou capaz de impedir a desintegração da família por causas materiais, não,
porém, as que se desintegram por causas espirituais, que é objeto de análise e
de solução unicamente por parte da religião e não pela política.
E vale para tudo. O socialismo tem o poder de realmente acabar com a
prostituição, mas não tem poder algum de acabar com o adultério. Cria leis para
lidar com essa questão, mas jamais impedirá a sua manifestação, como impede a
manifestação da prostituição – pois que o socialismo esfumou a causa da sua
manifestação. E o que foi dito vale para todos os males sociais, o
suicídio, o alcoolismo, o assassinato, a inveja, o ódio e etc. Porque tudo tem
duas causas que o produz (conceito filosófico assim chamado de dualidade
do conceito, ainda restrito ao celestialismo), se houve remédio que o
eliminou por suas causas materiais, o socialismo, por outro continuará a
vicejar na sociedade os que têm causas espirituais.
Adamir Gerson nivela Bento XVI e Leonardo Boff? Que isto nunca aconteça!
Leonardo Boff é um cristão que tem de passar pela segunda ressurreição, mas
Bento XVI um cristão que tem pela frente duas ressurreições a percorrer a fim
de vir estar na presença de Deus, face a face, como foi o vaticínio do apóstolo
João (I João 3.2). Bento XVI tem de morrer para o capitalismo e
renascer no Marxismo, ao passo que Leonardo Boff tem de morrer para o Marxismo
e renascer no Celestialismo. E ficar ali aguardando que Bento XVI morra para o
Marxismo e renasça no Celestialismo (Boas Novas do Reino de Deus), completando
então o ciclo de sua ressurreição (ICoríntios 15.42.58). Então os dois estarão
intelectualmente e moralmente nivelados, feitos à imagem e semelhança do Cristo
da Cruz, isto é, quando certo vaticínio de Paulo se cumprir em suas vidas.
Bento XVI tem de reconhecer que o Marxismo é Deus. Não este ou aquele
aspecto – como aproveitando a ocasião dos acenos ideológicos do Concílio Vaticano
II e dos acenos ecumênicos do Conselho Mundial das Igrejas teólogos com
lampejos divinos começaram a apontar nele este ou aquele aspecto como tendo o
selo de Deus – mas o Marxismo é Deus NO CONJUNTO DA OBRA! Como o Judaísmo foi
Deus no conjunto de sua obra, não obstante as suas imperfeições. Destarte, os
espinhos desta rosa, o seu ateísmo e a sua irreligiosidade, foram sobejamente
antecipados pelo profeta Isaías e pelo Senhor Jesus. Quando Isaías falou de uma
nação paradoxal que iria se manifestar na história, não dobrando o seu joelho
diante de Deus e não invocando o seu nome, todavia fazendo a sua vontade, e
quando Jesus, fazendo das palavras de Isaías as suas palavras, se dirigiu aos
sacerdotes dos seus dias e lhes disse que o Reino de Deus iria lhes ser tirado
e dado a uma nação que produziria seus frutos, por certo que esta nação é mesmo
a nação socialista.
Bento XVI tem de olhar para a grandeza de João Paulo II que olhou
retrospectivamente para trás e reconheceu que a Igreja errou e pecou ao longo
do seu caminhar. Bento XVI precisa completar a grandeza de João Paulo II,
olhando agora para o presente e reconhecendo de que a Igreja que errou e pecou
no passado é a mesma que tem errado e pecado no presente, por se unir às forças
do imperialismo e às forças capitalistas na sua luta contra o socialismo. Tem
de reconhecer de que quando lutavam contra o socialismo era contra Deus que
lutavam. Porque o Marxismo, na sua inteireza, na sua completeza, embora tenha
sido trazido por homens, todavia por homens que eram instrumentos no
cumprimento de Sua Santa e Bendita Palavra.
A rigor, as palavras que Ele colocou na boca do profeta Sofonias, que
iria voltar a sua atenção para os sacerdotes, tanto os sacerdotes de Javé como
os sacerdotes de deuses estrangeiros, sim, que iria voltar a sua atenção para
os sacerdotes, e para os filhos do rei, e para os príncipes, e para o rei, e
para os que usam vestuário estrangeiro (burguesia), e para os que pesavam a
prata (comerciantes), e para os poderosos, e nem a sua prata e nem o seu ouro
os iria livrar, ora, tudo isto teve seu cumprimento profético na ação dos
revolucionários comunistas, que podemos dizer acertadamente, contra a nova
Judá, que com certeza tem sido a Cristandade. O que os comunistas fizeram com a
Cristandade, quer na Rússia, quer na Ásia, quer em Cuba, foi tudo o que os
caldeus fizeram com Judá. E não eram os caldeus, mas Javé, através de
Nabucodonozor, a quem chamou de O Meu Servo, palavras que modernamente devam
ser entendidas e estendidas a Vladimir Illich Ulianov, o conhecido Lênin. (Para
um aprofundamento científico da questão, ver http://anovateologiadalibertacao.blogspot.com/2011/02/questao-da-destruicao-de-juda.html)
Que tenha a humildade do profeta Jeremias, que não amaldiçoou Deus por
ter dito que iria trazer os caldeus contra a nação da qual dependia e da qual
era um de seus filhos, mas que cuidou em se dirigir aos filhos da rebeldia, aos
que se desviaram dos seus estatutos, seus reis e seus príncipes, bem como seus
sacerdotes, e lhes comunicou o que Deus decidira fazer com eles, para que
provassem o fel amargo do quanto vale se desviar dos mandamentos que tinha
deixado a eles por intermédio dos seus profetas mensageiros. E quando vimos o
papa João Paulo II pedindo perdão pelos erros e pelos pecados que a Igreja
cometeu ao longo de sua existência então é claro que o que a Cristandade sofreu
nas mãos dos comunistas foi uma punição pelos seus pecados. João Paulo II
esteve muito atrasado em relação a Deus, que não pediu perdão pelos pecados da
Igreja, mas que a puniu por intermédio dos comunistas, cortando o seu poder,
colocando-a no pó dos mortais, enviando-a para um exílio de 70 anos que se
encerrou naquele ano de 89, quando os filhos da rebeldia puderam retornar, e
novamente revolver o corpo e a alma no lamaçal do pecado, pois que aquelas
foram as forças do Ciro corruptível, que uniu o corruptível, Cristandade e
Capitalismo, marchou sobre o corruptível, governos socialistas, venceu-os e
restaurou no lugar o corruptível, todavia preparando o caminho e as
oportunidades para a chegada do Ciro incorruptível (Apocalipse 16.12), que
unindo o incorruptível, Cristianismo e Socialismo, iriam vencer o corruptível e
instalar no lugar o Incorruptível, Jesus Cristo de Nazaré. O reino que segundo
o profeta Daniel não iria jamais passar a outro domínio, ver 2.44.
Bem, Bento XVI será obediente às palavras de Adamir Gerson? Mudará da
água para o vinho em relação ao Marxismo? Dirigir-se-á aos marxistas e lhes
dirá: o choro pode durar toda a noite, mas a alegria vem pela manhã?
Dirigir-se-á a eles e lhes dirá realmente: a alegria da manhã que está chegando
agora para mim está também chegando para vós! Está chegando para a humanidade
inteira! Saudamos em uníssono e estejamos cheios de glórias pela chegada da
alegria da manhã...
Certamente que sim, pois tudo está nas mãos e no controle de Deus. E o
Deus que pôs na boca do profeta Isaías o aparecimento futuro de uma nação
paradoxal, que não iria invocar o nome de Deus e nem iria dobrar o seu joelho
diante de Deus, todavia seria esta nação paradoxal quem iria fazer a sua
vontade, ora, o mesmo Deus também cuidou em colocar na boca de Isaías um
segundo momento, desenlacail, quando então iria remover o véu que o separava
deste seu povo e este povo paradoxal iria se acordar para Deus.
Senão vejamos a descrição de Isaías sobre o aparecimento futuro da nação
paradoxal: Deixei-me buscar por aqueles que não perguntaram por mim. Deixei-me
achar por aqueles que não me tinham procurado. Eu disse: Eis-me aqui, eis-me
aqui! A uma nação que não invocava o meu nome.
E vejamos a sua descrição sobre o momento em que o véu que separa esta
nação de Deus é removido e se reconciliam entre si: E certamente vereis, e
vosso coração forçosamente exultará, e os vossos próprios ossos florescerão
como a tenra relva. E a mão de Javé há de ser dada a conhecer aos seus servos,
mas ele verberará realmente os seus inimigos. (Isaías 65; 66.14).
E Bento XVI certamente que fará assim, pois há uma nuvem de Testemunho
muito grande pedindo para ele agir assim; pois deveras, não só Isaías, mas
Jesus também depois de se dirigir aos sacerdotes dos seus dias e lhes comunicar
que o Reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação que produzisse seus
frutos, ora, o mesmo Mateus que nos legou estas palavras de Jesus ele mesmo, coroando
o silogismo de Isaías, cuidou em mostrar o momento exato em que Jesus remove o
véu que o separa deste povo que ele mesmo disse produziria os frutos do Reino.
Onde? Como? Ora, o diálogo escatológico que Mateus narra entre o Justo Juiz e o
povo que cuidou dos oprimidos (25.40), lhes dando de comer, de beber,
vestindo-os, e cuidando de sua saúde, ora, este povo é o mesmo povo visto pelo
profeta Isaías e é o mesmo povo que Jesus disse produziria os frutos do Reino.
E esse povo é o povo marxista e nenhum outro. Neste diálogo, Mateus narra a
conversão do povo marxista. E isto Bento XVI deverá levar em consideração.
Bento XVI e os Marxistas
Se Bento XVI em campo antagônico ao marxismo tem de passar por duas
ressurreições para ter a oportunidade de ver Deus face a face, ora, é certo,
muito certo, que os marxistas também terão de passar por duas ressurreições,
até se levantarem em um novíssimo patamar de existência. E quando se levantarem
neste novíssimo patamar de existência, hão de olhar para a sua luz e para as
coisas reais e verdadeiras que se movem perante seus olhos, a sua paz e a sua
justiça que não tem fim, e exclamarão: este lugar de Perfeição não é aquele que
nossos pais disseram o socialismo era preparação e caminho para ele, chamado
por eles de Comunismo e que vemos muitos ao nosso redor o chamando de Reino de
Deus?
É verdade, os marxistas terão mesmo que passar por estas duas
ressurreições; a primeira pelo cristianismo, e a segunda, pelo celestialismo.
E qual o profundo significado dos marxistas passarem por este primeira
ressurreição?
Literalmente que o fuzil em suas mãos estará se transfigurando em Escola
e o livro O Capital, em A Palavra de Deus. Que o ódio revolucionário se
converteu em amor revolucionário, e no lugar de se buscar a construção do
socialismo na destruição dos ricos e dos opressores procurarão a sua construção
na sua conversão e transformação. E estarão convictos desta conversão e
transformação porque eles também passaram por ela; e agora, sábios no
celestialismo, sabem que o que acontece a um dos pólos da contradição também
acontece ao outro. “Se o impossível aconteceu com nós porque também não com os
nossos inimigos ontológico-históricos”, dirão os novos sábios.
Por que procurar ensinar às massas o caminho e a vivência no socialismo
tendo nas mãos o livro O Capital se tal pode ser feito tendo nas mãos a Palavra
de Deus? Que contém uma linguagem imediatamente assimilada pelos humildes?
Senão vejamos: Vinde agora, vós ricos, chorai, uivando por causa das
misérias que vos hão de sobrevir. Vossas riquezas apodreceram e vossas roupas
exteriores ficaram roídas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão
corroídos, e a sua ferrugem será por testemunho contra vós e consumirá as
vossas carnes. Algo como fogo é o que armazenastes nos últimos dias. Eis que os
salários devidos aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, mas que são
retidos por vós, estão clamando, e os clamores por ajuda, da parte dos
ceifeiros, chegaram aos ouvidos de Javé dos exércitos. Vivestes em luxo na
terra e vos entregastes ao prazer sensual. Engordastes os vossos corações no
dia da matança. Condenastes. Assassinastes o justo. Não se opõe ele a vós?
(Tiago 5).
Ora, porque se dirigir aos humildes com o livro O Capital se o texto de
Tiago 5 contém informações técnicas sobre o conceito de mais-valia que não
deixa margem à dúvida? Com a diferença de que dá ao humilde segurança, pois
então compreende que o socialismo e a revolução estão na Palavra de Deus e são
cumprimentos das palavras que saíram da boca de seus profetas? Que ele está se
ligando a Deus e não a homens, que um dia está pelos pés e outro pela cabeça
(maldito o homem que confia em outro homem)?
Vaticinou Isaías: Aí dos que juntam casa a casa, e dos que anexam campo
a campo, até não ter mais espaço e se ter feito que vós moreis sozinhos no meio
da terra (5.8). Ora, porque explicar os mecanismos da concentração de renda por
conceitos de difícil acesso se este vaticínio de Isaías explica tudo, e de
forma clara?
A Conversão Marxista
Ora, foi dito que Isaías e Jesus tiveram a visão futura de um povo
paradoxal, que iria estar nas mãos de Deus e fazendo a sua vontade sem, no
entanto, ter essa consciência, e que tanto Isaías como Jesus deram
prosseguimento ao seu vaticínio sobre este povo por apresentar as glórias de um
segundo momento, o da sua conversão para Deus.
É verdade, no início da década de 60 presenciamos atos que podemos dizer
foi o namoro do cristianismo com o marxismo. Aquele momento em que desabrocha
no coração do jovem e da jovem a paixão pelo outro, parece que foi isto que
presenciamos. Aquele pipocar de teologias políticas por toda a Europa, todas
elas de certa forma procurando convergir cristianismo e marxismo, até a sua
culminância no Encontro de Salzburgo, preparado para selar a união de cristãos
e marxistas na sua luta para a construção de um novo mundo, ora, podemos dizer
que aquele momento ímpar na História já foi o próprio Deus no seu
devir-redencionista dando os primeiros passos no cumprimento de Sua Santa e Bendita
Palavra.
É verdade, a nova manifestação teológica e política que se deu naquele
momento de início da década de 60, nas pegadas do Concílio Vaticano II o
pipocar de teologias políticas, da Revolução, do Êxodo, da Impugnação, o
Encontro de Salsburgo, o livro de Roger Garaudy UM MARXISTA SE DIRIGE AO
CONCILIO, tendo prosseguido por toda a América Latina, aqui no Brasil na união
de jovens cristãos com jovens marxistas na sua luta contra a ditadura militar,
jovens católicos e evangélicos que se uniam a jovens marxistas não só dispostas
a lutarem contra os golpistas como até mesmo doarem as suas vidas em prol do
nascimento de um Brasil justo, livre de qualquer opressão, de qualquer
arbitrariedade, ora, tal momento não pode passar por nós de forma despercebida.
Mas deve ser repensada a sua importância, o que representava aquele momento
ímpar.
E não resta a menor dúvida que tal não foi outro senão que naquele
momento, Cristianismo e Marxismo no espírito de Deus, sim, Paulo e Marx no
espírito de Deus, começaram a se olhar mutuamente, como aquele momento
aguardado, em que um dia na curva da História Adão e Eva, apartados pelo pecado
original e lançados na alienação, cada qual perdendo o contato com o outro, um
dia o devir histórico iria cuidar em realizar o seu re-encontro. E o que
aconteceu na década de 60, o broto, sim, o brotar em cristãos e marxistas do
interesse de um pelo outro, ora, tal pode perfeitamente ter sido este momento
esperado, em que na curva da história, bem longe um do outro, Adão e Eva se
avistaram e começou entre eles o esforço de mútuo reconhecimento. a se esforçar
para se reconhecer.
Mas é um fato que não obstante os inúmeros colóquios entre cristãos e
marxistas ao longo da segunda metade do século XX é um fato que os marxistas
não se converteram para Deus. Esse tempo passou e ainda hoje encontramos os
marxistas de posse da mesma visão sobre Deus, Religião e Bíblia anteriores ao
Concílio e àquele tempo específico. É certo que os inúmeros colóquios, e a
grandeza do Concílio Vaticano II e do Conselho Mundial das Igrejas, tiveram o
poder de fazer os marxistas baixarem as críticas e até mesmo, no exemplo destes
cristãos, como o de Camilo Torres, de Rubem Alves, de Jaime Wright, do Cardeal
Arns, expressar certa simpatia pelo Cristianismo. Mas quanto à conversão nada
teve o poder de acordar os marxistas para Deus, nem o Concílio Vaticano II, nem
o Encontro de Salzburgo, nem a Teologia da Libertação e nem o Protestantismo. O
poder de despertar a simpatia neles sim, não, porém, o poder da conversão.
E a razão é que a conversão dos marxistas não seria perda de identidade,
mas, sim, ter a sua identidade acrescentada. A sua conversão seria literalmente
o despertar sexual, encontrar o seu lado oculto, e que lhe daria complemento.
E, como é claro na Palavra de Deus a conversão do povo marxista (e tenho outras
ovelhas que não são deste aprisco; a elas também convém agregar), eis que tem
chegado este novo momento na vida de marxistas, mas, também, de cristãos.
É verdade, a conversão dos marxistas não iria dar-se a partir de nada
que surgiu a partir do Concílio Vaticano II e nem a partir de nada que surgiu a
partir da Reforma Protestante, mas a partir de um movimento religioso, que por
ter se manifestado à parte do Oficial e por ter se manifestado no meio dos pobres,
ainda hoje continua tabu entre o cristianismo oficial e é pouco valorizado ou
desconhecido mesmo pelo universo acadêmico-intelectual.
Adamir Gerson está falando do movimento pentecostal, que nasceu no ano
de 1906 na cidade norte-americano de Los Angeles, em um casarão que metodistas
construíram para ser igreja e que se achava abandonado, e tudo se dando na
mediação de um pastor negro iletrado filho de ex-escravos por nome William
Joseph Seymour; que não por acaso nasceu no mesmo ano de Lênin, 1870, e viveu
praticamente o mesmo tempo de Lênin, 52 anos e alguma coisa os dois. Aquele
lampejo da paixão pelo sexo oposto, que brota no coração do jovem pela jovem
que viu e que tocou seu coração, estará se manifestando no coração marxista
quando ele olhar retrospectiva para aquele ano de 1906, para tudo o que se
desenrolava naquele casarão situado numa rua que é conhecida por todo
pentecostal, Azusa. Especialmente para aquele momento em que, em um país
dominado pela segregação racial e social, então brancos e negros, ricos e
pobres, asiáticos e mexicanos, lavadeiras negras e patroas brancas, se
abraçavam e se reconheciam iguais perante Deus. Deveras, era que neste momento
estava se dando o derramar de Deus do Socialismo Espiritual, então ele dando
sequência a uma obra que começara a bem pouco, três anos antes, quando então na
cidade de Londres, distante dali, do outro lado do Atlântico, derramara o
Socialismo Material. Socialismo Material que ele derramara em Londres e
Socialismo Espiritual que ele derramara em Los Angeles, mas que um dia, na
consumação dos tempos, então ele iria trazer um ao outro, com socialismo
espiritual e socialismo material se reconhecendo osso do mesmo osso e carne da
mesma carne, um só espírito. E seria neste momento, e somente neste momento, que
o reino da liberdade concreta, em que cada um tem segundo as suas necessidades,
não as necessidades ditadas por esta ou aquela ideologia, mas por Deus no
nascimento de cada um, estaria então começando a ser construído, pois que,
então, fora lançada a sua verdadeira fundações. (O Reino da Liberdade Concreta
não nasce tendo como fundação o material, que reserva ao espiritual a categoria
de superestrutura, como é ensinado no mundo acadêmico-intelectual, mas nasce no
exato momento em que o material e o espiritual são colocados em equilíbrio como
fundamentos. Pois que o Reino da Liberdade Concreta é o nascimento da vida, e a
vida só pode nascer da junção de dois fundamentos, gameta feminino e gameta
masculino).
Prosseguindo. Ora, Adamir Gerson falou qualquer coisa em que acabou
ligando os acontecimentos que deram origem ao moderno movimento de esquerda
mundial e ao moderno movimento pentecostal. E é certo que não só marxistas como
também pentecostais ficaram sem entender, pois nunca ouviram dizer, e desconheciam
por completo, que pudesse haver relação entre eles, como partes de um mesmo e
único processo. (Não nos esquecendo do relato do Gênesis que foi no momento em
que Deus trouxe a mulher ao homem e este foi tocado por ela que lhe foi
manifesto a consciência da distinção sexual, reconhecendo nela o seu
complemento e a parte que lhe faltava).
É verdade, o movimento revolucionário marxista, que nasceu no ano de
1903 em Londres, quando o movimento bolchevique, que se gestara no ventre
moderado menchevique, fizera então o seu nascimento, na histórica votação que
deu maioria a Lênin, e o movimento pentecostal, que nasceu três anos depois, em
Los Angeles, depois de ser gestado no ventre moderado metodista, ora, apesar de
que nenhum homem em cima da terra veio saber, eram sim partes de um mesmo e
único processo, o da redenção da humanidade, mas que primeiro iria passar pelo
processo da libertação dos pobres (e aí se revela a importância de Leonardo
Boff e a não-importância do Clodovis Boff de 2007) (Mas, como em Deus a libertação
se desloca dos pobres para a humanidade (Em Hegel o Absoluto redime primeiro a
si próprio para depois redimir a inteira humanidade, com Marx concordando,
apenas que no lugar do termo Absoluto colocando o termo Proletariado (Mas em
Adamir Gerson surge reconciliação entre o Absoluto de Hegel e o Absoluto de
Marx, assim como estão em Mateus 25.40), ora, a verdade é que quando a
libertação de Deus estivesse passando dos pobres para a humanidade, neste
momento Deus iria fazer um retorno tanto a John Wesley como a Plekhanov, mas
este John Wesley e este Plekhanov seriam novos, novíssimos, conduzidos pelas
mãos dos pobres que saíram dos lombos de Seymour, naquele ano de 1906, e de
Lênin, naquele ano de 1903. Pois quê, quando Deus liberta os pobres é para forjá-los
instrumentos de libertação da inteira humanidade (e neste momento se revela a
não-importância do Leonardo Boff de 2011, salvo o seu amor e a sua luta na
defesa do Planeta ameaçado, embora saibamos que a luta conseqüente na sua
defesa tenha de se dar muito mais no campo político e não fora dele, pois a
luta ecológica não edifica a Política, mas a luta política edifica a Ecologia)
(Talvez tenha sido esta passagem que frei Clodovis Boff tenha captado
intuitivamente, e, todavia, não soube expressar, se perdendo no significado da
palavra (do chamado) e na dialeticidade do processo (mas com certeza agora irá
se encontrar, pois, deveras, tem chegado o tempo em que, segundo o profeta
Isaías, TODOS SERIAM PESSOAS ENSINADAS POR JAVÉ) (Ora, o movimento pentecostal
para nascer teve de percorrer certo calvário, no seu parto final. William
Joseph Seymour, depois que ganhou autonomia frente a Charles Fox Parham, como o
Escolhido de Deus, ao estar começando a caminhada das boas novas entre a
irmandade de uma igreja Holiness (da Santidade) que havia em Los Angeles, por
não concordarem com o seu Ensino, expulsaram-no. No entanto foi acolhido por
uma família desta igreja em sua casa, os Asbery. E logo a casa de Richard
Asbery se tornara pequena demais. Pois não tardou e o carisma de Seymour estava
atraindo centenas, que se reuniam todas as noites naquela casa, com a imensa
maioria tendo de ficar do lado de fora, interrompendo a rua. A tal ponto que
conta um historiador que acorria tanta gente para a casa de Richard Asbey que
certa noite foi tanto barulho e tanto gritar nos dons de línguas que a casa
quase desabou. Foi então que descobriram um antigo casarão que fora construído
como uma igreja metodista africana, e que, no entanto, ela fora embora com o
lugar sendo ocupado por atividades comerciais. Foi neste casarão que um dia foi
igreja metodista, e que se achava abandonado, era mesmo um gueto, que
finalmente se deu o parto do Movimento Pentecostal, hoje cerca de quatrocentos
milhões ao redor do mundo, quarenta milhões no Brasil. Mas, não podemos dizer
que este parto final do Pentecostalismo foi de certa forma uma repetição do
parto final do Bolchevismo, que se dera três anos antes? De fato, partidários
de Lênin e de Plekhanov escolheram Bruxelas para realizarem o Segundo Encontro
do Congresso do Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR), em julho de
1903, ocasião em que, através da maioria, iriam decidir os rumos da revolução
na Rússia. Mas, em Bruxelas, as discussões entre os partidários de Lênin e os
partidários de Plekhanov tornaram-se tão acaloradas que a vizinhança, não
suportando mais tanto barulho no casarão, que fora enfeitado de bandeirinhas
vermelhas, decidiu chamar a polícia. Expulsos, embarcaram rumo a Londres. E
contam os historiadores que as discussões entre eles prosseguiram com tal
intensidade na viagem que quem olhava de longe tinha a impressão de que o navio
parecia estar sendo sacudido por fortes ondas. E finalmente em Londres, no
lugar onde Marx meio séculos antes tinha lançado o Manifesto Comunista, então o
movimento bolchevique fez o seu nascimento, se constituindo a parte, como um
movimento próprio, com identidade própria, assim como três anos depois tal foi
acontecer com o movimento pentecostal ao se desligar do protestantismo, onde
fora gestado, se constituindo a parte, com identidade própria) (Quão diferente
é o petismo do socialismo celestial! Jovens foram vistos nos corredores da
Unesp de Presidente Prudente com uma cartilha debaixo do braço sobre Plekhanov
lançada por intelectuais do PT. A julgar pelo Professor Adão Peixoto, que no
começo da década de 90 foi professor de filosofia nesta instituição de ensino e
à época dirigente do PT, que, analisando o que estava acabando de acontecer com
os governos socialistas do Leste europeu, disse que o único responsável pela
sua queda foi o próprio Lênin, que no seu entender queimou e abortou as etapas
que dariam amadurecimento e independência política aos trabalhadores, de modo
que se entende claro que para ele a revolução teria de continuar nas mãos de
Plekhanov, dos mencheviques, ora, o socialismo celestial diz coisa
diferente. Que o desenvolvimento apontado por Plekhanov não era nunca
preparação para o socialismo, mas o seu afastamento (que diga a baixa
politização em lugares onde o capitalismo e as forças produtivas se
desenvolveram. Cada qual acha que as condições ajuda a lutar pelos seus
interesses imediatos, e não o pensar no coletivo). Isto é, a partir do momento
em que se entende o socialismo como alma no corpo do Marxismo. Quanto mais a
sociedade se desenvolve mas ela tende a se afastar do Marxismo, pois o Marxismo
é um sistema científico, todavia recheado de ideologia (ciência é aceita por
muitos, ideologia, por uns). Somente no advento do socialismo celestial é que
tal equação seria resolvida, a este separar nele ciência e ideologia, deixando
a sua ideologia com a ortodoxia, todavia presenteando as massas sedentas de
justiça e paz com a sua ciência. Então a leitura do socialismo celestial é que
o socialismo começou a nascer no exato momento em que Lênin rompeu com
Plekhanov; pois que as condições objetivas de então favoreciam o seu
nascimento. Eram propícias a ele (sem contar que os vaticínios bíblicos sobre a
revolução apontavam a sua ocorrência para exatamente quando se manifestassem
estas condições objetivas peculiares). Se alguns anos depois ele veio a cair,
as razões são inteiramente outras. Caiu, não porque abortou etapas, mas porque esgotou etapas
(amadureceu espíritos no fogo da revolução e das suas transformações sociais),
necessário a que o socialismo fosse construído na acepção de Plekhanov (na sua
forma, mas com outro conteúdo). Mas este Plekhanov que retorna não é o
pobre e a priori que anda nas mãos de intelectuais do PT (querendo blindar e
justificar filosoficamente o rumo que tomou), que praguejam Lênin e amaldiçoam
Stálin, mas é outro, a posteriori, que se alienou de si para enriquecer em
Lênin, e voltar, inteiramente outro, a tal ponto que diz: eu estava errado e
Lênin, certo. Lênin modificou-me inteiramente. Fez-me conhecer melhor a
psicologia humana... (O rompimento de Lênin frente a Plekhanov é da mesma
essência do rompimento de Marx frente a Proudhon e de Stálin frente a Trotsky.
E a sua consumação se dará agora, no rompimento revolucionário do operário do
ABC paulista Adamir Gerson frente ao operário do ABC paulista Lula Inácio. Mas
agora, porque o absoluto hegeliano entrou em existência sintético-adulta
(deixou para trás a sua existência adolescente-antitética), imprimindo espírito
adulto e de reconciliação aos vetores que fazem o devir histórico, e surge o
“espelho histórico”, que trás a oportunidade ímpar de personagens presentes
conhecerem a si mesmos em fatos e personagens do passado, a título de exemplo os
intelectuais do PT olham no espelho histórico interpolado entre eles e se
reconhecem os mesmos mencheviques que vieram a estar no poder, olham na aliança
política construída por Lula e reconhecem nela a mesma aliança política
construída por Kerensky, sim, olham em Adamir Gerson e se lembram da chegada de
Lênin na estação Finlândia... Então nada do que alcançou Proudhon, Plekhnanov e
Trotsky alcançará Lula. Lula não terá diante de si aquele Moisés que desceu do
monte e indignado triturou o bezerro de ouro e passou ao fio da espada três mil
que pulavam e dançavam diante do bezerro de ouro e diziam: ó Israel, este é o
Deus que te fez sair do Egito!, mas Lula terá diante de si aquele que no
caminho de Damasco reluziu a sua luz sobre Saulo de Tarso e o derrubou do
cavalo, fazendo dele um novo homem, que deixou de estar a serviço de forças
mortas para estar a serviço da vida).
Prosseguindo. Bem, na verdade o movimento pentecostal e o movimento
comunista tiveram um nascimento idêntico, ao menos quanto à forma, em virtude
de profecia concebida no Velho Testamento, por Isaías, e reforçada no Novo
Testamento, pelo apóstolo Tiago.
De fato, o profeta Isaías, tomando os acontecimentos do Êxodo, então o
projetou para o futuro. Um novo êxodo iria acontecer, com um novo Moisés. (O
Relato analógico de Mateus sobre a volta de Moisés de Midiã para o Egito e a
volta de Jesus do Egito para Israel não se encaixam neste vaticínio isaítico.
De fato, para Mateus a volta de Jesus não repete pura e simples a volta de
Moisés, não é um acontecimento que caminha paralelo, mas sim um acontecimento
que o transcende. A volta de Moisés foi para conduzir um povo para Canaã, do
corruptível para o corruptível, mas a de Jesus seria uma nova caminhada, do
corruptível para o incorruptível, de Canaã para uma nova Canaã, a Celestial.
Quando compreendemos a caminhada do proletariado rumo ao socialismo é que
compreendemos este vaticínio do profeta Isaías).
Prosseguindo. Vejamos, pois, o que nos legou Isaías: Naquele dia virá a
haver um altar a Javé na terra do Egito, e uma coluna a Javé ao lado do seu
termo. E terá de mostrar ser como sinal e como testemunha para Javé dos
exércitos na terra do Egito; pois clamarão a Javé por causa dos opressores, e
ele lhes enviará um salvador, sim, alguém grandioso, que realmente os livrará,
19.19-20.
O grande vaticínio de Tiago, que teólogos da Teologia da Libertação e
marxistas com conhecimento da Palavra de Deus tomam como tendo sido uma
profecia da revolução proletária, que naquele ano de 1917 destronou os
poderosos do poder e fez recair misérias sobre os ricos, com eles sendo despedidos
de mãos vazias e as suas riquezas indo saciar os humildes, ora, com certeza,
absoluta certeza, Tiago concebeu seu vaticínio a partir do vaticínio de Isaías
19.19-20, assim como os vaticínios de Jesus constante em Mateus 21.43 foram a
partir de Isaías 65. Uma análise hermenêutico-exegética assim o dirá. A
diferença que se observa é que Tiago enriquece (explícita o que está implícito
em Isaías) de sociologia e de política o texto de Isaías. Tiago fornece as
causas porque os pobres clamariam a Deus: os opressores não estavam lhes
pagando segundo o que tinham direito. Daí estarem em sofrimento, ao passo que
aqueles que se apoderavam do produto de seu trabalho estavam vivendo em luxo e
entregues ao prazer sensual, como diz Tiago.
Ora, como as profecias se cumprem ao tempo devido, a verdade é que
naquele início primeiro do século XX, Deus, vendo o sofrimento dos pobres na
terra inteira, que já fora registrado por Marx no ano de 1844, no livro
Manuscritos Econômico-Filosóficos, a verdade é que o mesmo Deus que ouviu o
clamor do seu povo no Egito e lhes enviou Moisés portando a sua libertação, vai
novamente intervir. E como o sofrimento dos pobres se dava em duas mãos, a
opressão material, mas também a opressão espiritual; clamavam a Deus contra o
peso do Egito sobre seus corpos, mas também contra o peso de Sodoma sobre suas
almas, a libertação de Deus para eles iria ser total, absoluta. Deus iria mesmo
fazê-los se sentar debaixo de sua videira, mas também debaixo de sua figueira,
não havendo mais nada que os fizesse tremer, como foram as palavras que colocou
na boca do profeta Miquéias (4.4).
E como o mover de Deus se dá na tríade hegeliana, tese, antítese e
síntese, criando a antítese apartada e aparentemente sem qualquer ligação com a
tese, todavia os reunificando na síntese, eis a razão porque naquele início do
século XX nasceram os dois maiores movimentos sociais de todos os tempos, o
comunista e o pentecostal. Mais tarde, na plenitude dos tempos escatológicos,
então Deus iria realizar o seu momento de síntese, ocasião em que o povo
marxista e o povo pentecostal iriam se reconhecer osso do mesmo osso e carne da
mesma carne, um só espírito. Iriam descobrir que as suas ações, distantes uma
da outra e com motivos distintos, aos olhos positivistas (da letra) sem qualquer
relação, na verdade elas estavam libertando os pobres de todo o seu sofrimento,
quer o sofrimento material quer o sofrimento espiritual. E neste momento,
quando todas estas coisas estivessem acontecendo, nascendo o verdadeiro
socialismo, que se levanta a partir do alicerce da religião e não contra ela,
que preparou os corações, transformou odres cheios do egoísmo, e da intriga, e
da inveja, e da ira, e da cobiça, em odres novos, para que o vinho novo do
socialismo tivesse, então, realmente onde se abrigar, então as massas, nas ruas
de Belém do Pará, nas ruas de Londrina, nas ruas de Presidente Prudente, não
cessarão de cantar, com o rei Roberto Carlos: Essa luz é Jesus! Essa luz só
pode ser Jesus! (E lá no Oriente Médio, analistas atentos, com os olhos do
Espírito, se perguntarão: toda essa revolta que varreu os países árabes não
eram na verdade que a força transcendente estava preparando os nossos corações
para a chegada de Isaque? O tempo de Ismael já não se esgotou em nós, com nós
tendo de preparar as nossas casas para um novo existir e um novo caminhar? As
notícias que estamos ouvindo do Brasil, não dizem respeito a nós também? Porque
elas estão dizendo que toda a revolta que varreu os países socialistas no final
da década de 80 é que na verdade se esgotou neles a sua existência de Esaú; e
que após a partida de Esaú, eles iriam viver o nome tempo de Jacó? Isto também
não diz respeito a nós? Essa revolta que varre os países árabes não se
assemelha à revolta que varreu os governos socialistas?).
Jacó e Esaú
O fato do movimento comunista e o movimento pentecostal terem nascidos
em tempo igual e os seus dois criadores terem nascidos no mesmo ano e vivido o
mesmo tempo de vida (Lênin viveu quatro meses mais que William Joseph Seymour),
sim, o fato de tanto o movimento comunista como o movimento pentecostal terem
se lançado na libertação dos pobres, apenas que com intenção e motivo
diferente, um de posse da sociologia espiritual e outro de posse da sociologia
material, com a sociologia espiritual preparando ação e se engalfinhando contra
os pecados da carne e a sociologia material preparando ação e se engalfinhando
contra os pecados do dinheiro, ora, podemos dizer que na verdade o que ocorreu
naquele início do século XX foi que se deu o parto de Rebeca Espiritual? O que
aconteceu de fato foi que veio haver gêmeos no seu ventre, com o movimento
comunista representando Esaú, ao passo que o movimento pentecostal, Jacó?
É verdade, o socialismo iria realmente se manifestar em dois momentos
distintos, um que traria o imperfeito e outro que traria o Perfeito. O
imperfeito nasceria primeiro, mas depois daria lugar ao Perfeito. E o que iria
os distinguir, basicamente, é que o imperfeito seria imperfeito porque nasceria
desligado da Religião, entendendo o Homem como sendo produto de si mesmo e
responsável e dono de seu próprio destino, ao passo que o Perfeito iria nascer
ligado a Religião e entendendo o Homem corpo da Transcendência e co-responsável
e co-participante da luta de libertação. Um novo socialismo, novíssimo, que os
marxistas, para não ganhar a pecha de Saulo de Tarso, iriam ter de lançar mão
do Espelho Histórico para compreendê-lo e compreender a si mesmo, se situando
no tempo e no espaço.
Então Adamir Gerson acabou de dizer que Jacó representou o Perfeito e
Esaú, o imperfeito? Que o movimento pentecostal representa o Perfeito, ao passo
que o movimento marxista, o imperfeito? Que isto nunca aconteça!
O que foi dito é que o verdadeiro socialismo, o Perfeito, começará a ser
construído a partir do movimento pentecostal, da espiritualidade que enforma o
seu tecido, e que não há como negar: é a mesma que Jesus tirou de si no caminho
de Damasco e a plasmou no espírito de Saulo de Tarso. O que significa dizer que
os pentecostais, então, não se acham mais no patamar e existência do Jacó amado
por Rebeca, mas do Jacó amado por Deus. Aquele novo Jacó, que reconheceu em
Esaú o seu irmão e viu a sua face como tendo visto a face de Deus, os dois
sendo portadores de riqueza.
Portanto um novo Pentecostalismo, que reconhece no Marxismo o seu irmão
Esaú, e sabe que para retornar na sua terra natal chamada Jesus tem de ir ao
seu encontro, e reconhecer nele a sua essência divina, e com a sua essência
divina, a igualdade social, se pôr então a construir o Reino de Deus. Não reconstruir
o socialismo, mas a partir do socialismo, da sua essência verdadeira, então
construir o reino de Deus.
E vale a recíproca, pois quando os marxistas olharem para o movimento
religioso que nasceu no casarão metodista naquele ano de 1906 é então que
conhecerão e reconhecerão os seus limites. E será neste momento que estarão
entrando em processo de ressurreição, para se levantar em corpo novo,
novíssimo, o corpo do judeu Marx que pela morte do socialismo se levantou em
corpo de Jesus Cristo, e agora o socialismo principiando a atrair todos a si.
Assembléia de Deus
Neste ano de 2011 a igreja evangélica Assembléia de Deus está
comemorando o centenário do seu nascimento no Brasil, que se deu naquele ano de
1911 na cidade de Belém do Pará, quando dois missionários nórdicos, Gunnar
Vingren e Daniel Berg, que beberam e se alimentaram do Espírito no casarão
metodista situado na rua Azusa, em Los Angeles, lançaram as bases do seu
nascimento.
E é certo que em todo o Brasil todo e qualquer templo da Assembléia de
Deus estarão realizando grande ato para relembrar e comemorar tão grande data.
Mas nada deva se igualar ao grande acontecimento que estão reservando para a
cidade de Belém do Pará.
Mas, uma vez que Adamir Gerson, o Peregrino do Senhor, teve o seu
encontro teofânico no ano de 78, ocasião em que mãos divinas o conduziram para
o ventre da Assembléia de Deus, fazendo que ficasse ali exatos nove meses, a
verdade é que em meio aos festejos que a irmandade da Assembléia de Deus estará
realizando neste ano Deus se manifestará no meio de seu povo com um novo
chamado, um chamado maior, agora para sair para vencer e para completar a obra
que então iniciou naquele ano de 1911. Ao lado da luta contra as
concupiscências da carne, agora também a luta contra as concupiscências do
dinheiro. Pois deveras a santidade de Jesus Cristo é no campo
espiritual-religioso, mas também no campo material-político. No seu reinado
todos estarão gozando a verdadeira paz e a verdadeira justiça, sim, todos
estarão sentados debaixo de sua videira e debaixo de sua figueira, não havendo
quem os faça tremer, como foram os vaticínios do profeta Miquéias.
É verdade, se neste ano de 2011 a irmandade da Assembléia de Deus está
realizando uma festa que faz olhar para trás, para os cem anos de sua
existência, a verdade é que neste ano de 2011, Deus estará olhando para frente
no meio de seu povo. Os cem anos decorridos desde aquele primeiro momento fez
lembrar a Deus que se esgotou um tempo com seu povo; e que agora é tempo dele
começar um novo tempo. Uma nova caminhada, literalmente consumadora daquela.
De fato, estes cem anos tem significado especial no calendário de Deus.
Foi aos cem anos que Abraão teve o seu filho Isaque com Sara, que pode neste
ano de 2011 se revestir de grande significado para a irmandade atenta da
Assembléia de Deus.
E o grande significado é que aquela igreja que nasceu no ano de 2011 na
cidade paraense de Belém, fundada pelos dois missionários nórdicos, ela é sim
figura de Sara. E se aos cem anos de Abraão Deus rompeu a esterilidade de Sara
e fez que ela desse à luz ao seu filho Isaque – o que iria herdar – nestes cem
anos da Assembléia de Deus a verdade é que Deus estará chegando ao seu meio e a
fecundará.
E o grande significado desta fecundação é que, então, a igreja
evangélica Assembléia de Deus estará se despertando e acordando que o
socialismo é Deus. Mais do que isso, é a metade que lhe falta para que a sua
obra de redenção do povo brasileiro se torne completa. O que aconteceu no
início da década de 60 quando na Igreja Católica, por conta da realização do
Concílio Vaticano II, houve um grande despertamento dos católicos para o
socialismo, em todas as paróquias surgindo padres e leigos que se engajavam na
luta do socialismo contra o capitalismo, surgindo entre eles um rio de
mártires, ora, é isto que está reservado para todo o povo evangélico, a partir
da Assembléia de Deus.
Agar
Ora, sabemos que no tempo em que Deus rompeu a esterilidade de Sara e
ela ficou grávida, Abraão havia tido um filho com a serva Agar, Ismael. E tendo
chegado o tempo de Deus, então veio a Abraão o recado do rompimento, pois,
deveras, quem iria herdar era Isaque, filho da livre com o livre. E Abraão com
o coração partido então comunicou a Agar e seu filho a vontade de Deus; e foram
despedidos, todavia levando consigo um pão e um odre de água.
O que isso quer dizer? Que a mesma cisão ocorrida no seio da família
abrâmica, por conta e vontade de Deus, também irá acontecer na Assembléia de
Deus e no meio de todo o seu povo. Na Assembléia de Deus tem convivido lado a
lado a estéril Sara com a escrava Agar e seu filho Ismael. Mas chegará um tempo
em que a estéril dará à luz, e seu filho crescerá, e então ela fará valer a sua
autoridade e o seu poder de Escolhida.
O que é isso? Quem é Agar e quem é esse Ismael no seu meio? Certamente
que são todos os seus ministros que trocaram a pregação do Evangelho de Cristo pela
pregação do anticomunismo, achando que estavam prestando um grande serviço a
Deus. Uniram-se e foram fortalecer mãos assassinas, como recente artigo que tem
circulado na Internet mostra que no período da Ditadura Militar aqui no Brasil
Ministros de igrejas protestantes tradicionais delatavam e entregavam a
assassinos jovens das suas próprias igrejas, para sofrer nos porões da ditadura
o que jovens cristãos sofreram nos coliseus de Roma, 2000 anos antes
(Apocalipse 6.9-11).
Destarte, Agar e esse Ismael são os seus ministros que tem se engajado
ao lado das forças que defendem o capitalismo na sua luta contra o socialismo,
quer em homilias, quer em tratados teológicos, como aquele referente ao levante
de Gogue e Magogue que segundo o profeta Ezequiel iria dar-se no final dos
dias. E este levante de Gogue e Magogue, que segundo o vaticínio do profeta
hebreu iria, como nuvens, cercar o acampamento dos santos, para destruir e
saquear os que foram recuperados da espada, habitando agora sem muralha, em
sossego, em casas sem nem mesmo trancas e portas, ora, estes ministros que tem
trocado o Evangelho de Jesus pela pregação do anticomunismo tem afirmado que o
levante de Gogue e Magogue seria que a União Soviética e os comunistas iriam
invadir o território de Israel para saquear as suas riquezas.
Mas, façamos a pergunta: isto foi visto? A verdade é que a União
Soviética deixou de existir e ninguém nunca a viu invadindo Israel e saquear as
suas riquezas. Isto não quer, contudo, dizer que a Palavra de Deus não teve o seu
cumprimento. Teve sim. Mas ironicamente o levante de Gogue e Magogue cercando o
acampamento dos santos e saqueando as suas riquezas se deu naquele final da
década de 80 quando centenas de milhares da noite pro dia se levantaram como
nuvens para destruir o socialismo. E, se cumprindo os vaticínios da Palavra de
Deus e não da palavra do homem, a verdade é que as riquezas da Pátria do
Socialismo estão hoje nas mãos do bando de Gogue e Magogue, ao passo que nas
mãos dos trabalhadores estão apenas os calos da sua construção.
Ai dos que dizem que o bom é mau e que o mau é bom, os que põem a
escuridão por luz e a luz por escuridão, os que colocam o amargo pelo doce e o
doce pelo amargo, Isaías 5.20.
Bem, qual o profundo significado de Sara, não antes, mas depois que
Isaque cresceu e foi desmamado, ter dito para Abraão: Expulsa essa escrava e o
filho dela, pois o filho desta escrava não vai ser herdeiro com o meu filho,
com Isaque?
Simplesmente que quando Isaque espiritual crescer e for desmamado, o que
quer dizer o crescimento no crente da consciência do socialismo como sendo
Deus, certamente que estes ministros que trocaram o evangelho de Jesus pelo
evangelho do anticomunismo irão ser despedidos do meio do povo de Deus. Quer
dizer, não estes ministros, mas as ações deles serão despedidas do meio do povo
de Deus, como as ações de Saulo de Tarso foram despedidas dele, por ele mesmo,
pois que tem chegado o tempo em todos seríamos transformados num abrir e piscar
de olho. E Deus conhece os corações, sabendo distinguir os que erram por
inocência e os que erram por consciência, a uns dando um novo nascimento e a
outros o desprezo eterno.
Destarte, esse despedir de Agar e de seu filho Ismael do meio do povo de
Deus será mesmo o cumprimento profético de Apocalipse 12.12, como segue: Agora
se realizou a salvação, e o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do
seu Cristo, porque foi lançado para baixo o acusador dos nossos irmãos, o qual
os acusa dia e noite perante o nosso Deus. E eles o venceram por causa do
sangue do Cordeiro e por causa da palavra do seu testemunho, e não amaram as
suas almas, nem mesmo ao encararem a morte.
Quem são estes que eram acusados dia e noite perante o nosso Deus? Por
ventura que foram o povo marxista? A tal ponto que podemos dizer que as palavras
que Paulo dirigiu aos cristãos, conforme estão I Coríntios 4.8-13 (temo-nos
tornado como o refugo do mundo, a escória de todas as coisas, até agora)
alcançaram também o povo marxista?
O povo marxista é estes irmãos dos cristãos, visto em espírito profético
pelo apóstolo amado? O povo marxista, que tem lutado para que os pobres saiam
do seu sofrimento material, tendo emprego digno, moradia para morar, escola
para estudar, hospitais para tratar-se, roupas para vestirem, e o povo cristão,
que lutava para que os pobres saíssem do seu sofrimento espiritual, não
conhecendo mais a dor da separação, a dor da desintegração da família, a dor
dos vícios, os dois são irmãos como carne e unha? Os marxistas, torturados e
mortos nos porões das ditaduras, e os cristãos, torturados e mortos nos
coliseus de Roma, eram irmãos? A tal ponto que nos cabe perguntar se isto não
faz dos marxistas os irmãos e co-escravos daqueles que João viu por debaixo do
altar clamando vingança pelo seu sangue, como aparece em Apocalipse 6.9-11? “Levanta-te,
ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a própria glória de
Javé”
O que é isso? Qual o profundo significado de Deus dizer, para a
“mulher”: dá luz? Que é a Igreja tomar sobre si as responsabilidades e a luta
pela condução do socialismo? E este chamado de Deus está chegando a ela porque
ele, condutor real do socialismo – e não Internacionais – sabe que o Marxismo
se esgotou na sua condução? De modo que agora as mesmas palavras que dirigiu a
Josué: Moisés, meu servo, morreu; e agora levanta-te, atravessa este Jordão, tu
e todo este povo, para a terra que dou a eles, aos filhos de Israel, são as
mesmas palavras que hoje está dirigindo à Sua Amada Igreja? Para que ela se
levante, e tome em suas mãos a condução dos destinos da Humanidade, fazendo-a
atravessar o Jordão espiritual e indo construir o reino da liberdade concreta,
em que cada um tem segundo as suas necessidades?
Um dia os filhos de Israel ouviram a notícia: Moisés está morto: tem
chegado o momento dos marxistas ouvirem a notícia: o Marxismo está morto? E tal
os hebreus, que com muita dor e muita dificuldade se entregaram a uma nova
liderança, assim acontecerá com os marxistas se entregando agora a nova
liderança revolucionária da Igreja de Cristo?
Indiscutivelmente que sim. Como Moisés, que foi levado ao alto do monte
Nebo, ao cume do Pisga, e dali lhe foi mostrado toda a terra do outro lado,
terra boa, que manava leite e mel, mas que não entraria nela, outro entraria no
seu lugar, a verdade é que o Marxismo foi levado ao alto do monte do Socialismo
Real e dali avistou do outro lado o reino da liberdade concreta, em que cada um
tem segundo as suas necessidades. Mas ele não iria entrar e não iria construir
este mui desejável reino da liberdade concreta. Em hipótese alguma o Marxismo
construiria este reino perfeito, mas quem o iria construir seria a Igreja,
quando fosse por Deus acordada politicamente.
Ora, então foi dito que a Igreja de Cristo tomará o bastão
revolucionário que um dia esteve nas mãos dos marxistas puro e simples, fazendo
renascer a sua luta?
É preciso uma nova compreensão deste novo tempo que está chegando. A
Igreja de Cristo não está sendo chamada para reviver e recauchutar o leninismo
e nem o stalinismo. Ela não está sendo chamada para levantar as forças
revolucionárias que estão caídas, mas, sim, para começar uma nova jornada
revolucionária em cima da terra que podemos sim dizer é sintética. O que quer
dizer que ela não irá tomar o lado de uns contra outros, como fez o Marxismo na
necessidade do seu tempo e de sua missão, mas ela se apresentará muito mais
como Mediadora. Nela os opostos ideológicos se reconciliarão plenamente entre
si. Deveras, ao mesmo tempo em que procurará dar consciência
teológico-epistemológica a todas as forças burguesas de que o socialismo é
Deus, de todos os ângulos de análise o socialismo é o Reino sendo construído
nas suas partes ainda imperfeitas, ora, ao mesmo tempo procurará dar
consciência cristã aos marxistas de que agora é tempo de construir o
socialismo, não mais na destruição das forças burguesas, mas sim na sua
transformação. Integrá-los e fazê-los caminhar junto, de modo a serem
co-participantes na construção deste novo tempo, que estará chegando à medida
que toda a sociedade for ganhando maturidade.
E este caminhar junto destas forças antagônicas é mesmo o cumprimento
das palavras proféticas que Deus pôs na boca do profeta Isaías, dizendo: E o
lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se
deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado,
todos juntos; e um pequeno rapaz é que será condutor deles
(11.6).
Os ministros da Palavra de Deus compreenderão estas palavras? Em
especial os que respondem pela Assembléia de Deus olharão com esperança para a
cidade de Presidente Prudente, onde no ano de 1978 mãos divinas tomaram o jovem
Gerson e o levaram para o ventre desta igreja que neste ano de 2011, completa
centenário, fazendo que ele permanecesse ali por exatos nove meses, com ele, a
partir de então, passando a receber de Deus e de nenhum homem os fundamentos
teóricos do governo de Jesus Cristo, a tal ponto que este ano iria entrar para
a história como divisor de eras, antes do ano de 1978 o domínio do governo
humano, mas depois de 1977 o domínio do governo divino?
“Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre ti a
própria glória de Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e
densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá
a sua própria glória. E nações hão de ir à tua luz e reis à claridade do teu
raiar” Isaías 60
Renovação Carismática
A Renovação Carismática surgiu no final da década de 70. E desde o seu
aparecimento foi vista e entendida como sendo algo que nasceu a partir do
imperialismo e enviada para a América Latina, e o Brasil especialmente, para
combater a Teologia da Libertação e o Marxismo, dessa forma impedindo que as
massas religiosas do continente fossem contagiadas pelos ideais
revolucionários.
Mas, a verdade é que a Renovação Carismática deva ser vista como tendo a
sua base de nascimento e fecundação também no Concílio Vaticano II. Não no
sentido de se ver o Concílio Vaticano II como algo que foi realizado pelo homem
para tratar e resolver problemas pendentes à Igreja Católica, mas no sentido em
que é visto como algo que foi realizado por Deus.
Era como se a Teologia da Libertação tivesse sido o seu Esaú, que fez
nascimento primeiro. E a Teologia da Libertação, tendo adquirido e incrementado
uma práxis voltada para o material, e politicamente se empenhada na superação
do capitalismo, deva sim ser vista como este Esaú de Deus.
Mas, porque a Renovação Carismática? A Renovação Carismática frente à
Teologia da Libertação se reveste da mesma importância do Cristianismo frente
ao Marxismo, isto é, em essência.
Por que a Renovação Carismática? Porque o socialismo na Rússia foi
construído desligado e sem ter de passar pela religião. Era uma necessidade
premente que fosse assim. As profecias concebidas aguardavam o seu momento de
cumprimento; e o socialismo marxista, desligado da religião e de qualquer
transcendência, era a forma exata para o cumprimento da profecia. Não só aquela
de Isaías e de Jesus pela qual Deus iria construir os frutos do Reino por
intermédio de um povo sem qualquer ligação com o sagrado como também o
vaticínio do profeta Sofonias pelo qual o dia da ira de Deus iria ser contra os
sacerdotes e todas as forças terrenas que com eles era uma unidade.
Mas o Brasil teve destino escatológico diferente do russo. O socialismo
no Brasil iria ser construído a partir dos fundamentos espirituais, nascendo um
Estado socialista a partir de um povo socialista. A partir deste fundamento
espiritual, toda a violência revolucionária iria ser dispensada, porque o lugar
iria ser ocupado pelo poder do Evangelho.
Então a Renovação Carismática deva ser vista sim como sendo mãos divinas
que o trouxe para o Brasil, para suprir a falta da Teologia da Libertação. A
Teologia da Libertação não estava intelectualmente apta a construir o
socialismo SEGUNDO JESUS, mas segundo Moisés. E o socialismo marxista na Rússia
representou mesmo a chegada de Moisés. Mas o Brasil fora reservado para
construir o socialismo segundo Jesus.
Então a Renovação Carismática, trazendo para o meio do povo católico a
espiritualidade cristã, deva ser vista como ajudadora e preparação para a
Teologia da Libertação. Ela tinha a missão de preparar odres novos, para que o
vinho novo do socialismo, nas mãos da Teologia da Libertação, tivesse realmente
onde ser armazenado. Destarte, a Renovação Carismática deva ser visto como a
chegada do óvulo para o sêmen da Teologia da Libertação, capaz de construir o
socialismo que as massas derrubaram no Leste europeu, mas só seria capaz de
construir o socialismo perene, aquele que se acha em Daniel 2.44, quando
recebesse os fundamentos espirituais que Deus depositou na Renovação
Carismática.
Mas, aspecto fundamental a ser destacado na Renovação Carismática é que
uma vez o socialismo será construído no Brasil sem, no entanto, passar pela
destruição dos ricos, como ocorreu na Rússia, senão que a partir de sua
transformação, ora, grande é o papel reservado para a Renovação Carismática. De
fato, a sua missão real é mesmo a de evangelizar a classe rica. Aos
pentecostais, Deus reservou a grande missão de evangelizar os pobres, mas à
Renovação Carismática, a missão da evangelização dos ricos. Uma evangelização
que é unicamente mostrar aos ricos e a todos que detém o poder da propriedade
que toda a luta travada nos últimos cem anos pelos socialistas era uma luta de
Deus e conduzida por Deus. E que devem olhar para o socialismo com outros
olhos.
A rigor, despertar neles o que a força dos escravos saídos do Egito
despertou nos habitantes de Gibeão (Josué 9), a ponto que eles reconheceram que
era loucura lutar contra um povo que tinham um Deus que não encontrava rival no
panteão dos deuses. É papel sim da Renovação Carismática, fazer este papel,
trabalhar no coração e na mente dos ricos e despertar neles o interesse e a
vontade de estar também nesta luta ao lado de Deus. Despertar neles a
solidariedade e o amor às riquezas espirituais. E, quando tiver conseguido
algum avanço no meio deles, então ser esta ocasião para que a Teologia da
Libertação exerça mudanças nas estruturas materiais da sociedade, tanto nas
suas instâncias de poder como nas suas instâncias de modo de produção. Assim,
cada vez mais a sociedade estará avançando para o socialismo, nesse caso,
porém, com a própria aquiescência das forças burguesas (ver Isaías 11.6).
Se, porém, a Renovação Carismática der mostras de que não fez opção pelo
socialismo, crendo ser sua missão apenas alegrar os corações com cânticos e
orações, continua apenas num estado infantil perante Deus. São apenas os
pequeninos de que fala o apóstolo Paulo (I Coríntios 13.8-13), que não obstante
a sua chegada, todavia não se abriram para aceitar em suas vidas a chegada do
Completo aludido por Paulo, Completo este que só pode ser Jesus Cristo.
Santo Anastácio e as Imagens de Paz
No ano de 2002 Adamir Gerson foi inspirado pelo seu Deus para que fosse
a Brasília e levasse um recado seu para um determinado político. Tendo voltado,
naquele início de maio, sintonizando a esmo seu rádio eis que ouviu um locutor
dizer, na Rádio Cultura de Santo Anastácio, que na quarta-feira próxima iria
haver na Igreja matriz da cidade uma missa ecumênica.
Porque era forte nele a presença do espírito de Javé, que o impelia, eis
que na quarta-feira Adamir Gerson se achava ocupando um banco da Igreja matriz
de Santo Anastácio, cidade que se localiza cerca de quarenta quilômetros de
Presidente Prudente.
O que sucede é que quando os ponteiros dos relógios se aproximavam das
20 horas eis que todos na Igreja se levantaram e começaram a olhar para trás,
para a porta de entrada da Igreja. E Adamir Gerson também se levantou e começou
a olhar para ver o que era. E eis que viu entrar na Igreja três jovens, cada um
levando alçado um cartaz que juntos formavam a palavra paz. E logo atrás dos
jovens eis que viu entrar três sacerdotes, e o ministro Sidnei, que estava no
altar com o microfone e fora o locutor que anunciara na Rádio local, declinou
os seus nomes. E eis que eram pastores Ari e Benedito, da Igreja Luterana e
Assembléia de Deus respectivamente. E os dois ministros de Deus entraram na
Igreja matriz de Santo Anastácio ladeando Monsenhor José Antônio.
A missa Adamir Gerson não pode assistir porque na Rodoviária ficou sabendo
que a última Circular partia de Santo Anastácio para Presidente Prudente às
20:30 horas, mas nos dois dias seguintes pôde ouvir depoimentos dos dois homens
de Deus, pois o Ministro Sidnei trouxe-os para o seu programa na Rádio Cultura,
num dia Pastor Ari e no dia seguinte Pastor Benedito.
A missa, deveras, além de ter sido muito bela – pois Pastor Benedito,
além do corpo ajudador próximo, também levou consigo o Coral da Igreja que com
os seus hinos tradicionais encheu ainda mais aquele lugar divino de canto
divino – também foi muito proveitoso, pois, deveras, os dois homens de Deus não
se cansaram de dizer que uma experiência como aquela não podia sofrer corte de
continuidade, pois revelavam para a sociedade que os cristãos podem e devem se
unir, como condição de serem mais ainda úteis à sociedade.
Porque Adamir Gerson foi a Santo Anastácio e presenciou aquelas imagens,
representantes dos três ramos do cristianismo ocidental entrando juntos na
Igreja matriz de Santo Anastácio? Foi ali unicamente por ir ou porque levado
pelo próprio Deus? Afinal, bastasse que naqueles segundos em que sintonizou a
Rádio Cultura e ouviu o anúncio do Ministro Sidnei, sim, bastasse que naqueles
segundos não o tivesse sintonizado e esta revelação não estaria vindo à tona agora.
Ora, sabemos que a Palavra de Deus diz de forma peremptória sobre um
tempo em que a Terra passaria a estar sob o domínio político de Jesus Cristo
(Apocalipse 11.15-18). E é muito certo que Jesus fará o seu domínio através do
povo cristão. Mas, com o povo cristão dividido, Jesus fará o seu domínio? Ou
ele, seguindo as pisadas de Ciro, que derrubou os muros de divisão que havia
entre medos e persas, impedindo-os de se unir contra um inimigo comum,
Babilônia, ora, Jesus como Ciro Maior, não cuidaria em fazer o mesmo com seus
filhos católicos, protestantes e pentecostais? Derrubando entre eles os muros
de inimizade e eles, agora simplesmente cristãos, tomando posição para se unir
ao povo socialista, para, então, conquistarem Babilônia, a Grande, de modo toda
humanidade ser liberta do seu jugo e retornar, livre, para o Paraíso de Deus?
Para o Jardim do Éden, lugar de onde foi expulsa por causa da desobediência?
Ora, é certo que as imagens de pastores Ari e Benedito entrando na
Igreja matriz de Santo Anastácio ladeando Monsenhor José Antônio representam a
maturidade dos cristãos, que é como a maturidade Daquele que não obstante não
haver tratos entre judeus e samaritanos, todavia ele transitava entre todos e
tinha diálogo com todos. E a maturidade que levou pastores Ari e Benedito
entrarem na Igreja matriz de Santo Anastácio ladeando Monsenhor José Antônio é
a mesma maturidade que faz Pastor Benedito e Monsenhor José Antônio entrarem na
Igreja Luterana ladeando Pastor Ari e faz Pastor Ari e Monsenhor José Antônio
entrarem na Igreja Assembléia de Deus ladeando Pastor Benedito. Basta que haja
o sopro divino e o chamado Daquele que se deixou morrer na cruz para que todos
os muros de divisão fossem derrubados.
Bem, porque mesmo Adamir Gerson, tendo passado dez anos, está trazendo à
lembrança aquela missa ecumênica que presenciou naquele ano de 2002 na cidade
de Santo Anastácio? Não é que o próprio Deus está se mobilizando para formar a
sua poderosa força política, e assim, e somente assim, resgatar os pobres do
seu sofrimento? Porque a força política que aí está não se presta a isto, se
prestando muito mais a conservar todo esse estado de coisas? Que tem conservado
todo este estado de coisas porque o povo de Deus tem estado como os escravos
hebreus no Egito, que no lugar de se unirem e lutar contra o rei do Egito,
saindo do país e indo para o lugar que Deus lhe reservou, ao contrário, o que
faziam era brigar entre si? Questões menores impediam de ver a questão maior?
Que ao avistá-la, eis então esse quadro belíssimo que o Livro do Êxodo nos
legou, centenas de milhares de corpos deixando as masmorras do Egito e, livres,
tomando o rumo da terra da promessa?
Que os cristãos segurem agora nas mãos um do outro e juntos oremos a
oração que Jesus nos ensinou: Pai nosso que está no céu, santificado seja o
vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feito a tua vontade, assim como é
no céu que assim também seja na terra.
A Grande Caminhada das Forças do Reino
Por volta do ano de 2003 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do
Espírito Santo. Fora ali porque levado por Deus, para que falasse ao seu
dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas. E sucedeu que por esse
tempo chegou também na Igreja a jovem Joseane, vinda da igreja Nova Jerusalém.
E assim que tomou assento, então Joseane narrou um sonho que tivera naqueles
dias. E o que narrou?
Narrou que viu em sonho uma grandíssima caminhada acontecendo no centro
de Presidente Prudente. Dezenas e dezenas de milhares se encaminhavam do seu
centro para o Parque do Povo. E a grande multidão depois de passar por uns
clérigos parados ali na sua boca de entrada – conversando entre si e indagando
entre si: Quem deu poder para estes fazerem isto? – entraram no Parque do Povo
e foi se postar diante de um grande palanque ali armado, ocupado pelos
ministros da Palavra de Deus.
E a jovem Joseane narrando o sonho então dizia que a grande multidão que
viu caminhando pelo centro de Presidente Prudente era composta de católicos e
de evangélicos. Mas os católicos nas suas avenidas era maioria. Quanto aos
ministros da Palavra de Deus no palanque que fora ali armado eram padres e
pastores. No entanto, como ela mesma disse – os pastores no Palanque eram
maioria.
E quando acabou de narrar o sonho então a jovem disse: O dia e o ano –
não sei. Mas que esta caminhada vai acontecer não tenho nenhuma dúvida, pois
foi muito claro no meu espírito. Pouco tempo depois retornou para a sua Igreja,
todavia deixando a pergunta: o que foi fazer naquela Igreja onde estava o homem
que Deus vinha preparando para começar na terra, a partir dele, o reinado de
seu filho Jesus? Por ventura que ela foi enviada ali pelo Deus que não faz nada
sem antes avisar os seus escravos, os profetas?
O que seria esta caminhada? Por ventura que católicos, evangélicos e
socialistas se conscientizarão que o caminho a seguir é o apontado por Adamir
Gerson? A criação do instrumento político do Partido Celestial e com ele dar a
consciência política do Reino, organizando o povo e o povo tomando consciência
que tem chegado o tempo da construção, no lugar do governo humano, do governo
divino?
O que seria mesmo esta caminhada? Por ventura que católicos, evangélicos
e socialistas, que adquiriram a plena maturação do espírito, convergirão para
Presidente Prudente e quem sabe ainda neste ano de 2011, que pode ser o 12 de
Outubro, farão nesta cidade do oeste paulista a grandíssima caminhada vista em
sonho pela jovem Joseane, que marcará sim o início da caminhada milenial, o
início mesmo da organização de todo o povo de Deus, católicos, evangélicos e
socialistas, a fim de fazer, não por violência e nem pelo poder militar, mas
pela Palavra de Deus, que os reinos deste mundo se tornem em reinos de nosso
Senhor e do seu Cristo, como são as imagens de Apocalipse 11.15-18 e Daniel
2.44 ? De modo a se estabelecer entre nós a verdadeira paz e a verdadeira
justiça?
As imensas massas cristãs e socialistas nas avenidas de Presidente
Prudente, batendo fortes os seus tambores, alçando ao vento as suas bandeiras,
e cantando os mais belos cânticos, é este um dia em que o poder divino se
estabelece na terra e a terra começa a ser dos mansos, que Jesus disse
herdariam a terra, e que sabemos são aqueles que com o seu trabalho produzem
todas as riquezas, os trabalhadores? Pois que uma grandíssima caminhada em que
na frente dos ungidos de Deus, dos homens e mulheres que escolheu para começar
na terra, a partir do país Brasil, o reinado de seu filho Jesus Cristo, irão
jovens levando em um carrinho um grande livro aberto e nas suas abas a
inscrição, deste lado, EDUCAÇÃO, e do outro lado, EVANGELHO? Deste lado de cá
um jovem evangélico, e do lado de lá um jovem católico, mas no meio deles um
jovem socialista, os três empurrando o carrinho? E estas imagens são assim pois
que, deveras, o reinado de Jesus Cristo há mesmo de se estabelecer pela junção
do poder da Educação com o pode do Evangelho, de modo um ensinando conhecimento
e outro ensinando amor, não tardará e a exploração e todas as coisas velhas
serão procuradas e não mais encontradas? Como vaticinou o profeta Isaías, não
subirão mais ao coração e não mais serão lembradas?
Mais ainda, que atrás dos três jovens empurrando o carrinho com o livro
aberto irão jovens levando três grandes estandartes, deste lado de cá Martin
Luther King e do lado de lá, Nelson Mandela, mas no meio deles o estandarte de
Mahatma Gandhi?
E atrás dos três jovens que levarão o estandarte de Luther King, Gandhi
e Mandela irão dois jovens montados em cavalos brancos, cada qual levando ao
ombro um grande estandarte, que seguirão alçados e girando em suas mãos. E o
que sucede é que quando o jovem que vai do lado de cá gira o estandarte em sua
mão então dum lado aparece o rosto de João XXIII, mas no outro lado o rosto de
John Wesley; e quando o jovem que vai do lado de lá gira o estandarte em sua
mão dum lado aparece o rosto de Che Guevara, mas no outro lado o rosto de
Francisco de Assis.
E atrás deles seguem os povos da floresta, nas suas mais ricas indumentárias,
e logo trás o grande caminhão levando os homens e as mulheres que irão iniciar
na terra o reinado de paz e de justiça de Jesus Cristo..
(Ora, estamos no ano de 2012 e a caminhada aconteceu no ano de 2011?
Não, não tem acontecido, não desde o ano de 2003 ou 2004, quando a jovem
relatou o sonho, mas não tem acontecido desde o ano de 2001, pois que a verdade
é que imediatamente após os atentados terroristas nos Estados Unidos, Adamir
Gerson, inspirado, começou a trabalhar para a realização desta grande caminhada
na cidade de Presidente Prudente que seria introdutora na terra de uma nova
ordem de coisas; que, quando plenamente estabelecida, ninguém mais iria ter o
pretexto para fazer o que fizeram aqueles terroristas nos Estados Unidos e
nação alguma iria ter o pretexto para fazer o que os Estados Unidos fizeram no
Afeganistão e Iraque, O que não aconteceu em 2001, não aconteceu em 2002, nem
em 2003 ou mesmo 2004, e nos anos seguintes, pode acontecer no ano de 2012.
Quem sabe neste ano de 2012, mui provavelmente no dia 12 de outubro deste ano,
aconteça então a grande caminhada que Deus inspirou seu profeta naquele ano de
2001, e a reforçou através do sonho da jovem Joseane, quando, neste 12 de
Outubro, então uma multidão estará nas avenidas de Presidente Prudente, vinda
de todas as partes do Brasil e da América Latina, pois com certeza ao chamado então
os líderes da América Latina comprometidos com a libertação do seu povo
compreenderam claro que no Brasil está nascendo algo de novo que realmente vai
dar consciência política às massas populares, as libertando do circo de domingo
à tarde e de todos os dias, sendo então criado o alicerce rochoso sobre o qual
será erguido o edifício da liberdade e da igualdade, cujo vento reacionário, soprando
forte sobre ele, não terá nenhum poder.
Lembrando que Adamir Gerson imediatamente após os atentados de 11 de
Setembro foi inspirado a realizar tão grande caminhada tendo como pano de fundo
o sonho profético de Dom Bosco, que viu, após um grande estrondo, uma chuva de
espinhos caindo do céu na terra, sucessivamente, mas, ao final, então caíram do
céu uma chuva de rosas mui perfumadas que cobriam as terras e as casas. Naquele
momento de efervescência do Espírito, Adamir Gerson compreendeu claro que o
grande estrondo fora mesmo o Atentado, mas que a chuva de espinhos que foi
derramada em sequência seria as bombas que os americanos se preparavam para
lançar sobre o inocente povo do Afeganistão. E querendo impedir tal então
entrou em febril atividade para que fosse realizada em Presidente Prudente tão
grande caminhada, que ao estar trazendo para o mundo uma nova ordem jurídico-econômico-social,
emanada do sangue que foi derramado na cruz, sim, junção em um só corpo e um só
espírito da fé cristã com a fé socialista, a igualdade espiritual e a igualdade
material de Jesus Cristo, antítipo da união de medos e persas que conquistou
Babilônia e libertou o povo de Javé escravizado no seu meio, e agora o povo de
Javé se revelando nos trabalhadores oprimidos, ora, a verdade é que seria esta
nova ordem a chuva de rosas mui perfumadas que então Dom Bosco a viu caindo
sobre a terra e cobrindo as suas casas. Mas, é verdade, está explícito no sonho
de Dom Bosco que a chuva de rosas cairia após a chuva de espinhos... O horror
da chuva do espinho da dor e da destruição que os Estados Unidos semearam no
Afeganistão e no Iraque teria que preceder a beleza da chuva de rosas, que pode
cair sobre as terras e as casas ainda neste ano de 2012, neste 12 de Outubro,
quando, no Parque do Povo de Presidente Prudente, a multidão ali, após a celebração, lançarão ao alto uma chuva
de rosas, brancas e vermelhas, em homenagem aos mártires do cristianismo e do
socialismo, que sofreram horrores nos coliseus de Roma e nos porões das
ditaduras. E as suas pétalas brancas e vermelhas, subindo para o alto e então
descendo e forrando o chão do Parque do Povo, são novamente reunidas em suas
mãos e feitas uma só, com o rosa de Jesus Cristo sendo novamente lançado ao
alto e o seu perfume universal, levado na força do vento, cobrindo as terras e
as casas, as que estão norte e as que estão no sul, e também as que estão no
oeste e as que estão no leste.
Canaã e não Gileade
Ora, sabemos que os escravos hebreus quando saíram do Egito sob Moisés
tinham um destino bem claro e bem definido por Deus, Canaã. Todavia antes de
entrar em Canaã acabou por conquistar o reino de Hesbón, à Síon, seu rei, e o
reino de Basã, a Ogue, seu rei. E Moisés os deu às tribos de Rubem e Gade, e à
meia-tribo de Manassés, como a sua herança.
E o reino de Gileade periclitou o plano de Deus, pois, deveras, estas
duas tribos e meia desinteressaram de prosseguir a caminhada, achando que
Gileade, bastava. E se acomodaram com o que tinham.
Mas, a firmeza de Moisés fez mais uma vez prevalecer os desígnios de
Deus, de modo que as tribos de Rubem, de Gade e a meia-tribo de Manassés
finalmente concordaram em atravessar o Jordão na frente dos seus irmãos a fim
de ajudá-los a também conquistar a sua herança.
O que representa para os dias de hoje a conquista do deserto, Gileade?
Simplesmente que todas as conquistas do Reino, seja a dos cristãos, seja a dos
marxistas, representam Gileade. O final da jornada dos cristãos não é o
Cristianismo, mas, sim, o Reino de Deus, e o final da jornada dos marxistas não
é o Socialismo, mas, sim, o Comunismo, não reinos distintos, mas o mesmo, do
referencial cristão, é Reino de Deus, e do referencial marxista, é Comunismo.
Protestantes, Pentecostais, Renovação Carismática, Teologia da
Libertação, bem como todo e qualquer grupo marxista, tem de se conscientizar
que atravessaram o Mar Vermelho, não, porém, o Jordão. Tem de conscientizar que
todas estas conquistas representam a conquista do deserto, e que é preciso
olhar para além do Jordão, onde está aquilo que Paulo chamou escatologicamente
de Completo, e que é Jesus Cristo de Nazaré e o seu Reino.
Representam a conquista do deserto? A meia-tribo de Manassés? Destarte,
de um lado, as duas tribos de Marx e Lênin e a meia-tribo de Stálin, e de
outro, as duas tribos de Abraão e Moisés, e a meia tribo de Paulo (ICoríntios
13.9)?
Ora, quando é que a meia-tribo do Marxismo atravessa o Jordão a fim de
se tornar completa? De abraçar o Completo e passar a estar com Ele nas moradas
eternas que construiu DO OUTRO LADO DO JORDÃO? Quando os marxistas olham para o
Cristianismo e reconhecem nele o complemento de que tem falta; quando olham nos
Coliseus de Roma e para o sangue dos mártires cristãos que ali eram derramados
e reconhecem que o seu martírio é o outro lado do martírio socialista nos
porões das ditaduras; que aquele estava produzindo o branco da paz, e este, o
vermelho da vida.
Quando é que a meia-tribo do Pentecostalismo atravessa o Jordão a fim de
se tornar completa? De abraçar o Completo e passar a estar com Ele nas moradas
eternas que construiu DO OUTRO LADO DO JORDÃO? Quando olham para o Concílio
Vaticano II e reconhece no seu fruto mais precioso, a Teologia da Libertação, o
complemento para o fruto precioso que nasceu no casarão metodista situado na
Rua Azusa, em Los Angeles, naquele ano de 1906; que a pregação dos pentecostais
no meio dos pobres, os resgatando da opressão espiritual e das concupiscências
da carne, e a pregação da Teologia da Libertação no meio dos pobres, os
resgatando da opressão material e das concupiscências do dinheiro, as duas
práxis se complementam e são uma só na palma da mão de Jesus.
Quando é que a meia-tribo dos judeus atravessa o Jordão a fim de se
tornar completa? De abraçar o Completo e passar a estar com Ele nas moradas
eternas que construiu DO OUTRO LADO DO JORDÃO? Quando olham nos palestinos e
reconhecem neles o seu irmão Esaú, passando a querer para eles tudo o que
querem para si, que é uma reconciliação plena, a tal ponto que virão ser um só
povo, um só Estado, um só governo, governado conjuntamente por palestinos e
judeus, com Jerusalém una e indivisível sendo o centro de suas vidas,
transitando livre por ela, de um lado a outro, sem qualquer impedimento.
É verdade, por carregar uns a essência espiritual do Reino, Reforma
Protestante, Pentecostalismo, Renovação Carismática, e outros a essência
material do Reino, Marxismo, Teologia da Libertação, Escola de Frankfurt, com
certos arranjos, todos vem a estar na palma da mão de Jesus como a Sua Unidade,
o que de si saiu e a si retornou, na plenitude dos tempos escatológicos.
Os Valentes de Jah
Relata a Palavra de Deus que aqueles que reconheceram que o final da
jornada de Deus era mesmo do outro lado do Jordão, em Canaã, e não antes, em
Gileade, acabaram por tomar sobre si as responsabilidades de atravessar na
frente dos seus irmãos a fim de ajudá-los a conquistar também a sua herança
eterna. E aqueles que atravessaram o Jordão na frente dos seus irmãos vieram a
gozar e a ter um nome especial, os Valentes de Jah!
Quem seriam hoje os Valentes de Jah? Certamente que são todos que
reconhecem que as palavras de Adamir Gerson são palavras inspiradas, e
representam a vontade de Deus. Mais ainda, de que o lugar onde estão e a que
pertencem representa mesmo conquista do deserto, e que é preciso realizar a
cisão hegeliana, deixando-o aos cuidados dos pequeninos, e assumir sobre si as
responsabilidades da travessia do Jordão espiritual.
A Arca do Pacto
Ora, quando os escravos saídos do Egito foram atravessar o Jordão então
na frente de todo o povo seguia os sacerdotes de Deus, levando no ombro a Arca
do Pacto. Guardando distância, deveriam seguir para onde a Arca do Pacto os
levasse. O que é isto? O que isto quer dizer para nós precisamente?
Que a Arca do Pacto hoje é o Partido Celestial. E é ele que terá de ir à
frente do povo, levado nos ombros dos sacerdotes de Deus. Organizando o povo,
criando lideranças, e dando vitalidade aos movimentos sociais, ora, o Partido
Celestial por certo que levará todo o povo brasileiro e todo o povo da terra ao
reino da liberdade concreta, em que cada um tem segundo as suas necessidades,
pois que é portador do seu combustível teórico.
A Arca do Pacto e o Partido Celestial
Quando os escravos saídos do Egito principiaram à travessia do Jordão
seguindo a Arca do Pacto, ora, a Arca tem como seu conteúdo as duas tábuas da
lei, o jarro com o maná e a vara de Arão que havia florescida, segundo o que
está no livro Aos Hebreus.
Estes são o conteúdo sublime do Partido Celestial, de modo ele se
apresentar como sendo o único representante escatológico?
Vejamos: O Jarro com o Maná. Narra o livro Aos Hebreus que no
Lugar Santíssimo estava a Arca do Pacto e dentro dela havia objetos que
vindicavam e representavam a soberania de Deus sobre toda a criação. Ali estava
o jarro de ouro com o maná, a vara de Arão que havia florescido e as duas
tábuas da lei.
Qual o profundo significado do vaso de ouro com o maná?
Ora, sabemos que o maná foi o alimento que Deus enviou ao seu povo no
deserto para saciar-lhe a fome e com algumas recomendações, como segue: (...)
Esta é a Palavra que Javé ordenou: Colhei disso, cada um proporcionalmente ao
que come. Deveis tomar a medida de um gômor para cada um, segundo o número de
almas que cada um de vós tem em sua tenda. E os filhos de Israel começaram a
fazer isso; e foram apanhá-lo, alguns recolhendo muito e outros recolhendo
pouco. Quando o mediam pelo gômor, quem tinha recolhido muito não tinha sobra e
quem tinha recolhido pouco não tinha falta. Apanharam-no cada um
proporcionalmente ao que comia.
Certamente que o vaso de ouro com o maná, que segundo o livro Aos
Hebreus estavam com a Arca do Pacto no Lugar Santíssimo, é dos combustíveis do
Partido Celestial. Os celestiais por certo que irão confrontar essa cultura que
incentiva as pessoas a querer para além do que tem necessidade. Atuará forte
nos espíritos, tentando reviver neles a simplicidade, e a austeridade, de modo
cada um lutar pelo estritamente necessário. Essa cultura do consumismo, que
pode levar a terra à exaustão, certamente que será combatida pelos celestiais,
através de uma intermitente educação que chegará a eles na mediação do
Evangelho de Jesus Cristo. “Que cada um procure ter segundo a necessidade do
corpo e segundo a necessidade da alma”, dirão os celestiais.
Além de que os celestiais se dirigirão às massas populares com o jarro
de ouro contendo o maná; e por eles as massas se conscientizarão que o Maná que
Deus enviou ao seu povo por alimento é a completa negação do alimento oferecido
pelo sistema capitalista.
A Vara de Arão. Ora, relata o livro de Números que
Deus, querendo cessar os resmungos com que resmungavam, então ordenou a todos
os maiorais dos filhos de Israel que cada um tomasse o seu bastão e escrevesse
nele o nome de sua tribo; e fossem colocados na tenda de reunião diante do
Testemunho. E tinha de dar-se que aquele que Deus escolhesse o seu bastão iria
florescer. E doze bastões foram colocados na tenda de reunião diante do
Testemunho. E entre eles havia o bastão de Arão para a casa de Levi.
O que sucede é que no dia seguinte, quando Moisés entrou na tenda do
Testemunho eis que havia florescido o bastão de Arão para a casa de Levi. E
ele produzira botões e brotará flores, e dera amêndoas maduras.
O que é isso? O bastão de Arão que florescera é também conteúdo sublime
do Partido Celestial? O Partido Celestial carrega e porta também o bastão de
Arão que florescera?
Ora, sabemos que no tipo Moisés quando se achava no deserto de Midiã
então ouviu o chamado de Deus para que voltasse ao Egito e libertasse o seu
povo o conduzindo liberto para a terra da promessa. De modo que Deus disse mesmo:
Volta Moisés, porque estão mortos todos que estavam a procura de sua alma para
tirá-la. E Moisés quando voltava e estava no monte do Verdadeiro Deus, eis que
Deus despertou seu irmão Arão para que fosse ao seu encontro e fosse seu
ajudador. E Arão fez exatamente assim, indo ao encontro de Moisés e o
encontrando no monte do Verdadeiro Deus, selando com ele uma aliança de vida.
De modo que foram Moisés e Arão, os homens que entraram até Faraó e libertaram
o povo de Deus que por quatrocentos anos estava escravizado no Egito.
Ora, a verdade é que no antítipo tudo veio a se repetir com Lênin. No
exílio então ouviu a notícia que era para voltar à Rússia e fazer a revolução e
libertar o povo do seu sofrimento, pois, deveras o Czar tinha sido destronado e
o caminho estava livre para a sua volta. Se Moisés foi ao seu sogro Jetro e lhe
pediu permissão para voltar com ele não só permitindo como lhe ofertando um
meio de transporte, um jumento, no qual montou sua esposa Zípora e seu filho
Gerson e passou a voltar ao Egito, a verdade é que Lênin foi ao Kaiser e
pediu-lhe permissão para atravessar o seu território na sua volta à Rússia, com
o Kaiser não só permitindo como também lhe ofertando um meio de transporte, o
trem blindado, no qual Lênin colocou sua família de revolucionários e passou a
voltar à Rússia.
E quando Lênin estava na Rússia eis que um mês depois chegou o judeu
Trotsky do seu exílio nos Estados Unidos. E a verdade é que entre Lênin e
Trotsky foi selada uma aliança que historiadores se referem a ela como “uma
terrível aliança”, pois, deveras, naqueles dias crítico de final do ano de 1917
foi mesmo a ação destes dois homens que balançou e pôs abaixo o poderio do
reino humano, estabelecendo no seu lugar aos humildes proletários, se cumprindo
ao pé da letra o que está escrito em Daniel 4.17 (mesmo porque em 1823 um
inglês por nome John Acquila Brown escreveu um livro no qual narrou que no ano
de 1917, Daniel 4.17 iria ter seu cumprimento. Mas agora não é ocasião para se
falar deste assunto). É verdade, o papel desempenhado por Arão, porta-voz da
libertação dos escravos hebreus, ao passo que Moisés era a sua cabeça pensante,
foi o papel que a História reservou a Trotsky.
Mas, onde entra a questão referente ao florescimento do bastão de Arão?
Por ventura que o trotskismo irá florescer? É isso?
Ora, o pensamento de Trotsky, a revolução sendo mundial e só cessando
quando todo o seu trabalho estivesse completado por certo que era um sonho que
estava no espírito de todos os revolucionários. Mas as condições objetivas lhes
eram completamente adversas. A revolução mal tinha forças para se manter de pé
quanto mais ter que sustentar uma guerra com o resto do mundo. Se na segunda
guerra mundial a União Soviética, que já tinha alcançado um grande
desenvolvimento econômico e industrial, lutando ao lado dos Estados Unidos e de
países europeus, mesmo assim passou sérios riscos de ser vencida e destruída
pela Alemanha nazista, imagine naquele início da década de 20 quando a sua
economia ainda era conduzida pelo arado, e ela ter que sustentar uma guerra
contra o resto do mundo... Certamente que era a revolução ser levada para a
cova dos leões para ser devorada, que só não o foi pela pronta intervenção de
Deus, que percebendo o perigo com a sua obra imediatamente levantou Stálin. E Stálin,
pondo os pés no chão, não só salvou a revolução da destruição certa como soube
conduzi-la por caminhos seguros, fazendo daquela massa de escravos uma nação de
homens e mulheres livres. (Esse espírito sábio que se manifestou em Stálin
palpitara antes em Lênin, não somente no acordo de Brest-Litov com os alemães,
de 1918, quando a sua sapiência evitou da revolução ser destruída pelos
alemães, quando também protelou o programa bolchevique pela imediatez da NEP.
Mas agora não é ocasião de se falar deste assunto, apenas lembrando que a boa
exegese encontra respostas para essa questão envolvendo Trotsky e Stálin em
Êxodo 23.20-33. Quando ali está escrito: Não os expulsarei de diante de ti em
um só ano, para que o país não se torne um baldio desolado e os animais
selváticos realmente não se multipliquem contra ti. Pouco a pouco os expulsarei
de diante de ti, até que te tornes fecundo e realmente tomes posse do país, é
que se descobre qual o verdadeiro espírito estava em Stálin).
Prosseguindo. Bem, isso, contudo, não quer dizer que o pensamento de
Trotsky fosse falso ou errado. Tratava-se de um plano teórico inexeqüível, pois
quê as condições objetivas não permitiam de modo algum o seu progresso. Mas,
convenhamos, os tempos hoje são outros. Vivemos os tempos da globalização em
que tudo está ligado e de certa forma tudo dependendo de tudo. Não é esta a
ocasião para o ressurgimento do pensamento de Troysky? Da sua revolução
permanente?
Certamente que sim, e os celestiais é exatamente isto. Mas o bastão de
Trotsky que ressurge não é aquele mesmo; é outro bastão, é o bastão de Arão que
florescera e brotara flores e dera amêndoas maduras. O que é isso? Certamente
que nas asas do celestialismo as forças revolucionárias irão novamente se
levantar, e agora irão efetuar o assalto final. Mas não será na perspectiva
idealizada por Trotsky, quando então os trabalhadores, conquistando posições e
mais posições, então se lançariam para a destruição final da burguesia e de
todas as forças que lhe davam sustentação.
Não, mas esse assalto final será na perspectiva de Jesus, em que os
trabalhadores, os mansos que ele disse herdariam a terra, se lançarão num
grande trabalho de evangelização para transformar e mudar o coração e a mente
do homem e da mulher burgueses. Não serão destruídos, porque tal se tornou um
contra-senso, mas sim educados, instruídos nos caminhos de Deus cujo escopo é
mesmo a chegada em uma terra sem males, em que não há nem mesmo a sombra dos
exploradores, de indivíduos que se locupletam no trabalho e suor alheio.
É verdade, a revolução mundial se acha parada tanto em Trotsky como em
Che Guevara, mas agora ela irá se levantar, e certamente será feita, todavia
que no espírito das amêndoas maduras, por amêndoas maduras. O seu combustível
será o amor revolucionário e não mais o ódio revolucionário, de modo que nas
mãos das amêndoas maduras o que se verá é o giz no lugar do fuzil e a Palavra
de Deus como o conteúdo do conhecimento, quer os psicológicos, quer os
sociológicos, quer os políticos, quer os econômicos. O giz nas mãos dos novos
guerrilheiros cuidará em escrever nos corações o conhecimento genuíno, que não
admite, não tolera que indivíduos se locupletem no sofrimento de outrem.
As Duas Tábuas da Lei. Ora, além do jarro de ouro com o maná
e o bastão de Arão que havia florescido, segundo o livro Aos Hebreus havia
também na Arca do Pacto as duas tábuas da lei.
As duas tábuas da lei estão também representadas no Partido Celestial
como dos seus combustíveis que faz todo homem e toda mulher reconhecer nele a
presença do selo divino?
Ora, vaticinou o profeta Habacuque: E havia dois raios saindo de sua
mão; e ali se escondia a sua força.
Uma vez que Habacuque concebeu tal, a partir das imagens de Moisés
descendo do monte com as duas tábuas da lei o que Habacuque viu foram sim foi
estes dois raios estando presente na escatologia. De fato, e eles se acham
mesmo no Partido Celestial, que tanto pode ser o amor a Deus e aos homens, a
sua inseparabilidade da igualdade e liberdade, a sua luta contra os pecados da
carne e os pecados do dinheiro.
Adamir Gerson foi operado e encontra sem disposição para abordar esses
temas com mais clareza. Vai dar uma pausa, e dentro de uns 10 dias procurará
dar a ele melhor conteúdo. Por enquanto segue isto, e já é suficiente para que
os espíritos se movam, para que o Brasil possa ter nos anos próximos, melhor
destino político, no lugar de mencheviques no poder, os bolcheviques
espirituais, que estão para os bolcheviques históricos como os cristãos
estiveram para os judeus.
“E abriu-se o santuário do templo de
Deus, que está no céu, e viu-se a arca do pacto no santuário do seu templo. E
houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e um terremoto, e grande saraivada”, Apocalipse
11.19.
O que é isso? O Partido Celestial no templo de
Deus? No coração e na mente dos homens e mulheres de boa vontade?