Como Nasceu o Anticomunismo entre os Cristãos?
Estamos nos primeiros dias do ano de 1918. Nesse preciso instante está acontecendo no país Rússia a maior revolução social de todos os tempos. Um acontecimento nunca visto em seis mil anos de história. Cumprindo milenares profecias, em especial Jó 20 (1), o lumpen proletário acabou de se levantar e destruir o poder burguês. Os poderosos foram derrubados do trono e espalhados mundo afora saindo do país apenas com a roupa do corpo. Completamente com as mãos fazias (Lucas 1.51-53); enquanto as suas propriedades, suas riquezas, passam para a mão e controle do lumpen proletário, daqueles que em Daniel 4.17 é chamado de “o mais humilde da humanidade”.
E estes que estão fugindo espavoridos da Rússia e entram na Inglaterra, na França, nos Estados Unidos, lançam pedidos de socorro. “Intervenham na Rússia e destruam os comunistas, antes que eles façam o mesmo em vossos países”, diziam amargurados aqueles que tinham poder na Rússia e da noite pro dia perderam tudo. E imediatamente essas nações respondem ao seu pedido de socorro. Organizam poderosos exércitos e os enviam à Rússia para combater a vitória bolchevique. De modo que naquele ano de 1918, quatorze nações invadem a Rússia por todos os flancos para esmagar a revolução e trazer o povo de volta á escravidão capitalista. (Mas Paulo Francis, de Nova Yorque, disse que foram vinte e uma nações – que ele chamou de “nações covardes” – que naquele ano de 1918 invadiu a Rússia).
A verdade é que um ano depois todas elas foram derrotadas. Os bolcheviques, tendo ficado na mesma situação dos escravos saídos do Egito, espremidos entre o mar e as forças de Faraó que vinham em sua retaguarda, sem ter por onde escapar, sim, a verdade é que os bolcheviques ficaram espremidos entre a contra-revolução interna e a contra-revolução externa. Não obstante, um ano depois todas aquelas forças estavam destruídas, tanto as internas como as externas, pois no comando dos bolcheviques tinha um espírito de luz chamado Vladimir Illich Ulianov, o Lênin.
Essas nações, quatorze ou vinte uma, pouco importa, tendo fugido espavoridas da Rússia, em desespero encontraram para si uma luz no final do túnel. Se não puderam derrotar militarmente os bolcheviques, viram que poderiam fazer utilizando os cristãos. Assim, começaram a cooptar os religiosos cristãos, protestantes e católicos, e os colocar na luta contra o comunismo.
E esses religiosos, sem o saber, estavam se prestando ao inglório papel de Balaão. O seu antítipo. É que os escravos hebreus quando saíram do Egito e atravessaram o Mar Vermelho, após vencer os amorreus no caminho a notícia chegou a Balaque, rei de Moabe. E Balaque ficou muito amedrontado; e passou a ir com presentes até o profeta Balaão para que este viesse em seu socorro – E Moabe passou a dizer aos anciãos de Midiã: Esta congregação lamberá tudo agora ao redor de nós como o touro lambe a erva verde do campo. E Balaque, filho de Zípor, naquele tempo específico, era rei de Moabe. Enviou então mensageiros a Balaão, filho de Beor, em Petor, que está junto ao Rio da terra dos filhos do seu povo, a fim de chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito. Eis que cobriram a terra até onde se pode ver e estão morando bem defronte de mim. E agora vem deveras, por favor; amaldiçoa-me deveras esse povo, pois são mais forte do que eu. Talvez eu possa golpeá-los e expulsá-los do país; porque bem sei que aqueles a quem abençoas é abençoado e aquele a quem amaldiçoas é amaldiçoado (Números 22.4-6).
A verdade é quando a revolução aconteceu na Rússia e todas as forças burguesas, as de dentro e as de fora, foram derrotadas, então elas em desespero apelaram para as forças religiosas do Cristianismo. Apelaram para o Papa, para os pastores, para presbíteros, para todos. E começou a incutir nelas que não lhes restava nada senão lutar contra o comunismo, do contrário também iria perecer.
Foi assim que os cristãos se tornaram anticomunistas, contrários ao crescimento do socialismo. Sem saber que apenas estavam fazendo o papel de Balaão, do infeliz Balaão, daquele Balaão que não somente não conseguiu amaldiçoar os escravos saídos do Egito como também foi morto à espada por eles. É verdade, não obstante as maldições lançadas por religiosos cristãos contra os comunistas, excomunhão, ofensas, mesmo assim eles prosseguiram ao bom êxito, não somente vencendo o nazismo na Segunda Guerra Mundial como expandindo as fronteiras do socialismo para o dobro. Porque Aquele que estava com os comunistas, Javé dos exércitos, era mais forte e mais poderoso do que estas forças religiosas.
A carta de Judas descreve bem a essas forças religiosas que se prestaram ao papel de Balaão contra o comunismo: Ai deles, porque foram pela vereda de Caim e se arremeteram no proceder errôneo de Balaão, para uma recompensa, e pereceram na conversa rebelde de Corá. Estes são os rochedos ocultos sob a água, nos vossos ágapes, banqueteando-se convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; nuvens sem água, levadas pelos ventos; árvores no fim do outono, mas infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias causas para vergonha; estrelas sem rumo fixo, para as quais está reservado para sempre o negrume da escuridão.
O quanto a Palavra de Deus é verdadeira! Agora mesmo o pastor Renato Viana, Pastor Presidente da Missão Evangélica Novo Israel, do Rio Grande do Norte, depois de dizer que Marx “estava queimando no inferno com sua doutrina infernal” o mesmo se referiu a Marx e Engels como “casal homossexual”. Como está na carta de Judas: ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias causas para vergonha.
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