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Caro amigo Gerson Soares, realmente, devo admitir como conhecedor da vida de Che Guevara, e apreciador de sua estória, que tal obra merece um reconhecimento maior que simples elogios. A obra alcançou um nível de excelência que poucos, dos declamadores da vida de Guevara conseguira. Parabéns ótimo trabalho Por favor retorne! Um Abraço! Franchesco Poletti Antunes Matta
A Questão de Che Guevara (O Che Real)
Introdução
Isaías 19.19-29 diz: "E naquele dia virá a haver um altar ao Senhor no meio da terra do Egito, e uma coluna ao Senhor ao lado do seu termo. E terá de mostrar ser como sinal e como testemunha para o Senhor dos exércitos na terra do Egito; pois clamarão ao Senhor por causa dos opressores, e ele lhes enviará um salvador, sim, alguém grandioso, que realmente os livrará".
Quem é este personagem grandioso que realmente livraria o povo quando ele clamasse a Deus por causa dos opressores? Ora, a partir do momento em que o profeta Isaías tão somente tomou as imagens do Êxodo – Moisés retornando do exílio e libertando os escravos filhos de Israel e os conduzindo para Canaã, a terra de suas liberdades que Abraão tempos antes creu seria o lugar de descanso de sua descendência, sim, tão somente tomou as imagens do Êxodo e as projetou para o futuro; todo aquele acontecimento voltando a acontecer, agora como o seu antítipo – só podemos dizer que este personagem grandioso de Isaías só pode ter sido Lênin. Porque? Porque Lênin foi uma recapitulação de Moisés, ou seja, também fugiu para o exílio e retornou e fez a revolução, libertando o povo oprimido e o conduzindo na direção do socialismo, para o lugar que Marx, tempos antes, acreditou seria o lugar de descanso dos oprimidos pelo capitalismo.
Então existem dois Lênin, um que é objeto da ciência positivista, e é conhecido dos marxistas e dos homens, e outro que é objeto da ciência metafísica. O Lênin real não é o Lênin objeto da ciência positivista e que é conhecido de todos, mas o Lênin objeto da metafísica.
O Lênin objeto da ciência positivista não é o Lênin real porque sua duração é só até quando durar os leninistas. Caso desapareçam, ele desaparecerá junto. Já o Lênin objeto da metafísica, simplesmente por ter sido a ação de Deus, é eterno. Permanece enquanto Deus durar.
Essa distinção é a mesma que Adamir Gerson estabelece para Che Guevara: o Che Guevara conhecido de todos, objeto da ciência positivista, durará enquanto durar os guevaristas. Já o Che Guevara objeto da metafísica, simplesmente por ser a ação de Deus, é eterno. Durará enquanto durar Deus.
Este é o Che Real, que Adamir Gerson toma a liberdade para falar dele e o apresentar aos seus amigos.
A Questão de Che Guevara (Che Real)
1967
Naquele outubro de 1967, quando uma junta de militares bolivianos e agentes da CIA se reunia para decidir entre a vida e a morte de Che Guevara, de modo que decidia pela sua morte, naquele mesmo período, se foi antes da morte de Che Guevara foi pouquíssimos dias antes e se foi depois, foi pouquíssimos dias depois, então os pais de Adamir Gerson, então com quatorze anos, entraram com ele na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente morre não morre. É que contraíra a doença Nefrite e naquele dia ela atingira seu último estágio.
E em torno dele se formou uma junta de médicos e enfermeiro lutando desesperadamente para salvá-lo. E quando puxava o fôlego desesperadamente, aumentando cada vez mais o seu desespero, então os médicos em torno dele, como último recurso, mandaram chamar urgente o Dr. Uchida. Vindo, em menos de três minutos Dr. Uchida aplicou nele cerca de dez injeções, uma atrás da outra. De repente ele parou no seu desespero, deixou de puxar o fôlego, ficou calado. Não porque ele tivesse morrido, como foi o desespero de seus pais ao lado, mas porque revivera.
No outro dia, quando se recuperava, uma irmã-enfermeira foi e disse para sua mãe: “A senhora deve agradecer muito a Deus, pois eu tinha como certo que o rapaz ia morrer.” E desde o momento em que o Dr. Uchida aplicou-lhe as injeções ele não sentiu mais falta de ar, tendo ainda ficado doze dias na Santa Casa apenas se recuperando.
1997
No ano de 1997, naquele meio de ano em que os restos mortais de Che Guevara, depois de trinta anos de desaparecido, foram encontrados, sucedeu naquele meio de ano, quando em Vallegrande os ossos de Che Guevara eram recolhidos da terra fria, que naquele momento, Adamir Gerson entrando em sua casa e pondo para tocar a música Os Verdes Campos da Minha Terra, na voz de Agnaldo Timóteo, que no ínterim, quando o seu espírito se ligava no espírito da letra da música, ele foi invadido de revelações do Alto sobre Che Guevara. E, no poder do espírito, ele foi então arrebatado e levado para as selvas bolivianas. E, no espírito, percorria as mesmas trilhas que Che percorreu.
Ainda no espírito, pois sucedia que quando Agnaldo Timóteo acabava de cantar a música ele a punha novamente, vez após vez, então tomou sua sobrinha Aline, de dois anos, e foi com ela na sorveteria. Voltando, punha-a sobre as costas e brincava com ela.
A partir daquele dia em que Adamir Gerson foi invadido de revelações do Alto sobre Che Guevara, coisas grandiosas e inefáveis sobre Che Guevara, que nenhum homem teve ou suspeitou, Adamir Gerson passou a conhecer. Deveras, enquanto naquele meio de ano os homens de conhecimento se apressavam em emitir juízos sobre Che Guevara, requisitados por todos os meios de comunicação, e juízos, todos eles, partindo do patamar positivista, dos baixios positivistas, Adamir Gerson era tomado pelo Espírito e levado para o alto da metafísica. E dali, daquele alto privilegiado, morada da ciência, que vê as coisas pelas suas causas mais profundas, o dentro e o fora, então o Deus das expressões inspirada dos profetas foi falar-lhe sobre o verdadeiro Che, objeto da Palavra de Deus e objeto dos puros de coração, que diz a Palavra de Deus seriam os que veriam a Deus.
Como Moisés
De modo que Adamir Gerson veio saber do verdadeiro significado de Che Guevara ter deixado Cuba e saído para fazer a revolução mundial. Deveras, e veio mesmo saber que o ano da morte de Che Guevara seria 1967 e nenhum outro ano. É que naquele ano o marxismo completava cento e vinte anos de vida, que foram os anos de existência de Moisés. Contado a partir do final de 1847 quando Marx e Engels passaram a elaborar o “Manifesto”, marco do nascimento do marxismo, então naquele ano de 1967 o marxismo estava mesmo completando a idade de Moisés, cento e vinte anos de vida (Deuteronômio 34.7) De modo que a razão transcendente de Che Guevara ter deixado o estado nacional de Cuba e ido para os altos bolivianos começar a revolução mundial tal foi o antítipo de quando Moisés, depois de ter tirado os escravos hebreus dos grilhões de Faraó, os ter feito atravessar o Mar Vermelho e os ter feito conquistar Gileade, passou então a subir das planícies desérticas de Moabe ao monte Nebo, ao cume do Pisga, que defronta com Jericó, de modo que dali Deus foi mostrar-lhe toda a terra do outro lado, que ele mesmo, Moisés, não entraria, mas que sua descendência entraria e tomaria posse. Sua descendência entraria em Canaã, desalojaria os seus sete povos, cananeus, hititas, amorreus, heveus, jebuseus, perizeus e girgazeus, e ocuparia os seus lugares.
Ora, o grande mistério de Moisés não ter entrado em Canaã é que o judaísmo tinha uma função preparadora (Hebreus 10.1). O judaísmo era um ventre concebido para gerar o que era eterno, o que realmente iria fazer com que todas as famílias do solo fossem benditas, Jesus! Por isso, o do outro lado que Deus mostrou a Moisés, quando ele se achava no cume do Pisga, tinha dois sentidos: era a Canaã ocupada pelos amorreus e outros povos, lugar corruptível que os escravos saídos do Egito tomariam posse, mas era também Canaã Celestial, o Reino de Deus, que a humanidade tomaria posse. De modo que quando Moisés bateu na rocha duas vezes, desobedecendo ao seu Deus, era Deus impedindo Moisés de entrar na tipologia do Reino de Deus.
Ora, podemos dizer que tal ocorreu com o marxismo. O socialismo era o lugar de descanso dos oprimidos pelo capitalismo. As massas escravas libertas do capitalismo encontrariam no socialismo um lugar de descanso para os seus corpos e as suas almas. Mas, acima do socialismo, havia um reino que seria lugar de descanso da humanidade. Lugar em que não somente a família dos trabalhadores, mas todas as famílias do solo seriam benditas.
Eis o grande mistério metafísico de ter sido dito que Che Guevara tendo ido para os altos bolivianos foi que Deus tomara o marxismo e o levara para o alto da revolução mundial, para, a partir daquele alto privilegiado, mostrar-lhe toda a terra do outro lado, que sua descendência, os oprimidos, tomaria posse. A revolução mundial iria ocorrer, mas iria ser feita por aquilo que era gerado no ventre do marxismo, o socialismo celestial.
Che Guevara teria sido Moisés? Como descreve a Palavra de Deus a Moisés? Um jovem extremamente belo (Hebreus 11.23; Salmo 45.2), criado na corte de Faraó, mas que um dia, saindo, ao se deparar com o verdadeiro estado de sofrimento dos seus irmãos, então virou às costas a toda glória do Egito e foi dedicar-se inteiramente aos seus irmãos.
Mas, Che Guevara também não teria passado por esse estágio inicial de Moisés? Não foi em 52, quando saiu em turnê pela América Latina, ao entrar em contato com o sofrimento do povo latino-americano, então começou a se despertar nele o futuro revolucionário? Ora, o revolucionário Moisés não começou a nascer no exato momento em que entrou em contato direto com o sofrimento dos seus irmãos escravos?
Moisés tendo saído no segundo dia (Êxodo 2.13), e tendo sabido que ficou conhecido o golpe dado no egípcio no dia anterior, então fugiu para Mídia. E ali, após se casar com Zípora, filha do sacerdote de Mídia Jetro, e ter tido o seu filho Gerson (Êxodo 2.22), então Deus lhe apareceu numa sarça ardente o comissionando para que voltasse ao Egito e libertasse o seu povo, o que ele fez o conduzindo na direção de Canaã.
Che Guevara também não teria passado por uma situação parecida? Saiu pela América Latina no ano de 52 e depois voltou indo concluir seus estudos, mas voltou novamente a sair no ano seguinte, 53, tendo de fugir da Guatemala por ter sido descoberto como revolucionário, indo para o México?
Relata a Palavra de Deus que Moisés, quando passou a voltar para o Egito, fez o percurso em um jumento, levando nele sua família. E Moisés voltava com a confiança de que ia para libertar o seu povo e o conduzir para os domínios de Deus.
Mas não foi isto mesmo que ocorreu com Che Guevara? No México, entrou no barco Granna e passou a voltar, junto com a sua família de revolucionários, para Cuba, confiante de que a revolução iria triunfar? (Em trabalhos sobre Lênin, então é apresentado Lênin indo aos alemães e lhes pedindo permissão para voltar passando pelo seu território, com os alemães não somente o permitindo como, mais ainda, lhe ofertando um trem, no qual colocou sua família de revolucionários e passou a voltar para a Rússia).
Relata a Palavra de Deus que quando Moisés libertou o povo de Deus dos grilhões de Faraó e o conduziu para a terra da liberdade, então, quando já iam longe, Faraó foi e disse: “Que é que fizemos, despedindo Israel de trabalhar como escravos para nós?”, de modo que Faraó passou a aprontar as suas forças militares e foi atrás do povo, para trazê-los de volta para a casa dos escravos. E relata a Palavra de Deus que então Deus partiu o mar e, enquanto o povo de Deus o atravessava em solo seco, as forças de Faraó entraram nele e foram afogadas, de modo que relata o texto sagrado que nenhum deles se deixou sobrar, com os filhos de Israel vendo os egípcios mortos à beira da água.
Mas não foi isto mesmo que ocorreu no antítipo? Os americanos não prepararam uma força contra-revolucionária e a enviou a Cuba a fim de esmagar a revolução e trazer o povo cubano de volta à casa dos escravos, a fim de servi-los com o seu trabalho e com os seus corpos? E não relata a história que quando as forças militares enviadas pelos americanos desembarcaram na Baia dos Porcos então foram derrotadas, com o povo cubano “os vendo mortos à beira do mar”?
Relata a Palavra de Deus que quando os filhos de Israel atravessaram o Mar Vermelho e tomaram o rumo de Canaã, antes de entrarem na terra da promessa conquistaram a terra de Gileade. O destino deles era Canaã, mas acabaram por conquistar Gileade, fora dos planos. E relata a Palavra de Deus que Gileade foi motivo de angústia para Moisés. Os rubenita-gadita-manassitas, que receberam Gileade como herança, se negaram a prosseguir na marcha. Não quiseram atravessar o Jordão. Ficaram satisfeitos com a conquista do deserto, Gileade. Mas Moisés disse-lhes: “Hão de ir os vossos irmãos à guerra, enquanto vós mesmos continuais a morar aqui?” (Números 32.6).
Ora, esta preocupação de Moisés, com aqueles que não tinham conquistado suas heranças, não revela o mesmo caráter de Che Guevara? O objetivo de Che Guevara não era mesmo a revolução mundial, que daria descanso para todos os povos oprimidos da terra, de modo que a conquista de Cuba foi apenas a sua Gileade? (Gileade representa aqueles que alcançaram a sua herança antes do Jordão).
Relata a Palavra de Deus que quando Moisés morreu com cento e vinte anos seu olho não se havia turvado e seu vigor vital não lhe havia fugido.
O que seria isto? Que naquele jovem de trinta e nove anos estava todo o vigor do marxismo?
E qual o significado da Palavra de Deus dizer, em Êxodo 34.8, como segue: “E os filhos de Israel passaram a chorar Moisés nas planícies desérticas de Moabe por trinta dias. Por fim se completaram os dias de choro do período de luto por Moisés?”
Os trinta dias teriam sido os trinta anos em que os revolucionários lamentaram a morte e o desaparecimento do corpo de Che Guevara, em 97 cessando o seu período de luto por ele?
E qual o profundo significado da Palavra de Deus dizer, em Êxodo 34.3-6, como segue: “Depois Moisés, o servo do Senhor, morreu ali na terra de Moabe, por ordem do Senhor. E ele passou a enterrá-lo no vale da terra de Moabe defronte de Bete-Beor, e até o dia de hoje ninguém soube do seu sepulcro.”
Qual o profundo significado de Moisés ter morrido na terra de Moabe? Por ventura que o marxismo teria um destino, o comunismo, mas não entrou nele, ficando no socialismo?
Como Jesus
Naquele meio de ano de 97 quando os restos mortais de Che Guevara eram retirados do solo de Vallegrande e Adamir Gerson era invadido de revelações do Alto sobre Che Guevara, então é verdade que ele ficou sabendo que Che Guevara fora figura de Moisés, o seu antítipo, mas também ficara sabendo que fora também figura de Jesus.
A verdade é uma só: o momento em que Che Guevara deixou Cuba e saiu para fazer a revolução mundial, tendo passado antes pelo continente africano para depois ir conhecer a morte nas selvas bolivianas, a verdade é que Che Guevara esteve a repetir os passos de Jesus quando deixou Nazaré e, depois de passar por Jericó, foi para Jerusalém a fim de conhecer ali a morte.
Por que Jesus teve de passar pelo calvário da morte? Jesus era portador de dois corpos, o mortal, de carne, que carregava explícito, e o imortal, que carregava oculto e guardado para a ressurreição. A glória maior de Jesus não se achava no corpo mortal, mas no imortal. Era, pois, no corpo da ressurreição que Ele iria atrair todos a si. Por isso Jesus, como ansiava estar no corpo imortal!
Mas ele sabia que a condição de ser revestido do corpo imortal era a morte. Teria de beber o seu cálice amargo. Por isso foi para Jerusalém sabendo o que aguardava nela. Mesmo que seus discípulos rogassem que fugisse dela, mesmo assim ele não se acovardou. Ficou ali esperando a morte chegar. E quando ela chegou, e veio a sua hora mais difícil, então bebeu o seu cálice. E o bebeu sabendo que depois experimentaria toda a recompensa, por se levantar triunfante num corpo novo e majestoso, incorruptível, não mais sujeito a morte e ao opróbrio dos homens.
Tudo, absolutamente tudo, aconteceu com Che Guevara e a revolução. A revolução possuía dois corpos, o mortal, que carregava explícito, e o imortal, que carregava oculto e guardado para o dia da sua ressurreição.
O seu corpo mortal era o corpo do judeu Marx, o corpo da lei, da Ditadura do Proletariado, mas o corpo imortal era o corpo do judeu Jesus, o corpo da graça, da Democracia de Jesus. Em Che Guevara o corpo mortal se achava representado no espírito do hay que endurecerse, mas o corpo imortal, no espírito do pero sin perder la ternura jámas. O corpo do hay que endurecerse era o corpo do socialismo marxista, o corpo da lei, mas o corpo do pero sin perder la ternura jámas o corpo do socialismo celestial, o corpo da graça.
Portanto, a razão metafísica e transcendente de Che Guevara ter deixado as glórias e o conforto de Cuba e saído para fazer a revolução mundial foi que Deus viu que chegara o momento da revolução trocar o seu corpo mortal pelo seu corpo imortal. O momento dela abandonar a libertação particular, que a fazia tomar o lado de uma classe social contra outra classe social, como Moisés, e passar a lutar pela libertação universal, isto é, transcender as classes e as fronteiras e se interessar pelo absoluto total dos homens, como Jesus.
Mas para que a revolução se levantasse no novo corpo, como redentora universal, ela teria de passar pelo calvário da morte. Destarte, o calvário da morte seria a condição em que o seu velho corpo estaria passando para no lugar nascer o corpo novo, o corpo do socialismo celestial.
De modo que quando Che Guevara foi para os altos bolivianos não foi outra coisa senão que o próprio Deus o levou àquele lugar, para que, no seu calvário, a revolução passasse pelo seu calvário, pois, deveras, por tudo que passou Che Guevara vinte e cinco anos depois passou a pátria mãe do socialismo.
Foi por isso que Che Guevara, quando se viu sozinho e abandonado por todos, ele compreendeu a transcendência de sua missão na Bolívia. Sabia que nada mais o esperava ali a não ser a morte. E a morte entendia era necessária. Por isso não fugiu dela. Mesmo que fosse instado para fugir dela, todavia ele não se acovardou. Ficou ali esperando ela chegar (se Che Guevara não tivesse tido compreensão metafísica da sua missão, ele teria escapado da Bolívia, como condição de continuar sendo útil à revolução, em outros lugares. Mas ficou ali, aguardando a chegada da morte, porque no íntimo do seu ser sentia a presença de Deus, que se revelava a ele no sofrimento dos trabalhadores).
Che Guevara teve a morte de Jesus? Ora, sabemos que Che Guevara quando caiu prisioneiro ele disse para os seus captores: Não atirem, valo mais vivo que morto.
Mas isto não foi o bíblico Pai, se possível afaste de mim este cálice; senão que seja feito a tua vontade? Assim como Jesus, Che Guevara também não sentiu o horror que todos humanos sentem quando se acham diante da morte?
Ora, e sabemos que os matadores de Che Guevara repartiram entre si os seus poucos pertences pessoais.
Mas, o texto sagrado não revela que os soldados romanos, que executaram Jesus, repartiram entre si as vestes do crucificado?
Ora, o cuidado excessivo que os matadores de Jesus tiveram com o seu corpo, de modo que colocaram uma guarda o vigiando, com medo de que ele fosse furtado pelos seus discípulos e eles difundissem que tinha ressuscitado, não foi o mesmo cuidado que os matadores de Che Guevara tiveram com o seu corpo? Tanto foi o cuidado que chegaram a ponto de fugirem com ele na calada da noite, pois temiam que se as grandes massas soubessem onde estava sepulto então o lugar iria se transformar em centro de peregrinação e devoção popular, com Che Guevara se tornando mais perigoso depois de morto do que quando vivo? E o fato de Che Guevara ter ficado exposto publicamente por um dia e meia, no hospital da cidade, vigiado por uma guarda armada, aquele período foi o período de um dia e meio que Jesus passou na sepultura, vigiado por uma guarda? Afinal, se foi morto na sexta-feira, às 15:00 horas, e na manhã de domingo já tinha ressuscitado, então foi mesmo um dia e meia o período que ficou na sepultura? E o fato dos restos mortais de Che Guevara terem sido recolhidos do solo e levado para o seu lugar de descanso eterno em Santa Clara, de modo que o seu túmulo ficou vazio, tal se deu porque a Bíblia relata que o túmulo de Jesus ficou vazio? Por que no trigésimo ano decidiram revelar onde estava o corpo de Che Guevara, e não antes?
Salmo 22
Os cristãos se impressionam e se encantam com o Salmo 22. Em cada um de seus versos descobrem nele o ressuscitado. Mas, marxistas também não podem tomar todo o Salmo 22 e se impressionar e se encantar por ver que cada um dos seus versos é uma descrição viva de Che Guevara? “Pois, cercaram-me cães; Rodeou-me a assembléia dos próprios malfeitores. Iguais a um leão atacam as minhas mãos e os meus pés. Posso contar todos os meus ossos. Eles mesmos olham, vêem-me. Repartem entre si a minha roupa e lançam sortes sobre a minha vestimenta” (Por que um tiro que deram traspassou o punho da mão de Che Guevara e por que deceparam a sua mão? Há alguma explicação, além do estrito cumprimento da Palavra de Deus?) (Quando Adamir Gerson fez este escrito achava que tinham cortado de Che Guevara somente uma das mãos. Mas deceparam dele AS DUAS MÃOS, o que se acha na Palavra de Deus)
Salmo 45
Se o Salmo 22 é para os cristãos, descritivo de Jesus e será para todos os marxistas, num futuro próximo, descritivo de Che Guevara (por causa da dualidade axiológica), a verdade é que para os filhos de Marx o Salmo 45 também o será descritivo de Che Guevara.
“Meu coração palpita por causa de um assunto bom. Estou dizendo: ‘Meus trabalhos se referem a um rei. Seja a minha língua o estilo de um destro copista. Tu és deveras mais bonito do que os filhos dos homens. Encanto tem sido despejado sobre os teus lábios. Por isso Deus te abençoou por tempo indefinido. Cinge a tua espada sobre a coxa, ó poderoso, com a tua dignidade e o teu esplendor. E no teu esplendor prossegue ao bom êxito; Cavalga na causa da verdade, e da humildade, e da justiça, e a tua direita te instruirá em coisas atemorizantes. Tuas flechas são agudas – debaixo de ti caem povos – No coração dos inimigos do rei. Deus é o teu trono por tempo indefinido, para todo o sempre; o cetro do teu reinado é um cetro de retidão. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade. É por isso que Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus companheiros (...)”
Não resta a menor dúvida que num futuro próximo os marxistas irão ver Che Guevara em partes do Salmo 45; as demais saberão que se referem ao Che da graça. E para eles, o conteúdo do verso 7 esclarece o grande mistério que tem intrigado a muitos críticos, o motivo de Che Guevara ter se elevado acima de todo nome revolucionário no coração popular – É por isso que Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de exultação mais do que a teus companheiros.
Não obstante as grandes conquistas de Lênin, de Stálin, de Mão Tse Tung, de Ho Chi Mim, de Fidel Castro, terem sido, aparentemente, maiores do que a conquista revolucionária de Che Guevara, todavia sobre Che Guevara pousou gestos eternais que não pousaram em nenhum deles. Simplesmente que em Che Guevara, desde o ventre de sua mãe, porque um profeta é escolhido desde o ventre de sua mãe, Deus fez recair sobre ele uma escolha especial.