sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Paulo de Tarso e os Revolucionários Modernos

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Camarada Pedro - 17:54 - Amigos

Para:

P. Celestial

Companheiro, foi lançado recentemente pela Boitempo Editora, se não me engano, o livro "São Paulo", de Alain Badiou, um filósofo contemporâneo de filiação maoísta. O livro faz um resgate de Paulo de Tarso como um militante revolucionário, e vai ao encontro de muitas de suas formulações. Ele enfatiza a mudança em direção a transformação do cristianismo em uma mensagem universal. Não sei se conhece, mas recomendo.

Paulo de Tarso foi um militante revolucionário?Mais ainda, um militante revolucionário como os militantes revolucionários do século XX?

Sim, Paulo de Tarso foi um militante revolucionário do mesmo quilate dos militantes revolucionários do século XX. A diferença, e é preciso ser dito, porque estamos na iminência do nascimento da ciência, é que a militância de Paulo de Tarso não foi em prol do socialismo material, mas, sim, em prol do socialismo espiritual. Ele brandia a sua espada não contra o coração político do império, mas contra o coração religioso do império.

Matematicamente a militância foi a mesma, com a diferença de que Paulo de Tarso era portador e conduzia a libertação espiritual, contra o domínio do paganismo, ao passo que a militância revolucionária do século XX era portadora da libertação material. A sua luta era contra o capitalismo.

Conhecemos o que seja o socialismo material, mas, o que seria o socialismo espiritual?

Estamos a adentrar a alma de um grande marxista do século XX, Ernst Bloch, que se vivo fosse com toda a certeza iria aplaudir as correções que serão feitas. Quer dizer, dado o avanço do tempo, serão colocados sob seus verdadeiros fundamentos.

Ernst Bloch, o marxista que mais teve simpatia pelo cristianismo, assim definiu a religião que nasceu de Jesus: sonho de juventude do socialismo.

Para Ernst Bloch, o socialismo científico tenha começado a sua gestação no cristianismo. No cristianismo ele se achou em potência, em forma essencialmente utópica. Mas, no momento em que foi fecundado de ciência, com e a partir do judeu protestante Karl Marx, ganhou a nova forma de socialismo.

Essa visão de Ernst Bloch corresponde aos fatos? Os cristãos, que em análise brilhante de Engels teriam se perdido, passado a buscar a consumação de sua redenção no além, no após-morte, com o socialismo científico foi o momento em que novamente se encontrou?

É preciso dizer que esta colocação de Ernst Bloch ao tempo em que foi concebida, e ao contexto em que foi direcionada, representou um grandíssimo avanço no conhecimento, pois abriu as portas para um diálogo entre marxistas e cristãos em um futuro próximo.

Mas o Cristianismo não deve ser visto como sonho de juventude do socialismo, o seu esqueleto sem alma. O Cristianismo deve ser entendido como uma construção histórica à parte e tendo existência em si mesmo. Para facilitar o entendimento, a relação do cristianismo com o socialismo deva ser buscada na relação do óvulo com o espermatozóide.

Mas, no exemplo e na analogia acima, assim como o óvulo foi concebido para se unir ao espermatozóide e vice-versa, de igual modo o cristianismo foi concebido para um dia se unir ao socialismo e desta união nascer a vida. A vida chama-se, do referencial cristão, Reino de Deus, do referencial marxista, Comunismo.

O que se pode dizer, acertadamente, é que o socialismo é sonho de juventude do Comunismo e o cristianismo, sonho de juventude do Reino de Deus.

O reino da perfeição, em que cada um tem segundo as suas necessidades, só pode nascer da junção do cristianismo com o socialismo. O cristianismo fornece a santidade, sem a qual não pode haver Comunismo, pois é a santidade que faz com que cada um só queira para si o necessário; que faz com que ninguém queira ser mais que outrem, ter mais que outrem, mas a sua satisfação está em viver na igualdade. Ao passo que ao socialismo cabe a missão de planificar a economia, para que seja produzido segundo as necessidades.

O que foi dito é indicativo de que todo marxista é portador da essência cristã sem a qual ninguém é socialista? Todo marxista sem que o saiba é portador desta essência cristã.

Vejamos. Sabemos que a Terra no seu giro ao redor do sol produz as estações do inverno, da primavera, do verão e do outono. E sabemos que as estações do inverno e da primavera são produtoras de flores. Mas, chega um momento em que as flores começam a murchar, a fenecer, até que caem, no lugar começando a nascer o fruto.

Mas, o que murchou, o que caiu, foram as pétalas. A sua essência, o seu néctar, se passou para o fruto em nascimento. E vai se ocultar nos seus recônditos. Mas, quando chega a estação do outono então o néctar das flores começam a se movimentar no interior do fruto. Começa a amolecer a carne dura dos frutos e a lhe dar sabor e a adocicá-lo. Muda de coloração do verde para o amarelo.

Pois é, a verdade é que as flores do Reino começaram a surgir naquele ano de 1517 com Lutero e a reforma protestante. E o momento em que as flores do Reino começaram a se converter em fruto foi justamente quando aquele jovem de vinte e cinco anos, judeu de família convertida ao protestantismo, chamado Karl Marx, começou a teorizar o socialismo. Era a Divindade construindo nele a idéia de socialimso.

Isto explica porque Marx, na medida em que ia se despertando para o socialismo, inversamente e proporcionalmente ia se livrando de religião e de tudo que lhe diz respeito. Eram as pétalas da religião que estavam morrendo nele, as suas fantasticidades, mas o néctar da religião, o amor ao próximo, era o alicerce sobre o qual Marx erigia o socialismo.

De modo que iria chegar um tempo em que este amor ao próximo que era o combustível que fazia Marx teorizar o socialismo iria se desenvolver em todo o marxista. De modo que iria amolecer a sua carne dura, DITADURA DO PROLETARIADO, e iria tornar o socialismo saboroso e adocicado, pronto para o consumo de todos.

E seria neste momento que o trabalho feito por Paulo de Tarso, que universalizou a redenção, a libertando das amarras e dos dogmas do Judaísmo, sim, seria neste momento que o socialismo iria universalizar-se, se tornando um bem para todos, pobres, médios e ricos. Todos iriam provar do seu sabor e da sua doçura e não mais iria trocá-lo por nada.

Em tempo, Ernst Bloch disse que o Cristianismo foi sonho de juventude do Socialismo, mas podemos dizer que foi a sua outra face. Quanto ao socialismo é verdade que ele teve um sonho de juventude, todavia representado no socialismo utópico; ao passo que a sua infância se achou representada no materialismo inglês.

Seria este o esquema verdadeiro: infância do socialismo (Materialismo Inglês, Adam Smith & Ricardo) –adolescência do socialismo (Materialismo Francês, Proudhon & Saint Simon) – Socialismo Científico, Adulto (Karl Marx & Engels).

Quanto ao Cristianismo ele teve também este devir histórico, qual seja: infância do cristianismo (Hebraismo, Abraão e Ló) – adolescência do cristianismo (Judaísmo, Moisés e Arão) – Cristianismo Científico, Adulto (Paulo de Tarso e Pedro).

Quando unidos e levados à sintetização, é então que temos Jesus. De modo que o esquema final seria este: infância de Jesus (Paulo de Tarso), adolescência de Jesus (Karl Marx) Continuo, caso haja necessidade, certamente que há.

Um comentário:

  1. Mas quando era um dos doutores da lei judaica,e por conseguinte, cumplice dos romanos, ele perseguiu os cristãos

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