sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Arca do Pacto


Extraído do trabalho BENTO XVI, LEONARDO BOFF, O MARXISMO E OS 100 ANOS DA ASSEMBLÉIA DE DEUS.

A Arca do Pacto e o Partido Celestial

Quando os escravos saídos do Egito principiaram à travessia do Jordão seguindo a Arca do Pacto, ora, a Arca tem como seu conteúdo as duas tábuas da lei, o jarro com o maná e a vara de Arão que havia florescida, segundo o que está no livro Aos Hebreus.

Estes são o conteúdo sublime do Partido Celestial, de modo ele se apresentar como sendo o único representante escatológico?

Vejamos: O Jarro com o Maná. Narra o livro Aos Hebreus que no Lugar Santíssimo estava a Arca do Pacto e dentro dela havia objetos que vindicavam e representavam a soberania de Deus sobre toda a criação. Ali estava o jarro de ouro com o maná, a vara de Arão que havia florescido e as duas tábuas da lei.

Qual o profundo significado do vaso de ouro com o maná?

Ora, sabemos que o maná foi o alimento que Deus enviou ao seu povo no deserto para saciar-lhe a fome e com algumas recomendações, como segue: (...) Esta é a Palavra que Javé ordenou: Colhei disso, cada um proporcionalmente ao que come. Deveis tomar a medida de um gômor para cada um, segundo o número de almas que cada um de vós tem em sua tenda. E os filhos de Israel começaram a fazer isso; e foram apanhá-lo, alguns recolhendo muito e outros recolhendo pouco. Quando o mediam pelo gômor, quem tinha recolhido muito não tinha sobra e quem tinha recolhido pouco não tinha falta. Apanharam-no cada um proporcionalmente ao que comia.

Certamente que o vaso de ouro com o maná, que segundo o livro Aos Hebreus estavam com a Arca do Pacto no Lugar Santíssimo, é dos combustíveis do Partido Celestial. Os celestiais por certo que irão confrontar essa cultura que incentiva as pessoas a querer para além do que tem necessidade. Atuará forte nos espíritos, tentando reviver neles a simplicidade, e a austeridade, de modo cada um lutar pelo estritamente necessário. Essa cultura do consumismo, que pode levar a terra à exaustão, certamente que será combatida pelos celestiais, através de uma intermitente educação que chegará a eles na mediação do Evangelho de Jesus Cristo. “Que cada um procure ter segundo a necessidade do corpo e segundo a necessidade da alma”, dirão os celestiais.

Além de que os celestiais se dirigirão às massas populares com o jarro de ouro contendo o maná; e por eles as massas se conscientizarão que o Maná que Deus enviou ao seu povo por alimento é a completa negação do alimento oferecido pelo sistema capitalista.

A Vara de Arão. Ora, relata o livro de Números que Deus, querendo cessar os resmungos com que resmungavam, então ordenou a todos os maiorais dos filhos de Israel que cada um tomasse o seu bastão e escrevesse nele o nome de sua tribo; e fossem colocados na tenda de reunião diante do Testemunho. E tinha de dar-se que aquele que Deus escolhesse o seu bastão iria florescer. E doze bastões foram colocados na tenda de reunião diante do Testemunho. E entre eles havia o bastão de Arão para a casa de Levi.

O que sucede é que no dia seguinte, quando Moisés entrou na tenda do Testemunho eis que havia florescido o bastão de Arão para a casa de Levi. E ele produzira botões e brotará flores, e dera amêndoas maduras.

O que é isso? O bastão de Arão que florescera é também conteúdo sublime do Partido Celestial? O Partido Celestial carrega e porta também o bastão de Arão que florescera?

Ora, sabemos que no tipo Moisés quando se achava no deserto de Midiã então ouviu o chamado de Deus para que voltasse ao Egito e libertasse o seu povo o conduzindo liberto para a terra da promessa. De modo que Deus disse mesmo: Volta Moisés, porque estão mortos todos que estavam a procura de sua alma para tirá-la. E Moisés quando voltava e estava no monte do Verdadeiro Deus, eis que Deus despertou seu irmão Arão para que fosse ao seu encontro e fosse seu ajudador. E Arão fez exatamente assim, indo ao encontro de Moisés e o encontrando no monte do Verdadeiro Deus, selando com ele uma aliança de vida. De modo que foram Moisés e Arão, os homens que entraram até Faraó e libertaram o povo de Deus que por quatrocentos anos estava escravizado no Egito.

Ora, a verdade é que no antítipo tudo veio a se repetir com Lênin. No exílio então ouviu a notícia que era para voltar à Rússia e fazer a revolução e libertar o povo do seu sofrimento, pois, deveras o Czar tinha sido destronado e o caminho estava livre para a sua volta. Se Moisés foi ao seu sogro Jetro e lhe pediu permissão para voltar com ele não só permitindo como lhe ofertando um meio de transporte, um jumento, no qual montou sua esposa Zípora e seu filho Gerson e passou a voltar ao Egito, a verdade é que Lênin foi ao Kaiser e pediu-lhe permissão para atravessar o seu território na sua volta à Rússia, com o Kaiser não só permitindo como também lhe ofertando um meio de transporte, o trem blindado, no qual Lênin colocou sua família de revolucionários e passou a voltar à Rússia.

E quando Lênin estava na Rússia eis que um mês depois chegou o judeu Trotsky do seu exílio nos Estados Unidos. E a verdade é que entre Lênin e Trotsky foi selada uma aliança que historiadores se referem a ela como “uma terrível aliança”, pois, deveras, naqueles dias crítico de final do ano de 1917 foi mesmo a ação destes dois homens que balançou e pôs abaixo o poderio do reino humano, estabelecendo no seu lugar aos humildes proletários, se cumprindo ao pé da letra o que está escrito em Daniel 4.17 (mesmo porque em 1823 um inglês por nome John Acquila Brown escreveu um livro no qual narrou que no ano de 1917, Daniel 4.17 iria ter seu cumprimento. Mas agora não é ocasião para se falar deste assunto). É verdade, o papel desempenhado por Arão, porta-voz da libertação dos escravos hebreus, ao passo que Moisés era a sua cabeça pensante, foi o papel que a História reservou a Trotsky.

Mas, onde entra a questão referente ao florescimento do bastão de Arão? Por ventura que o trotskismo irá florescer? É isso?

Ora, o pensamento de Trotsky, a revolução sendo mundial e só cessando quando todo o seu trabalho estivesse completado por certo que era um sonho que estava no espírito de todos os revolucionários. Mas as condições objetivas lhes eram completamente adversas. A revolução mal tinha forças para se manter de pé quanto mais ter que sustentar uma guerra com o resto do mundo. Se na segunda guerra mundial a União Soviética, que já tinha alcançado um grande desenvolvimento econômico e industrial, lutando ao lado dos Estados Unidos e de países europeus, mesmo assim passou sérios riscos de ser vencida e destruída pela Alemanha nazista, imagine naquele início da década de 20 quando a sua economia ainda era conduzida pelo arado, e ela ter que sustentar uma guerra contra o resto do mundo... Certamente que era a revolução ser levada para a cova dos leões para ser devorada, que só não o foi pela pronta intervenção de Deus, que percebendo o perigo com a sua obra imediatamente levantou Stálin. E Stálin, pondo os pés no chão, não só salvou a revolução da destruição certa como soube conduzi-la por caminhos seguros, fazendo daquela massa de escravos uma nação de homens e mulheres livres. (Esse espírito sábio que se manifestou em Stálin palpitara antes em Lênin, não somente no acordo de Brest-Litov com os alemães, de 1918, quando a sua sapiência evitou da revolução ser destruída pelos alemães, quando também protelou o programa bolchevique pela imediatez da NEP. Mas agora não é ocasião de se falar deste assunto, apenas lembrando que a boa exegese encontra respostas para essa questão envolvendo Trotsky e Stálin em Êxodo 23.20-33. Quando ali está escrito: Não os expulsarei de diante de ti em um só ano, para que o país não se torne um baldio desolado e os animais selváticos realmente não se multipliquem contra ti. Pouco a pouco os expulsarei de diante de ti, até que te tornes fecundo e realmente tomes posse do país, é que se descobre qual o verdadeiro espírito estava em Stálin).

Prosseguindo. Bem, isso, contudo, não quer dizer que o pensamento de Trotsky fosse falso ou errado. Tratava-se de um plano teórico inexeqüível, pois quê as condições objetivas não permitiam de modo algum o seu progresso. Mas, convenhamos, os tempos hoje são outros. Vivemos os tempos da globalização em que tudo está ligado e de certa forma tudo dependendo de tudo. Não é esta a ocasião para o ressurgimento do pensamento de Trotsky? Da sua revolução permanente?

Certamente que sim, e os celestiais é exatamente isto. Mas o bastão de Trotsky que ressurge não é aquele mesmo; é outro bastão, é o bastão de Arão que florescera e brotara flores e dera amêndoas maduras. O que é isso? Certamente que nas asas das boas novas do socialismo celestial as forças revolucionárias irão novamente se levantar, e agora irão efetuar o assalto final. Mas não será na perspectiva idealizada por Trotsky, quando então os trabalhadores, conquistando posições e mais posições, então se lançariam para a destruição final da burguesia e de todas as forças que lhe davam sustentação.

Não, mas esse assalto final será na perspectiva de Jesus, em que os trabalhadores, os mansos que ele disse herdariam a terra, se lançarão num grande trabalho de evangelização para transformar e mudar o coração e a mente do homem e da mulher burgueses. Não serão destruídos, porque tal se tornou um contra-senso, mas sim educados, instruídos nos caminhos de Deus cujo escopo é mesmo a chegada em uma terra sem males, em que não há nem mesmo a sombra dos exploradores, de indivíduos que se locupletam no trabalho e suor alheio.

É verdade, a revolução mundial se acha parada tanto em Trotsky como em Che Guevara, mas agora ela irá se levantar, e certamente será feita, todavia que no espírito das amêndoas maduras, por amêndoas maduras. O seu combustível será o amor revolucionário e não mais o ódio revolucionário, de modo que nas mãos das amêndoas maduras o que se verá é o giz no lugar do fuzil e a Palavra de Deus como o conteúdo do conhecimento, quer os psicológicos, quer os sociológicos, quer os políticos, quer os econômicos. O giz nas mãos dos novos guerrilheiros cuidará em escrever nos corações o conhecimento genuíno, que não admite, não tolera que indivíduos se locupletem no sofrimento de outrem.

As Duas Tábuas da Lei. Ora, além do jarro de ouro com o maná e o bastão de Arão que havia florescido, segundo o livro Aos Hebreus havia também na Arca do Pacto as duas tábuas da lei.

As duas tábuas da lei estão também representadas no Partido Celestial como dos seus combustíveis que faz todo homem e toda mulher reconhecer nele a presença do selo divino?

Ora, vaticinou o profeta Habacuque: E havia dois raios saindo de sua mão; e ali se escondia a sua força.

Uma vez que Habacuque concebeu tal, a partir das imagens de Moisés descendo do monte com as duas tábuas da lei o que Habacuque viu foram sim foi estes dois raios estando presente na escatologia. De fato, e eles se acham mesmo no Partido Celestial, que tanto pode ser o amor a Deus e aos homens, a sua inseparabilidade da igualdade e liberdade, a sua luta contra os pecados da carne e os pecados do dinheiro.

Adamir Gerson foi operado e encontra sem disposição para abordar esses temas com mais clareza. Vai dar uma pausa, e dentro de uns 10 dias procurará dar a ele melhor conteúdo. Por enquanto segue isto, e já é suficiente para que os espíritos se movam, para que o Brasil possa ter nos anos próximos, melhor destino político, no lugar de mencheviques no poder, os bolcheviques espirituais, que estão para os bolcheviques históricos como os cristãos estiveram para os judeus.

“E abriu-se o santuário do templo de Deus, que está no céu, e viu-se a arca do pacto no santuário do seu templo. E houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e um terremoto, e grande saraivada”, Apocalipse 11.19.
O que é isso? O Partido Celestial no templo de Deus? No coração e na mente dos homens e mulheres de boa vontade?

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