terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lula e a Questão de José do Egito





Lula e a Questão de José do Egito

Em 94 Adamir Gerson fez um trabalho em que nele Lula aparecia como o novo José do Egito. Fez um livreto e na capa aparecia José do Egito com toda a indumentária egípcia com a face de Lula. (Os cristãos entendem que José do Egito foi um homem sem pecado, Jesus, e como conciliar a afirmação acima? Simplesmente que era Deus colocando a essência de José do Egito em um humano, no caso Lula, como colocou a essência de Elias em João Batista. A mesma essência Deus pode sim colocar não em apenas um humano, mas em quantos achar necessário. É o caso da essência de Moisés que no presente tempo colocou em Lênin e em Fidel Castro. A própria essência de Elias que foi colocada em João Batista a mesma está sendo reservada para o tempo escatológico quando então será colocado em um novo humano, principiando então o processo da restauração de todas as coisas).

Prosseguindo. Bem, a verdade é que o trabalho tinha embasamento. Como José que foi comprado por mercadores ismaelitas que andavam pelo deserto e levado para o Egito para então ser escravo, de igual modo Lula foi trazido por gatos que andavam as regiões pobres do nordeste trazendo seus filhos para trabalharem como escravos em São Paulo; como José que por não se deixar seduzir pela mulher de Potifar acabou tendo o destino da prisão assim foi com Lula que por não se deixar corromper pela burguesia, nas greves do ABC paulista em fins da década de 70, acabou tendo o destino da prisão; como José do Egito que antes de governar o Egito realizou caravanas por todo o país a fim de conhecer in loco as suas necessidades, assim foram a caravanas da cidadania que Lula realizou Brasil afora vendo in loco o sofrimento do povo brasileiro e as suas necessidades. Sem falar que José fora um sonhador, sonhador de sonhos bons, o que também aconteceu com o operário Lula que naqueles dias sonhava com um Brasil e uma terra de gente de rosto feliz.

Mas, passado algum tempo, diante de certos desapontamentos, então a questão foi, pelo espírito, melhor esclarecida. Não havia um José do Egito, como pensou Adamir Gerson e era visão corrente, mas dois. De modo que este Lula que aí está se achava em recapitulação do Primeiro José do Egito. Nada mais lógico. Depois, porém, quando estivesse esgotado o Primeiro José do Egito, uma nova mudança iria ocorrer em sua vida como ocorreu na vida de José; e agora iria emergir em novo patamar de existência como o Segundo José do Egito.

De fato, em 2002 quando foi eleito Presidente do Brasil e na posse desfilou em carro aberto entre a multidão foi o momento de alegria do Primeiro José do Egito. Aquele momento em que José foi escolhido e colocado como superintendente da casa da prisão. Como José do Egito que cuidava da casa da prisão com grande eficiência – assim, o oficial principal da casa da prisão entregou a José todos os prisioneiros que havia na casa da prisão; e em tudo o que faziam ali mostrava-se que era ele quem o fazia executar. O oficial principal da casa da prisão não cuidava de coisa alguma que havia na sua mão, porque Javé estava com José, e aquilo que fazia, Javé, por sua vez, fazia bem sucedido (Gênesis 39.21-23) – ora, de igual modo Lula cuidou com grande eficiência da casa da prisão do neoliberalismo.Soube gerenciar o capitalismo. Com tanta eficiência que o Oficial Principal da Casa da Prisão espantado com tanto desempenho de Lula chegou a dizer: É o Cara! De modo que este Lula nada mais foi do que Carcereiro. Um preso na casa do capitalismo cuidando dos seus presos.

Mas, a Palavra de Deus mostra que aquele ofício de José, de cuidar da casa da prisão, foi passageiro. Iria chegar para ele um novo momento. E chegou, emergindo um novo José do Egito, agora governador do Egito.

Através dos sonhos que interpretou, do copeiro e do padeiro, que com ele estavam na prisão, verdade é que José saiu da prisão e acabou chegando à presença de Faraó. Faraó tivera um sonho e por intermédio do copeiro que José interpretou seu sonho então ficou sabendo de José. E mandou trazê-lo à sua presença.

Bem, qual o profundo significado de tudo isto? Que está perto o momento em que Lula será levado à presença de Jesus Cristo, trocando o governo da casa da prisão do capitalismo pelo governo de Jesus Cristo.

E o profundo significado de que José, para achegar-se à presença de Faraó, teve de barbear-se e trocar as suas capas é profundas mudanças na vida de Lula. Certamente que trocar a capa do capitalismo pela capa do Reino de Deus.

Com isso Faraó tirou da própria mão o seu anel de sinete e o pôs na mão de José, vestiu-o de roupas de linho fino e colocou-lhe um colar de ouro em volta do pescoço. Além disso, fê-lo andar no segundo carro de honra que tinha, para que clamassem adiante dele: Avreque!, constituindo-o assim sobre toda a terra do Egito (Gênesis 41.41-43).

Está perto muito perto em que aquele fenômeno que ocorreu com Saulo de Tarso no caminho de Damasco quando foi fulminado pela luz de Jesus e derrubado do seu cavalo; a partir de então se transformando em novo homem, que deixou de estar a serviço de forças mortas para estar a serviço da vida, está perto muito perto o momento em que a luz de Jesus irá irromper sobre Lula e o derrubar do seu cavalo de orgulho. E Lula será completamente transformado, deixando de estar a serviço de forças mortas para estar a serviço da vida.

O interesse do Primeiro Lula, de ocupar a presidência da ONU e passar a interferir nos assuntos mundiais, cederá lugar a um Lula que compreenderá claro que a ONU é tão somente um instrumento político que se transformou a serviço do imperialismo. Prestou-se ao domínio do imperialismo no caso da Líbia e não sossegará enquanto não se prestar ao seu domínio no caso da Síria, pois, deveras, é do seu entendimento lógico que com o fim da União Soviética e da Guerra Fria não cabe no concerto das nações regimes políticos que destoam dos interesses e modo de vida das potências ocidentais que aos seus olhos as suas democracias teriam se tornado em parâmetros de condutas universais. O simples fato de países terem direito a veto retira da ONU a autonomia e a liberdade. Esses países com os seus interesses particulares estão acima da ONU que se acha alienada de si mesma. Verdade é que este Segundo Lula desinteressará por completo da ONU, enquanto persistir privilégios de nações. O seu interesse passará a ser as massas populares, organizando-as em todos os países da terra para a conquista do poder e a transformação de suas respectivas sociedades. A transformação mesmo de suas relações sociais, políticas e econômicas, quiçá culturais. Como Josué que desalojou de Canaã os seus reis que oprimiam seus próprios povos e no lugar estabeleceu os escravos saídos do Egito, assim será com o Segundo Lula, ligando indivíduo a indivíduo, cidade a cidade, país a país, nos ideais de Jesus Cristo, universais, pois o amor ao próximo, querer para outrem o que se quer para si, e entregar a própria vida a este bem, é um dom subjacente a todos os homens. Destarte, o seu interesse único será o estabelecimento em toda a terra do governo de Jesus Cristo, assim como são as imagens de Apocalipse 11.15-18.

E ninguém pense que o Primeiro Lula foi um acidente. Não, mas uma necessidade, de quem vai lidar com a diversidade de opinião e de cultura, conflitos de idéias e graus de pureza, e a bem dizer esse Primeiro Lula passou por uma escola a fim de aprender os passos dialéticos desta diversidade e saber lidar com ela. O trabalho mundial do anjo de Apocalipse 14.6 não será o de assalto final às forças que dominam este mundo, como tivesse pensado Trotsky e Che Guevara no seu puritanismo, mas será de condutor de todos para fora de suas alienações (Isaías 11.6). Será de diálogo constante com todas as forças envolvidas na condução do mundo, e um diálogo duplo: ao tempo que de diálogo com estas forças diálogo também com aqueles que irão ocupar os seus lugares, o lumpen proletário, os mansos que Jesus disse herdariam a terra (Mateus 5.5).

De modo que o aperto de mão de Lula em Maluf deva ser sintomático. Para que apertasse a mão de Jesus Lula teve antes que apertar a mão de Maluf, a completa negação de Jesus? Para que gerenciasse o reino divino teve antes que gerenciar o reino humano (1)? O aperto de mão com Maluf foi um antevisão de sua missão escatológica, de diálogo com todas as forças envolvidas na contradição, diálogo com o proletariado, mas diálogo também com as forças que tem responsabilidade de poder? Afinal Jesus desconcerta um pouco e rompe com a lógica positivista. Mostrou para aqueles judeus que embora não serem adúlteros, isto não os isentava de serem também pecadores, no mesmo grau. Passaram pela peneira do pecado ideológico, que estabelece a priori o que é e o que não é pecado, mas não passaram pela malha fina do pecado original que estabelece a priori que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus.

A verdade é que o Segundo Lula será muito mais um Educador, educar as forças que tem exercido poder para que compreendam que tem chegado para elas sua velhice e tem de se preparar para a partida; e educar o lumpen proletário para que compreenda que tem chegado o tempo dele receber o poder, e as riquezas, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória, e a benção (Apocalipse 5.12). O poderio para todo o sempre, como aparece em Apocalipse 5.13 e em Daniel 2.44.

Destarte, é este o profundo significado de Faraó ter posto na mão de José o seu anel de sinete e no seu pescoço o seu colar de ouro. Jesus coloca em Lula o seu evangelho, e através dele todos os interesses contrários ao Reino irão sendo expurgados, até que serão procurados e não mais encontrados. Todas as coisas se fizeram novas! Já não há mais morte, nem mais pranto, nem clamor, nem dor. Deus enxugou dos olhos toda lágrima. As coisas anteriores já passaram.

E quando este novo Lula começará a aparecer? Por ventura que nas jornadas escatológico-messiânicas que Adamir Gerson se esforça para que aconteça no final do ano de 2012 na região de Presidente Prudente para honra e glória de Deus Pai e de seu filho Jesus Cristo? É nestas jornadas escatológico-messiânicas que o cavaleiro de Apocalipse 6.2, montado em seu cavalo branco, e tendo na mão um arco, recebe uma coroa e ele sai vencendo e para completar a sua vitória?

Ora vem Senhor Jesus e faz a sua obra, transformando o coração de Lula e todos os corações, pois todos precisam de um novo nascimento, sem o qual as coisas velhas que insistem em sobreviver não passarão. O cristianismo criou ferrugem, o socialismo criou ferrugem, mas tu podes ó Pai, depurá-los como o ouro e como a prata, e hão de tornar-se para Ti pessoas que apresentam uma oferenda em justiça. E a oferenda do cristianismo e a oferenda do socialismo serão realmente agradáveis a ti, ó Pai de justiça e amor, como nos dias de há muito tempo e como nos anos da antiguidade. Tu podes ó Pai renová-los, como a águia renova as suas penas, tirando-os do pó da morte e do opróbrio do lodo escorregadio e os colocando nas alturas, tendo uma visão ampla da vida, profunda, de 360 graus, de modo a estarem atentos a tudo e a todos, não mais se deixando enganar pelo Pai da Mentira.
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(1) Na Palavra de Deus se encontra personagens em que neles se desenvolveu acontecimentos históricos distintos. Um processo, com diferentes fases, a se processar no mesmo indivíduo. O caso da passagem do judaísmo para o cristianismo que se deu em Saulo de Tarso. Duas concepções de vida distintas que, no entanto, tiveram como laboratório de desenvolvimento o mesmo indivíduo. O caso também de Jesus que viveu e conheceu duas existências distintas, a do Cristo Histórico e do Cristo Ressuscitado. Mas, também se encontra na Palavra de Deus processos históricos faseais que encontraram consumações em personagens distintos, cada qual tendo colaborado com uma parte do todo. I Coríntios 3.6 descreve bem essa situação: eu plantei, Apolo regou, mas Deus o fazia crescer (...). Processo único que foi se desenvolvendo em fases distintas pela participação de pessoas distintas. A própria passagem do governo terreno para o governo teocrático de Javé foi assim, com Saul, mas depois com Davi. No caso específico de Lula ele pertence aos personagens em que nos mesmos se desenvolve todo o processo. Daí Lula ter se desgastado e caído em descrédito entre as forças pensantes. Destarte, há um processo político em andamento no Brasil, desde Jânio Quadros e João Goulart, passando pelos governos militares, PMDB e PSDB, cujo final seria o aparecimento do Governo de Cristo (ver trabalho O APARECIMENTO DO VERDADEIRO), que se manifestaria numa aliança política entre as forças vivas do catolicismo, do protestantismo e do socialismo. Mas, por causa do pecado original, essa aliança de vida teria de ser precedida por uma aliança de interesses particulares mútuos, formada na mediação do Pai da Mentira. O seu devir dialético, como já falado, por causa do pecado original, teria de passar necessariamente por ela. Depois, porém, viria a aliança de vida do Reino. E Lula que gerenciou essa aliança de interesses particulares mútuos seria ele mesmo quem iria gerenciar a aliança de vida do Reino. Apreenderia dela a forma, mas na nova aliança a iria esvaziar do seu conteúdo. De modo que o aperto de mão que deu em Maluf deva ser entendido como sua despedida desta primeira aliança, para então começar uma nova caminhada na aliança de vida de Jesus Cristo. Tal como aconteceu na chegada de Lênin do exílio naquele março de 1917 que lançando nova luz sobre aqueles acontecimentos políticos literalmente dissolveu a aliança construída por Kerensky, com as forças vivas que a compunham a abandonando e se passando em bloco para o lado de Lênin e da revolução verdadeira, formando uma nova aliança, de camponeses, operários e revolucionários na construção de um novo tempo, ora, na grande caminhada que Adamir Gerson se esforça para que aconteça na terra a partir da região de Presidente Prudente no final deste ano de 2012 certamente que esta aliança construída por Lula, e que tem sido causa de muitos escândalos políticos; e completamente ineficaz para a construção de um Brasil novo, de gente de rosto feliz, pois o seu povo entra como assalariados e não como arquitetos, certamente que ela começará a ser dissolvida. E as forças de vida que estão nela, o PT que não se desligou de suas raízes, e outras forças de esquerda, começarão a convergir para a nova aliança, de católicos, evangélicos e socialistas pela vida. E, mais uma vez, Lula se revela um sujeito de sorte, pois não terá diante de si a força de um Lênin a esmagá-lo, como aconteceu com Kerensky, mas ele mesmo será esse Lênin a esmagar aquele Lula e o deixar para trás. O novo nascimento.

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