quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Dia da Vitória


A Grande Caminhada (O Dia da Vitória)

"Menino Deus / Quando a flor do teu sexo / Abrir as pétalas para o universo / Então por um lapso se encontrará nexo / Ligando os breus dando sentido aos mundos / E aos corações, sentimentos profundos / De terna alegria no dia do Menino Deus", Caetano Veloso

Ora, no ano de 2003, 2004 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do Espírito Santo. Fora ali levado por mãos angelicais para que falasse para o seu dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas do Reino de Deus. Sobre a iminência do Casamento do Cordeiro sobre esta terra. (E a Palavra de Deus não voltou vazia neste coração, pois alguns anos depois, pastor Luis Baldez foi ouvido falando com alegria no coração de um novo socialismo... A partir das imagens do livro de Atos que mostra a comunidade de cristãos primitivos tendo todas as coisas em comum pastor Luiz Baldez sentiu no coração que o socialismo é sim parte dos planos de Deus)

E o que sucede é que por esses dias chegou à igreja uma jovem por nome Joseane, vinda da igreja Nova Jerusalém. E assim que tomou assento ela narrou um sonho que tivera naqueles dias. Narrou que vira em sonho uma grandíssima caminhada acontecendo no centro de Presidente Prudente. E a multidão caminhava no seu centro em direção ao Parque do Povo.

E ela narrando o sonho então contou que quando a multidão ia entrar no Parque do Povo, pela sua porta de entrada, eis que estavam ali uns clérigos parados. E eles conversavam entre si e se perguntavam: quem deu poder para estes fazerem isto? E a grande multidão entrou então no Parque do Povo e foi se postar diante de um grande palanque ali armado ocupado pelos ministros da Palavra de Deus.

Narrando o sonho, ela contou que a grande multidão que viu caminhando pelo centro de Presidente Prudente era composta de católicos e de evangélicos; mas os católicos eram maioria como ela mesma disse. E quanto aos ministros da Palavra de Deus que ocupavam o grande palanque eram padres católicos e pastores evangélicos; mas os pastores evangélicos eram maioria, como ela mesma disse narrando o sonho.

O que sucede é que assim que acabou de narrar o sonho pouco tempo depois retornou para a sua igreja, todavia deixando a intrigante pergunta: o que foi fazer naquele lugar onde estava o homem interessado? O homem que Deus já o vinha preparando desde o ano de 2001, desde os atentados terroristas nos Estados Unidos, para realizar tão grande caminhada? Por ventura que foi levado ali pelo Deus que não faz nada sem antes revelar aos seus escravos, os profetas, de modo que ele tinha no propósito do coração realizar uma grande caminhada escatológica, que seria sim introdutora da caminhada do Milênio, que marcaria o momento em que o reino do mundo começaria a se tornar em reino de nosso Senhor e do seu Cristo, como são as imagens de Apocalipse 11.15-18?

O que seria esta caminhada vista em sonho pela jovem Joseane? Por ventura que ela viu em sonho as duas linhas de vida que saem da mão de Jesus se encontrando e juntas atravessando o Jordão espiritual?

O que seria mesmo esta caminhada? Por ventura que no final do ano de 2012 ou mais tardar no ano de 2013 uma grandíssima caminhada, com as cores e a força da escatologia, aconteceria na cidade de Presidente Prudente, no exato lugar em que o homem de Deus teve o seu encontro teofânico naquele ano de 78 e no exato lugar onde a jovem Joseane viu em sonho acontecendo grande caminhada; quando, então, neste final de ano de 2012 ou no mais tardar 2013, para esta cidade do oeste paulista convergirão homens e mulheres que estão nas duas linhas de vida que saem da mão de Jesus? Que tanto pode ser o dia 23 de dezembro deste ano de 2012 como o dia 30 de maio do ano de 2013?

E eis que é o dia 23 de dezembro do ano de 2012... E eis que é o dia 30 de maio do ano de 2013... E uma multidão imensa, vinda de todas as partes do Brasil, de muitas partes da terra, está na cidade de Presidente Prudente, ocupando as suas avenidas, com os seus tambores, as suas bandeiras, e os seus cânticos. E de repente alguém grita, no meio da multidão: Eia lá vem! E todos esticam o pescoço para ver o que lá vem, e eis que todos avistam vindas as forças dos reis do nascente do sol (8) com a missão de começar em cima da terra o reinado de Jesus Cristo no lugar do reinado de homens, que trouxe proveito para poucos, mas lágrima, dor e sofrimento para a imensa maioria.

E lá vem. E na frente de todos eis que aparecem jovens empurrando uma grande roda e nela os dizeres: 2012: O TEMPO DO REINO! O TEMPO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA. No centro da grande roda, o número 2012, e em cima, circundando, os dizeres: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA, e embaixo, completando o círculo, os dizeres, OS TRABALHADORES (2012 porque foi no final do ano de 2012 que tudo começou a acontecer com militantes ligados à causa verde e ligados a Marina Silva se acordaram para o novo projeto e dele não abriram mais mão. De modo que tudo começou mesmo no mês de dezembro do ano de 2012).

E atrás seguem jovens em cima de uma caminhonete que veio do Pontal do Paranapanema levando três estandartes, os estandartes de Paulo e de Marx ladeando o estandarte de Jesus Cristo.

E quando a camionete passa levando os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de Marx eis que logo atrás vêm jovens empurrando um carrinho; e em cima do carrinho um livro aberto com os dizeres, deste lado: EDUCAÇÃO, e do outro lado, EVANGELHO. E os jovens que empurram o carrinho são deste lado, um jovem evangélico, e daquele lado, um jovem católico, mas no meio deles um jovem socialista, com os três jovens seguindo pelas avenidas de Presidente Prudente empurrando o carrinho.

E quando os jovens passam empurrando o carrinho, eis que atrás deles vem um carro alegórico ocupando bom espaço da rua. E ao fundo se levanta uma grande réplica de Jerusalém se expandindo a partir do Muro das Lamentações. E deste lado de cá aparece em grande destaque a Mesquita de Omar com o ouro que cobre seu domo sendo visto em todo seu resplendor, beleza e grandeza sempiternos. E do lado de lá, em grande destaque, aparece a Sinagoga de Ramban. E entre a Mesquita de Omar com o Domo da Rocha prendendo as atenções e a Sinagoga de Ramban aparece, então, em grande destaque, a Basílica do Santo Sepulcro. Mesquita, Basílica e Sinagoga uma ao lado da outra. E no alto, encimando, em forma de arco que cobre toda a extensão, eis que se lê a inscrição: O TERCEIRO TEMPLO RECONSTRUÍDO. E em cima do carro alegórico seguem crianças palestinas, judias e cristãs em suas respectivas indumentárias, conversando entre si e cantando cânticos tradicionais e pertinentes, cristãos, palestinos e judeus. Todas cantam o mesmo cântico. E o maestro está junto a elas, as ajudando na harmonia de sua síntese.

E o carro alegórico, em toda a sua riqueza, segue pelas avenidas de Presidente Prudente. E eis que na sua frente segue três jovens montados cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte que segue pelas avenidas da cidade girando em suas mãos. E o jovem do lado de cá, em indumentária palestina, e com o dorso do cavalo coberto do vermelho, do vermelho cetim, leva ao ombro um grande estandarte que girando em suas mãos então faz aparecer dum lado a figura de Esaú, mas do outro lado a figura de Yasser Arafat. Quanto ao jovem que vai do lado de lá, em indumentária hebraica, e com o dorso do cavalo coberto do branco, do branco cetim, ora, quando gira o estandarte em suas mãos eis que de um lado aparece a figura de Jacó, mas no outro lado a figura de Yitzhac Rabin. E os dois jovens, palestino e judeu, seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando um jovem cristão que segue pelas suas avenidas levando ao ombro um grande estandarte, que quando gira em suas mãos então dum lado aparece a figura de Isaque, mas do outro lado a figura de Jesus. E o dorso deste cavalo está coberto do rosa, do rosa cetim.

E o que sucede é que quando passa pelas suas avenidas a camionete que veio de Estrela do Norte trazendo os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de Marx; passa os três jovens empurrando o carrinho que leva em cima um livro aberto com os dizeres EDUCAÇÃO e EVANGELHO, sim, o que sucede é que assim que acaba de passar o caminhão alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs, então a multidão que os presenciara não se contém e exclama: Vede! É a Arca do Pacto! Do Pacto novo que Deus selou com seu filho Jesus! Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó Glória... Já não seremos mais explorados; nem material e nem espiritual, mas o Cordeiro que está no meio do trono nos pastoreará e nos guiará para as fontes de águas da vida. E ele enxugará de nossos olhos toda lágrima, e não teremos mais fome, e nem sede, e nem sol ou calor abrasador cairão mais sobre nós. Ô Glóóóóóóória!!!

E o grande exército de Deus, sim, há um povo numeroso e poderoso; semelhante a ele não se fez existir nenhum, desde o passado indefinido, e depois dele não haverá mais nenhum até os anos de geração após geração. Adiante dele um fogo devora e atrás dele uma chama consome. Adiante dele a terra está como o jardim do Éden; mas atrás dele é um deserto desolado, e também se mostrou que dela nada escapa.  Sua aparência é como a aparência de cavalos e correm como corcéis.  Saltitam como que com o ruído de carros nos cumes dos montes, como que com o ruído dum fogo chamejante que devora o restolho. É como um povo forte, posto em ordem de batalha. Por causa dele, povos terão dores agudas. Quanto a todas as faces, certamente ficarão coradas de excitação.  Correm como homens poderosos. Sobem a muralha como homens de guerra. E vão, cada um, nos seus próprios caminhos e não trocam de veredas. E não empurram um ao outro. Prosseguem andando assim como o varão vigoroso no seu rumo; e se alguns caírem mesmo entre os projéteis, os outros não interrompem o avanço. Investem para dentro da cidade. Correm sobre a muralha. Sobem às casas. Entram pelas janelas como o ladrão. Diante dele a terra ficou agitada, os céus tremeram.  Mesmo o sol e a lua ficaram escuros e as próprias estrelas recolheram a sua claridade. E o próprio Javé certamente fará ouvir a sua voz perante a sua força militar, pois o seu acampamento é muito numeroso. Pois, aquele que cumpre a sua palavra é forte; porque o dia de Javé é grande e muito atemorizante, e quem poderá resistir nele? Sim, e o grande exército de Deus, que o profeta Joel viu saindo para a sua ação, em toda a terra, partindo de um lugar, segue pelas avenidas de Presidente Prudente arrebatando e extasiando a grande multidão. Que bate no peito e diz: eu militarei nele! Serei um dos seus soldados valorosos, investindo para dentro da cidade, correndo sobre a muralha, subindo às casas, e entrando pelas janelas como o ladrão.

E o que sucede é que quando a multidão acaba de exclamar: Ô Glóóóóóóória!!! E passa o carro alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs então a multidão vê passar em seguida novo quadro que é mais uma jóia na coroa do Senhor. E eis que vêm quatro jovens carregando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um estandarte, mas, atrás, guardando distância de seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três estandartes um ao lado do outro. E os três estandartes que segue atrás, seis passos atrás, ora, deste lado de cá segue o grande estandarte de Madre Tereza de Calcutá, no ombro de uma jovem, e do lado de lá o grande estandarte de Chiara Lubich. Mas entre as duas jovens que levam ao ombro os estandartes de Madre Tereza de Calcutá e de Chiara Lubich eis que segue uma jovem levando ao ombro o grande estandarte de Zilda Arns. E as três jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente guardando distância de seis passos, da jovem que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Dorothy Stang.

E quando essa jóia da coroa régia do Senhor passa pelas suas avenidas eis que a multidão vê passar nova jóia da coroa do Senhor. E eis quatro jovens levando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um jovem levando ao ombro seu grande estandarte, e atrás dele, guardando distância de seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três jovens levando ao ombro seu grande estandarte. Um ao lado do outro. E eis que deste lado segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu, e do lado de lá segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte de Nelson Mandela. E os dois grandes estandartes seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando o grande estandarte de Martin Luther King, que segue pelas suas avenidas nos ombros de um jovem batista negro. E os três jovens, levando os estandartes do Bispo Desmond Tutu, e de Martin Luther King, e de Nelson Mandela, seguem pelas avenidas de Presidente Prudente guardando a distância de seis passos do jovem que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Mahtma Gandhi.

E quando passarem os jovens levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu, e de Nelson Mandela, e de Martin Luther King, e de Mahatma Gandhi, eis que a multidão vê agora passar aos seus olhos dois jovens montados cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte. E os estandartes seguem girando em suas mãos. E o que sucede é que quando o jovem do lado de cá passa pelas avenidas de Presidente Prudente girando o seu estandarte então em um lado a multidão vê o rosto de João XXIII, mas no outro lado vê o rosto de John Wesley, com os rostos de João XXIII e de John Wesley intermitentemente se manifestando aos seus olhos. E quando o jovem do lado de lá gira o estandarte em sua mão então a multidão vê de um lado o rosto de Che Guevara, mas no outro lado vê o rosto de Francisco de Assis. E os rostos de João XXIII e de John Wesley, e de Che Guevara e de Francisco de Assis se mostram intermitentemente aos olhos de toda a multidão, como se fossem a sua noite e o seu dia.

E quando passarem os jovens montados em seus cavalos brancos, levando ao ombro os dois grandes estandartes que seguem pelas avenidas de Presidente Prudente girando em suas mãos, e fazendo alternar aos olhos da multidão João XXIII e John Wesley, Che Guevara e Francisco de Assis, eis que a multidão vê passar atrás deles dezenas e dezenas de jovens que levam ao ombro os estandartes daqueles que João viu por debaixo do altar clamando vingança pelo seu sangue derramado (9). E eis que são dezenas e dezenas de jovens levando ao ombro os estandartes daqueles cristãos que sofreram martírio nas mãos de Roma pagã. E o seu número é incontável, sendo incontável o número dos seus estandartes, pois, deveras, cada estandarte leva o nome de um daqueles mártires que na defesa de sua fé sofreu horrores à mão de homens violentos e de feras famintas. E na frente de todos eles seguem três jovens levando em suas mãos ramalhetes com rosas brancas.

E as dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente levando ao ombro os seus estandartes. E eis que a multidão vê entre seus estandartes os estandartes dos apóstolos de Jesus que foram martirizados. Todos eles estão ali nos ombros dos jovens para receberam a coroa de glória que um dia foi-lhes prometido. Todos eles estão ali, desde Estevam ao último dos apóstolos martirizado, André. E entre eles, no meio deles, dezenas e dezenas de jovens carregam ao ombro o estandarte de um cristão que teve a sua vida ceifada por não permitir que valores éticos e morais fossem subjugados por valores que não tinham o poder da transformação, de fazer uma nova criatura,

É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos mártires do cristianismo que desfilam pelas avenidas de Presidente Prudente. De modo que se podem ver no meio deles, entre os estandartes dos apóstolos de Jesus, eis os estandartes de Policarpo, e de Bárbara de Nicomédia, e de Anastácio de Sirmiuns, e de Demétrio Tessalonico, e de Perpétua e de Felicidade, e de Inês, e de Agatonice, e de Sinforosa, e de Justino, e de Teodoro de Heracléia, e de Catarina de Alexandria, e de Cristina de Bolsene, e de Irene, e de Clemêncio, e de Flávia Domitila, e de Blandina, e de Inácio, e de Leônidas, e de Pantaleão de Nicomédia, e de Teodósia, e de Procópio de Citópolis. A verdade é que se para cada mártir cristão houvesse um representante em Presidente Prudente com certeza todas as suas ruas seriam insuficientes para abrigar o seu número, tão grande foi o número dos mártires que morreram na defesa da fé cristã.

E o que sucede é que quando passarem os três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas brancas, e sendo seguido por uma multidão incalculável de jovens levando ao ombro o estandarte de um cristão martirizado sob o domínio de Roma pagã, eis que agora multidão vê passar diante dos seus olhos os estandartes daqueles que João viu completando o número dos mártires cristãos, e que foram chamados por ele de co-escravos e de co-irmãos, que iriam ser mortos como foram aqueles que debaixo do altar clamavam vingança pelo seu sangue (10).

E diante dos olhos da multidão agora passa os estandartes dos mártires do socialismo. É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos mártires do socialismo que passam perante os olhos da multidão. Desde os mártires que morreram lutando na Comuna de Paris, passando pelos mártires de Chicago, e pelo martírio do casal Rosemberg em Nova Yorque, e pelo martírio de Che Guevara na Bolívia, até chegar no martírio de Dorothy Stang no Brasil, é incontável o número dos mártires pelo socialismo, que sofreram todo tipo de violência desde ser afogado na água até ser amarrado pelos pés e ser arrastado pelas ruas da cidade por automóveis conduzidos por homens enfurecidos, ou então serem jogados ao mar por helicópteros..

E dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente levando ao ombro os estandartes dos mártires pelo socialismo, cujo número foi tão grande como foi o número dos mártires pelo cristianismo. E na frente deles seguem três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas vermelhas.

E eis que a multidão nas avenidas de Presidente Prudente vê agora passar os mártires pelo socialismo, que necessário se fez morrer para que se completasse o número dos seus co-escravos e co-irmãos que foram mortos sob Romã pagã e eles então fossem vingados. Eis que a multidão vê jovens levando ao ombro os estandartes de Stuart Angel, e de Carlos Mariguela, e de Alexandre Vanucci Lemes, e de Vladimir Herzog, e de Manuel Fiel Filho, e de Santo Dias, e de Chico Mendes, e de Olga Benário, e de João Bosco Penido, e de Pe. Ezequiel Ramin, e de Dom Oscar Romero, e de Pe. Josimo Tavares, e de Frei Tito, e de Ranúsia Alves Rodrigues, e de Manoel Lisboa, e de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, e de Carlos Lamarca e de Iara Yavelberg, e de Zequinha Barreto. Se todas as ruas de Presidente Prudente são pequenas demais para abrigar os estandartes dos mártires cristãos são também pequenas para abrigar os estandartes dos mártires pelo socialismo. Milhões foram mortos pela causa do cristianismo, e milhões foram mortos pela causa do socialismo, todavia era no martírio dos seus milhões que um novo mundo estava sendo forjado.

E quando passarem os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires pela causa do cristianismo e passar os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires pela causa do socialismo, eis que atrás deles, logo atrás, seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes religiões monoteístas.

E atrás deles seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes doutrinas espiritualistas, dedicadas à caridade e a minorar o sofrimento daqueles que não tem a quem clamar, tanto as que estão no oriente como as que estão no ocidente.

E atrás dos jovens levando os estandartes das religiões monoteístas e das doutrinas espiritualistas eis que seguem jovens levando em seus ombros os estandartes de todas as denominações religiosas, quer as pertencentes ao campo evangélico quer as pertencentes ao campo católico. Todas elas, nas suas centenas, que sentiram em seus seres que realmente os seus corpos foram mergulhados nas águas do Mar Vermelho espiritual e que agora chegou o tempo de mergulhá-los nas águas do Jordão espiritual indo diretamente para ocupar as moradas eternas que o Cristo da cruz um dia disse iria as preparar para os seus.

E atrás dos jovens levando em seus ombros os estandartes de suas respectivas denominações religiosas eis que seguem os povos da floresta, as suas inúmeras tribos, todas elas nas suas mais ricas indumentárias. E seguem pelas avenidas de Presidente Prudente com os seus chocalhos e as suas danças e os seus cânticos. E na frente de todas elas com certeza segue a tribo dos guarani-kaiowá.

E atrás dos povos da floresta então segue o caminhão levando os homens e mulheres, que por terem se dedicado ao serviço com os pobres, por terem lutado para arrebatar os pobres da mão do opressor, que sem medo enfrentaram as forças das trevas e do terror, sim, seguem os homens e mulheres que neste dia, quando estiverem no grande palanque armado ali no Parque do Povo visto em sonho pela jovem Joseane, hão de ouvir: Vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu Pai. Herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei com fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes.E eis que no grande caminhão se pode ver seguindo Marina Silva, Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy, Luiza Erundina, acenando as suas mãos para a grande multidão que também acenam as suas mãos ao verem passar.

E o que sucede é que quando a multidão entra no Parque do Povo e após discursos, então chegará o momento da simbólica chuva de rosas, uma justa homenagem que será prestada a todos aqueles que lutaram e foram martirizados tanto pelo cristianismo como pelo socialismo. E aqueles três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo cristianismo então lançarão ao alto os  ramalhetes de rosas brancas em suas mãos numa justa homenagem a todos os mártires do cristianismo. E quando  subirem e descerem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo então dedos femininos começarão a retirar das cordas do violino o som divino do hino MAIS ALVO QUE A NEVE. E a multidão, na alegria do espírito, canta MAIS ALVO QUE A NEVE. Em seguida será a vez dos três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo socialismo lançarem ao alto os seus ramalhetes com rosas vermelhas numa justa homenagem aos mártires do socialismo. E quando subirem e descerem ao olhar de todo o povo então dedos masculinos começarão a retirar do violino o som da música Vermelho, que o Brasil inteiro cantou com Fafá de Belém.

E sucederá que quando todos no Parque do Povo acabar de cantar Vermelho, então os seis jovens se abaixarão e apanharão os seus ramalhetes. E juntos os lançarão ao alto, os ramalhetes com rosas brancas e os ramalhetes com rosas vermelhas, numa justa homenagem aos mártires do cristianismo e aos mártires do socialismo. E enquanto sobem e descem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo, então os dedos femininos e masculinos começarão a retirar do violino o som divino da música Rosa de Sarom com todos no Parque do Povo cantando: Uma cortina se abriu e surgiu / Um cavalo e mil cavaleiros / Brancos, vermelhos armados, armados / Do riso inocente que faz despertar / Pisando firmes na terra / Abrindo seu ventre fazendo brotar / Uma canção que só fala de amor / Que só diz que a vida já vai começar / Do trigo somos a sua brancura / E da videira o seu vermelhão / O branco da paz, o vermelho da vida / Somos a rosa – a Rosa de Sarom

E enquanto dedos masculinos e femininos retiram do violino o som divino da música Rosa de Sarom (11), ao seu som, então chegou o grande momento de todos no Parque do Povo participar da Ceia Nova, da Ceia especial, que Jesus, por ocasião da última ceia(12), disse só voltaria a participar dela quando aparecesse nova, no reino de seu Pai, junto com seus discípulos.

E todos no Parque do Povo levam à boca um pedaço de pão e um cálice de vinho, com o pão e o vinho tendo um novo sentido em suas vidas, não mais apenas lembrar-se do sacrifício de Jesus na cruz, mas saber que no seu sacrifício estava a redenção completa do ser humano, tanto a redenção espiritual que trás igualdade espiritual como a redenção material que trás a igualdade material. Igualdade espiritual e igualdade material que Ele cuidou em construir no devir histórico, primeiro com Paulo, e depois, quando a História no seu movimento real saiu do tempo teológico-espiritualista e entrou no tempo antropológico-materialista, seguindo a curvatura da história e que se deu com e a partir do Renascimento, ora, então na plenitude dos tempos materiais ele cuidou em construir a sua redenção material com o judeu Marx.

E a multidão no Parque do Povo participa da Ceia Nova de Jesus, que se manifesta em conexão com o seu novo nome (13). E o perfume universal da sua paz e da sua justiça sobe do chão do Parque do Povo e é levado pelo vento para os quatro cantos da terra, a fazer morada e a fincar raízes em todos os corações e em todas as mentes.

E a multidão se despede do Parque do Povo cantando a música do Geraldo Vandré PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES. Voltam para as suas casas com a certeza de que a Semente terá de ser semeada em todos os corações, em todas as mentes, na sua casa, na sua vizinhança, no seu bairro, na sua cidade, no seu estado, na sua nação, no seu continente, na terra inteira, pois, deveras, é esta a Semente que o profeta Daniel viu sendo arrancada do monte, sem o auxílio de mãos, e feriu a estátua a esmiuçando, e se espalhando para a terra inteira e a enchendo como a um só monte (14).
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(1)--Apocalipse 19.11
(2)--Josué 9.1-2
(3)--Essa harmonia restaurada a todos os pólos contrários é aquela vista em espírito por Mestre Ekhart e Nicolau de Cusa, para quem os contrários estavam em processo de convergência; e iria chegar o momento em que se encontrariam e se reconciliariam, na mediação do Infinito. Portanto essa harmonia restaurada a todos os pólos contrários não é a da dialética, mas da metafísica. A dialética não estabelece harmonia entre os pólos contrários porque os pólos contrários que é seu objeto são de pesos diferentes. É impossível harmonia entre os valores da carne e os valores do espírito. É impossível harmonia entre capitalismo e socialismo. Então na filosofia celestial o mal não contém valor ontológico senão que propedêutico. Ele existe para ajudar, para cooperar para que o bem apareça, como bem disse Santo Agostinho. Mas o equilíbrio é estabelecido entre os contrários que foram depurados do pecado original. A depuração do paganismo resulta no cristianismo; a depuração do capitalismo resulta no socialismo. Então o equilíbrio é perfeitamente estabelecido entre cristianismo e socialismo. Um sustenta o outro. Nem um nem outro subsiste por muito tempo sem o outro, o que não acontece entre os contrários dialéticos cujo escopo é um devorar o outro. Um se torna alimento do outro.
(4)--Isso explica porque a Teologia da Libertação jamais penetrou na realidade numênica quer da Renovação Carismática quer do Pentecostalismo. Jamais apreendeu a sua essência verdadeira, senão a ideológica fornecida pelo positivismo. É que a Teologia da Libertação representa o momento em que no ventre do Materialismo Histórico se deu o parto de Adão. E neste momento as pálpebras de Adão não estavam abertas suficientes para olhar em Eva e reconhecê-la a sua companheira de longa data. A sua outra metade. Daí nem a Teologia da Libertação reconhecê-las e nem o Marxismo reconhecer o Cristianismo. No entanto quando o Marxismo se convertesse no socialismo celestial, e a Teologia da Libertação refletindo este novo momento, então as suas pálpebras iriam se abrir completamente, com ela então reconhecendo o grande valor tanto da Renovação Carismática como do Pentecostalismo não só na solução de toda problemática social como, muito mais, indispensáveis ao Reino de Deus e ao seu funcionamento.
(5)--Joel 3.11-14
(6)--Êxodo 32.26
(7)--Apocalipse 18
(8)--Isaías 14.1-8
(9)--Apocalipse 6.10
(10)--Apocalipse 6.11
(11)--A música Rosa de Sarom na verdade é uma letra que Adamir Gerson fez e encaixou no clássico Romance de Amor, que por sinal é controverso a sua origem. O que se sabe com certeza é que se trata de uma música pertencente ao folclore espanhol. Quanto ao seu compositor o mais aceito é que tenha sido Antônio Rovira, também aparecendo como seu autor Tarrega, Sor, Yepes, Paganini, e aquele que muitos afirmam ser o compositor de fato, Vicente Gomes. Por ser uma música sem autor aparente, e belíssima, e intuindo que a sua autoria desconhecida podia esconder um propósito divino, Adamir Gerson se viu no direito de utilizá-la pondo nela uma letra que julga pertinente. E espera que a sua versão tenha o mesmo alcance que teve a música austríaca Griechischer Wein, do Udo Jurgens, que transposta para a cultura portuguesa por Paulo Alexandre, se transformou num belíssimo clássico lusitano.
(12)--Mateus 26.26-29
(13)--Apocalipse 3.12
(14)--Daniel 2.44

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