A Grande Caminhada (O Dia da Vitória)
"Menino Deus / Quando a flor do teu sexo / Abrir as pétalas para o
universo / Então por um lapso se encontrará nexo / Ligando os breus dando
sentido aos mundos / E aos corações, sentimentos profundos / De terna alegria
no dia do Menino Deus", Caetano Veloso
Ora, no ano de 2003, 2004 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do Espírito Santo. Fora ali levado por mãos angelicais para que falasse para o seu dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas do Reino de Deus. Sobre a iminência do Casamento do Cordeiro sobre esta terra. (E a Palavra de Deus não voltou vazia neste coração, pois alguns anos depois, pastor Luis Baldez foi ouvido falando com alegria no coração de um novo socialismo... A partir das imagens do livro de Atos que mostra a comunidade de cristãos primitivos tendo todas as coisas em comum pastor Luiz Baldez sentiu no coração que o socialismo é sim parte dos planos de Deus)
Ora, no ano de 2003, 2004 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do Espírito Santo. Fora ali levado por mãos angelicais para que falasse para o seu dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas do Reino de Deus. Sobre a iminência do Casamento do Cordeiro sobre esta terra. (E a Palavra de Deus não voltou vazia neste coração, pois alguns anos depois, pastor Luis Baldez foi ouvido falando com alegria no coração de um novo socialismo... A partir das imagens do livro de Atos que mostra a comunidade de cristãos primitivos tendo todas as coisas em comum pastor Luiz Baldez sentiu no coração que o socialismo é sim parte dos planos de Deus)
E o que sucede é que por esses dias chegou à igreja uma jovem por nome
Joseane, vinda da igreja Nova Jerusalém. E assim que tomou assento ela narrou
um sonho que tivera naqueles dias. Narrou que vira em sonho uma grandíssima
caminhada acontecendo no centro de Presidente Prudente. E a multidão caminhava
no seu centro em direção ao Parque do Povo.
E ela narrando o sonho então contou que quando a multidão ia entrar no
Parque do Povo, pela sua porta de entrada, eis que estavam ali uns clérigos
parados. E eles conversavam entre si e se perguntavam: quem deu poder para estes
fazerem isto? E a grande multidão entrou então no Parque do Povo e foi se
postar diante de um grande palanque ali armado ocupado pelos ministros da
Palavra de Deus.
Narrando o sonho, ela contou que a grande multidão que viu caminhando
pelo centro de Presidente Prudente era composta de católicos e de evangélicos;
mas os católicos eram maioria como ela mesma disse. E quanto aos ministros da
Palavra de Deus que ocupavam o grande palanque eram padres católicos e pastores
evangélicos; mas os pastores evangélicos eram maioria, como ela mesma disse
narrando o sonho.
O que sucede é que assim que acabou de narrar o sonho pouco tempo depois
retornou para a sua igreja, todavia deixando a intrigante pergunta: o que foi
fazer naquele lugar onde estava o homem interessado? O homem que Deus já o
vinha preparando desde o ano de 2001, desde os atentados terroristas nos
Estados Unidos, para realizar tão grande caminhada? Por ventura que foi levado
ali pelo Deus que não faz nada sem antes revelar aos seus escravos, os profetas,
de modo que ele tinha no propósito do coração realizar uma grande caminhada
escatológica, que seria sim introdutora da caminhada do Milênio, que marcaria o
momento em que o reino do mundo começaria a se tornar em reino de nosso Senhor
e do seu Cristo, como são as imagens de Apocalipse 11.15-18?
O que seria esta caminhada vista em sonho pela jovem Joseane? Por
ventura que ela viu em sonho as duas linhas de vida que saem da mão de Jesus se
encontrando e juntas atravessando o Jordão espiritual?
O que seria mesmo esta caminhada? Por ventura que no final do ano de
2012 ou mais tardar no ano de 2013 uma grandíssima caminhada, com as cores e a
força da escatologia, aconteceria na cidade de Presidente Prudente, no exato
lugar em que o homem de Deus teve o seu encontro teofânico naquele ano de 78 e
no exato lugar onde a jovem Joseane viu em sonho acontecendo grande caminhada;
quando, então, neste final de ano de 2012 ou no mais tardar 2013, para esta
cidade do oeste paulista convergirão homens e mulheres que estão nas duas
linhas de vida que saem da mão de Jesus? Que tanto pode ser o dia 23 de
dezembro deste ano de 2012 como o dia 30 de maio do ano de 2013?
E eis que é o dia 23 de dezembro do ano de 2012... E eis que é o dia 30
de maio do ano de 2013... E uma multidão imensa, vinda de todas as partes do
Brasil, de muitas partes da terra, está na cidade de Presidente Prudente,
ocupando as suas avenidas, com os seus tambores, as suas bandeiras, e os seus
cânticos. E de repente alguém grita, no meio da multidão: Eia lá vem! E todos
esticam o pescoço para ver o que lá vem, e eis que todos avistam vindas as
forças dos reis do nascente do sol (8) com a missão de começar em cima da terra
o reinado de Jesus Cristo no lugar do reinado de homens, que trouxe proveito
para poucos, mas lágrima, dor e sofrimento para a imensa maioria.
E lá vem. E na frente de todos eis que aparecem jovens empurrando uma
grande roda e nela os dizeres: 2012: O TEMPO DO REINO! O TEMPO DOS MANSOS QUE
JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA. No centro da grande roda, o número
2012, e em cima, circundando, os dizeres: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE
HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA, e embaixo, completando o círculo, os dizeres,
OS TRABALHADORES (2012 porque foi no final do ano de 2012 que tudo começou a
acontecer com militantes ligados à causa verde e ligados a Marina Silva se
acordaram para o novo projeto e dele não abriram mais mão. De modo que tudo
começou mesmo no mês de dezembro do ano de 2012).
E atrás seguem jovens em cima de uma caminhonete que veio do Pontal do
Paranapanema levando três estandartes, os estandartes de Paulo e de Marx
ladeando o estandarte de Jesus Cristo.
E quando a camionete passa levando os estandartes de Paulo, e de Jesus,
e de Marx eis que logo atrás vêm jovens empurrando um carrinho; e em cima do
carrinho um livro aberto com os dizeres, deste lado: EDUCAÇÃO, e do outro lado,
EVANGELHO. E os jovens que empurram o carrinho são deste lado, um jovem
evangélico, e daquele lado, um jovem católico, mas no meio deles um jovem
socialista, com os três jovens seguindo pelas avenidas de Presidente Prudente
empurrando o carrinho.
E quando os jovens passam empurrando o carrinho, eis que atrás deles vem
um carro alegórico ocupando bom espaço da rua. E ao fundo se levanta uma grande
réplica de Jerusalém se expandindo a partir do Muro das Lamentações. E deste
lado de cá aparece em grande destaque a Mesquita de Omar com o ouro que cobre
seu domo sendo visto em todo seu resplendor, beleza e grandeza sempiternos. E
do lado de lá, em grande destaque, aparece a Sinagoga de Ramban. E entre a
Mesquita de Omar com o Domo da Rocha prendendo as atenções e a Sinagoga de
Ramban aparece, então, em grande destaque, a Basílica do Santo Sepulcro.
Mesquita, Basílica e Sinagoga uma ao lado da outra. E no alto, encimando, em
forma de arco que cobre toda a extensão, eis que se lê a inscrição: O TERCEIRO
TEMPLO RECONSTRUÍDO. E em cima do carro alegórico seguem crianças palestinas,
judias e cristãs em suas respectivas indumentárias, conversando entre si e
cantando cânticos tradicionais e pertinentes, cristãos, palestinos e judeus. Todas
cantam o mesmo cântico. E o maestro está junto a elas, as ajudando na harmonia
de sua síntese.
E o carro alegórico, em toda a sua riqueza, segue pelas avenidas de
Presidente Prudente. E eis que na sua frente segue três jovens montados cada
qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte que segue pelas
avenidas da cidade girando em suas mãos. E o jovem do lado de cá, em
indumentária palestina, e com o dorso do cavalo coberto do vermelho, do
vermelho cetim, leva ao ombro um grande estandarte que girando em suas mãos
então faz aparecer dum lado a figura de Esaú, mas do outro lado a figura de
Yasser Arafat. Quanto ao jovem que vai do lado de lá, em indumentária hebraica,
e com o dorso do cavalo coberto do branco, do branco cetim, ora, quando gira o
estandarte em suas mãos eis que de um lado aparece a figura de Jacó, mas no
outro lado a figura de Yitzhac Rabin. E os dois jovens, palestino e judeu,
seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando um jovem cristão que
segue pelas suas avenidas levando ao ombro um grande estandarte, que quando
gira em suas mãos então dum lado aparece a figura de Isaque, mas do outro lado
a figura de Jesus. E o dorso deste cavalo está coberto do rosa, do rosa cetim.
E o que sucede é que quando passa pelas suas avenidas a camionete que
veio de Estrela do Norte trazendo os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de
Marx; passa os três jovens empurrando o carrinho que leva em cima um livro
aberto com os dizeres EDUCAÇÃO e EVANGELHO, sim, o que sucede é que assim que
acaba de passar o caminhão alegórico levando em cima crianças judias,
palestinas e cristãs, então a multidão que os presenciara não se contém e
exclama: Vede! É a Arca do Pacto! Do Pacto novo que Deus selou com seu filho
Jesus! Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó
Glória... Já não seremos mais explorados; nem material e nem espiritual, mas o
Cordeiro que está no meio do trono nos pastoreará e nos guiará para as fontes
de águas da vida. E ele enxugará de nossos olhos toda lágrima, e não teremos
mais fome, e nem sede, e nem sol ou calor abrasador cairão mais sobre nós. Ô Glóóóóóóória!!!
E o grande exército de Deus, sim, há um povo numeroso e poderoso;
semelhante a ele não se fez existir nenhum, desde o passado indefinido, e
depois dele não haverá mais nenhum até os anos de geração após geração. Adiante
dele um fogo devora e atrás dele uma chama consome. Adiante dele a terra está
como o jardim do Éden; mas atrás dele é um deserto desolado, e também se
mostrou que dela nada escapa. Sua aparência é como a aparência de cavalos
e correm como corcéis. Saltitam como que com o ruído de carros nos cumes
dos montes, como que com o ruído dum fogo chamejante que devora o restolho. É
como um povo forte, posto em ordem de batalha. Por causa dele, povos terão
dores agudas. Quanto a todas as faces, certamente ficarão coradas de excitação.
Correm como homens poderosos. Sobem a muralha como homens de guerra. E vão,
cada um, nos seus próprios caminhos e não trocam de veredas. E não empurram um
ao outro. Prosseguem andando assim como o varão vigoroso no seu rumo; e se
alguns caírem mesmo entre os projéteis, os outros não interrompem o avanço.
Investem para dentro da cidade. Correm sobre a muralha. Sobem às casas. Entram
pelas janelas como o ladrão. Diante dele a terra ficou agitada, os céus
tremeram. Mesmo o sol e a lua ficaram escuros e as próprias estrelas
recolheram a sua claridade. E o próprio Javé certamente fará ouvir a sua voz
perante a sua força militar, pois o seu acampamento é muito numeroso. Pois,
aquele que cumpre a sua palavra é forte; porque o dia de Javé é grande e muito
atemorizante, e quem poderá resistir nele? Sim, e o grande exército de Deus,
que o profeta Joel viu saindo para a sua ação, em toda a terra, partindo de um
lugar, segue pelas avenidas de Presidente Prudente arrebatando e extasiando a
grande multidão. Que bate no peito e diz: eu militarei nele! Serei um dos seus
soldados valorosos, investindo para dentro da cidade, correndo sobre a muralha,
subindo às casas, e entrando pelas janelas como o ladrão.
E o que sucede é que quando a multidão acaba de exclamar: Ô Glóóóóóóória!!!
E passa o carro alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs
então a multidão vê passar em seguida novo quadro que é mais uma jóia na coroa
do Senhor. E eis que vêm quatro jovens carregando ao ombro quatro grandes
estandartes. Na frente segue um estandarte, mas, atrás, guardando distância de
seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca
do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de
alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três
estandartes um ao lado do outro. E os três estandartes que segue atrás, seis
passos atrás, ora, deste lado de cá segue o grande estandarte de Madre Tereza
de Calcutá, no ombro de uma jovem, e do lado de lá o grande estandarte de
Chiara Lubich. Mas entre as duas jovens que levam ao ombro os estandartes de
Madre Tereza de Calcutá e de Chiara Lubich eis que segue uma jovem levando ao
ombro o grande estandarte de Zilda Arns. E as três jovens seguem pelas avenidas
de Presidente Prudente guardando distância de seis passos, da jovem que vai à
frente levando ao ombro o grande estandarte de Dorothy Stang.
E quando essa jóia da coroa régia do Senhor passa pelas suas avenidas
eis que a multidão vê passar nova jóia da coroa do Senhor. E eis quatro jovens
levando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um jovem levando
ao ombro seu grande estandarte, e atrás dele, guardando distância de seis
passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do Pacto
subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de alegria, e
com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três jovens levando ao
ombro seu grande estandarte. Um ao lado do outro. E eis que deste lado segue um
jovem levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu, e do lado de
lá segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte de Nelson Mandela. E os
dois grandes estandartes seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando
o grande estandarte de Martin Luther King, que segue pelas suas avenidas nos
ombros de um jovem batista negro. E os três jovens, levando os estandartes do
Bispo Desmond Tutu, e de Martin Luther King, e de Nelson Mandela, seguem pelas
avenidas de Presidente Prudente guardando a distância de seis passos do jovem
que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Mahtma Gandhi.
E quando passarem os jovens levando ao ombro o grande estandarte do
Bispo Desmond Tutu, e de Nelson Mandela, e de Martin Luther King, e de Mahatma
Gandhi, eis que a multidão vê agora passar aos seus olhos dois jovens montados
cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte. E os
estandartes seguem girando em suas mãos. E o que sucede é que quando o jovem do
lado de cá passa pelas avenidas de Presidente Prudente girando o seu estandarte
então em um lado a multidão vê o rosto de João XXIII, mas no outro lado vê o
rosto de John Wesley, com os rostos de João XXIII e de John Wesley
intermitentemente se manifestando aos seus olhos. E quando o jovem do lado de
lá gira o estandarte em sua mão então a multidão vê de um lado o rosto de Che
Guevara, mas no outro lado vê o rosto de Francisco de Assis. E os rostos de
João XXIII e de John Wesley, e de Che Guevara e de Francisco de Assis se
mostram intermitentemente aos olhos de toda a multidão, como se fossem a sua
noite e o seu dia.
E quando passarem os jovens montados em seus cavalos brancos, levando ao
ombro os dois grandes estandartes que seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente girando em suas mãos, e fazendo alternar aos olhos da multidão João
XXIII e John Wesley, Che Guevara e Francisco de Assis, eis que a multidão vê
passar atrás deles dezenas e dezenas de jovens que levam ao ombro os
estandartes daqueles que João viu por debaixo do altar clamando vingança pelo
seu sangue derramado (9). E eis que são dezenas e dezenas de jovens
levando ao ombro os estandartes daqueles cristãos que sofreram martírio nas
mãos de Roma pagã. E o seu número é incontável, sendo incontável o número dos
seus estandartes, pois, deveras, cada estandarte leva o nome de um daqueles
mártires que na defesa de sua fé sofreu horrores à mão de homens violentos e de
feras famintas. E na frente de todos eles seguem três jovens levando em suas
mãos ramalhetes com rosas brancas.
E as dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente levando ao ombro os seus estandartes. E eis que a multidão vê entre
seus estandartes os estandartes dos apóstolos de Jesus que foram martirizados.
Todos eles estão ali nos ombros dos jovens para receberam a coroa de glória que
um dia foi-lhes prometido. Todos eles estão ali, desde Estevam ao último dos
apóstolos martirizado, André. E entre eles, no meio deles, dezenas e dezenas de
jovens carregam ao ombro o estandarte de um cristão que teve a sua vida ceifada
por não permitir que valores éticos e morais fossem subjugados por valores que
não tinham o poder da transformação, de fazer uma nova criatura,
É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos
mártires do cristianismo que desfilam pelas avenidas de Presidente Prudente. De
modo que se podem ver no meio deles, entre os estandartes dos apóstolos de
Jesus, eis os estandartes de Policarpo, e de Bárbara de Nicomédia, e de Anastácio
de Sirmiuns, e de Demétrio Tessalonico, e de Perpétua e de Felicidade, e de
Inês, e de Agatonice, e de Sinforosa, e de Justino, e de Teodoro de Heracléia,
e de Catarina de Alexandria, e de Cristina de Bolsene, e de Irene, e de
Clemêncio, e de Flávia Domitila, e de Blandina, e de Inácio, e de Leônidas, e
de Pantaleão de Nicomédia, e de Teodósia, e de Procópio de Citópolis. A verdade
é que se para cada mártir cristão houvesse um representante em Presidente
Prudente com certeza todas as suas ruas seriam insuficientes para abrigar o seu
número, tão grande foi o número dos mártires que morreram na defesa da fé
cristã.
E o que sucede é que quando passarem os três jovens levando nos braços
ramalhetes com rosas brancas, e sendo seguido por uma multidão incalculável de
jovens levando ao ombro o estandarte de um cristão martirizado sob o domínio de
Roma pagã, eis que agora multidão vê passar diante dos seus olhos os
estandartes daqueles que João viu completando o número dos mártires cristãos, e
que foram chamados por ele de co-escravos e de co-irmãos, que iriam ser mortos
como foram aqueles que debaixo do altar clamavam vingança pelo seu sangue (10).
E diante dos olhos da multidão agora passa os estandartes dos mártires
do socialismo. É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes
dos mártires do socialismo que passam perante os olhos da multidão. Desde os
mártires que morreram lutando na Comuna de Paris, passando pelos mártires de
Chicago, e pelo martírio do casal Rosemberg em Nova Yorque, e pelo martírio de
Che Guevara na Bolívia, até chegar no martírio de Dorothy Stang no Brasil, é
incontável o número dos mártires pelo socialismo, que sofreram todo tipo de
violência desde ser afogado na água até ser amarrado pelos pés e ser arrastado
pelas ruas da cidade por automóveis conduzidos por homens enfurecidos, ou então
serem jogados ao mar por helicópteros..
E dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente levando ao ombro os estandartes dos mártires pelo socialismo, cujo
número foi tão grande como foi o número dos mártires pelo cristianismo. E na
frente deles seguem três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas
vermelhas.
E eis que a multidão nas avenidas de Presidente Prudente vê agora passar
os mártires pelo socialismo, que necessário se fez morrer para que se completasse
o número dos seus co-escravos e co-irmãos que foram mortos sob Romã pagã e eles
então fossem vingados. Eis que a multidão vê jovens levando ao ombro os
estandartes de Stuart Angel, e de Carlos Mariguela, e de Alexandre Vanucci
Lemes, e de Vladimir Herzog, e de Manuel Fiel Filho, e de Santo Dias, e de
Chico Mendes, e de Olga Benário, e de João Bosco Penido, e de Pe. Ezequiel
Ramin, e de Dom Oscar Romero, e de Pe. Josimo Tavares, e de Frei Tito, e de
Ranúsia Alves Rodrigues, e de Manoel Lisboa, e de Rosa Luxemburgo e Karl
Liebknecht, e de Carlos Lamarca e de Iara Yavelberg, e de Zequinha Barreto. Se
todas as ruas de Presidente Prudente são pequenas demais para abrigar os
estandartes dos mártires cristãos são também pequenas para abrigar os estandartes
dos mártires pelo socialismo. Milhões foram mortos pela causa do cristianismo,
e milhões foram mortos pela causa do socialismo, todavia era no martírio dos
seus milhões que um novo mundo estava sendo forjado.
E quando passarem os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires
pela causa do cristianismo e passar os jovens levando ao ombro os estandartes
dos mártires pela causa do socialismo, eis que atrás deles, logo atrás, seguem
jovens levando ao ombro os estandartes das grandes religiões monoteístas.
E atrás deles seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes
doutrinas espiritualistas, dedicadas à caridade e a minorar o sofrimento
daqueles que não tem a quem clamar, tanto as que estão no oriente como as que
estão no ocidente.
E atrás dos jovens levando os estandartes das religiões monoteístas e
das doutrinas espiritualistas eis que seguem jovens levando em seus ombros os
estandartes de todas as denominações religiosas, quer as pertencentes ao campo
evangélico quer as pertencentes ao campo católico. Todas elas, nas suas
centenas, que sentiram em seus seres que realmente os seus corpos foram
mergulhados nas águas do Mar Vermelho espiritual e que agora chegou o tempo de
mergulhá-los nas águas do Jordão espiritual indo diretamente para ocupar as
moradas eternas que o Cristo da cruz um dia disse iria as preparar para os
seus.
E atrás dos jovens levando em seus ombros os estandartes de suas
respectivas denominações religiosas eis que seguem os povos da floresta, as
suas inúmeras tribos, todas elas nas suas mais ricas indumentárias. E seguem
pelas avenidas de Presidente Prudente com os seus chocalhos e as suas danças e
os seus cânticos. E na frente de todas elas com certeza segue a tribo dos
guarani-kaiowá.
E atrás dos povos da floresta então segue o caminhão levando os homens e
mulheres, que por terem se dedicado ao serviço com os pobres, por terem lutado
para arrebatar os pobres da mão do opressor, que sem medo enfrentaram as forças
das trevas e do terror, sim, seguem os homens e mulheres que neste dia, quando
estiverem no grande palanque armado ali no Parque do Povo visto em sonho pela
jovem Joseane, hão de ouvir: Vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu
Pai. Herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei
com fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes
algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava
nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na
prisão, e vós me visitastes.E eis que no grande caminhão se pode ver seguindo
Marina Silva, Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy, Luiza Erundina, acenando as
suas mãos para a grande multidão que também acenam as suas mãos ao verem
passar.
E o que sucede é que quando a multidão entra no Parque do Povo e após
discursos, então chegará o momento da simbólica chuva de rosas, uma justa
homenagem que será prestada a todos aqueles que lutaram e foram martirizados
tanto pelo cristianismo como pelo socialismo. E aqueles três jovens que
seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo cristianismo então
lançarão ao alto os ramalhetes de rosas brancas em suas mãos numa justa
homenagem a todos os mártires do cristianismo. E quando subirem e
descerem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo então dedos femininos
começarão a retirar das cordas do violino o som divino do hino MAIS ALVO QUE A
NEVE. E a multidão, na alegria do espírito, canta MAIS ALVO QUE A NEVE. Em
seguida será a vez dos três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos
mártires pelo socialismo lançarem ao alto os seus ramalhetes com rosas
vermelhas numa justa homenagem aos mártires do socialismo. E quando subirem e
descerem ao olhar de todo o povo então dedos masculinos começarão a retirar do
violino o som da música Vermelho, que o Brasil inteiro cantou com Fafá de
Belém.
E sucederá que quando todos no Parque do Povo acabar de cantar Vermelho,
então os seis jovens se abaixarão e apanharão os seus ramalhetes. E juntos os
lançarão ao alto, os ramalhetes com rosas brancas e os ramalhetes com rosas
vermelhas, numa justa homenagem aos mártires do cristianismo e aos mártires do
socialismo. E enquanto sobem e descem ao olhar de todo o povo no Parque do
Povo, então os dedos femininos e masculinos começarão a retirar do violino o
som divino da música Rosa de Sarom com todos no Parque do Povo cantando: Uma
cortina se abriu e surgiu / Um cavalo e mil cavaleiros / Brancos, vermelhos
armados, armados / Do riso inocente que faz despertar / Pisando firmes na terra
/ Abrindo seu ventre fazendo brotar / Uma canção que só fala de amor / Que só
diz que a vida já vai começar / Do trigo somos a sua brancura / E da videira o
seu vermelhão / O branco da paz, o vermelho da vida / Somos a rosa – a Rosa de
Sarom
E enquanto dedos masculinos e femininos retiram do violino o som divino
da música Rosa de Sarom (11), ao seu som, então chegou o grande
momento de todos no Parque do Povo participar da Ceia Nova, da Ceia especial,
que Jesus, por ocasião da última ceia(12), disse só voltaria a
participar dela quando aparecesse nova, no reino de seu Pai, junto com seus
discípulos.
E todos no Parque do Povo levam à boca um pedaço de pão e um cálice de
vinho, com o pão e o vinho tendo um novo sentido em suas vidas, não mais apenas
lembrar-se do sacrifício de Jesus na cruz, mas saber que no seu sacrifício
estava a redenção completa do ser humano, tanto a redenção espiritual que trás
igualdade espiritual como a redenção material que trás a igualdade material.
Igualdade espiritual e igualdade material que Ele cuidou em construir no devir
histórico, primeiro com Paulo, e depois, quando a História no seu movimento
real saiu do tempo teológico-espiritualista e entrou no tempo
antropológico-materialista, seguindo a curvatura da história e que se deu com e
a partir do Renascimento, ora, então na plenitude dos tempos materiais ele
cuidou em construir a sua redenção material com o judeu Marx.
E a multidão no Parque do Povo participa da Ceia Nova de Jesus, que se
manifesta em conexão com o seu novo nome (13). E o perfume
universal da sua paz e da sua justiça sobe do chão do Parque do Povo e é levado
pelo vento para os quatro cantos da terra, a fazer morada e a fincar raízes em
todos os corações e em todas as mentes.
E a multidão se despede do Parque do Povo cantando a música do Geraldo
Vandré PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES. Voltam para as suas casas com a
certeza de que a Semente terá de ser semeada em todos os corações, em todas as
mentes, na sua casa, na sua vizinhança, no seu bairro, na sua cidade, no seu
estado, na sua nação, no seu continente, na terra inteira, pois, deveras, é
esta a Semente que o profeta Daniel viu sendo arrancada do monte, sem o auxílio
de mãos, e feriu a estátua a esmiuçando, e se espalhando para a terra inteira e
a enchendo como a um só monte (14).
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(1)--Apocalipse 19.11
(1)--Apocalipse 19.11
(2)--Josué 9.1-2
(3)--Essa harmonia restaurada a todos os pólos contrários é aquela vista
em espírito por Mestre Ekhart e Nicolau de Cusa, para quem os contrários
estavam em processo de convergência; e iria chegar o momento em que se
encontrariam e se reconciliariam, na mediação do Infinito. Portanto essa
harmonia restaurada a todos os pólos contrários não é a da dialética, mas da
metafísica. A dialética não estabelece harmonia entre os pólos contrários
porque os pólos contrários que é seu objeto são de pesos diferentes. É
impossível harmonia entre os valores da carne e os valores do espírito. É
impossível harmonia entre capitalismo e socialismo. Então na filosofia
celestial o mal não contém valor ontológico senão que propedêutico. Ele existe
para ajudar, para cooperar para que o bem apareça, como bem disse Santo
Agostinho. Mas o equilíbrio é estabelecido entre os contrários que foram
depurados do pecado original. A depuração do paganismo resulta no cristianismo;
a depuração do capitalismo resulta no socialismo. Então o equilíbrio é
perfeitamente estabelecido entre cristianismo e socialismo. Um sustenta o
outro. Nem um nem outro subsiste por muito tempo sem o outro, o que não
acontece entre os contrários dialéticos cujo escopo é um devorar o outro. Um se
torna alimento do outro.
(4)--Isso explica porque a Teologia da Libertação jamais penetrou na
realidade numênica quer da Renovação Carismática quer do Pentecostalismo.
Jamais apreendeu a sua essência verdadeira, senão a ideológica fornecida pelo
positivismo. É que a Teologia da Libertação representa o momento em que no
ventre do Materialismo Histórico se deu o parto de Adão. E neste momento as
pálpebras de Adão não estavam abertas suficientes para olhar em Eva e
reconhecê-la a sua companheira de longa data. A sua outra metade. Daí nem a
Teologia da Libertação reconhecê-las e nem o Marxismo reconhecer o
Cristianismo. No entanto quando o Marxismo se convertesse no socialismo
celestial, e a Teologia da Libertação refletindo este novo momento, então as
suas pálpebras iriam se abrir completamente, com ela então reconhecendo o
grande valor tanto da Renovação Carismática como do Pentecostalismo não só na
solução de toda problemática social como, muito mais, indispensáveis ao Reino
de Deus e ao seu funcionamento.
(5)--Joel 3.11-14
(6)--Êxodo 32.26
(7)--Apocalipse 18
(8)--Isaías 14.1-8
(9)--Apocalipse 6.10
(10)--Apocalipse 6.11
(11)--A música Rosa de Sarom na verdade é uma letra que Adamir Gerson
fez e encaixou no clássico Romance de Amor, que por sinal é controverso a sua
origem. O que se sabe com certeza é que se trata de uma música pertencente ao
folclore espanhol. Quanto ao seu compositor o mais aceito é que tenha sido
Antônio Rovira, também aparecendo como seu autor Tarrega, Sor, Yepes, Paganini,
e aquele que muitos afirmam ser o compositor de fato, Vicente Gomes. Por ser
uma música sem autor aparente, e belíssima, e intuindo que a sua autoria
desconhecida podia esconder um propósito divino, Adamir Gerson se viu no
direito de utilizá-la pondo nela uma letra que julga pertinente. E espera que a
sua versão tenha o mesmo alcance que teve a música austríaca Griechischer Wein,
do Udo Jurgens, que transposta para a cultura portuguesa por Paulo Alexandre,
se transformou num belíssimo clássico lusitano.
(12)--Mateus 26.26-29
(13)--Apocalipse 3.12
(14)--Daniel 2.44
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