A Humanidade Atravessando o Jordão e
Entrando na Manhã do Milênio
“Levanta-te, ó
mulher, dá luz, pois chegou a tua luz e raiou sobre si a própria glória de
Javé. Pois, eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas terras os
grupos nacionais; mas sobre ti raiará Javé e sobre ti se verá a sua própria
glória. E nações hão de ir à tua luz e
reis à claridade do teu raiar.” (Isaías 60)
Adamir Gerson tem lançado o chamado para que cristãos e marxistas
realizem a travessia do Jordão espiritual. Ora, se irão atravessar o Jordão
espiritual é porque anteriormente realizaram a travessia do Mar Vermelho
espiritual. Cabe a Adamir Gerson como profeta do Altíssimo levar aos cristãos e
aos marxistas esses esclarecimentos, a fim de que se posicionem para a maior
das travessias do gênero humano, a do Jordão espiritual, que no livro do
Apocalipse é aquele momento singular da História em que os reis da terra e seus
exércitos são ajuntados para travar guerra com aquele que está sentado no
cavalo e com o seu exército (1). Esses reis da terra são arquétipos
dos reis de Canaã que assim que ouviram a notícia de que um povo escravo liberto
do Egito acabara de atravessar o rio Jordão e vinha em sua direção, para
desalojá-los, entraram em polvorosa e começaram a se juntar a um só para
unanimemente travar guerra com Josué e com os que com ele estavam (2).
E cabe a Adamir Gerson o esclarecimento porque, afinal, no fundamento
tipológico houve um esforço extenuante por parte de Moisés para que aqueles que
tinham conquistado alguma coisa no deserto não se apegassem tanto assim a elas,
mas que olhassem para o outro lado do Jordão, para o lugar que Deus indicou
realmente a Abraão. E finalmente, depois de muitas hesitações, aqueles que
conquistaram alguma coisa no deserto consentiram a Moisés, deixando para trás
as conquistas do deserto aos cuidados de suas esposas e de seus pequeninos e
indo atravessar o Jordão na frente dos seus irmãos a fim de ajudá-los a
conquistar também a sua herança. E verdade é que hoje não é diferente. Muitos
estão de posse de conquistas do deserto, mas terão de olhar para o outro lado
do Jordão espiritual, pois é do outro lado deste rio escatológico que se acham
as moradas que Jesus um dia disse as iria preparar para os seus. É ali que se
encontram moradas de paz, de justiça, de liberdade concreta em que cada um tem
realmente segundo as suas necessidades.
A Igreja-Humanidade e o seu Mar Vermelho
A Igreja de Cristo teria realmente efetuado em sua caminhada a travessia
do Mar Vermelho? Certamente que sim. E podemos dizer que naquele momento em que
os cristãos deixaram a ilegalidade e foram levados à condição de religião
oficial do Estado, ora, podemos dizer que naquele momento era que a Igreja de
Cristo acabava de realizar a travessia do seu Mar Vermelho espiritual. Na morte
e ressurreição de Jesus a Igreja de Cristo fora tirada das masmorras do Egito
espiritual, e no seu sangue derramado, no sangue dos seus mártires que era
derramado todos os dias, a Igreja de Cristo estava escapando e deixando para
trás o Egito; e podemos dizer sim que o momento da convocação do Concílio de
Nicéia, no ano de 325, por parte do imperador romano Constantino, que decidiu a
sorte e os destinos dos cristãos, aquele foi o momento em que Deus partiu as
águas do Mar Vermelho para que a sua Igreja pudesse atravessar do
outro lado. E certamente que a reação dos sacerdotes pagãos, tentando impedir,
foi aquele momento em que as forças de Faraó entraram no mar atrás do povo para
se engalfinhar com ele, e o momento em que Teodósio, em 380, baniu o paganismo
do império certamente que aquele foi o momento em que as forças de Faraó
pereceram.
É certo que muito se tem ouvido que o Concílio de Nicéia não representou
progresso para a Igreja de Cristo, mas retrocesso em sua existência. Foi
aceita pelo império porque capitulou e renunciou aos seus princípios mais caros
conquistados no sacrifício da cruz. E a história da Igreja a partir de então,
de íntima colaboração aos poderes políticos da terra, de reação a todos aqueles
que quiseram retornar ao cristianismo da ilegalidade, estão aí para corroborar
tal juízo.
Não resta a menor dúvida que quando se senta na cadeira de juiz do
positivismo não tem como fugir e como negar isto. E um fato moderno vem
comprovar tal juízo, o socialismo pós-Gorbatchov, que se apresenta aos olhos
como um retorno ao capitalismo. De modo que para muitos, não só o povo
evangélico, mas até mesmo setores da Teologia da Libertação, sentados na
cadeira de juiz do positivismo, no Concílio de Nicéia a Igreja de Cristo de
certa forma se paganizou. Retornou ao paganismo, como estaria acontecendo agora
com países socialistas que teriam na verdade retornado ao capitalismo.
Gorbatchov teria sido o reverso histórico de Constantino.
Mas, quando se senta na cadeira de juiz da metafísica começa a se ver o
Concílio de Nicéia com outros olhos. A Igreja de Cristo fora parturiada no
ventre do Espiritualismo Histórico. Como a sua flor mais pura. De modo que a
Igreja de Cristo não representava e não portava a Redenção na sua totalidade. É
verdade, a Redenção em sua totalidade estava em Jesus, mas no caminho de
Damasco – porque aquele era o tempo teológico da História – Jesus depositou em
Paulo a parcialidade da Redenção (ICoríntios 13.9), e guardou a outra metade
para o tempo em que a História saísse do seu tempo teológico-espiritualista e
adentrasse o seu tempo antropológico-materialista. Jesus depositou em Paulo a
flor da igualdade espiritual, e guardou o fruto da igualdade material para o
tempo futuro. No ventre do Espiritualismo Histórico, após longo calvário –
animismo, totemismo, fetichismo, politeísmo – então Eva se libertou da
alienação em que fora metida por causa do pecado original e começou o seu
retorno ao Paraíso. Primeiro na figura de espírito do judaísmo, e depois na
figura de espírito do cristianismo.
E é certo que Eva não representava a totalidade da Redenção. A
totalidade da Redenção se achava no casal Eva-Adão. De modo que naquele momento
em que Eva se libertou da alienação é certo que a partir de então começou para
ela novo calvário, agora para encontrar Adão – ver livro Cantares de Salomão
que parece estar descrevendo essa busca.
De modo que o Concílio de Nicéia foi o momento em que o Espírito, depois
de na árvore do Espiritualismo Histórico ter produzido a sua flor mais pura, a
Eva da religião cristã, ele iria, então, na árvore do Materialismo Histórico,
produzir o seu Adão. E quando produzisse o seu Adão, ele iria, então,
convergi-lo à sua Eva. E seria então o retorno glorioso do Paraíso, com a
harmonia sendo então restaurada a todos os pólos contrários (3).
De fato, após o Concílio de Nicéia, em que a Igreja de Cristo se
embrenhou no império, a se misturar com povos bárbaros, a se mesclar com eles,
era aquele o momento em que começava o calvário do Espírito para produzir
Adão. O Adão da Comuna Primitiva se alienara completamente de si na
escravatura, e quando a Igreja de Cristo se embrenhava no império o resultado
deste cruzamento de corpos é que então se manifestava no lugar da escravatura o
sistema do feudalismo. E o Espírito continuando no seu calvário então fez
emergir o capitalismo e eis que finalmente emerge Adão. Primeiro na figura de espírito
do socialismo marxista e depois na figura de espírito do socialismo celestial,
aquele recapitulando e formando um par com a Igreja de Cristo quando se achava
na figura de espírito do judaísmo e este recapitulando e formando um par com a
Igreja de Cristo quando veio se achar na figura de espírito do cristianismo.
O Casamento do Cordeiro. A Palavra de Deus fala sobre o escatológico
Casamento do Cordeiro – E ouvi o que era como o som duma grande multidão, e
como o som de muitas águas, e como o som de fortes trovões. Disseram: Louvai a
Jah, porque Javé, nosso Deus, o Todo-poderoso, tem começado a reinar.
Alegremo-nos e estejamos cheios de alegria, e demos-lhe a glória, porque chegou
o casamento do Cordeiro e a sua esposa já se preparou. Sim, foi-lhe concedido
vestir-se de linho fino, resplandecente e puro, pois o linho fino representa os
atos justos dos santos. E ele me diz: Escreve: Felizes os convidados à refeição
noturna do casamento do Cordeiro. Ele me diz também: Estas são as palavras
verazes de Deus. Apocalipse 19.6-9.
O que seria esse Casamento do Cordeiro? Certamente que é o momento em
que Adão, depois do longo calvário no ventre do Materialismo Histórico, então
se revela na figura de espírito do socialismo celestial. Esgotado a figura de
espírito do Marxismo, que, como já dito, é a outra face da figura de espírito
do judaísmo, do qual também fez parte a Teologia da Libertação (4) e
tendo então emergido a figura de espírito do socialismo celestial, então neste
momento o Espírito prepara uma grande festa para realizar as Bodas do Cordeiro.
Vai trazer um ao outro, Socialismo Celestial à Religião Cristã e Religião
Cristã ao Socialismo Celestial, para que seja uma só carne e tenham um só
espírito (João 10.16).
Bem, diferente do juízo positivista, podemos ver no Concílio de Nicéia
um momento altamente positivo para a Igreja de Cristo?
Ora, podemos dizer que na morte e ressurreição de Jesus a bendita
semente do Reino foi plantada no solo da Humanidade-História. E foi regada com
o sangue do martírio cristão. De modo que o Concílio de Nicéia foi o momento em
que a arvore do Reino emergiu na superfície da terra. Um verdinho na sua
superfície. Uma pequena planta. E Teodósio banindo o paganismo do império com
certeza foi aquele momento em que o Lavrador experiente toma as medidas
necessárias para proteger da destruição das intempéries climáticas e de
predadores a sua recém nascida plantinha.
E a plantinha se converteu em uma árvore. E veio crescendo, crescendo, e
eis que botões começaram a aparecer nos seus galhos. Valdenses, Cataritas, John
Wycliff, John Huss, Jerônimo Savanarola. E finalmente chegou para ela a
sua primavera. O seu tempo primaveril. E eis seus botões se abrindo em flores.
Uma primeira flor, Lutero. Muitas flores. Uma profusão de flores. Lutero,
Filipe Melanchton, Calvino, Zwínglio, Guilherme Farel, John Knox...
E se a arvore do Reino teve o seu inverno- primavera, com a sua
exuberância de flores, a verdade é que ela iria ter também o seu verão-outono e
a sua exuberância de frutos. De fato, a verdade é que na árvore do Reino
começaram a surgir os frutos em botão. Os primeiros frutos em botão. Robert
Owen, Charles Fourier, Saint- Simon, Proudhon. E eis que chegou para ela o seu
outono. Os primeiros frutos maduros na árvore do Reino. Porque o fruto começa a
nascer no interior da flor, a partir da flor, negando a flor, eis o primeiro
fruto maduro na árvore do Reino, o judeu de família protestante Karl Marx. E
logo é uma profusão de frutos maduros, Marx, Engels, Plekhanov, Lênin, Rosa
Luxemburgo, Stálin, Mao, Ho Chi Minh, Fidel Castro, Che Guevara...
E é fato que na árvore do Reino tudo iria se consumar com a sua
colheita. Iria chegar o seu momento mais sublime, o da colheita, quando então
seus frutos-flores seriam colhidos e em cestos levados para as casas, a fim de
servirem como alimento espiritual e como alimento material. E a verdade é que
se no primeiro e segundo momento houve botão e flor, com o botão se abrindo em
flor – o botão dos valdenses, cataritas, John Wycliff, John Huss, Jerônimo Savanarola
se abriram na flor de Lutero, Melanchton, Calvino, Zwínglio, Guilherme Farel,
John Knox; o botão de Robert Owen, Charles Fourier, Saint-Simon, Proudhon se
abriram na flor de Marx, Engels, Plekhanov, Lênin, Rosa Luxemburgo, Stálin,
Mao, Fidel Castro, Che Guevara – a verdade é que no terceiro momento, o da
colheita, as flores que então se abririam seriam precedidas de botão. Botões de
colheita se manifestariam na árvore do Reino, que então iriam se abrir em
flores.
E a colheita iria dar-se nas duas direções, da tese para a antítese e da
antítese para a tese, sim, da Igreja-Eva para a Revolução-Adão e da
Revolução-Adão para a Igreja-Eva. Haveria um duplo processo, todavia se
convergindo. De fato, pelo lado da Revolução-Adão o botão da colheita que se
manifestou foi mesmo a Escola de Frankfurt. Eis os botões de colheita pelo lado
da Revolução-Adão, dentre muitos, Horkheimer, Ernst Bloch, Marcuse, Walter
Benjamin, Adorno, Habermas, Gramsci. Pelo lado da Igreja-Eva o botão de
colheita que se manifestou foi mesmo a Teologia da Libertação. Eis os botões de
colheita pelo lado da Igreja-Eva, dentre muitos, Rubem Alves, Gustavo
Gutierrez, Hugo Assmann, Richard Shaull, Jose Comblin, Jon Sobrino, Juan Luis
Segundo, Leonardo Boff, Frei Beto, Paul Freston, Robinson Cavalcante, Ariovaldo
Ramos.
Ora, como esse processo duplo era convergencional, a linha da Igreja-Eva
cada vez que crescia mais e mais se aproximava da linha Revolução-Adão, o
mesmo ocorrendo com a linha Revolução-Adão que no crescimento mais e mais se
aproximava da linha Igreja-Eva, ora, o fim último é que as duas realidades
iriam dar lugar a uma única realidade. Revolução-Adão e Igreja-Eva iriam
emergir em corpo único, não mais havendo entre si qualquer barreira de
separação. O momento mesmo do completo restabelecimento do Paraíso usurpado
pela Serpente Original. E essa realidade riquíssima, síntese das sínteses,
trata-se do socialismo celestial, neste início contando já com três militantes,
Adamir Gerson, Professor de Filosofia Lúcio Espírito Santo, de Bom Despacho,
Minas, e o médico espiritualista Fausto Jaime, de Quirinópolis. Certamente que
em breve será uma multidão professando a mesma fé.
A Revolução-Humanidade e o seu Mar Vermelho
Ora, se a Igreja efetuou a travessia do seu Mar Vermelho espiritual
segundo toda a descrição que foi dada, é preciso agora descrever o momento da
travessia do Mar Vermelho por parte da Revolução.
De fato, a Revolução começou a atravessar o seu Mar Vermelho espiritual
na vitória contra as nações imperialistas que naquele ano de 1918 invadiram o
território revolucionário para impedir a revolução e trazer o povo liberto de
volta à escravidão do capitalismo.
Quer dizer, Lênin por tomar o lado dos oprimidos acabou indo para o
exílio. Mas, naquele início do ano de 17 na queda do Czar, com o caminho
ficando livre para a sua volta (Êxodo 4.19), então Lênin ouviu a notícia que
era para voltar e assumir o comando da revolução verdadeira. E voltou, assumiu
o comando da revolução, e finalmente libertou o povo de toda aquela opressão,
conduzindo-o na direção do socialismo.
Mas, como no fundamento tipológico quando o povo escapou da casa dos
escravos então Faraó reagiu, dizendo: Que é isto que fizemos, despedindo Israel
de trabalhar como escravos para nós? De modo que aprontou suas forças militares
e foi atrás do povo que escapara liberto para trazê-lo de volta, à escravidão
do Egito (Êxodo 14.5-7), a verdade é que quando os revolucionários fizeram a
revolução e principiavam a guiar o povo na direção do socialismo, as nações
imperialistas reagiram imediatamente. E aprontaram as suas forças militares e
invadiram a Rússia por todos os flancos para esmagar a revolução e trazer o
povo liberto de volta à escravidão do capitalismo. Muitas nações naquele ano de
18 invadiram a Rússia. Ao todo quatorze nações, segundo os livros de História,
mas segundo Paulo Francis, de Nova Yorque, foram vinte e uma nações, que
naquele ano de 1918 invadiram a Rússia, de forma covarde, como ele mesmo disse
arrastando os erres.
Mas, três anos depois todas elas foram derrotadas com o território
revolucionário ficando completamente livre de nações invasoras. De modo que o
povo revolucionário naqueles dias efetuou a travessia do seu Mar Vermelho
espiritual, emergindo do outro lado e principiando então a sua caminhada no
deserto, cercado de nações hostis e tendo de passar por escorpiões e cobras
venenosas.
Ora, no fundamento tipológico o povo que escapara do Egito e atravessara
o Mar Vermelho, caminhando no deserto, antes de atravessar o Jordão
conquistaram um território à Ogue e à Síon, reis amorreus. E aquele território,
que veio se chamar Gileade, Moisés o deu como herança às tribos de Rubem e
Gade, e à meia tribo de Manassés. O que seria hoje Gileade, a conquista
do deserto?
Podemos dizer sim que representa todas as conquistas que as forças de
Javé realizaram, tanto no campo espiritual como no campo material.
Protestantismo, Pentecostalismo, Renovação Carismática, Focolares, Conselho
Mundial das Igrejas Cristãs, Teologia da Libertação, Sandinismo, Zapatismo, Cuba,
Socialismo Real. Todas elas sem exceção pertencem àquilo que Paulo chamou
de parcial (ICoríntios 13.9), mas que na travessia do Jordão
espiritual, ao descobrir no outro o complemento que lhe falta e que o torna
completo, o completo de que falou Paulo (I Coríntios 13.20), estarão então
sendo feitas à imagem e semelhança do Cristo da cruz. Todas elas estarão então
se apoderando de sua herança eterna, que se acha não antes, mas, depois do
Jordão, Jesus de Nazaré. Todos aqueles que estão na linha espiritual –
Protestantismo, Pentecostalismo, Renovação Carismática – e estão na linha
material – Socialismo Real, Escola de Frankfurt, Teologia da Libertação – e
reconhecem naqueles que estão na outra linha o fundamento que lhe falta e o
torna completo, pode-se dizer que estes realmente se tornaram à semelhança do
Cristo que se deixou morrer na cruz para que todas as paredes de separação
fossem abolidas. Já não estão mais em Gileade, a conquista do deserto, mas no
Reino de Deus, uns, e no Comunismo, outros. As duas linhas, Manassés e Efraim,
Efraim e Manassés, realmente na Presença e Mediação do Cristo filho do Deus
Vivo, fora do qual não há liberdade concreta e fora do qual não há reino em que
se tem realmente segundo as suas necessidades.
“Deveras tomo hoje os céus e a terra por testemunhas contra vós de que
pus diante de ti a vida e a morte, a benção e a invocação do mal; e tens de
escolher a vida para ficar vivo, tu e tua descendência, amando a Javé, teu
Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele; pois ele é a tua vida e a
longura dos teus dias, para morares no solo de que Javé jurou aos teus
antepassados Abraão, Isaque e Jacó (Sim, Marx, Engels e Plekhanov) que lhes
havia de dar”
O chamado para a travessia do Jordão espiritual está sendo lançado a
todos que estão nestas duas linhas de vida, a linha espiritual e a linha
material que o profeta Habacuque viu saindo da mão de Jesus (Habacuque 3.4):
irão fazer como os gileaditas que finalmente deram o consentimento a Moisés,
deixando aos cuidados de suas esposas e de seus pequeninos as conquistas do
deserto e, como os Valentes de Jah, indo atravessar o Jordão na frente de todo
o povo a fim de ajudar seus irmãos a também conquistar a sua herança? A sua
herança eterna chamada Jesus Cristo, que se hoje estão de posse delas todos os
que estão nas duas linhas, por outro não estão os apegados a dinheiro, à
propriedade, a poder, a domínio, a consumismo, à luxúria, a sensualismo, a luxo
extravagante, e para estes, que são pobres de espírito, Jesus anseia tê-los
também do seu lado? Pôr um fim à Serpente Original sim (Apocalipse 20), mas
libertar do seu jugo todos aqueles que a alimentam e por ela são alimentados.
A História
(Quem tem estado ativo e tem feito isso, convocando as gerações desde o
começo?), Isaías 41.4
Ora, como as boas novas do socialismo celestial é a manifestação da
ciência, e a ciência tem por norma apresentar os seus enunciados de forma
clara, inteligível (1), Adamir Gerson sente que precisa destrinchar essa
questão histórica, apresentá-la com mais conteúdo de modo a boas novas ser
convincente. Afinal diz a Palavra de Deus que se a trombeta tocar com som
incerto quem se aprontará para a batalha? O que Adamir Gerson fará em seguida é
literalmente afinar o instrumento, para que todos possam executar o seu concerto.
(Lembrando que Hegel fez vaticínio sobre o nascimento da ciência e que seu
nascimento seria como o de uma criança. Isto significa dizer que ela nasceria
com o seu edifício de síntese não estando suficientemente solidificado. Como
uma criança, nasceria necessitando de mãos para ajudá-la no seu crescimento,
até que se tornasse ciência de fato, compacta nos seus enunciados e nos seus
anúncios)
Prosseguindo. Bem, muitas são as escolas históricas, e agora os
espíritos irão ter a oportunidade de conhecer mais uma escola histórica, a do
socialismo celestial. E no presente trabalho a mesma será apresentada em
resumo.
Bem, a História no socialismo celestial é apresentada como se
desenvolvendo em três momentos, o teológico, o antropológico e o teopolicrato
(teoantropológico). O teológico foi todo o período da humanidade até ao final
da Idade Média, o antropológico foi todo o período que se iniciou com o
Renascimento, e Adamir Gerson trata o início do pensamento teopolicrato
(teoantropológico) precisamente no advento da Teologia Humanista, na primeira
metade do século XX. Embora a Teologia tivesse efetuado uma virada
antropológica em Tomás de Aquino, o que conta foi a virada antropológica que a
Teologia fez na primeira metade do século XX, pois então o que se manifestou
como Ser de Razão em Tomás de Aquino, se revelou como Ser Histórico em teólogos
como Karl Rahner, Chenu, Rudolfo Bultmann, Jurgen Moltmann, Karl Barth,
Tillich, Metz, Bardiaev (movimento real da Teologia-História) (Mas, o momento
em que a Antropologia efetuou uma virada teológica, no seu
movimento real, foi mesmo com a Escola de Frankfurt. De modo que virada
antropológica e virada teológica representam o momento em que o Espírito, no
seu longo calvário, então principiou a unificar a si mesmo, a fim de se revelar
em toda a sua totalidade).
Estes três momentos na forma repetem a lei dos Três Estados de Comte.
Não, porém, no conteúdo. Em Comte os três momentos são concebidos como estágios
evolutivos, em que o seguinte possui mais conteúdo que o anterior, culminando
que o terceiro estado, que Comte diz ser a manifestação da Ciência, o mesmo se
tornou a medida de todas as coisas em relação a todo o seu passado. Gera uma
euforia com o presente e um desconforto-nostalgia com o passado. A lei dos Três
Estados não é assim nas boas novas do socialismo celestial. Ela é concebida na
correnteza do hegelianismo. De modo que o primeiro momento, o teológico, é a
tese, o segundo momento, o antropológico, a antítese, e o terceiro momento,
teopolicrato ou científico, é tão somente a síntese dos dois momentos
anteriores.
Certamente que a história concebida assim leva o espírito a reatar com o
passado, a ver o seu ser como constituído de passado e presente, e carregando
as potencialidades do futuro. Daí o homem e mulher, celestiais, vasculharem o
passado da História para encontrar o que de perene ela produziu, e não
simplesmente defenestrá-lo no conjunto de sua obra, como faria o homem e a
mulher modernos. (Há cerca de oito anos um internauta assim reagiu em um grupo
político do Orkut do qual Adamir Gerson participava: joga para fora do grupo
esse nosso amigo pré-socrático que passa a noite revolvendo o lixo da história
e de dia vem infectar-nos com o seu mau cheiro. Adamir Gerson guardou aquelas
palavras e teve-as, não de um tolo, mas de alguém que estava aprendendo (um
jovem) em escolas históricas que produzem um homem fragmentado revestindo um
fragmento de totalidade. Em breve essas escolas históricas, esgotado a quota de
sua participação no devir histórico, darão lugar a novas visões de mundo certamente
que mais abrangentes e mais próximas de construir um homem realmente integral).
Bem, no caso acima relatado, do jovem que se indispôs com a forma de
Adamir Gerson apresentar a História, o seu movimento, ao seu espírito um
retrocesso puro e simples, se faz necessário gastar palavras para a sua
correção. E a razão única da sua reação negativa é que a modernidade tem como
certo e assunto encerrado (Apocalispe 6.14) que o antropologismo que se
manifestou na História com e a partir do Renascimento o mesmo representou
superação dialética. Trouxe superação para tudo que existiu antes. Comparando
o passado à luz das novas ferramentas trazidas pela antropologia (que a
passos largos foi sendo apoderada pela ideologia) o passado revela-se sem
sentido. É como se o ano 1 da História do Homem tivesse feito o seu nascimento
no século XIV, se engatinhado então e vivido a infância no Renascimento,
adentrou o estado adolescente no Iluminismo e tornou-se adulto no Materialismo.
Mas, façamos a pergunta: o que se manifestou com e a partir do
Renascimento realmente representou superação dialética, como é corrente no
mundo acadêmico-intelectual? Que isto nunca aconteça!
O que de fato aconteceu foi negação dialética! Negação
dialética é uma coisa, superação dialética, outra. As duas produzem conteúdos
distintos, por conseguinte, visões de mundo diferente.
De fato, negação dialética significa que tudo que se manifestou com e
após o Renascimento, seja lá o que for, tratou-se da outra face de tudo que a
História tinha produzido na existência teológica. Como o movimento da Terra em
torno do sol na estação do inverno-primavera produz flores, mas as flores
são a outra metade dos frutos que o movimento da Terra em torno do sol irá
produzir quando estiver na estação do verão-outono, de igual modo os conceitos
novos que surgiram com e a partir da renascença na verdade vieram completar os
conceitos que então foram produzidos na existência teológica da História. Tais
conceitos, elaborados na existência teológica e na existência antropológica,
simplesmente o resultado do Absoluto em movimento, cujo movimento percorre um
meio arco de 180 graus, negativos, e um meio arco de 180 graus, positivos.
Movimento este que certamente não é linear, como estaria no positivismo de
Comte, mas se dá dentro de um espaço curvo da História, que não somente produz
a sua negação como, também, a sua síntese. Após produzir os dois meios arcos,
negativos e positivos, ato contínuo o movimento do Absoluto irá mergulhar um no
outro criando a síntese.
Só um exemplo, a Antropologia não é superação da Teologia, mas, sim, A SUA OUTRA FACE E QUE A COMPLETA. Não é superação, mas, sim, complementação. Bem como a Teologia é a outra face da Antropologia e que a completa. Frases do tipo: religião não se mistura com política só tem sentido a uma mente que ainda não se emancipou intelectualmente, porque na verdade trata-se de duas metades que quando cada uma delas cresce e amadurece tende naturalmente para a outra (tudo o que sobe, converge, Teilhard de Chardin). Mutuamente se penetram.
A própria Sociologia padece desse vício. Embora a problemática social
tenha causa dupla, material e espiritual, porque a realidade é em si material e
espiritual, no entanto o seu filtro só consegue captar a problemática social de
causa material, com a problemática de causa espiritual ela enfiando goela
adentro de sua sociologia por insistir que ela também tem causa material.
Só pode ter causa material, porque ela reduz tudo ao material (o que acontece
com o Materialismo Dialético que reduz o cristianismo à categoria de
superestrutura, desconhecendo a independência que o seu sistema tem em relação
ao infra-estrutural. É também infra-estrutura. Destarte, não é um planeta
girando em torno de uma estrela, mas, sim, uma estrela binária girando em torno
de outra estrela. É justo reduzir a Cristandade ao conceito de superestrutura,
não, porém, o Cristianismo) (É justo reduzir o óvulo à categoria de
superestrutura biológica, tendo o espermatozóide como categoria de
infra-estrutura? Pois isto faz Augusto Comte na sua Lei dos Três Estados,
avalizado pelo Materialismo Dialético).
Mas tem um espaço sociológico que pertence só ao religioso. Ele combina
psicologia e religião para a sua resolução. Por ser tese, certamente que o
religioso também padece do mesmo vício, porque também reduz tudo ao espiritual.
O seu filtro só capta a problemática social de causa espiritual. A problemática
social de causa material ele enfia goela adentro de sua sociologia religiosa. O
desempregado acaba sendo responsabilizado do seu desemprego, retirando a culpa
de um sistema social iníquo que o produz. Sempre terá argumento para
responsabilizar o desempregado, amorfo em relação ao sistema sócio-político em
que vive. Inversamente proporcionalmente o sociólogo hodierno concebe a
desestruturação familiar em causas materiais. Para ele a desestruturação
familiar é proporcional aos graus de desenvolvimento do capitalismo. Se o
capitalismo é concentrador de renda maior o número de famílias que se
desestruturam; se é distribuidor de renda menor é o número de famílias que se
desestruturam. E isto vale para toda a problemática social, o alcoolismo, os
vícios, o suicídio, a mendicância, a inveja, o ódio, a briga, o adultério, a
prostituição e etc.
Esclarecendo melhor essa questão: temos o conceito de adultério e
prostituição. Para o sociólogo adjetivado, e aí se inclui o Sociólogo hodierno,
fruto das ciências sociais, e o Sacerdote, fruto da religião, tanto um como
outro reduz os dois conceitos a uma única causa. Adultério-Prostituição é
resultado de causas espirituais, segundo uns, e de causas materiais, segundo
outros. Porém, a verdade é que adultério é o resultado de causas unicamente
espirituais, ao passo que prostituição o resultado de causas puramente
materiais. Donde para a resolução deste problema em sua totalidade se exige a
combinação da ação religiosa com a ação política. Este se incumbe daquele, e
aquele se incumbe deste, de modo nada escapar ao seu ângulo de ação (3).
E é exatamente isto o vaticínio do profeta Miquéias: “E na parte final
dos dias (...) realmente sentar-se-ão, cada um debaixo da sua videira e debaixo
da sua figueira, e não haverá quem os faça tremer; porque a própria boca de
Javé dos exércitos falou isso” (4.4) E foi isto que também visionou o profeta
Zacarias: “Naquele dia, é a pronunciação de Javé dos exércitos, chamareis um ao
outro, enquanto debaixo da videira e debaixo da figueira” (3.10).
Certamente que tanto o vaticínio de Miquéias como o de Zacarias estarão
se cumprindo quando o Sacerdote passar a ter também a consciência do Sociólogo,
e o Sociólogo a ter também a consciência do Sacerdote. As duas instâncias se
imbricarem em uma com os seus dois olhos, dois faróis, vasculhando toda a
realidade e nada ficando fora do seu ângulo de visão.
Ora, o que de fato aconteceu nos idos dos séculos XIV, XV e XVI, que fez
nascer uma consciência que se indispôs com o passado, foi que o Espírito no seu
longo calvário de retorno a si mesmo, na acepção hegeliana, ao percorrer os 180
graus negativos da História, o teológico e que foi a sua infância, por causa da
curvatura da História, seguindo o espaço curvo da História, então, do outro
lado, voltando, começou a percorrer e a produzir os 180 graus
positivos, o antropológico e que foi a sua adolescência.
Mas, como essa passagem se dá no hegelianismo, tese e antítese, ora, o
fenômeno da antítese para ter existência efetiva terá necessariamente que negar
todo o seu passado. Ele irá construir a nova identidade justamente na negação
da tese. Irá reconhecer a si naquilo que negou. Todo o seu psicologismo ativado
informa-o de que é fenômeno novo, que está inaugurando e instaurando o novo. O
que explica porque a consciência nova que surgiu com e a partir do Renascimento
realizou uma ruptura com todo o passado. Para que os valores novos da
Antropologia pudessem se estabelecer fez-se necessário negar os valores da
Teologia. Para que o antropocentrismo se estabelecesse fez-se necessário a
negação do teocentrismo.
Vejamos o adolescente: como surge o adolescente? Ele se firma negando o
seu ser de infância. Uma virada de 180 graus, da dependência para a
independência. No entanto quando esgota a fase adolescente e começa a entrar na
fase adulta, ora, esta faze adulta que se manifesta não é outra coisa senão que
o sujeito adolescente reconcilia-se com o sujeito infante. O sujeito adulto é a
soma do sujeito infante com o sujeito adolescente. O sujeito adulto sabe os
momentos certos em que é independente e sabe os momentos certos em que é
dependente. Tem os dois em sua palma de mão.
É certo que tem muitos que estão dizendo: mas, quem disse que tudo o que
surgiu após o Renascimento fez ruptura com o passado se o que caracterizou o
Renascimento foi justamente um resgate do passado, presente na cultura
greco-romana?
Sendo assim, é certo que tudo o que se manifestou com e a partir do
Renascimento fez ruptura com o teológico e tudo que lhe diz respeito, tanto o
que se achava no presente como o que se achou no passado, e procurando criar
mecanismos para que não se manifestassem em algum tempo do futuro.
De fato, o que caracterizou o novo mundo que surgiu com e a partir do
Renascimento, em todos os campos do saber, foi que concepções materialistas
surgidas no passado e que ao longo da história foram preteridas ou por assim
dizer hibernavam, de repente renasceram. Era como se fossem uma semente no
coração da história que então fez o seu nascimento em uma arvore, que iria ser
frondosa e dar os seus frutos. De modo que não é justo dizer que foi
renascimento grego ou romano, mas de concepções materialistas presentes em suas
culturas e que foram filtradas. Tanto é que a modernidade computou Aristóteles
híbrido demais, que teria indevidamente agregado uma alma à matéria de
Demócrito e Leucipo, com Aristóteles pouco diferindo de Platão.
Bem, como explicar esse renascimento greco-romano que se deu ao final do
período da Idade Média? O que se deu na verdade é que estava em curso o
desenvolvimento do conceito de renascimento. O renascimento que surgiu ao final
da Idade Média já foi o segundo momento do conceito de renascimento. E
certamente que a humanidade iria entrar em terceiro renascimento.
Quer dizer, no passado tivemos a confecção da Semente. E como a semente
é composta de dois gametas, o feminino e o masculino, o gameta feminino da
Semente foi o religioso manifestado no Egito; e o seu gameta masculino foi o
materialista que então se manifestou na Grécia. E a semente propriamente dita,
com os seus dois gametas, se manifestou em Israel. O sonho de Jacó, de uma
escada que ligava a terra ao céu, por onde subiam e desciam anjos, ilustra bem
a essência da cultura hebréia, ligada ao céu, ligada a terra, sem separação
entre transcendência e imanência.
No que interessa, Adamir Gerson trabalha com o Egito de Akhenaton e a
Grécia de Aristóteles, embora não tenha podido prescindir de Platão.
Podemos dizer que o período da Idade Média, de cerca de mil anos, teria
sido um período do renascimento do Egito de Akhnaton? A excessiva preocupação
religiosa, que tomou conta de boa parte da vida na Idade Média, é porque a
religião tomou conta de boa parte do reinado de Akhnaton, que teria relegado as
questões de Estado a um segundo plano? O fato da rainha Nefertiti não raro ter
feito o papel de Faraó, tendo também se incumbido dos negócios do Estado, é
porque a Igreja Católica no período da Idade Média não raro também exerceu o
poder, se não diretamente, indiretamente, por quem nomeava ou coroava? O fato
de Akhnaton ter sido um homem voltado às artes e à ciência esse espírito teria
existido na Idade Média?
Podemos chamar o período da Idade Média de “renascimento egípcio
(Akhenaton)-platônico”? Há elementos para isto?
O que temos são duas certezas: a primeira é que no século XIV, XV e XVI
realmente foi um período de renascimento da cultura greco-romana, livrada de
suas manifestações religiosas e metafísicas; e que a humanidade está prestes a
experimentar em suas vidas o renascimento judaico-cristão. É possível que na
Teologia da Libertação tenham surgido lampejos já deste renascimento, que
seguramente inaugura o início do Milênio. O Milênio nasce com este
renascimento, com homens como o profeta Isaías, totalmente desconhecido do
mundo acadêmico-intelectual, começando a ser alvo de estudo e de interesse,
pois se descobre que Isaías pode ter sido o maior intelecto que se manifestou
na História. O próprio acontecimento do Êxodo, apenas um mito no universo
acadêmico-intelectual, começaria a ser visto com outros olhos, que a sua
narrativa foi antecipação profética e esconde a realidade da Revolução.
Novamente a História
Acima foi falado sobre o Espiritualismo Histórico, no ventre do qual foi
elaborado a Religião Cristã, o ético emergindo sobre o amoral (e a reação
transformou o amoral em imoral). Sim, a preocupação com o próximo emergindo no
lugar da preocupação consigo. E também foi falado sobre o Materialismo
Histórico no ventre do qual foi elaborado o Socialismo, o ético emergindo sobre
o amoral. Sim, a preocupação com o próximo emergindo no lugar da preocupação
consigo. (O capitalismo que nasceu com o protestantismo pertenceu ao amoral;
mas na sua reação ao socialismo o que era amoral transformou-se no imoral. Já
não há mais desculpas diante da nova revelação).
Eis o Espiritualismo Histórico, certamente que inacabado e faltando
elementos que certamente aparecem em outros esquemas: MONOTEÍSMO PRIMITIVO (W.
Schmidt) – animismo, totemismo, fetichismo, politeísmo, JUDAÍSMO, CRISTIANISMO,
REINO DE DEUS
Eis o Materialismo Histórico: COMUNA PRIMITIVA (Karl Marx) –
escravatura, feudalismo, capitalismo, SOCIALISMO UTÓPICO, SOCIALISMO
CIENTÍFICO, COMUNISMO.
Espiritualismo Histórico. Tese. Materialismo Histórico. Antítese
Se no primeiro momento do Espiritualismo Histórico tivemos o antropólogo
e padre alemão Wilhelm Schmidt sustentando
que primitivamente a religião do homem foi monoteísta, com ele acreditando
na existência de um único Deus, com morada no céu, um Deus criador do mundo e
condutor dos destinos pessoais e históricos, mas por alguma razão esse
monoteísmo primitivo se degenerou em religiões de estilo simples, animismo,
totemismo, fetichismo, e finalmente o monoteísmo primitivo fez retorno em
religiões como a cristã, e se no segundo momento, o Materialismo Histórico
encontramos uma descrição parecida por parte de Karl Marx, primeiro de tudo o
que houve foi um sistema social em que os homens viviam em igualdade, se
respeitando, se ajudando, só depois o mesmo foi corrompido e surgiu no lugar
formas de exploração de uns por outros, todavia a comuna primitiva fez retorno
com o socialismo, ora, no terceiro momento, ao conceber a História, Adamir Gerson
vai lançar mão dos mesmos recursos utilizados pelos alemães Wilhelm Schmidt e
Karl Marx. Vai trabalhar com a idéia de Tese, de Alienação e de Desalienação.
E Adamir Gerson toma como ponto de partida a história de Adão e Eva como
nela estando incluso tanto a história de Wilhelm Schmidt como a história de
Marx. Em Adão e Eva reinam a harmonia espiritual e material. Há entre eles uma
igualdade absoluta. Neles liberdade gira em torno de igualdade e
igualdade gira em torno de liberdade. O Paraíso Primitivo é o seu momento
primeiro e ponto de partida. Toda a história posterior está indelevelmente
ligada a ele como todo o desenvolvimento da planta está indelevelmente ligado à
sua semente.
A verdade é que por causa do pecado original, aquela harmonia foi desfeita
e uma história de brutalidade tomou conta do gênero humano. No entanto essa
história de brutalidade era o calvário por onde Adão e Eva estavam retornando.
No devir histórico iriam tomar consciência de si, e se encontrar novamente, com
o conseqüente retorno do Paraíso.
Primeiro Momento. Teológico. Retorno de Eva
Moisés/Abraão (Judaísmo) à João Batista/Hillel (Essênios) à Paulo/Pedro
(Cristianismo).
Segundo Momento. Antropológico. Retorno de Adão
Adam Smith/Ricardo (Materialismo Inglês) àProudon/Saint Simon
(Materialismo Francês) à Karl Marx / Engels (Socialismo Científico)
Terceiro Momento. Teoantropológico. Encontro de Eva e Adão
No primeiro momento, após longo calvário – animismo, totemismo,
fetichismo, politeísmo – Eva finalmente se desaliena e faz a sua libertação do
calvário no Judaísmo. E porque as pálpebras de seus olhos estavam entreabertas,
a sua consciência se apresentava opaca, começou novo calvário para encontrar-se
a si mesma, o que se deu com a religião cristã. Com os olhos abertos e a
consciência desembotada imediatamente ela se lembrou de Adão e uma saudade
imensa tomou conta do seu ser. De modo que começou um novo calvário agora para
encontrá-lo, encontro que se dará no Reino de Deus.
O segundo momento é uma repetição pura e simples do primeiro momento.
Adão, depois de passar pela alienação – escravatura, feudalismo, capitalismo –
então vence a sua resistência e se liberta no socialismo utópico. No entanto as
suas pálpebras se acham entreabertas e a sua consciência se apresenta opaca.
Começa então novo calvário para encontrar-se a si mesmo, que se dá no
socialismo cientifico. Com os olhos abertos e a consciência clarificada, então
lhe vem imediatamente lembrança de Eva. E uma saudade imensa invade todo o seu
ser. De modo que começa novo calvário agora para encontrá-la, encontro que se
dará no Comunismo.
Portanto no terceiro momento – teoantropolicrato – o que se dá é todo um
processo para o encontro de Adão-Socialismo com Eva-Religião Cristã. Processo
que se dá nas duas direções, de Adão-Socialismo para Eva-Religião Cristã e de
Eva-Religião Cristã para Adão-Socialismo. Em três momentos evolutivos.
Calvário de Eva-Religião Cristã para encontrar Adão-Socialismo. Três
Momentos
Primeiro Momento. Teologia Humanista. Karl Rhaner, Rodolfo Bultmann
Segundo Momento. Teologia da Libertação. Gustavo Gutierrez, Rubem Alves
Terceiro Momento. Socialismo Celestial (Paulo 50% Liberdade + Marx 50%
Igualdade= 100% FRATERNIDADE (REINO DE DEUS REAL)
Calvário de Adão-Socialismo para encontrar Eva-Religião Cristã. Três
Momentos
Primeiro Momento. Existencialismo. Soren Kierkegaard, Martin Heidegger
Segundo Momento. Socialismo
Democrático-Frankfurtiano. Rosa Luxemburgo, Horkheimer
Terceiro Momento. Socialismo Celestial. Marx 50% Igualdade
+ Paulo 50% Liberdade= 100% FRATERNIDADE (COMUNISMO REAL).
É certo que os cristãos não fazem distinção entre
Cristianismo e Reino de Deus, não raro confundindo os nomes como se fosse um
só, e é certo que os marxistas não fazem distinção entre Socialismo e
Comunismo, não raro confundindo os nomes como se fosse um só.
Mas os cristãos só entrarão no Reino de Deus se
passar pelo Marxismo e apanhar ali a flor pura de sua materialidade. Estão na
mesma condição de Jacó que para voltar para a sua terra natal teve de passar
por Esaú. O mesmo se diz dos marxistas, que só entrarão no Comunismo se passar
pelo Cristianismo e apanhar ali a flor pura de sua espiritualidade. De modo que
o socialismo que caiu na União Soviética e no Leste Europeu não volta mais, porque
é o Espírito em novo calvário para se levantar em nova figura de espírito,
agora a figura de espírito do Comunismo. Do Comunismo que é gestado no esquema
apresentado e está no espírito de Adamir Gerson. Destarte, aquelas populações
terão de entrar na correnteza do Espiritualismo Histórico, e passar pelo seu
calvário bruto – animismo, totemismo, fetichismo, politeísmo – emergindo na
figura de espírito do Judaísmo. E deste emergir então na figura de espírito do
Cristianismo, para finalmente chegar ao Comunismo. Não há Comunismo fora disto,
como não há Reino de Deus fora do ventre do Materialismo Histórico, a tal ponto
que cristãos ansiosos do Reino de Deus se embrenharam no Materialismo Histórico
e, olhando no espelho refletor das suas ferramentas de ciências sociais, que
busca as causas das desigualdades sociais principiando por modelos econômicos
ancestrais, acabaram por descobrir nele a presença de Adão e de todo o seu
calvário.
A Grande Caminhada
Ora, no ano de 2003, 2004 Adamir Gerson se achava na igreja Obras do
Espírito Santo. Fora ali levado por mãos angelicais para que falasse para o seu
dirigente, pastor Luis Baldez, sobre as boas novas do Reino de Deus. Sobre a
iminência do Casamento do Cordeiro sobre esta terra. (E a Palavra de Deus não
voltou vazia neste coração, pois alguns anos depois, pastor Luis Baldez foi
ouvido falando com alegria no coração de um novo socialismo...)
E o que sucede é que por esses dias chegou à igreja uma jovem por nome
Joseane, vinda da igreja Nova Jerusalém. E assim que tomou assento ela narrou
um sonho que tivera naqueles dias. Narrou que vira em sonho uma grandíssima
caminhada acontecendo no centro de Presidente Prudente. E a multidão caminhava
no seu centro em direção ao Parque do Povo.
E ela narrando o sonho então contou que quando a multidão ia entrar no
Parque do Povo, pela sua porta de entrada, eis que estavam ali uns clérigos
parados. E eles conversavam entre si e se perguntavam: quem deu poder para
estes fazerem isto? E a grande multidão entrou então no Parque do Povo e foi se
postar diante de um grande palanque ali armado ocupado pelos ministros da
Palavra de Deus.
Narrando o sonho, ela contou que a grande multidão que viu caminhando
pelo centro de Presidente Prudente era composta de católicos e de evangélicos;
mas os católicos eram maioria, como ela mesma disse. E quanto aos ministros da
Palavra de Deus que ocupavam o grande palanque eram padres católicos e pastores
evangélicos; mas os pastores evangélicos eram maioria, como ela mesma disse
narrando o sonho.
O que sucede é que assim que acabou de narrar o sonho pouco tempo depois
retornou para a sua igreja, todavia deixando a intrigante pergunta: o que foi
fazer naquele lugar onde estava o homem interessado? O homem que Deus já o
vinha preparando desde o ano de 2001, desde os atentados terroristas nos
Estados Unidos, para realizar tão grande caminhada? Por ventura que foi levado
ali pelo Deus que não faz nada sem antes revelar aos seus escravos, os
profetas, de modo que ele tinha no propósito do coração realizar uma grande
caminhada escatológica, que seria sim introdutora da caminhada do Milênio, que
marcaria o momento em que o reino do mundo iria se tornar em reino de nosso
Senhor e do seu Cristo, como são as imagens de Apocalipse 11.15-18?
O que seria esta caminhada vista em sonho pela jovem Joseane? Por
ventura que ela viu em sonho as duas linhas de vida que saem da mão de Jesus se
encontrando e juntas atravessando o Jordão espiritual?
O que seria mesmo esta caminhada? Por ventura que no final do ano de 2012
uma grandíssima caminhada, com as cores e a força da escatologia, aconteceria
na cidade de Presidente Prudente, no exato lugar em que o homem de Deus teve o
seu encontro teofânico naquele ano de 78 e no exato lugar onde a jovem Joseane
viu em sonho acontecendo grande caminhada, quando, então, neste final de ano,
para esta cidade do oeste paulista convergirão homens e mulheres que estão nas
duas linhas de vida que saem da mão de Jesus? Precisamente que para a manhã do
dia 30 de dezembro do ano de 2012? E tu virias numa manhã de domingo... Eu te
anuncio nos sinos das catedrais...
E eis que é a manhã do dia 30 de dezembro do ano de 2012... E uma
multidão imensa, vinda de todas as partes do Brasil, quiçá de muitas partes da
terra, está na Baixada da Decisão. Ouviram o chamado: Acudi e vinde, todas as
nações ao redor, e reuni-vos. Àquele lugar faze baixar os teus poderosos, ó
Javé. Metei a foicinha, porque a colheita ficou madura. Vinde, descei, porque o
lagar de vinho ficou cheio. Os tanques de lagar estão realmente transbordando;
porque se tornou abundante a sua maldade. Massas de gente, massas de gente
estão na baixada da decisão, porque está próximo o dia de Javé na baixada da
decisão (5). E vieram para a Baixada da Decisão, para o dia em que Deus iria desembainhar
da cintura a espada de sua Palavra e iria lançar a escolha para esta multidão
desorientada que está dançando em torno do Bezerro de Ouro: Os que estão do
lado de meu filho Jesus, a mim!(6) Sim, uma multidão imensa de
todas as partes do Brasil, e de muitas partes da terra, que então acorreria
para Presidente Prudente a fim de ouvir o som estridente que se levanta de suas
ruas: Caiu! Caiu Babilônia, a Grande, e ela se tornou moradia de demônios, e
guarida de toda exalação impura, e guarida de toda ave impura e odiada. Pois
todas as nações caíram vítimas por causa do vinho da ira de sua fornicação, e
os reis da terra cometeram fornicação com ela, e os comerciantes viajantes da
terra ficaram ricos devido ao poder de sua impudente luxúria (7).
Como cessou aquele que compelia outros a trabalhar, como cessou a opressão!
Javé destroçou o bastão dos iníquos, a vara dos governantes, aquele que
incessantemente golpeava povos em fúria com um golpe, aquele que subjugava
nações em pura ira, com perseguição sem freio. A terra inteira chegou a
descansar, ficou sossegada. As pessoas ficaram animadas, com clamores
jubilantes. Até mesmo os juníperos se alegraram de ti, os cedros do Líbano,
dizendo: Desde que te deitaste, não sobe contra nós nenhum lenhador (8).
E eis que é a manhã do dia 30 de dezembro do ano de 2012... E uma
multidão imensa, vinda de todas as partes do Brasil, de muitas partes da terra,
está na cidade de Presidente Prudente, ocupando as suas avenidas, com os seus
tambores, as suas bandeiras, e os seus muitos cânticos. E de repente alguém
grita, no meio da multidão: Eia lá vem! E todos esticam o pescoço para ver o
que lá vem, e eis que todos avistam vindas as forças dos reis do nascente do
sol (9) com a missão de começar em
cima da terra o reinado de Jesus Cristo no lugar do reinado de homens, que
trouxe proveito para poucos, mas lágrima, dor e sofrimento para a imensa
maioria. As reportagens que surgem na Televisão todos os dias enchendo os lares
de notícias sobre roubos, assassinatos, corrupções de políticos, de
funcionários públicos, e todo tipo de crime, mostram a real essência deste
governo humano.
E lá vem. E na frente de todos eis que aparecem jovens empurrando uma
grande roda e nela os dizeres: 2012: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA
A TERRA E A GOVERNARIA. No centro da grande roda, o número 2012, e em cima,
circundando, os dizeres: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A
GOVERNARIA, e embaixo, completando o círculo, os dizeres, OS TRABALHADORES
E atrás seguem jovens em cima de uma caminhonete que veio de Estrela do
Norte levando três estandartes, os estandartes de Paulo e de Marx ladeando o
estandarte de Jesus Cristo (10).
E quando a camionete passa levando os estandartes de Paulo, e de Jesus,
e de Marx eis que logo atrás vêm jovens empurrando um carrinho; e em cima do
carrinho um livro aberto com os dizeres, deste lado: EDUCAÇÃO, e do outro lado,
EVANGELHO. E os jovens que empurram o carrinho são deste lado, um jovem
evangélico, e daquele lado, um jovem católico, mas no meio deles um jovem
socialista, com os três jovens seguindo pelas avenidas de Presidente Prudente
empurrando o carrinho.
E quando os jovens passam empurrando o carrinho, eis que atrás deles vem
um carro alegórico ocupando bom espaço da rua. E ao fundo se levanta uma grande
réplica de Jerusalém se expandindo a partir do Muro das Lamentações. E deste
lado de cá aparece em grande destaque a Mesquita de Omar com o ouro que cobre
seu domo sendo visto em todo seu resplendor, beleza e grandeza sempiternos. E
do lado de lá, em grande destaque, aparece a Sinagoga de Ramban. E entre a
Mesquita de Omar com o Domo da Rocha prendendo as atenções e a Sinagoga de
Ramban aparece, então, em grande destaque, a Basílica do Santo Sepulcro.
Mesquita, Basílica e Sinagoga uma ao lado da outra. E no alto, encimando, em
forma de arco que cobre toda a extensão, eis que se lê a inscrição: O TERCEIRO
TEMPLO RECONSTRUÍDO. E em cima do carro alegórico seguem crianças palestinas,
judias e cristãs em suas respectivas indumentárias, conversando entre si e
cantando cânticos tradicionais e pertinentes, cristãos, palestinos e judeus.
Todas cantam o mesmo cântico. E o maestro está junto a elas, as ajudando na
harmonia de sua síntese.
E o carro alegórico, em toda a sua riqueza, segue pelas avenidas de
Presidente Prudente, e eis que na sua frente segue três jovens montados cada
qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte que segue pelas
avenidas da cidade girando em suas mãos. E o jovem do lado de cá, em
indumentária palestina, e com o dorso do cavalo coberto do vermelho, do
vermelho cetim, leva ao ombro um grande estandarte que girando em suas mãos
então faz aparecer dum lado a figura de Esaú, mas do outro lado a figura de
Yasser Arafat. Quanto ao jovem que vai do lado de lá, em indumentária hebraica,
e com o dorso do cavalo coberto do branco, do branco cetim, ora, quando gira o
estandarte em suas mãos eis que de um lado aparece a figura de Jacó, mas no
outro lado a figura de Yitzhac Rabin. E os dois jovens, palestino e judeu,
seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando um jovem cristão que
segue pelas suas avenidas levando ao ombro um grande estandarte, que quando
gira em suas mãos então dum lado aparece a figura de Isaque, mas do outro lado
a figura de Jesus. E o dorso deste cavalo está coberto do rosa, do rosa cetim.
E o que sucede é que quando passa pelas suas avenidas a camionete que
veio de Estrela do Norte trazendo os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de
Marx; passa os três jovens empurrando o carrinho que leva em cima um livro
aberto com os dizeres EDUCAÇÃO e EVANGELHO, sim, o que sucede é que assim que
acaba de passar o caminhão alegórico levando em cima crianças judias,
palestinas e cristãs, então a multidão que os presenciara não se contém e
exclama: Vede! É a Arca do Pacto! Do Pacto novo que Deus selou com seu filho
Jesus! Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó
Glória... Já não seremos mais explorados; nem material e nem espiritual, mas o
Cordeiro que está no meio do trono nos pastoreará e nos guiará para as fontes
de águas da vida. E ele enxugará de nossos olhos toda lágrima, e não teremos
mais fome, e nem sede, e nem sol ou calor abrasador cairão mais sobre nós. Ô Glóóóóóóória!!!
E o grande exército de Deus, sim, há um povo numeroso e poderoso;
semelhante a ele não se fez existir nenhum, desde o passado indefinido, e
depois dele não haverá mais nenhum até os anos de geração após geração. Adiante
dele um fogo devora e atrás dele uma chama consome. Adiante dele a terra está
como o jardim do Éden; mas atrás dele é um deserto desolado, e também se
mostrou que dela nada escapa. Sua aparência é como a aparência de cavalos
e correm como corcéis. Saltitam como que com o ruído de carros nos cumes
dos montes, como que com o ruído dum fogo chamejante que devora o restolho. É
como um povo forte, posto em ordem de batalha. Por causa dele, povos terão
dores agudas. Quanto a todas as faces, certamente ficarão coradas de excitação.
Correm como homens poderosos. Sobem a muralha como homens de guerra. E vão,
cada um, nos seus próprios caminhos e não trocam de veredas. E não empurram um
ao outro. Prosseguem andando assim como o varão vigoroso no seu rumo; e se
alguns caírem mesmo entre os projéteis, os outros não interrompem o avanço.
Investem para dentro da cidade. Correm sobre a muralha. Sobem às casas. Entram
pelas janelas como o ladrão. Diante dele a terra ficou agitada, os céus
tremeram. Mesmo o sol e a lua ficaram escuros e as próprias estrelas
recolheram a sua claridade. E o próprio Javé certamente fará ouvir a sua voz
perante a sua força militar, pois o seu acampamento é muito numeroso. Pois,
aquele que cumpre a sua palavra é forte; porque o dia de Javé é grande e muito
atemorizante, e quem poderá resistir nele? Sim, e o grande exército de Deus,
que o profeta Joel viu saindo para a sua ação, em toda a terra, partindo de um
lugar, segue pelas avenidas de Presidente Prudente arrebatando e extasiando a
grande multidão. Que bate no peito e diz: eu militarei nele! Serei um dos seus
soldados valorosos, investindo para dentro da cidade, correndo sobre a muralha,
subindo às casas, e entrando pelas janelas como o ladrão.
E o que sucede é que quando a multidão acaba de exclamar: Ô Glóóóóóóória!!!
E passa o carro alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs
então a multidão vê passar em seguida novo quadro que é mais uma jóia na coroa
do Senhor. E eis que vêm quatro jovens carregando ao ombro quatro grandes
estandartes. Na frente segue um estandarte, mas, atrás, guardando distância de
seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca
do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de
alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três
estandartes um ao lado do outro. E os três estandartes que segue atrás, seis
passos atrás, ora, deste lado de cá segue o grande estandarte de Madre Tereza
de Calcutá, no ombro de uma jovem, e do lado de lá o grande estandarte de
Chiara Lubich. Mas entre as duas jovens que levam ao ombro os estandartes de
Madre Tereza de Calcutá e de Chiara Lubich eis que segue uma jovem levando ao
ombro o grande estandarte de Zilda Arns. E as três jovens seguem pelas avenidas
de Presidente Prudente guardando distância de seis passos, da jovem que vai à
frente levando ao ombro o grande estandarte de Dorothy Stang.
E quando essa jóia da coroa régia do Senhor passa pelas suas avenidas
eis que a multidão vê passar nova jóia da coroa do Senhor. E eis quatro jovens
levando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um jovem levando
ao ombro seu grande estandarte, e atrás dele, guardando distância de seis
passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do
Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de
alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três jovens
levando ao ombro seu grande estandarte. Um ao lado do outro. E eis que deste
lado segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu,
e do lado de lá segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte de Nelson
Mandela. E os dois grandes estandartes seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente ladeando o grande estandarte de Martin Luther King, que segue pelas
suas avenidas nos ombros de um jovem batista negro. E os três jovens, levando
os estandartes do Bispo Desmond Tutu, e de Martin Luther King, e de Nelson
Mandela, seguem pelas avenidas de Presidente Prudente guardando a distância de seis
passos do jovem que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Mahtma
Gandhi.
E quando passarem os jovens levando ao ombro o grande estandarte do
Bispo Desmond Tutu, e de Nelson Mandela, e de Martin Luther King, e de Mahatma
Gandhi, eis que a multidão vê agora passar aos seus olhos dois jovens montados
cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte. E os
estandartes seguem girando em suas mãos. E o que sucede é que quando o jovem do
lado de cá passa pelas avenidas de Presidente Prudente girando o seu estandarte
então em um lado a multidão vê o rosto de João XXIII, mas no outro lado vê o
rosto de John Wesley, com os rostos de João XXIII e de John Wesley
intermitentemente se manifestando aos seus olhos. E quando o jovem do lado de
lá gira o estandarte em sua mão então a multidão vê de um lado o rosto de Che
Guevara, mas no outro lado vê o rosto de Francisco de Assis. E os rostos de
João XXIII e de John Wesley, e de Che Guevara e de Francisco de Assis se
mostram intermitentemente aos olhos de toda a multidão, como se fossem a sua
noite e o seu dia.
E quando passarem os jovens montados em seus cavalos brancos, levando ao
ombro os dois grandes estandartes que seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente girando em suas mãos, e fazendo alternar aos olhos da multidão João
XXIII e John Wesley, Che Guevara e Francisco de Assis, eis que a multidão vê
passar atrás deles dezenas e dezenas de jovens que levam ao ombro os
estandartes daqueles que João viu por debaixo do altar clamando vingança pelo
seu sangue derramado (11). E eis que são dezenas e dezenas de
jovens levando ao ombro os estandartes daqueles cristãos que sofreram martírio
nas mãos de Roma pagã. E o seu número é incontável, sendo incontável o número
dos seus estandartes, pois, deveras, cada estandarte leva o nome de um daqueles
mártires que na defesa de sua fé sofreu horrores à mão de homens violentos e de
feras famintas. E na frente de todos eles seguem três jovens levando em suas
mãos ramalhetes com rosas brancas.
E as dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente levando ao ombro os seus estandartes. E eis que a multidão vê entre
seus estandartes os estandartes dos apóstolos de Jesus que foram martirizados.
Todos eles estão ali nos ombros dos jovens para receberam a coroa de glória que
um dia foi-lhes prometido. Todos eles estão ali, desde Estevam ao último dos
apóstolos martirizado, André. E entre eles, no meio deles, dezenas e dezenas de
jovens carregam ao ombro o estandarte de um cristão que teve a sua vida ceifada
por não permitir que valores éticos e morais fossem subjugados por valores de
duvidosa qualidade, que tinham o poder de satisfazer o ego e a voracidade do
corpo, jamais o espírito.
É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos
mártires do cristianismo que desfilam pelas avenidas de Presidente Prudente. De
modo que se podem ver no meio deles, entre os estandartes dos apóstolos de
Jesus, eis os estandartes de Policarpo, e de Bárbara de Nicomédia, e de
Anastácio de Sirmiuns, e de Demétrio Tessalonico, e de Perpétua e de
Felicidade, e de Inês, e de Agatonice, e de Sinforosa, e de Justino, e de
Teodoro de Heracléia, e de Catarina de Alexandria, e de Cristina de Bolsene, e
de Irene, e de Clemêncio, e de Flávia Domitila, e de Blandina, e de Inácio, e
de Leônidas, e de Pantaleão de Nicomédia, e de Teodósia, e de Procópio de
Citópolis. A verdade é que se para cada mártir cristão houvesse um
representante em Presidente Prudente com certeza todas as suas ruas seriam
insuficientes para abrigar o seu número, tão grande foi o número dos mártires
que morreram na defesa da fé cristã.
E o que sucede é que quando passarem os três jovens levando nos braços
ramalhetes com rosas brancas, e sendo seguido por uma multidão incalculável de
jovens levando ao ombro o estandarte de um cristão martirizado sob o domínio de
Roma pagã, eis que agora multidão vê passar diante dos seus olhos os
estandartes daqueles que João viu completando o número dos mártires cristãos, e
que foram chamados por ele de co-escravos e de co-irmãos, que iriam ser mortos
como foram aqueles que debaixo do altar clamavam vingança pelo seu sangue (12).
E diante dos olhos da multidão agora passa os estandartes dos mártires
do socialismo. É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes
dos mártires do socialismo que passam perante os olhos da multidão. Desde os
mártires que morreram lutando na Comuna de Paris, passando pelos mártires de
Chicago, e pelo martírio do casal Rosemberg em Nova Yorque, e pelo martírio de
Che Guevara na Bolívia, até chegar ao martírio de Dorothy Stang no
Brasil, é incontável o número dos mártires pelo socialismo, que sofreram todo
tipo de violência desde ser afogado na água até ser amarrado pelos pés e ser
arrastado pelas ruas da cidade por automóveis conduzidos por homens
enfurecidos.
E dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente
Prudente levando ao ombro os estandartes dos mártires pelo socialismo, cujo
número foi tão grande como foi o número dos mártires pelo cristianismo. E na
frente deles seguem três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas
vermelhas.
E eis que a multidão nas avenidas de Presidente Prudente vê agora passar
os mártires pelo socialismo, que necessário se fez morrer para que se
completasse o número dos seus co-escravos e co-irmãos que foram mortos sob Romã
pagã e eles então fossem vingados. Eis que a multidão vê jovens levando ao
ombro os estandartes de Stuart Angel, e de Carlos Mariguela, e de Alexandre
Vanucci Lemes, e de Vladimir Herzog, e de Manuel Fiel Filho, e de Santo
Dias, e de Chico Mendes, e de Olga Benário, e de João Bosco Penido, e de Pe.
Ezequiel Ramin, e de Dom Oscar Romero, e de Pe. Josimo Tavares, e de Frei Tito,
e de Ranúsia Alves Rodrigues, e de Manoel Lisboa, e de Rosa Luxemburgo e Karl
Liebknecht, e de Carlos Lamarca e de Iara Yavelberg, e de Zequinha Barreto. Se
todas as ruas de Presidente Prudente são pequenas demais para abrigar os
estandartes dos mártires cristãos são também pequenas para abrigar os
estandartes dos mártires pelo socialismo. Milhões foram mortos pela causa do
cristianismo, e milhões foram mortos pela causa do socialismo, todavia era no
martírio dos seus milhões que um novo mundo estava sendo forjado.
E quando passarem os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires
pela causa do cristianismo e passar os jovens levando ao ombro os estandartes
dos mártires pela causa do socialismo, eis que atrás deles, logo atrás, seguem
jovens levando ao ombro os estandartes das grandes religiões monoteístas.
E atrás deles seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes
doutrinas espiritualidades, dedicadas à caridade e a minorar o sofrimento
daqueles que não tem a quem clamar, tanto as que estão no oriente como as que
estão no ocidente.
E atrás dos jovens levando os estandartes das religiões monoteístas e
das doutrinas espiritualistas eis que seguem jovens levando em seus ombros os
estandartes de todas as denominações religiosas, quer as pertencentes ao campo
evangélico quer as pertencentes ao campo católico. Todas elas, nas suas
centenas, que sentiram em seus seres que realmente os seus corpos foram
mergulhados nas águas do Mar Vermelho espiritual e que agora chegou o tempo de
mergulhá-los nas águas do Jordão espiritual indo diretamente para ocupar as
moradas eternas que o Cristo da cruz um dia disse iria as preparar para os
seus.
E atrás dos jovens levando em seus ombros os estandartes de suas
respectivas denominações religiosas eis que seguem os povos da floresta, as
suas inúmeras tribos, todas elas nas suas mais ricas indumentárias. E seguem
pelas avenidas de Presidente Prudente com os seus chocalhos e as suas danças e
os seus cânticos.
E atrás dos povos da floresta então segue o caminhão levando os homens e
mulheres, que por terem se dedicado ao serviço com os pobres, por terem lutado
para arrebatar os pobres da mão do opressor, que sem medo enfrentaram as forças
das trevas e do terror, sim, seguem os homens e mulheres que neste dia, quando
estiverem no grande palanque armado ali no Parque do Povo visto em sonho pela
jovem Joseane, hão de ouvir: Vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu
Pai. Herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei
com fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes
algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava
nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na
prisão, e vós me visitastes.
E o que sucede é que quando a multidão entrar no Parque do Povo e após
discursos, então chegará o momento da simbólica chuva de rosas, uma justa
homenagem que será prestada a todos aqueles que lutaram e foram martirizados
tanto pelo cristianismo como pelo socialismo. E aqueles três jovens que
seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo cristianismo então
lançarão ao alto os ramalhetes de rosas brancas em suas mãos numa justa
homenagem a todos os mártires do cristianismo. E quando subirem e
descerem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo então dedos femininos
começarão a retirar das cordas do violino o som divino do hino MAIS ALVO QUE A
NEVE. E a multidão, na alegria do espírito, canta MAIS ALVO QUE A NEVE. Em
seguida será a vez dos três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos
mártires pelo socialismo lançarem ao alto os seus ramalhetes com rosas
vermelhas numa justa homenagem aos mártires do socialismo. E quando subirem e
descerem ao olhar de todo o povo então dedos masculinos começarão a retirar do
violino o som da música Vermelho, que o Brasil inteiro cantou com Fafá de
Belém.
E sucederá que quando todos no Parque do Povo acabar de cantar Vermelho,
então os seis jovens se abaixarão e apanharão os seus ramalhetes. E juntos os
lançarão ao alto, os ramalhetes com rosas brancas e os ramalhetes com rosas
vermelhas, numa justa homenagem aos mártires do cristianismo e aos mártires do
socialismo. E enquanto sobem e descem ao olhar de todo o povo no Parque do
Povo, então os dedos femininos e masculinos começarão a retirar do violino o
som divino da música Rosa de Sarom com todos no Parque do Povo cantando: Uma
cortina se abriu e surgiu / Um cavalo e mil cavaleiros / Brancos, vermelhos
armados, armados / Do riso inocente que faz despertar / Pisando firmes na terra
/ Abrindo seu ventre fazendo brotar / Uma canção que só fala de amor / Que só
diz que a vida já vai começar / Do trigo somos a sua brancura / E da videira o
seu vermelhão / O branco da paz, o vermelho da vida / Somos a rosa – a Rosa de
Sarom
E enquanto dedos masculinos e femininos retiram do violino o som divino
da música Rosa de Sarom (13), ao seu som, então chegou o grande
momento de todos no Parque do Povo participar da Ceia Nova, da Ceia especial,
que Jesus, por ocasião da última ceia (14), disse só voltaria a
participar dela quando aparecesse nova, no reino de seu Pai, junto com seus
discípulos.
E todos no Parque do Povo levam à boca um pedaço de pão e um cálice de
vinho, com o pão e o vinho tendo um novo sentido em suas vidas, não mais apenas
lembrar-se do sacrifício de Jesus na cruz, mas saber que no seu sacrifício
estava a redenção completa do ser humano, tanto a redenção espiritual que trás
igualdade espiritual como a redenção material que trás a igualdade material.
Igualdade espiritual e igualdade material que Ele cuidou em construir no devir
histórico, primeiro com Paulo, e depois, quando a História no seu movimento
real saiu do tempo teológico-espiritualista e entrou no tempo
antropológico-materialista, seguindo a curvatura da história e que se deu com e
a partir do Renascimento, ora, então na plenitude dos tempos materiais ele
cuidou em construir a sua redenção material com o judeu Marx.
E a multidão no Parque do Povo participa da Ceia Nova de Jesus, que se
manifesta em conexão com o seu novo nome (15). E o perfume
universal da sua paz e da sua justiça sobe do chão do Parque do Povo e é levado
pelo vento para os quatro cantos da terra, a fazer morada e a fincar raízes em
todos os corações e em todas as mentes.
E a multidão se despede do Parque do Povo cantando a música do Geraldo
Vandré PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES. Voltam para as suas casas com a
certeza de que a Semente terá de ser semeada em todos os corações, em todas as
mentes, na sua casa, na sua vizinhança, no seu bairro, na sua cidade, no seu
estado, na sua nação, no seu continente, na terra inteira, pois, deveras, é
esta a Semente que o profeta Daniel viu sendo arrancada do monte, sem o auxílio
de mãos, e feriu a estátua a esmiuçando, e se espalhando para a terra inteira e
a enchendo como a um só monte (16).
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(1)--Apocalipse 19.11
(2)--Josué 9.1-2
(3)--Essa harmonia restaurada a todos os pólos contrários é aquela vista
em espírito por Mestre Ekhart e Nicolau de Cusa, para quem os contrários
estavam em processo de convergência; e iria chegar o momento em que se
encontrariam e se reconciliariam, na mediação do Infinito. Portanto essa
harmonia restaurada a todos os pólos contrários não é a da dialética, mas da
metafísica. A dialética não estabelece harmonia entre os pólos contrários
porque os pólos contrários que é seu objeto são de pesos diferentes. É impossível
harmonia entre os valores da carne e os valores do espírito. É impossível
harmonia entre capitalismo e socialismo. Então na filosofia celestial o mal não
contém valor ontológico senão que propedêutico. Ele existe para ajudar, para
cooperar para que o bem apareça, como bem disse Santo Agostinho. Mas o
equilíbrio é estabelecido entre os contrários que foram depurados do pecado
original. A depuração do paganismo resulta no cristianismo; a depuração do
capitalismo resulta no socialismo. Então o equilíbrio é perfeitamente
estabelecido entre cristianismo e socialismo. Um sustenta o outro. Nem um nem
outro subsiste por muito tempo sem o outro, o que não acontece entre os
contrários dialéticos cujo escopo é um devorar o outro. Um se torna alimento do
outro.
(4)--Isso explica porque a Teologia da Libertação jamais penetrou na
realidade numênica quer da Renovação Carismática quer do Pentecostalismo.
Jamais apreendeu a sua essência verdadeira, senão a ideológica fornecida pelo
positivismo. É que a Teologia da Libertação representa o momento em que no
ventre do Materialismo Histórico se deu o parto de Adão. E neste momento as
pálpebras de Adão não estavam abertas suficientes para olhar em Eva e
reconhecê-la a sua companheira de longa data. A sua outra metade. Daí nem a
Teologia da Libertação reconhecê-las e nem o Marxismo reconhecer o
Cristianismo. No entanto quando o Marxismo se convertesse no socialismo
celestial, e a Teologia da Libertação refletindo este novo momento, então as
suas pálpebras iriam se abrir completamente, com ela então reconhecendo o
grande valor tanto da Renovação Carismática como do Pentecostalismo não só na
solução de toda problemática social como, muito mais, indispensáveis ao Reino
de Deus e ao seu funcionamento.
(5)--Joel 3.11-14
(6)--Êxodo 32.26
(7)--Apocalipse 18
(8)--Isaías 14.1-8
(9)--Apocalipse 16.12
(10)-- Paulo e Marx. Porque Paulo e Marx
aparecem ao lado de Jesus o ladeando como sinal da chegada da vida? Ora, Paulo
e Marx formam uma unidade indissolúvel. Simplesmente o gameta feminino e o
gameta masculino que há no zigoto lugar onde a vida se forma e vai se
desenvolver no útero. Destarte, a igualdade espiritual, que a humanidade
recebeu de Jesus na mediação de Paulo, e a igualdade material que recebeu de
Jesus na mediação de Marx, são fundamentos que fecundados um no outro produz a
vida, e vida em abundância (o jovem judeu protestante Karl Marx, quando passou
a ter a revelação do socialismo por volta daquele ano judaico de 1843, mesmo
que não soubesse, era de Jesus que estava recebendo. É este o fundamento de
Mateus 25.40). Ora, temos visto que muitas pessoas amam Paulo e desprezam ou
odeiam Marx, e temos visto o seu contrário, pessoas que amam Marx e desprezam
ou odeiam Paulo. Mas estas pessoas são aquelas de ICoríntios 13.9, de posse da
parcialidade de Jesus, de posse da parcialidade da vida. Jesus começou a ser
construído em suas vidas, mas falta a complementação, que se dará na chegada
daquilo que Paulo chamou de Completo. E neste momento serão transformados num
abrir e piscar de olhos, sendo realmente feitos à imagem e semelhança do Cristo
da cruz. Ora, observamos um fenômeno no continente europeu. Primeiro ali eles
baniram Paulo, e por último acabaram de banir Marx. O resultado tem sido uma
Europa completamente entregue a um materialismo grosseiro, com seus habitantes
preocupados unicamente com a boca e o pênis. Ora, Marx sem Paulo é um coração
que pulsa e que cada vez mais vai perdendo as suas forças. Por fim deixa de
respirar. O que aconteceu na Europa. Temos de estar atentos porque forças
poderosas trabalham para banir Paulo do continente latino-americano e trazer
Marx. São as forças políticas da esquerda e junto a elas as forças
político-religiosas da Teologia da Libertação. Forças que olham com
desconfiança tanto para os pentecostais como para os carismáticos. Não é atoa
que circulam na Internet escritos e mais escritos, não raro de militantes do
PT, se referindo a Paulo como homofóbico, misógeno, preconceituoso, destruidor
das culturas, tolhedor da liberdade humana e etc (não foi esta a coroa
prometida a Paulo pelo seu empenho ímpar no crescimento da obra de Jesus. Paulo
na verdade é portador de um antídoto para as concupiscências carnais, resultado
de um espírito que cada vez mais se enferma). Quer dizer, a mesma cantilena que
se ouviu na Europa por volta da metade do século passado. Lá eles conseguiram
fazer a chegada de um Marx sem Paulo. Mas no continente latino-americano quando
Marx aqui chegar encontrará o continente alicerçado em Paulo. A igualdade
material há de ser construída a partir deste alicerce espiritual. Por isso as
forças dos evangélicos e dos católicos carismáticos estão sendo convidadas a
libertar o político que adormece em seus corações (Isaías 42.6-7) e criar o
maior movimento político-social de todos os tempos (Isaías 2.10), construindo o
reinado de Jesus Cristo (Apocalipse 11.15-18) simplesmente a partir do amor, do
amor revolucionário que tomou o lugar do ódio revolucionário. O amor
revolucionário que é Marx sendo conduzido pela metodologia de Paulo, criando o
reino da igualdade não mais na destruição dos ricos e dos opressores, mas na sua
transformação, na sua conversão. Quanto mais eles se transformarem e quanto
mais eles se converterem mais e mais este mundo de desigualdade, de gritante
concentração da riqueza, estará indo embora, dando lugar a um novo mundo,
fraterno, de irmãos. As relações, feitas hoje no espírito da competição, hão de
ser feitas no espírito da cooperação, da solidariedade.
(11)--Apocalipse 6.10
(12)--Apocalipse 6.11
(13)--A música Rosa de Sarom na verdade é uma letra que Adamir Gerson
fez e encaixou no clássico Romance de Amor, que por sinal é controverso a sua
origem. O que se sabe com certeza é que se trata de uma música pertencente ao
folclore espanhol. Quanto ao seu compositor o mais aceito é que tenha sido
Antônio Rovira, também aparecendo como seu autor Tarrega, Sor, Yepes, Paganini,
e aquele que muitos afirmam ser o compositor de fato, Vicente Gomes. Por ser
uma música sem autor aparente, e belíssima, e intuindo que a sua autoria
desconhecida podia esconder um propósito divino, Adamir Gerson se viu no
direito de utilizá-la pondo nela uma letra que julga pertinente. E espera que a
sua versão tenha o mesmo alcance que teve a música austríaca Griechischer Wein,
do Udo Jurgens, que transposta para a cultura portuguesa por Paulo Alexandre,
se transformou num belíssimo clássico lusitano.
(14)--Mateus 26.26-29
(15)--Apocalipse 3.12
(16)--Daniel 2.44
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