terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ao César Benjamim

Ao César Benjamim

Cesar Benjamim é um fato que o socialismo no seu nascimento enxergou na Classe Trabalhadora a força motriz para a materialização dos seus ideais de liberdade e de igualdade. Daí os revolucionários, desde o seu nascimento na metade do século XIX, ter se dirigido aos trabalhadores com a mensagem do socialismo, e procurado organizá-los para que se tornasse exeqüível a revolução.

Mas, como escrito está que para tudo há um tempo debaixo dos céus, posso dizer que este tempo passou e doravante o socialismo terá que se dirigir às massas religiosas para que elas materializem os seus ideais de liberdade e de igualdade. As massas religiosas se tornaram hoje o que foi ontem a massas trabalhadoras. Se ontem as massas trabalhadoras tiveram necessidade do socialismo quem tem necessidade hoje do socialismo são as massas religiosas.

De modo que Adamir Gerson está se dirigindo a Cesar Benjamim e deixando claro que o socialismo caiu, mas está prestes a se levantar, mas se levantar a partir do ventre das massas religiosas. Eu diria mesmo que o socialismo seguiu o calvário de Jesus, depois dos seus grandes milagres (e da adesão dos oprimidos), no campo econômico, no campo social, no campo tecnológico, no campo militar, no campo esportivo, então acabou por ser traído e levado a um calvário como o percorrido por Jesus. Abandonado por todos (na época Clóvis Rossi em um artigo na Folha mostrou a sua perplexidade pela forma em que todos abandonaram o socialismo quando chegou a sua hora dura), então passou a ser cuspido, chicoteado, zombado (fala socialismo: quem te bateu?), preterido pela turba assassina (solta o capitalismo e à morte com o socialismo!), e finalmente crucificado entre dois malfeitores como se fosse um deles, o nazismo e o fascismo (na época a mesma Folha estampou uma foto de manifestantes segurando uma faixa, e na faixa os dizeres: O COMUNISMO É IGUAL AO FASCISMO E AO NAZISMO. Ainda hoje encontramos alienados e malandros que afirmam que o comunismo é igual ao nazismo e ao fascismo). E para completar o quadro podemos dizer sim que aquele momento em que Boris Yeltsin ordenou o bombardeio do Parlamento matando dezenas de comunistas com seu sangue escorrendo pelas escadarias aquele foi o momento em que o soldado, para ter certeza da morte de Jesus, então cravou no lado a lança, saindo sangue e água. E o quadro é de fato completado por se afirmar que da mesma forma como Jesus ao terceiro dia ressuscitou o socialismo está prestes a ressuscitar. Eles colocaram uma guarda na sepultura do socialismo para que não ressuscitasse, não só inoculando o vírus do consumismo naquelas populações como filiando nações do antigo Pacto de Varsóvia na OTAN.

Mas chegou o tempo da ressurreição do socialismo. Deus permitiu que os homens deitassem mão em Jesus e o levasse à morte porque Jesus estava em um corpo mortal, mas carregando em oculto um segundo corpo, guardado para a ressurreição. Corpo de glória, incorruptível, que então iria atrair a si todos os homens. Mais do que isto, que iria impulsionar o devir histórico, pois o aparecimento do cristianismo forçou a transformação do sistema escravocrata em feudalismo, a Reforma Protestante ao protelar a ética católica transformou o feudalismo em capitalismo, e um judeu-luterano, Karl Marx, transformou este em socialismo. Na ressurreição de Jesus a História se tornou dinâmica, saltando da quantidade de gregos e romanos para a qualidade dos cristãos sempre superando a si mesmo, de forma permanente, nos seus altos e baixos. O novo socialismo que está batendo às portas há de refletir o Ressuscitado. Será novo socialismo, branco, incorruptível, não mais sujeito à morte e ao opróbrio dos homens. Um novo socialismo que não mai se engalfinhará, mas que transcenderá. Transcendendo as classes sociais há, então, de conduzir todos para fora de suas alienações na direção de um novo reino, realmente de liberdade, de igualdade, um reino fraterno. Trabalhadores e burgueses, ricos e pobres, serão todos destinatários do seu amor e do seu apreço. Serão todos educados para a nova sociedade. Como um formidável exército de formigas brancas, milhões – os mansos que Jesus disse herdariam a terra – está sendo preparados para no tempo certo então levar aos espíritos, a todos os espíritos, as novas transformações, que serão sociais, no campo econômico, no campo político, mas estas transformações foram o resultado das profundas transformações no espírito. Espíritos transformados então transformaram o social. O interior transformado então transformou o exterior. Odres velhos foram feitos novos para que então fosse deitado neles o vinho novo da nova sociedade. Lembrando que a chegada deste novo socialismo, deste novo tempo, em que os contrários são colocados a caminhar juntos, e a trabalhar juntos na construção de uma sociedade realmente fraterna, de justiça, de prazer, vem coroar a visão escatológica do profeta Isaías. Se os Árabes e Tomás de Aquino viveram os dias de Aristóteles e foi porta de entrada em que grassou o renascimento Greco-Romano, mudança de estação na História do Homem (mas os Cristãos e Agostinho viveram os dias de Akhenaton e foi porta de entrada em que grassou o renascimento Egípcio-Platônico, este tese, aquele, antítese), a verdade é que estamos nos dias do profeta Isaías, e é iminente um novo Renascimento, Judaico-Cristão, sintético, o início da caminhada do Milênio bíblico: E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano, nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Javé assim como as águas cobrem o próprio mar. Isaías 11.

É verdade, o socialismo depois de uma ascensão meteoro acabou por cair. Está caído. Mas vai se levantar. Chegou o tempo de se levantar. E agora através das massas religiosas, e agora especificamente entre as massas evangélicas. No ventre de cada evangélico imperceptivelmente se desenvolve o socialismo. A qualquer momento descobre que está grávida dele. E Adamir Gerson vai fornecer bases científicas para que se compreenda porque o socialismo ou se levanta através dos evangélicos ou não se levanta de modo algum, porque essa militância de esquerda preocupada com a legalização das drogas, do casamento gay e etc, esta militância constrói tudo menos o socialismo.

Primeiro

Naquele ano de 1903 quando se deu, em Londres, o nascimento do bolchevismo, do Partido Bolchevique, na histórica votação que deu vitória ao Lênin sobre Pkekhanov, sendo de fato este o momento em que do ventre moderado menchevique nasceu o bolchevismo, ora, três anos depois, em Los Angeles, deu-se o nascimento do movimento pentecostal. De fato, naquele casarão situado na Rua Azusa, um templo metodista construído por episcopais metodistas afro-americanos e que se achava abandonado, o que de fato ocorreu foi que do ventre moderado metodista então nasceu o moderno movimento pentecostal em larga medida revivedor de John Wesley pai do Metodismo. De modo que Lênin esteve para Plekhanov como William Joseph Seymour esteve para Charles Parham.

Nascidos em tempo e espaço diferentes, e com objetivos diferentes, é possível afirmar um parentesco entre o movimento bolchevique e o movimento pentecostal seguramente os dois maiores movimentos sociais do século XX? Podemos dizer sim que os dois movimentos na verdade eram partes de um mesmo processo, o da redenção completa, primeiro dos trabalhadores, e depois de toda a sociedade. Podemos dizer sim os dois movimentos foi uma resposta de Deus aos trabalhadores de Tiago que iriam clamar contra os opressores, que reteriam seus salários (5), de modo que Deus respondeu a eles na criação do movimento bolchevique e do movimento pentecostal. Porque eles eram oprimidos, materialmente, mas também espiritualmente. O peso da opressão que pairava sobre suas vidas era pesado demais, a mão forte do Egito-Capitalismo, mas também a mão forte de Sodoma-Paganismo. Sofriam no corpo e sofriam na alma e Deus decidiu a sua libertação.

Bem, como nasceu mesmo o movimento bolchevique? Em 1903, tendo sido decidido pela realização do 2º Congresso do Partido Operário Social Russo, ocasião em que os revolucionários iriam decidir o rumo da revolução, então escolheram a cidade de Bruxelas como palco do Congresso. Um enorme casarão em Bruxelas foi enfeitado com bandeirinhas vermelhas. E durante os debates os ânimos entre os participantes se acirraram de tal maneira que uma barulheira de vozes, onde cada qual falava mais alto que o outro, acabou por incomodar a vizinhança que para se ver livre de tanto barulho de russos barbudos chamou a polícia. E a polícia, que já sabia da sua presença na cidade e rondava o local então determinou a sua expulsão. Expulsos de Bruxelas então tomaram o rumo de Londres onde o 2º Congresso do Partido Operário Russo foi realizado e deu a vitória aos partidários do Lênin.

E como nasceu o movimento pentecostal? As primeiras reuniões se deram na casa do casal Richard e Ruth Alberry. E em poucos dias a casa se tornara pequena demais, pois a novidade se espalhava e cada dia aumentava o número de pessoas que vinham para o local conhecer a novidade do falar em novas línguas, em línguas estranhas. E as pessoas que se reuniam ali foram tantas que parte da casa cedeu não suportando o peso, pois as pessoas tanto pulavam como se jogavam ao chão. Então saíram na procura de um novo local encontrando um templo metodista abandonado numa rua chamada Azusa. De modo que foi neste templo metodista abandonado, situado no número 312 da Rua Azusa que se deu o nascimento do movimento pentecostal, hoje cerca de quatrocentos milhões de fiéis no mundo, trinta milhões no Brasil.

Esta proximidade histórica de nascimento e este paralelo entre estes dois movimentos sociais que no século XX foram a esperanças de milhões de pessoas, somado ao fato de que seus dois líderes não só nasceram no mesmo ano, 1870, como viveram praticamente o mesmo número de anos, Lênin viveu cinqüenta e três anos contra cinqüenta e dois de William Joseph Seymour, ora, podemos dizer que há algo de mais profundo por detrás destas semelhanças? Sim, que na verdade o conceito de socialismo é muito mais amplo e transcende o modo como é conhecido nos meios acadêmico-intelectuais. O conceito de socialismo é um processo que se desenvolve em três momentos, na tríade hegeliana, tese, antítese e síntese. Ou seja: Socialismo ESPIRITUAL, Socialismo MATERIAL e por fim surge um novo sistema a soma dos dois, do referencial marxista chama-se COMUNISMO, e do referencial cristão, REINO DE DEUS. Comunismo é quando o socialismo no desenvolvimento interno de suas potencialidades supera a si mesmo emergindo em uma nova qualidade, nova figura de espírito, e Reino de Deus é quando o Cristianismo, no desenvolvimento interno de suas potencialidades, supera a si mesmo emergindo em uma nova qualidade, nova figura de espírito. Estes socialismos adjetivados representam “parcialidades” como tão bem reconhecido pelo apóstolo Paulo (ICoríntios 13.9), parcialidades que um dia iria se revelar em totalidade ao se encontrar e se fundir com a metade que lhe falta.

Ora, o que aconteceu naquele ano de 1903 em Londres quando nasceu o Bolchevismo e em 1906 em Los Angeles quando nasceu o Pentecostalismo foi que o Absoluto tirou de si mesmo o socialismo MATERIAL e o socialismo ESPIRITUAL e os plasmou no Partido Bolchevique e no Pentecostalismo respectivamente. Como tese e antítese.

Conhecemos sobremaneira o que é o socialismo material, a divisão justa entre todos da riqueza produzida por todos, culminando numa sociedade em que cada um tem segundo as suas necessidades, uma sociedade em que ninguém diz que as coisas que possui são suas, mas tudo pertence ao bem comum (Atos 4.32), bem, temos evidência de que se o socialismo material foi derramado entre os bolcheviques, o socialismo espiritual foi derramado entre os pentecostais naquele ano de 1906?

A verdade é que naquele ano de 1906 quando repentinamente nasceu o pentecostalismo a ele se dirigia pessoas de todas as raças, de todas as cores, de todas as condições sociais. E o que causou choque na ortodoxia americana foi saber que ali, no Templo da Rua Azusa, todos se reconheciam iguais. Ali se abraçavam brancos e negros, pobres e ricos, lavadeiras negras e patroas brancas, asiáticos e mexicanos, jovens negros e jovens brancos, se lançavam um no ombro do outro e se abraçavam e se reconheciam como irmãos.

É evidente que aquela igualdade que experimentavam ali no templo da Rua Azusa ou entre eles era passageira, porque iria chegar o momento do seu relacionamento material, e então iriam entrar na desigualdade do capitalismo. E isto fazia seus espíritos um ser anfíbio vivendo e tergiversando entre dois mundos. E um dia esta contradição iria ser superada com a comunidade dos crentes, ao lado da igualdade espiritual, passando também a ter a igualdade material. Seria este o momento de sua plena felicidade, não só da comunidade dos crentes, mas também da comunidade dos socialistas porque também eram seres anfíbios vivendo e tergiversando entre dois mundos.

César Benjamim, Adamir Gerson acabou de expor os nascimentos do movimento bolchevique e movimento pentecostal, de como os dois portavam a redenção da humanidade, primeiro dos pobres e depois de todo o conjunto da sociedade, redenção espiritual, contra as promiscuidades da carne, o Pentecostalismo, e redenção material, contra as promiscuidades do dinheiro, o Socialismo. Após ter estabelecido esta gênese comum, que do ponto de vista teológico é a gênese comum de Jacó e Esaú, Jacó o movimento pentecostal e Esaú o movimento do socialismo, Adamir Gerson vai se aprofundar ainda mais na questão. E agora trazendo a lume a importância histórica do movimento pentecostal, uma importância que não se inaugurou, mas que está prestes a se inaugurar.

Na queda do socialismo surgiram muitas explicações do porque da sua queda. O termo “queda” não faz parte do léxico do socialismo celestial, porque na verdade o socialismo não caiu, mas se recolheu ao casulo de sua existência para se levantar em uma nova figura de espírito. Cumprira, esgotara a sua missão, que era propedêutica e não finalística. O socialismo iria se manifestar na terra em dois momentos, num primeiro momento libertador de uma classe social e num segundo momento libertador de todas as classes sociais.

Estes dois momentos de certa forma se acham em potência em Marx. Porque se acham em ato em Hegel e Marx deva ser visto como um giro de 180 graus que o Absoluto, em Hegel, deu. Ora, segundo Hegel o Absoluto carregava a missão da redenção universal, mas primeiro teria que redimir-se a si mesmo, pelas suas próprias forças, não contando com a ajuda de ninguém, e depois iria se lançar a uma nova libertação e agora a libertação da inteira humanidade. Marx toma esta proposição de Hegel, faz dela a sua proposição, e no lugar do Absoluto então coloca o Proletariado. A Classe Trabalhadora. Para Marx quem carregava a missão da redenção universal era o Proletariado, mas primeiro o Proletariado teria de redimir-se a si mesmo, pelas suas próprias forças, não contando com nenhuma ajuda desta terra.

De modo que devemos entender a “queda” do socialismo como algo perfeitamente natural e necessário, posto que o socialismo real esgotara todas as suas potencialidades e missão, e a sua queda se fazia necessário para que este seu outro lado, oculto, então se manifestasse. E Adamir Gerson afirma que tem chegado o tempo deste outro momento do socialismo, que ao grosso modo, podemos dizer é negação do Marxismo na mesma proporção em que o cristianismo foi negação do judaísmo.

E é agora que vamos compreender a importância do movimento pentecostal porque será a partir dele que se dará a ressurreição do socialismo. O movimento religioso de 1906, da Rua Azusa, foi mantido em reserva por Deus para quando chegasse o seu dia. Iria chegar o dia de um novo socialismo e este novo socialismo iria nascer a partir das massas pentecostais, o Jacó para o Esaú bolchevique. A presciência de Deus sabia da transitoriedade do socialismo do sexteto Marx – Engels – Lênin – Trotsky – Stálin – Mao. Iria se esgotar. E quando se esgotasse então iria acionar um novo socialismo que no lugar de trabalhar com a luta de classe iria então trabalhar com a transformação de classe; no lugar de tomar o lado de uma classe social contra outra classe social iria tomar o lado de todos os envolvidos na contradição contra o Pecado. O novo socialismo iria trabalhar e moldar os espíritos, os limpando cada vez mais do egoísmo, e no lugar do amor ao dinheiro iria então colocar o amor ao próximo, começando pelo próximo mais próximo, o próximo necessitado. A máxima que Jesus colocou na boca de Paulo: Nós, porém, os que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que não são fortes, e não estar agradando a nós mesmos, iria tomar o lugar desta máxima do capitalismo em que os fortes procuram os fracos para se locupletar. De modo que se hão filosofias que afirmam que modificações no material provocam modificações no espiritual, na consciência, no modo de ver e sentir o mundo, também vale a recíproca, mudanças no espiritual, na consciência, provoca também mudanças no material.

E ninguém deve confundir o socialismo celestial com a social-democracia. A social-democracia pertence ao espectro ideológico, ao passo que o socialismo celestial transcende as estruturas ideológicas. A social-democracia procura conciliar trabalho e capital criando um espaço onde cabem os dois. Cria linhas demarcatórias onde um garante a sobrevivência do outro. Não é assim com o socialismo celestial que há de continuar a luta para uma terra sem explorados e sem exploradores. Não lançando mão das armas do Marxismo, é evidente, mas lançando mão do poder transformador do Evangelho. De forma pacífica, com generosidade, mais e mais a sociedade irá sendo conduzida para o patamar em que não há classes sociais e não há privilégios.

Lúcio Junior Espírito Santo

César Benjamim: conhecemos o trabalho de pássaros e do próprio vento ao transportar sementes de um lugar a outro. E as sementes transportadas caindo em terra fértil então vingam dando seus frutos. Pois é, Lúcio Junior Espírito Santo, professor da área de Filosofia em Bom Despacho, Minas, e proprietário do Blog Revista Cidade Sol fez chegar até Adamir Gerson uma postagem envolvendo o nome do candidato a Vice nas eleições presidenciais de 2002, ao lado de Heloisa Helena, César Benjamim, e o nome do senador Marcelo Crivela. Como profeta do Altíssimo, e sabedor de que Deus se prepara para levantar todo o povo evangélico na causa do socialismo, e sabedor de que a Palavra de Deus vaticinou o aparecimento do povo marxista na cena da História, o vaticinando como se manifestou, um povo que não iria dobrar o seu joelho diante de Deus, não iria invocar o nome de Deus, não iria ter tratos com o religioso, não iria prestar reverência ou homenagem a sacerdotes (Isaías 65; Mateus 21.43; Apocalipse 14.4), mas um povo ao serviço do Reino (Mateus 25.40), e a mesma Palavra trazendo um segundo momento em suas vidas, quando então iriam se acordar para Deus (Isaías 66.14), para ouvirem e compreenderem o maravilhoso: Vinde benditos de meu Pai e possuí por herança o reino vos preparado desde a fundação do mundo, ora, sabedor de que as “outras ovelhas” que Jesus disse as tinha em outro aprisco e convinha agregá-los em um só aprisco, no mesmo aprisco, estas “outras ovelhas” era mesmo o povo marxista, ora, a postagem escrita e com testemunho de César Benjamim envolvendo ele e a figura do senador Marcelo Crivela fez ascender em Adamir Gerson uma grande luz, que este diálogo e trabalho conjunto entre o marxista César Benjamim e o evangélico Marcelo Crivela já era Deus se preparando e tomando as medidas iniciais para levantar o novo socialismo, um novo movimento, que será maior, muitíssimo mais forte, do que todas as grandes giestas do socialismo marxista no século XX. Porque este novo movimento é simplesmente o aparecimento na História daquilo que o profeta Isaías chamou de “A Esplêndida Superioridade de Javé”.

Vou transcrever e comentar a postagem que recebi do Lúcio Junior Espírito Santo, escrita por Cesar Benjamim.

Eu conheço Crivella. Diversas vezes me demonstrou seriedade, em contextos que nada tinham a ver com campanha eleitoral. Quem acha que os movimentos evangélicos – que reúnem dezenas de milhões de brasileiros – são apenas picaretagem não conhece como o nosso povo vive, como se organiza, que necessidades (materiais e espirituais) tem. Basta se aproximar um pouquinho dessas pessoas para conhecer inúmeras histórias de solidariedade e de superação, de genuíno amor ao próximo, vividas por gente simples, anônima e pobre, os grandes perdedores do sistema atual.”

Essa visão de César Benjamim sobre os evangélicos é impossível de ser encontrada nos intelectuais, ao menos os de escalão médio-alto para baixo. Quando se fala nos evangélicos o cheiro que invade suas narinas é o de homofobia. Para estes intelectuais, evangélico é sinônimo de homofobia. Para além da homofobia não enxergam nada nos evangélicos, absolutamente nada, formando um par e unidade com certos religiosos que reduz o marxista ao ateísmo. A riqueza de vida que está no evangélico e a riqueza de vida que está no marxista escapam a estas mentes estreitas e preconceituosas. Que fala daquilo que não viu, que não sabe, e nunca foi lá. O testemunho de César Benjamim é o resultado da experiência, de quem foi lá, viu, e sabe do que está falando. Tem uma visão correta do que seja o povo evangélico um povo em busca de sua emancipação enquanto seres humanos. Destarte, um povo que não se refugia no divertimento para fugir das dificuldades da vida, mas um povo que foge do divertimento para enfrentar as dificuldades da vida.

E é também elogiosa a postura do senador Marcelo Crivela, primeiro, em reunir pessoas para receberem aula de política e cidadania – o que partido de esquerda nenhum faz –  e, segundo, em convidar para ela um professor com história de vida no Marxismo e na luta contra o capitalismo.

Não resta a menor dúvida que este novo socialismo, este novo tempo, há de nascer da convergência de marxistas como César Benjamim e de evangélicos como Marcelo Crivela. E podem sim ser modelo e protótipos de um novo tempo.

Segundo

Fiz esta primeira abordagem do Pentecostalismo, em que o mesmo foi apresentado como tendo uma gênese comum com o nascimento do socialismo bolchevista; que o socialismo bolchevista iria começar uma caminhada de libertação e que naturalmente iria se esgotar, e então iria ter o lugar ocupado pelo Pentecostalismo que, com armas novas, novo gás, iria então consumar a sua luta construindo uma terra fraterna, de irmãos, sem explorados e sem exploradores. E agora vou abordá-lo numa outra perspectiva.

Quando o PT nasceu no começo da década de 80 é um fato que seu nascimento se deu da união dos católicos com a esquerda política. Mas também é um fato que o PT ao menos no seu nascimento excluiu o Pentecostalismo. Como naquele início da década de 80 a igreja católica estava sensivelmente preocupada com o aumento dos pentecostais, as Cebs trabalharam para que o PT não se abrisse para os pentecostais senão que para os evangélicos tidos como progressistas. Todavia, ao lado do crescimento do PT também se verificou um crescimento exponencial dos pentecostais nestes vinte e cinco anos mais que dobrou a sua população.

Antes de prosseguir vou abordar um trabalho feito por volta do ano de 89, 90. A sua abordagem ajudará a compreender este novo momento que está batendo às portas.

No trabalho feito no ano de 89 ou 90 Adamir Gerson lançou mão de uma metáfora para apresentar o nascimento do PT. O PT fora uma nave que se levantara do solo sagrado de São Bernardo do Campo com destino a um Brasil e a uma terra de gente de rosto feliz. E no trabalho foi dito que a nave fora levantada por um foguete de dois estágios, o primeiro contendo combustível marxista e o segundo contendo combustível hegeliano. E era dito que a nave só iria até um certo patamar e dali não avançaria mais. E quando o combustível do primeiro estágio do foguete estivesse acabando e a nave ameaçando cair, matando todos os seus ocupantes, então no ínterim o segundo estágio do foguete iria ser acionada; e a nave, com gás novo, e livre do peso da carcaça do primeiro estágio, iria novamente se reequilibrar e novamente seguir firme ao seu destino de origem, a construção de um novo Brasil e de uma nova terra.

Portanto peço neste momento tanto a César Benjamim como a Marcelo Crivela que meditem profundamente sobre esta metáfora. Tem chegado o tempo de se criar um novo movimento político. O PT se esgota ou se esgotou. O povo quer mudança, e não mudança para pior, encarnada pelo Aécio e pela direita golpista, mas mudança para melhor. E posso dizer para César Benjamim e para Marcelo Crivela que este novo existir político há de nascer a partir das massas pentecostais.

O PT de início da década de 80 era um partido popular, voltado para a organização popular. Em todos os pontos do país o PT organizava simpósios, trabalhos de esclarecimentos políticos, e para eles trazia as massas populares. Mas isto se dava não por conta dos marxistas, mas por conta das Cebs católicas. Quem fazia este trabalho eram as Cebs católicas causando ciúme nos marxistas que passaram a desacreditá-los e procuraram desqualificá-los como um grupo marginal chamando-os pejorativamente de “igrejeiros”. Não resta a menor dúvida que este novo existir político vai reviver o PT do início da década de 80, mas avassaladoramente maior. As massas pentecostais estão para as Cebs como uma bomba atômica está para uma banana de dinamite. A revolução molecular, que Leonardo Boff sonhou seria feita pelas Cebs católicas, ela será feita pelas massas pentecostais. Os pentecostais estão a um passo de serem arrebatados do domínio da direita e levados para construir o novo socialismo. Estão a um passo de serem transformados num abrir e piscar de olhos, e compreender claro como o dia que a luta do socialismo é luta de Deus, é Deus lutando novamente contra o Egito. Que, se ontem, lançando mão dos marxistas, Deus lutou contra o Egito Menor, o capitalismo, agora, lançando mão dos cristãos, Deus vai lutar contra o Egito Maior, o amor ao dinheiro que tem invadido todas as mentes e todos os corações com tudo sendo objeto de comércio e de barganha.

A Questão do Neo-Pentecostalismo

César Benjamim até aqui tratamos do Pentecostalismo. Mas, nos últimos quarenta anos começou a surgir um movimento que pareceu uma metamorfose na base do Pentecostalismo, o Neo-Pentecostalismo. O fato de enfatizar a busca da felicidade na aquisição e pertença de bens materiais o Neo-Penecostalismo se tornou alvo de muitas críticas e até mesmo de muita ira. O Neo-Pentecostalismo passou a ser visto a invasão do capitalismo sobre o universo Pentecostal.

Mas, o Neo-Pentecostalismo deva ser visto como parte do processo e necessário à plena manifestação do Reino. Simplesmente porque o Pentecostalismo foi revivência histórica do cristianismo primitivo, aquele que saiu da pena de Paulo apóstolo; e, como tal, o Pentecostalismo foi um movimento avesso ao mundo. O escopo do Pentecostalismo foi passar por este mundo sem pecado para ter direito á vida eterna. As palavras que Engels dirigiu ao cristianismo primitivo se encaixam perfeitamente no Pentecostalismo.

De modo que o Neo-Pentecostalismo despertando no crente o interesse pelos bens materiais, passando pelo capitalismo, isto iria fazer com que chegasse fatalmente no socialismo a negação que se forma na base do capitalismo. Iriam mesmo descobrir que o material que completa o seu ser é o socialismo e não o capitalismo.

Como a pregação neo-pentecostal praticamente invadiu todas as igrejas evangélicas isto significa dizer que quando surgir um trabalho novo, levando a idéia de socialismo para dentro dos meios evangélicos, de imediato irão se despertar, se acordar, que estão de posse de uma contradição, no espiritual servindo a Deus, mas no material servindo a Mamom. Um pé na Nova Jerusalém e outro no Egito. Esta compreensão virá no exato momento em que se acordarem para a essência do socialismo.

Então a verdade é que todo o universo evangélico se acha preparado para as boas novas: Mete a tua foice e ceifa, pois chegou a hora para ceifar, porque a colheita da terra está inteiramente madura. E o sentado na nuvem meteu a sua foice na terra e a terra foi ceifada. Apocalipse 14.14-16.

PSOL ou PAREPAR?

César Benjamim: és um militante de esquerda que não somente participou da criação do PT como também da criação do PSOL. O PSOL nasceu porque militantes do PT entenderam que o partido estava saindo dos trilhos abandonando a sua ideologia e seu projeto inicial de lutar para o fim do capitalismo e dar o poder aos trabalhadores.

O que estes militantes queriam é que o PT permanecesse fiel aos princípios do Marxismo.

Mas o nascimento do PT deva ser visto um movimento novo na base da própria revolução. O PT foi sim a revolução que entrou em transformação para se levantar em nova figura revolucionária. Posto que a revolução é tão somente que o Absoluto está recapitulando os passos que deu com o Judaísmo e o Cristianismo. Este movimento da terra em torno do sol, depois de passar pelo inverno e primavera e ter produzido botão e flor, e depois seguir pelas estações do verão e do outono, produzindo o fruto verde e o fruto maduro, ora, a verdade é que o Judaísmo e o Cristianismo foram respectivamente este botão e esta flor, mas o Marxismo foi a sua continuação, produzindo então o fruto, fruto verde, e no seu outono produzindo o fruto maduro.

A revolução não é um ato estático, mas um processo altamente dinâmico. A Revolução é tão somente a continuação da idéia de Redenção, no plano político-materialista, recapitulando as três etapas da Redenção no plano religioso-teológico. As três fases da Redenção no plano religioso-teológico: JUDAÍSMO, ESSENISMO E CRISTIANISMO. Ora, o Marxismo claramente é recapitulação do Judaísmo, a Escola de Frankfurt claramente recapitulação do Essenismo e o novo socialismo que está prestes a nascer para o mundo a partir do Brasil será recapitulação do Cristianismo. Os essênios foram elo de ligação entre o judaísmo e o cristianismo e a Escola de Frankfurt é elo de ligação entre o Marxismo e o novo socialismo que pode acertadamente ser chamado de Reino de Deus.

Então, César Benjamim, o PT nasceu para ser este elo de ligação, entre o judeu Karl Marx e o judeu Jesus. O PSOL não compreendeu isto, mas tentou um retorno ao judeu Karl Marx.

Bem, se não foi o PSOL a alternativa ao PT quem seria então? O PAREPAR, PArtido da REconstrução do PAraíso.

Quem vai ocupar o lugar do PT não será o PSOL e nem serão os tucanos, mas o PAREPAR.

O PAREPAR aprofunda o nascimento do PT. O PT nasceu da soma dos católicos progressistas com marxistas, mas o PAREPAR há de nascer da soma dos evangélicos com o povo socialista. Com os evangélicos tendo a missão de trazer para ele os carismáticos católicos e os socialistas tendo a missão de trazer para ele a Teologia da Libertação. O PAREPAR deve ocupar o seu lugar em 2018 elegendo uma dobradinha que pode ser entre Cristovam Buarque e Marina Silva, entre Cristovam e Crivela, entre Cristovam e Heloisa Helena ou mesmo entre Cristovam Buarque e César Benjamim (o Lúcio Junior Espírito Santo que não tem interesse por eleição elegeria a dobradinha Cristovam-Benjamim). Já foi lançado o embate para 2018 entre Lula e Serra, mas assim como o Lênin naquele final de 1917 engoliu tanto os mencheviques como os cadetes esta dobradinha do PAREPAR há de engolir em 2018 tanto os mencheviques brasileiros, o PT, como os cadetes brasileiros, o PSDB.

César Benjamim

Ora, se César Benjamim foi um homem que trabalhou na criação do PT e na criação do PSOL Adamir Gerson está agora se dirigindo a César Benjamim para que tome nas mãos a missão da criação do PAREPAR. Exponha as propostas para o Crivela e procura alavancar apoios. Ou será o PAREPAR ou será o tédio de mais uma polarização em 2018. E O PAREPAR pode sim ser criado e já participar das eleições de 2016. Pode conquistar muitas prefeituras e fazer muitos vereadores. E explodir no ano de 2017 e 2018 quando se completa o centenário do triunfo da Revolução.

Marina Silva disse que os evangélicos eram imaturos politicamente. E é uma grande verdade. Mas caberá a nós dar-lhes consciência política, mostrar a eles claro como o dia que o caminho que tem de tomar é o do socialismo com objetivos a ser alcançados no curto, no médio e no longo prazo.

César Benjamim: estou sem tempo e tenho que ir trabalhar fora, no Paraná. Devo ficar fora uns vinte dias. Mas vou deixar para a vossa análise o trabalho O APARECIMENTO DO VERDADEIRO. Talvez ele explique porque o PSDB não ganhou. Há um processo dialético para o nascimento do Governo de Cristo, e do PT não se volta para os tucanos, mas se dá um salto de qualidade. Segue o trabalho e abraços. Na volta trago informações mais detalhadas, principalmente sobre a base filosófica do PAREPAR que é uma síntese do Idealismo com o Materialismo, do Teológico com o Antropológico. Eva é este teológico, é este Idealismo, é este cristianismo, e Adão é este antropológico, este Materialismo, é este socialismo. Eva é a IGREJA e Adão o SOCIALISMO. O PAREPAR há de unir a Igreja e a Universidade, o Sacerdote e o Mestre. Há de unir Educação e Evangelho. O giz será mais forte e mais poderoso que o fuzil.

Antes de finalizar eu queria passar algumas informações que ajudam a compreender esta nova visão filosófica do mundo e da História, que não é construção subjetiva, mas tão somente o resultado do movimento do Absoluto que está saindo do seu existir antitético para entrar no seu existir sintético. A essência do pensamento de Marx:

MATERIALISMO HISTÓRICO: Comuna Primitiva (K. Marx) – escravatura, animismo, feudalismo, capitalismo, Socialismo, COMUNISMO.

ESPIRITUALISMO HISTÓRICO: Monoteísmo Primitivo (W. Schmidt) – animismo, totemismo, fetichismo, politeísmo, Judaísmo, CRISTIANISMO. Daqui a uns vinte dias volto e dou prosseguimento, e espero que quando voltar Cesar Benjamim já esteja de posse da frase: ontem foi o Partido Comunista, hoje é o PT e amanhã será o PAREPAR. Um amanhã que começa ainda no ano de 2014, porque tudo que aconteceu em 1917 e 1918 começou a sua preparação em 1914 quando estourou a Primeira Guerra Mundial.




Nenhum comentário:

Postar um comentário