quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Reino do Messias, Segundo a Graça - QUARTA PARTE B

O Reino do Messias, Segundo a Graça – Parte Quarta B

Adamir Gerson vos enviou quatro partes do trabalho O Reino do Messias, Segundo a Graça, endereçado a Cristovam Buarque, e deu uma pausa. Teve de parar para ir trabalhar fora, cinco dias fora. E agora retornou e vai dar continuidade ao trabalho.

Antes de começar a quinta parte, vai incluir mais informações na quarta parte do trabalho que a distinguira da anterior com o título de Quarta B. A missão de Adamir Gerson é das mais duras, das mais difíceis, mas gratificante. Tem pela frente reverter um ciclo histórico, mostrar para católicos, evangélicos e socialistas que o Marxismo e a Revolução foram ação de Deus no Tempo e na História. Eles se dividem, com uns achando que Marxismo e Revolução não tiveram e não tem nada que ver com Deus e com a Sua Palavra, e outros achando que Marxismo e Revolução são revivências históricas dos profetas de Israel, em nova roupagem, nova linguagem. De certa forma tem relação com Deus sim, embora estes não tenham clareza no assunto.

Agora mesmo Adamir Gerson leu um artigo do Pastor Ariovaldo Ramos – e reflete todo ideário da Teologia da Libertação – com o título “Marxismo e Religião”, uma resposta que deu a um leitor da revista Ultimato que quis saber qual a relação do Marxismo com a Religião. E não obstante o elogio e a defesa que fez ao Marxismo, tornou-se um pensamento fundamental na História do Homem, trouxe um progresso social nunca antes visto na história, mesmo assim Ariovaldo Ramos apenas se aproxima de Adamir Gerson. Pois quê dá a entender que todo respeito que o Marxismo merece é porque sua obra foi retirada ou tem grande contribuição vinda das páginas da Bíblia. A matéria-prima com a qual Marx erigiu O Capital e Lênin fez a revolução em grande parte foram retiradas da Palavra de Deus e processada nas categorias das ciências sociais, se convertendo em práxis modificadora do mundo. O que era para ter sido feito por cristãos acabou sendo feito por incréus. Daí chegar à conclusão que é possível encontrar no Marxismo sim marcas profundas de Deus. O Marxismo é devedor da Palavra de Deus.

E apenas se aproxima de Adamir Gerson porque Gerson vai além, mostrando que Marx e Lênin foram profetas nas mãos de Deus. Mais do que isso, Marx e Lênin foi Deus dando prosseguimento à obra da redenção, levando-a para outro patamar existencial, o político-material. Se com os cristãos Deus travou uma luta contra o paganismo, contra Sodoma, contra o lado religioso do império, mas os cristãos não sustentaram nenhuma luta política contra os césares e reis – e Tomás Munzer vai reforçar esta crítica a Lutero – a luta política que Deus travou contra os reinos deste mundo foi justamente através do povo marxista. O povo marxista é literalmente os cristãos do primeiro século e os cristãos do primeiro século são literalmente os marxistas dos séculos XIX e XX. Destarte, a longa espada afiada de dois gumes que se estende da boca de Jesus, como se acha no livro do Apocalipse, ele a brandiu, um lado, nas mãos dos cristãos, contra Sodoma e as concupiscências da carne, e o outro lado, nas mãos dos marxistas, contra o Egito e as concupiscências do dinheiro.

E a grande dificuldade de Adamir Gerson é porque não somente tem de explicar para o povo cristão que o Marxismo e a Revolução foram Deus, como também explicar porque os cristãos estiveram ausentes desta luta de Deus, senão o engajamento tardio de católicos, sobretudo na revolução nicaragüense.

E a ausência dos cristãos na Revolução é porque a Revolução iria ser revivência histórica tanto do judaísmo como do cristianismo. Iria reviver a lei, o olho por olho e dente por dente – Ditadura do Proletariado – depois, porém, iria reviver a graça. E os cristãos na verdade foram mantidos à parte, resguardados por Deus, para o momento de graça da revolução (1). Quando chegasse este momento então Deus iria dizer para os marxistas: Sentem à direita de meu filho Jesus até que ele ponha seus inimigos por escabelo dos seus pés.

Então não há nenhuma condenação para os cristãos por não terem participado da luta do socialismo. Deus vetou a sua participação. Ocultou que era sua luta. Agora, porém, que as coisas ocultas de Deus estão sendo revelado, continuar a cultuar o pensamento anticomunista é estar incorrendo em ser pego pela ira de Deus, a qualquer momento, na curva.  Porque não há mais desculpas. Pois quê Deus não está colocando nenhum fardo pesado nos ombros dos cristãos, mas um fardo leve, suave, para ser carregado. O fardo seria pesado se Deus estivesse neste momento exigindo dos cristãos que dessem continuidade, puro e simples à luta dos marxistas: destruir o poder burguês e instaurar no lugar o poder popular. Mas o que Deus está a exigir agora dos cristãos é que façam uma evangelização no meio da burguesia, no meio da cristandade consubstancial ao capitalismo, para que saibam que quando tentaram impedir o socialismo, agiram como Saulo de Tarso que tentou impedir o cristianismo. O que Deus quer agora dos cristãos é que levem todo o povo burguês a um exato conhecimento de Jesus Cristo; e a sociedade nova, sem classes sociais, sem explorados e exploradores, virá naturalmente.

Bem, na quarta parte do trabalho Adamir Gerson foi claro que o fenômeno da Parúsia, popularmente conhecido como Volta de Jesus, se deu a partir do judeu Karl Marx, naquele ano de 1844, e prosseguiu com a revolução, no ano de 1917.

Para ser mais claro, Adamir Gerson apresentou a Parúsia como se dando tanto filogenicamente como ontogenicamente. A sua filogenia foi que a Parúsia recapitulou os passos iniciais de Deus na História da Redenção, com Marx sendo o Novo Abraão, Lênin o Novo Moisés, Stálin o Novo Josué, Gorbatchov o Novo João Batista, e se aproximando agora o momento em que é revelado o Filho do homem. E a sua ontogenia se deu em que o socialismo recapitulou os passos de Jesus. A revolução foi o seu batismo de fogo, as conquistas sociais foram os milagres de Jesus, traição, julgamento e morte do socialismo foi tudo que passou Jesus.

E vale lembrar que Adamir Gerson está novamente voltando a essa questão porque o pensamento novo é aquilo que Hegel chamou de O Nascimento da Ciência. E a Ciência tem por norma deixar as coisas por ela anunciadas em formato de acabamento. E ao dizer que teólogos têm falado sobre dois Adventos dos tempos modernos, o relacionado ao pastor batista Guilherme Miller e ao estudante da Bíblia Charles Tasse Russel, não que os teólogos tenham aceitado suas predições como verdadeiras, mas que foram movimentos de grande repercussão, ora, como é missão da Ciência apresentar seus enunciados de forma acabada, a bem dizer foram três Adventos. E Adamir Gerson vai abordar este terceiro Advento porque se tudo relacionado aos dois Adventos anteriores o seu lado político realmente aconteceu, fatalmente acontecerá o lado político do terceiro Advento. Isto deva servir de reflexão não apenas para o senador Cristovam Buarque, mas para todos que estão ao seu lado. Porque a qualquer momento o Todo-Poderoso, soberano da História, os toma em suas mãos e os coloca em evidências, como ocorreu nos dois Adventos anteriores.

A rigor, o simples fato de Adamir Gerson estar abordando um assunto que é do completo desconhecimento de todos, incluindo Cristovam Buarque e os que estão do lado, já é sim movimentação de Deus para que aconteça o lado político do terceiro Advento.

Como falado, o Primeiro Advento, o do batista Guilherme Miller, o seu acontecimento político foi o aparecimento do Marxismo; o Segundo Advento, o do estudante da Bíblia Charles Tasse Russel, o seu acontecimento político foi a revolução que trouxe o socialismo, e qual mesmo o terceiro Advento? O de William Marrion Branham.

Todos estes personagens foram precisos em suas profecias, a ponto que Adamir Gerson enxerga neles a precisão de um Isaías. Isto é, naquilo que foram inspirados por Deus. Pois quê as predições de Guilherme Miller segundo as quais Jesus voltaria por volta do ano de 1843, 1844 para restaurar a terra, tal se deu com Marx que nestes anos de 43, 44 ao publicar os livros A Questão Judaica e Manuscritos Econômicos-Filosóficos começava realmente a restauração da terra (2); a predição de Charles Tasse Russel em 1916 segundo a qual a Guerra que então acontecia envolvendo a terra inteira era uma preparação para a chegada do reino do Messias. Segundo Russel, naquele ano de 1916 pouco antes de morrer, as nações estavam a se destruir entre si como necessidade para se preparar o caminho para a chegada do reino do Messias, e o socialismo veio ao mundo justamente porque os bolcheviques aproveitaram o caos da guerra e fizeram a revolução. E no que diz respeito ao vaticínio de William Marrion Branham, segundo o qual por volta do ano de 1977, Deus iria começar o período do Milênio bíblico, encerrando a era dos governos gentios e nascendo o governo divino, isto foi mesmo verdadeiro, pois foi no ano de 1978 que Adamir Gerson teve o seu encontro teofânico e foi neste ano que passou a receber de Deus os fundamentos teóricos do governo do Reino segundo a Graça. De modo que a História iria se dividir, antes de 78 o domínio do governo gentio, depois de 1977 o domínio do governo do Reino.

E estes três personagens que foram cabeças nos três Adventos, Guilherme Miller, Charles Tasse Russel e William Marrion Branham, tiveram líderes que acreditaram neles e deram continuidade à obra. Ellen White para Guilherme Miller, Joseph Rutherford para Charles Tasse Russel e William Soto Santiago para William Marrion Branham.

E chama à atenção que este William Soto Santiago, ligado ao terceiro Advento, o mesmo é um porto-riquenho que percorre toda a América Latina, e em especial o Brasil, proclamando que Deus é político e escolheu o continente latino-americano para nele começar o Reino de Deus. Como basicamente tem escolhido o Brasil para suas pregações se entende que para ele o lugar de nascimento do Governo do Reino seja o Brasil.

E ele teve um encontro com o Presidente Hugo Chaves cujo teor da conversa Adamir Gerson desconhece. Mas é bem provável que tenha tentado ganhar Hugo Chaves para a importância da construção do Reino na América Latina. De um governo que tenha realmente como fundamento a Deus. Uma vez que o senador Cristovam Buarque se acorde para o grande Chamado é possível que acabe se encontrando com o profeta William Soto Santiago e este o encoraje na sua decisão, de começar no Brasil um governo divino, sim, de começar no Brasil o reino do Messias segundo a graça.

NOTAS DE RODAPÉ
(1)   O fato de Adamir Gerson ter dito que a religião cristã foi mantida à parte da revolução, resguardada para uma ação posterior, tal foi com certeza a inspiração, da música Super-Homem, Uma Canção, do Gilberto Gil. Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria; Que o mundo masculino tudo me daria do que eu quisesse ter, podemos entender este mundo masculino como sendo o materialismo. E não foram poucos os que acharam que o materialismo tudo iria dar, do que quisesse ter. Mas, que nada... Minha porção mulher que até então se resguardara, é a porção melhor que trago em mim agora. É o que me faz viver. Esta porção mulher sem sombra de dúvida é a religião. E é a porção melhor porque queiram ou não a revolução está se metamorfoseando do masculino para o feminino. Na sua existência de materialismo a revolução literalmente deitou vinho novo em odres velhos. E funcionou.  Porque se vivia o feudalismo ou o interregno entre o feudalismo e o capitalismo.  A miséria e injustiças eram gritantes. Mas o tempo hoje é outro. Luta-se, não para ganhar, mas para perder peso. De modo que podemos afirmar que hoje não se deita mais vinho novo em odres velhos. É preciso transformar os odres velhos em odres novos. Sem isto, sem chance! E é neste momento que se observa a importância da religião. Porque a transformação interior é missão da religião e não da política. Podemos dizer que estamos entrando num tempo em que a importância da religião é muitíssimo superior à da política. Estamos a precisar hoje muito mais de religião do que de política. E talvez tenha sido isto que tem levado o senador Cristovam Buarque dizer que os partidos políticos faliram. Não representam mais nada.
(2)   A restauração da terra na verdade não começou em 1844 com Marx, mas antes, no primeiro século, com Paulo. Ao fazer com que sua luz irrompesse sobre Saulo de Tarso no episódio conhecido como Caminho de Damasco Jesus principiava à restauração da terra. Com Paulo, porém, Jesus começava a restauração espiritual da terra – o que explica Paulo se referir ao Evangelho de que era depositário de “parcial”, em parte – e o que se deu naquele ano de 1844 foi que Jesus começou então a restauração material da terra. Tese e antítese do processo de restauração da terra. E o episódio em que a luz de Jesus inundou o espírito de Marx e nascia ali o socialismo foi naquele momento em que a justiça prussiana julgou como ladrão aos camponeses pobres que retiraram lenha das florestas para aquecer suas casas contra o rigor do inverno. Fizeram isto sem qualquer impedimento durante centenas e centenas de anos. E o jovem Marx quando analisava o veredicto da justiça prussiana Jesus aproveitou a ocasião e iluminou o seu espírito com a idéia do socialismo; de que a justiça prussiana não estava a serviço da justiça, mas de uma classe social.

Mas, dado à complexidade, esta questão da restauração da terra merece uma melhor análise. Ora, há cerca de trinta anos Adamir Gerson fez trabalho em que nele apareciam duas Histórias, a do Pai e a do Filho. As Histórias eram distintas, e se cruzavam, imbricavam-se, numa interdependência. A História do Pai tinha como ponto de partida o Jardim do Éden. O Jardim do Éden com os seus dois gametas, Adão e Eva, girando em torno de um centro que lhe davam vida e os sustentava, Javé Pai, iriam se materializar na História. Já a História do Filho tinha como ponto de partida a igreja de Atos. A sua espiritualidade e materialidade, girando em torno de um centro que lhe dava vida e os sustentava, Jesus de Nazaré, iriam se materializar na História.

Pela História do Pai, a verdade é que os seus dois gametas se materializaram através da Religião Cristã e do Marxismo. Eva e Adão, respectivamente. Podemos dizer sim que a sua materialização se deu através do judaísmo, botão, que se converteu em flor, religião cristã; e se deu através do Marxismo, botão que se converteu em flor, revolução. Botão que se converteu em flor, Eva – Igreja, e fruto verde, Marxismo, que se converteu em fruto maduro, Socialismo. De modo que a junção da Igreja com o Socialismo representa o restabelecimento na terra do Paraíso, não mais como Idéia, mas agora como Espírito. A Idéia Absoluta que se converteu no Espírito Absoluto.


Ora, se Moisés-Paulo e Marx-Lênin tratam-se do conteúdo sublime da História do Pai, qual teria sido o conteúdo sublime da História do Filho? Os seus dois grandes momentos, como tese e antítese, foram sem sombra de dúvida a Reforma Protestante e o Concílio Vaticano II. Lutero e o Papa João XXIII foram dois instrumentos vivos nas mãos de Deus, o Todo-Poderoso. Mais precisamente que o botão espiritual de Jesus, John Wicliffe, se abriu na flor espiritual de Jesus, Lutero; e o botão material de Jesus, o Papa Leão XIII, se abriu na flor material de Jesus, o Papa João XXIII. O botão da Rerum Novarum se abriu na flor do Concílio Vaticano II. De modo que se pela História do Pai o seu conteúdo sublime foi Moisés-Paulo & Marx-Lênin, fundamento espiritual e material do Reino, respectivamente, pela História do Filho o seu conteúdo sublime foi John Wicliffe-Martinho Lutero & Leão XIII e João XXIII, fundamentos espiritual e material do Reino, respectivamente.

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