quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Reino do Messias, SEGUNDO A GRAÇA - TERCEIRA PARTE


O REINO DO MESSIAS, SEGUNDO A GRAÇA – TERCEIRA PARTE

Esclarecimento: o presente trabalho é do início do ano passado quando o trabalho ainda não tinha chegado e agregado o nome do Presidente do STF Joaquim Barbosa ao processo de comando da revolução brasileira.
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CRISTOVAM BUARQUE E MARINA SILVA

Acima Adamir Gerson falou sobre a realidade do reino do Messias; que o mesmo tem dois momentos, o da Lei e o da Graça. Ao passo que o seu momento de Lei se deu na Rússia, o seu momento de Graça haveria de dar-se no Brasil. Que, por ser o reino do Messias, o homem que o gerenciou na Rússia, Lênin, foi escolhido por Deus pela sua presciência, de igual modo a sua presciência iria escolher no Brasil o homem que iria gerenciar o reino do Messias pelo lado da Graça. Lançando mão dos fundamentos tipológicos que fez Samuel ungir Davi rei sobre Israel, então Adamir Gerson relatou a escolha que fez sobre o Governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Mas, a bem dizer antes de Eduardo Campos a escolha de Adamir Gerson foi endereçada a Marina Silva. Seis meses, um ano antes. Tendo chegado o tempo do reino do Messias segundo a Graça, que iria reviver Jesus e seus discípulos, negação dialética do reino segundo a Lei, que reviveu Moisés e a caminhada pelo deserto, então Adamir Gerson fez trabalho substancioso e passou a enviar para as comunidades do Face ligadas à Marina Silva. Adamir Gerson, mas também dois companheiros de jornada, o Professor de Filosofia Lúcio Junior Espírito Santo formado pela UFMG e o Missionário Francisco de Assis.

Vez após vez Adamir Gerson fazia postagens em suas comunidades, um trabalho diferente do outro, sempre procurando despertar neles a realidade do Governo de Cristo e o interesse pela sua construção. Adamir Gerson fazia postagens, e o Missionário Francisco de Assis fazia inserções no sentido de que aceitassem as propostas e as levassem ao conhecimento de Marina Silva. E o Professor Lúcio Junior Espírito Santo fechava o cerco: Se Marina Silva for sábia ela reúne os seus e vão ter com Adamir Gerson em Estrela do Norte.

Mas as postagens, ao invés de enchê-los de esperança, de que havia um Chamado do Alto para as suas vidas, começou a causar neles mal-estar. Então Adamir Gerson enviou os escritos diretamente para o site de Marina Silva. Por fim expulsaram Adamir Gerson do seu meio, e alguns dias depois fizeram o mesmo com o Missionário Francisco de Assis e com o professor Lúcio Junior Espírito Santo.

E porque as postagens de Adamir Gerson causaram mal-estar neles, a ponto de expulsá-lo do seu meio? Porque assim que as postagens passaram a circular no meio deles reagiram assim, dizendo: Religião aqui não!

Primeiro, religião representaria um mal a ser evitado? O machismo que num passado não muito distante relegou a mulher a segundo plano, confinando-a aos afazeres domésticos, teria ressuscitado em um machismo intelectual que não admite a presença da religião nas esferas do saber e do poder senão que a confinando ao plano do privado? Esse machismo intelectual se prendendo a acidente desconhece que a passagem do sistema escravista para o feudal foi o resultado do cristianismo nos negócios do império, e a própria passagem do feudalismo para o capitalismo o resultado do aparecimento do protestantismo, e que o marxismo foi gerado no ventre de uma religião milenar, o judaísmo.

Segundo, confundir o trabalho de Adamir Gerson como sendo religião é passar atestado de menoridade intelectual. Muitos marxistas sectários têm reagido ao trabalho de Adamir Gerson como o mesmo sendo religião, e não faltaram sectários religiosos que se referiram ao mesmo trabalho como “pura política”. Ele só fala de política!

O trabalho de Adamir Gerson é religioso? Sim, é religioso, mas é também político, é filosófico, tem embasamento na ética e na moral, sem falar que é uma organização da sociedade voltada para a governabilidade e a transformação social. O trabalho de Adamir Gerson é voltado para uma transformação integral do indivíduo, não neste ou naquele aspecto da vida, mas em todos os seus aspectos. Quem enxerga o trabalho de Adamir Gerson assim, como é o caso do Professor Lúcio Junior Espírito Santo, é sábio, está na maioridade intelectual.

Terceiro, estar propondo criar uma nova sociedade, de homens e mulheres livres, como faz os dirigentes da Rede Sustentabilidade, e descartar religião deste projeto, é estar blefando. É estar vendendo uma mercadoria que não tem para entregar, com o agravante de que estão aí a mais de vinte, trinta anos, e ninguém nunca os viu de posse de idéias novas, inusitadas, senão que ruminando idéias na maioria das vezes produzidas nos séculos XVIII e XIX. 

Destarte, não se cria uma nova sociedade prescindindo da religião. Se hoje ou amanhã se pode passar sem religião, há um momento da vida em que não se passa sem ela, com tal tendo validade para a própria História.

É certo que o universo acadêmico-intelectual, por razões compreensíveis - o nome de Deus está sendo blasfemado entre as nações por causa de vós - e incompreensíveis - não há Deus - devota um desprezo por religião e a única positividade que enxerga nela é estar a serviço dos opressores. Uma das tantas armas que os opressores usam para manietar o povo humilde. De modo que é certo que querem ver religião longe da política, longe dos mecanismos de Estado, não influenciando em suas decisões. Não se insurgem à religião que sejam levadas para as camadas pobres e brutalizadas da sociedade – até acham que ela seja necessária nestes estratos da sociedade – mas acham um acinte que religião seja oferecida para as classes “esclarecidas” da população que já a submeteu ao crivo da razão e deu por encerrado o trabalho da crítica desmistificadora.

Já agora um intelectual de ponta como Milton Temer, ex-deputado federal pelo PSOL, publicou na sua linha de tempo:Ateu, quero tomar partido na guerra religiosa (1). Os discursos do Papa, quando sai da arengação mística e cai na real, são infinitamente mais progressistas (2) do que as falas dos pastores de pedágio pentecostais.

Que há arengação mística na fala de pastores pentecostais é um fato (quando o assunto é político e demanda política), como também é um fato que há pastores de pedágio pentecostais.

Mas enxergar nestes pastores apenas isto é também arengação mística. É desconhecer a verdadeira essência e natureza do pentecostalismo. Que veio ao mundo com a missão de resgatar milhões do sofrimento espiritual, causados pelas separações, pelos vícios, pelo desânimo de viver. Que veio ao mundo com a missão de ensinar aos corações o amor ao próximo; com a missão de derrubar os muros espirituais que causam separação. Milhões são gratos ao trabalho de pastores pentecostais, que com amor, com dedicação, com persistência, fizeram com que estes milhões recuperassem ou tivessem auto-estima. Encontrassem um sentido para a vida.

E é feito a pergunta: e quando estes pastores estavam resgatando milhões da lama do pecado e do sofrimento, de barco, de bicicleta, a pé, subindo e descendo morros levando na aljava o alimento espiritual, o que faziam por eles intelectuais como Milton Temer? Certamente que esperando a chegada do socialismo quando então toda dor e todo sofrimento passariam. E quando o socialismo chegasse dor e sofrimento iria continuar, porque o socialismo é remédio para os males materiais e não para os males espirituais. Quando a causa do problema é espiritual o remédio do socialismo é apenas placebo. De modo que querer resolver problemas espirituais com as armas da política é também arengação mística.

E quanto à questão dos “pastores de pedágio pentecostais” é bom esclarecer que são recentes, e surgiram em decorrência do avanço avassalador do capitalismo em todos os segmentos da sociedade. Como vaticinou Isaías: não há lugar sem a coisa asquerosa. Mas não tem nada que ver com o Pentecostalismo, que veio para salvar e não roubar vidas. Ter uma visão deturpada do que seja religião é a outra face da visão deturpada do que seja o socialismo. Se surgiu um Feuerbach para dizer o que religião realmente é, por outro surgiu a CIA Americana para dizer o que o socialismo realmente é. E muitos seguem suas prescrições, surgindo aberrações intelectuais, tanto de um lado como de outro. Mas voltemos as nossas esperanças para Aquele que João disse se manifestou para desfazer as obras do Diabo (IJoão 3.8) e fazer a Verdade triunfar em toda orbe terrestre.

É preciso este esclarecimento: É um fato que a CIA Americana há de ser jogada no esgoto da História (e o analista Snowden deu este passo inicial). Mas, no que diz respeito à Feuerbach há de ter um destino diferente, recolhido aos celeiros do Reino. Pois que se tratou da necessidade para que se manifestasse o povo glorioso de Isaías 65, que é o povo glorioso de Mateus 21.43 com a missão de produzir na terra os frutos do Reino. Tratou-se da necessidade para que a Parúsia tivesse o seu tempo de invisibilidade (3).

Por certo que Feuerbach há de ser recolhido para os celeiros do Reino – leia-se ateísmo marxista – porque tanto Isaías como Jesus trazem um segundo momento na vida de todos que abraçaram o ateísmo marxista. O véu do ateísmo que os tem mantidos apartados de Deus é removido, e Deus diz (Oséias 2.21-23; João 10.16): Tu és o meu povo; e eles, por sua vez, respondem: E tu és o nosso Deus (Isaías 66.14; Mateus 25.40). “Vinde benditos de meu Pai, e herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes (...) Quando fizestes a um destes pequeninos a mim o fizestes". 

Bem, a verdade é que religião não somente é necessária nas camadas pobres e brutalizadas da população, como nas camadas cultas. A religião que tem de estar presente nas zonas do tráfico e nas zonas onde impera o abandono, a miséria e a falta de conhecimento é a mesma religião que tem de estar presente no poder legislativo, no poder executivo, no poder judiciário. Nos conjuntos habitacionais, mas também nos condomínios de luxo. Se a religião estivesse presente nas esferas de poder jamais homens fariam do público, privado; jamais homens gozariam de privilégios desconhecidos e não usufruídos pelo resto da população. Porque a luz da religião exporia a sua insensatez.

Quão diferente foi Cristovam Buarque de Marina Silva! E se é verdade que um trabalho que diz respeito ao reino do Messias segundo a Graça caiu nas mãos do pessoal da Rede Sustentabilidade e os mesmos viram-no como inoportuno, que exporia e desacreditaria a candidatura de Marina Silva perante a sociedade como religiosa, fazendo-a cheirar mal perante o segmento pensante, minoritário, mas com o poder de influenciar a decisão das grandes massas, bem, quão diferente foi a reação do senador Cristovam Buarque quando o trabalho do reino do Messias segundo a Graça caiu em suas mãos, a cerca de dez, doze anos. Vejamos a sua resposta:

De:
"Sen. Cristovam Buarque"
Para:
"Gerson Soares de Melo"
Carta empolgante , gostaria de ler o livro "Acendendo a Fogueira". Abraço, Cristovam

É feito a pergunta: porque o trabalho do reino do Messias segundo a Graça caiu nas mãos de pessoas ligadas à Marina Silva e causou mal-estar, mas causou alegria de espírito em Cristovam Buarque? Seria indício que a correspondência se deu porque Cristovam Buarque teria sim sido o homem a quem Deus escolheu e vem preparando para uma hora como esta? 
E mais, e se Marx teorizou o reino do Messias segundo a Lei, e Lênin recebeu a missão de Deus para materializá-lo como forma de governo, uma vez que Adamir Gerson foi o homem que recebeu a missão da teorização do reino do Messias segundo a Graça, a missão de sua materialização estaria nas mãos de Cristovam Buarque e não de Marina Silva?

Ora, Adamir Gerson teve o seu encontro teofânico no ano de 1978 quando um operário que trabalhava numa indústria alimentícia, a CICA. Trabalhara antes no ABC paulista, em 73, 74 e 75. E a partir desta data de 78 começou a receber diretamente de Deus, de nenhuma escola de Teologia ou de Filosofia, o embasamento teórico do Reino de Deus. Tanto veio saber que o embasamento teórico do Marxismo era o reino do Messias segundo a Lei, como a partir de então foi se desenvolvendo em seu espírito o reino do Messias segundo a Graça. A sua sombra distante, apagada, se gestou em Jacques Maritain, a sua sombra perto, turva, se gestou em Leonardo Boff, mas o fenômeno real, chamado por Kant de númeno e que a teologia chama de revelação, começou a se desenvolver em Adamir Gerson naquele ano de 78, ano este que seguramente iria causar separação na História: antes de 1978 o domínio do governo humano, feito por uma minoria que ao longo da história usou a espada para submeter e escravizar a maioria, e quando não pode mais usar a espada então passou a criar leis injustas para que continuasse com a sua exploração sobre a maioria, sim, é verdade, o ano de 1978 iria causar divisão na História: antes de 1978 o domínio do governo humano, depois de 1977 o domínio do governo divino, que viria não somente para quebrar a espada do governo humano, mas também para desfazer as suas leis e no lugar colocar leis novas, justas, que ao final inviabilizariam qualquer tentativa de exploração de uns sobre outros. Escute quem tem ouvidos!

No ano de 1981 Adamir Gerson saiu pela primeira vez para tornar conhecido o que até então recebera de Jesus – Esse me glorificará, porque receberá do que é meu para vo-lo declarar. E a partir de então passou a enviar escritos do Reino para políticos de todos os partidos políticos, de todas as ideologias, para inúmeros teólogos, inúmeros sacerdotes, inúmeros professores. Todos estes que estão em evidência e sempre estão ocupando espaço na mídia. Nestes cerca de trinta e três anos Adamir Gerson não ficou uma única semana sem que enviasse trabalhos do Reino Brasil afora, quer via Correio quer entregando pessoalmente em suas mãos. Para mais de trezentos, quem sabe para mais de mil. E nem um único deles ao menos se dignou em enviar uma resposta acusando o recebimento do material. Apenas um, entre as suas centenas, retornou a Adamir Gerson, Cristovam Buarque. Já em 95, mais ou menos, enviara um trabalho diretamente para sua residência em Brasília. Alguns dias depois recebeu seu retorno, elogiando o trabalho e apenas reclamando da dificuldade na leitura, porque o trabalho fora feito à mão.

Ora, uma coisa é certa: se realmente há o reino do Messias para se estabelecer na Terra, e se ele iria se estabelecer em dois momentos, o da lei, revivedor de Moisés e do judaísmo, e o da Graça, revivedor de Jesus e do cristianismo, e se Lênin foi mesmo um homem escolhido e preparado por Deus para aquela necessidade, mas Cristovam Buarque para esta nova necessidade que se aproxima, então é certo que os Ministros da Palavra de Deus irão se movimentar para que surja uma reviravolta política no Brasil e o próximo Presidente do Brasil venha ser o senador Cristovam Buarque. A força está não neste ou naquele político, mas nos pastores do cristianismo que tem sob si a responsabilidade de condução de mais de 80% da população brasileira. Por certo que o espírito de Deus que foi derramado no Cenáculo onde estavam os apóstolos, com eles se enchendo do poder do alto e passando a falar em línguas diferentes, compreendidas pelos judeus viajantes, e sendo aquele o momento do início da longa caminhada do cristianismo, por certo que Deus está se preparando para no início deste ano de 2014 derramar uma segunda vez aquele espírito pentecostal, sobre seu povo, sobre todo seu povo, e sendo este o início da caminhada do Milênio, da sua longa caminhada, que cada vez mais que caminhar mais e mais o rosto de Jesus irá se tornar dominante, mediador, enformador de todas as relações. Por certo que neste início de 2014 o espírito político de Deus ficará ativo, em todos seus ministros, padres, pastores, e cada qual assumirá perante o Reino as suas responsabilidades.

Mesmo porque o reino do Messias segundo a Lei se manifestou revolucionando no campo econômico. Mas agora a sua revolução será no campo educacional. O socialismo que então se manifestou na Rússia foi através de mudanças profundas no campo econômico, mas agora o socialismo será construído a partir da Educação. A partir de mudanças profundas no campo da Educação. O socialismo não virá mais de cima para baixo, mas agora de baixo para cima. E isto só é exeqüível se a população no seu todo se desenvolver intelectualmente. Se achar apta não mais para receber, mas para construir o socialismo.

Mas o reino do Messias segundo a Graça não é o mesmo reino do Messias segundo a Lei. O reino do Messias segundo a Lei prescindiu do Evangelho e de qualquer contribuição que viesse do religioso e da transcendência. Este tempo ficou para trás. A Educação agora há de ser feita ao ventre do Evangelho. A Educação sem o Evangelho transmite conhecimento, mas feita a partir do Evangelho faz com que este conhecimento seja utilizado, não para ganho pessoal, mas para servir ao próximo. Começando pela humanidade dos necessitados. A alegria estará não mais na quantia de dinheiro recebido, mas em saber que ajudou e que fez alguém ser feliz.

NOTAS DE RODAPÉ

(1)  O que o ex-deputado Milton Temer quis dizer com isto: Ateu, quero tomar parte na guerra religiosa? Pelo fato de olhar com esperança para a fala do Papa Francisco, abordando os assuntos terrenos de forma realística, é muito certo que a reação de Milton Temer seja já a presença do espírito pululando em um espírito marxista. É muito certo que há de chegar um tempo em que todos os marxistas sairão do sono dogmático anti-religioso e se acordarão para a questão. Será uma nova revolução em suas vidas. E Milton Temer pode sim ter antecipado este novo momento na vida de todo marxista. E ateu, participando da guerra religiosa, é sim o esforço do espírito em entender esse universo que não desperta interesse nas camadas intelectuaiizadas, mas que é a alegria das massas populares. E esta guerra religiosa, o esforço de compreender e penetrar na essência do religioso, do sagrado, pode sim estar começando para o mundo neste início do ano de 2014.
(2)  Progressista. O que é ser progressista? Durante longos anos se observou no universo religioso e teológico a separação entre progressistas e conservadores ou entre progressistas e reacionários. Grupo religioso era retalhado e uma parte era tida como progressista e outra como conservadora.
Mas esta separação e estas designações têm fundo ideológico, emocional, e não científico. Um grupo pode ser progressista em um determinado campo e em outro não. É o caso da Teologia da Libertação que realmente foi progressista no campo material, no campo político, não necessariamente no campo espiritual, no campo religioso. Já a Renovação Carismática, rotulada por muitos de “conservadora”, na verdade é também progressista, porque embora não seja portadora de Marx é portadora de Paulo. E Paulo, ao seu tempo, se defrontando com o paganismo, foi sim progressista.
O correto seja chamar a Teologia da Libertação de Progressista Material, e a Renovação Carismática de Progressista Espiritual. Trata-se de progressistas adjetivados. Progressista substantivado, que faz juz ao termo, é aquele que soma e combina em si, tanto o ser progressista espiritual como o ser progressista material. Muita injustiça intelectual está sendo cometida em cima desta conceituação. Padre Marcelo Rossi, que é rotulado por muitos como pertencente ao campo conservador ou reacionário, se a mediação é política, isto tem seu fundo de verdade. Mas a essência de Padre Marcelo Rossi não é o político e sim o religioso. E quando é julgado na mediação do religioso então se descobre que na verdade é progressista, progressista espiritual. Se do referencial da Teologia da Libertação é possível classificá-lo como conservador, reacionário, ou mesmo animador de auditório, do referencial da Renovação Carismática, com o mesmo rigor lógico, pode-se empregar a luminares da Teologia da Libertação o mesmo juízo. Do ponto de vista da Ciência, há uma equivalência entre os termos.
O que foi dito sobre o conceito de progressista vale também para o conceito de revolucionário. É comum ouvir-se intelectuais de esquerda se referir aos pentecostais como grupo conservador, quando não reacionário. Mas, uma vez que a essência dos pentecostais é o espiritual, o religioso, julgá-los a partir de conceitos políticos é uma violência que se faz. Porque quando o assunto é religião, é o espiritual, na verdade são revolucionários. Não são revolucionários materiais, termo que cabe aos marxistas, mas são revolucionários espirituais. Querem revolucionar a sociedade espiritualmente.
(3)  Adamir Gerson tem dito que a Parúsia a bem dizer já está em andamento a já perto de duzentos anos. E tem dito que não obstante sua ocorrência no plano do real ela têm passado despercebido. A sua ocorrência tem sido invisível, se não visível a alguns personagens escolhidos para ser sua testemunha. E Adamir Gerson tem dito que esta sua invisibilidade na verdade foi um ato necessário. E tem a sua explicação.
Ora, se fosse revelado que o socialismo é Deus, que a destruição que a revolução trouxe aos ricos e poderosos, foi cumprimento da Palavra de Deus todos que professam o nome de Deus teriam recebido o socialismo de braços abertos.
Mas isto retiraria o julgamento de todos. A manifestação de Jesus no início do século I foi invisível aos judeus. E eles, sem a luz divina, mas de posse do livre-arbítrio, foram livres para julgar Jesus e fazer com ele o que bem entendesse.
A parúsia tendo ocorrida de forma invisível deixou todos com a liberdade de julgar o socialismo. E o juízo que o universo religioso cristão proferiu contra o socialismo não foi muito diferente do juízo que os sacerdotes judeus proferiram contra Jesus. O que revela que sem a presença divina o homem é o ser mais miserável que possa haver.
Mas, depois da manifestação invisível a Parúsia iria se revelar de forma visível. E muitas coisas seriam esclarecidas.
E muitos, diante da revelação de que Deus se escondia na luta do socialismo, iriam chegar à conclusão de que todos os sacerdotes, desde Arão até os pastores e padres da modernidade, seriam portadores da mesma essência. A deduzir da reação que tiveram diante do socialismo as suas próprias consciências iria acusar que se tivessem vivido nos dias de Jesus e dos apóstolos teriam sido e estado do lado daqueles que crucificaram Jesus.
Então foi dito que esta geração inteira de religiosos por não terem compreendido o socialismo está à beira da condenação?
Ora, Apocalipse 20.6 diz: Bem-Aventurado e santo é todo aquele que tiver parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.
Ora, se houve uma multidão incontável de religiosos que rejeitaram o socialismo, por outro foi grande o número de sacerdotes que estiveram engajados na sua luta. E muitos – representativos dos apologistas – foram perseguidos, caluniados, condenados nos tribunais, até mesmo torturados ou mesmo mortos. Estes seguramente são aqueles que teriam parte na primeira ressurreição.
Mas as misericórdias de Deus iriam estar estendidas sobre seu povo. Iria chegar o tempo em que aquilo que esteve oculto por quase duzentos anos seria revelado. E então todos os sacerdotes que rejeitaram o socialismo iriam então reconciliar-se com Deus. E esta é que será a segunda ressurreição, sendo bem-aventurado e santo todo que passar por ela. Reinarão com o Cristo durante os mil anos.
E se faz necessário um segundo esclarecimento. O fato dos sacerdotes cristãos não terem percebido no socialismo a presença do divino, e por conseguinte se desinteressado de sua luta, foi providencial. Porque o socialismo se manifestou segundo a Lei e não segundo a Graça. E seria impossível aos cristãos adequar a ele a sua natureza cristã, de cordeiro, que age sempre na perspectiva de transformar e não de destruir. Daí Deus ter criado outro povo (João 10.16), com outras características, e posto neles a sua essência de leão. Mas o socialismo segundo a Lei iria passar, era transitório, e iria se manifestar o tempo do socialismo segundo a Graça, que se lançaria não mais para destruir este ou aquele, mas para transformar e modificar a todos. E neste momento o Chamado de Deus para a construção do socialismo iria chegar a todos os cristãos. O seu tempo na Parúsia chegara, enfim.

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