Ao
Ministro do STF Joaquim Barbosa. Graça e Paz
Segunda
Parte
Enviei-vos
o trabalho O APARECIMENTO DO VERDADEIRO e como recebi o retorno, a confirmação
de recebimento do material por parte de Joaquim Barbosa, cerca de vinte dias
depois, deduzi que o Ministro se debruçou por alguns momentos sobre o seu
conteúdo. De modo que Joaquim Barbosa já está ao par ao menos de partes do
Projeto. Em especial a questão do tempo histórico das sete bolas, tendo a
recente história brasileira passado por seis bolas e se preparando para adentrar
o novo tempo da sétima bola que há de desalojar o PT do poder e no lugar
colocar novas forças, com força suficiente para impulsionar as reformas sociais
que o país demanda. Não apenas sociais, mas políticas, e, sobretudo,
filosóficas. Estamos na iminência de profundas mudanças no campo filosófico,
com repercussões imediatas no campo político e social. Novos atores políticos e
sociais entrarão em cena.
À
cerca de um ano comecei a gestação do trabalho O GOVERNO DE CRISTO SEGUNDO A
GRAÇA. É uma revelação e, como tal, vem se gestando de forma profundamente
dialética. No início o trabalho foi endereçado ao PSB de Eduardo Campos; em
seguida ao PSB de Eduardo Campos e Marina Silva. Depois chegou o momento do
mesmo ser endereçado ao PDT, em seguida ao PT, e por último endereçado ao PSDB.
E agora está chegando a Joaquim Barbosa, crendo ser este o seu momento de
nascimento.
Nesse
devir dialético o que permaneceu constante foi o nome do senador Cristovam
Buarque como um homem que transcendentemente teria sido escolhido, preparado,
para estar entre o comando do novo tempo da sétima bola. Aquele comando de Ciro
e Dario que à frente de medos e persas conquistou pacificamente Babilônia,
libertando os povos que ela oprimia, o senador Cristovam Buarque estaria sendo
preparado para estar entre o comando das forças que irão iniciar a libertação da
inteira humanidade do jugo da Babilônia Apocalíptica – ver Apocalipse 16.12. E
agora chega o nome do Ministro Joaquim Barbosa.
Podemos
pensar numa dobradinha para 2014 entre os nomes de Cristovam Buarque e Joaquim
Barbosa a começar no Brasil o novíssimo tempo da Sétima Bola, que é o momento
em que irrompe na terra o Governo de Cristo que há de conduzir toda a criação de
volta ao paraíso perdido? Um processo e um caminhar que é longo, representa a
caminhada do Milênio, o antítipo da caminhada hebréia no deserto, mas que terá
de ter um começo, ponto de partida, que pode sim ser o ano de 2014 e o país
Brasil? De modo que neste ano de 2014, no país Brasil, estaria começando sim a
construção daquele reino que segundo o profeta Isaías o lobo iria residir por
um tempo com o cordeiro, a vaca e a ursa pastariam juntas e a criança de peito
brincaria sobre a toca da naja, sim, a criança desmamada poria a sua própria
mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa; Aquele reino de paz que segundo o
mesmo Isaías, na queda de Babilônia, 14.7, a terra inteira iria descansar,
ficaria sossegado. As pessoas ficariam animadas, com clamores jubilantes; Porque
não o início da construção daquele reino que Jesus implorou ao Pai que o
enviasse, e fosse feita a sua vontade assim como é no céu também na terra? Essas
guerras sem qualquer sentido, a não ser o de rapina, Iraque, Afeganistão,
Líbia, Síria, de destruição gratuita, promovidas por quem quer apenas vender
armas, como denunciou o Papa Francisco, na queda e fim da Babilônia
Apocalíptica deixarão de existir, dando lugar a esse reino paradisíaco
antevisto pelos profetas de Israel, em especial por Isaías? O cumprimento mesmo
de Isaías 2: e terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas
lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão
mais a guerra?
Em
trabalhos antigos Adamir Gerson tem falado que essa aliança de medos e persas
seria revivida pela união das forças cristãs com as forças do socialismo. Mas
agora, neste presente imediato, 2014, essas forças de medos e persas seria a
união das forças evangélicas com as forças católicas, a Judá e a Samaria que
segundo o vaticínio profético juntas sairia de Babilônia para iniciar a
reconstrução, não mais da Jerusalém terrena, mas da Jerusalém celestial, que
quer dizer a construção de um reino da liberdade concreta onde cada um tem
segundo a sua necessidade – ver parábola de Mateus 20.
Já
agora, ontem mesmo, 25 de dezembro do ano de 2013, a Televisão mostrou
católicos e evangélicos no centro de São Paulo, unidos para ajudar dependentes
químicos a sair do seu sofrimento. Mostrou mesmo uma tríade formada por um
pastor e por um padre abraçando um destes nossos irmãos pequeninos (Mateus
25.40). O pastor era desconhecido, mas o padre parece que era o Lancelotte.
É
esse o caminho de católicos e evangélicos. Se unirem numa causa maior, a causa
de Jesus Cristo, Daquele que se deixou morrer na cruz para que todos os muros
de separação fossem abolidos e todos se reconciliassem plenamente entre si e
tivessem a sua paz. Católicos e evangélicos tem de se unir e não deixar o
Brasil entregue a moscas, que para satisfazer o ego, sem qualquer planejamento,
começam obras faraônicas que talvez nunca venham a se concretizar, como é a
referente ao rio São Francisco que se o dinheiro fosse gasto em projetos como
queria o Bispo de Barra, Dom Luis Cappio, com certeza seria de mais benefício
para a região e o país.
Não
apenas se unir para fazer um trabalho de libertação dos dependentes químicos
quer os que são destruídos pelas drogas ilícitas, crack, maconha, cocaína e
etc, quer os que são destruídos pela droga lícita, o álcool e o tabaco, mas
também se unir em muitas outras causas. O total livramento dos animais de
qualquer mau trato, de qualquer sofrimento, impedindo-os de ser retirados do
seu habitat natural; o total cuidado com tudo que diz respeito à natureza; a
luta incessante pelos direitos indígenas e quilombolas; a luta incessante para
a melhoria dos serviços públicos; uma luta sem trégua para o fim do caos na
saúde pública; uma luta sem trégua para que todo brasileiro tenha acesso ao
ensino superior, com o conseqüente fim do vestibular. Tudo, absolutamente tudo,
deve ser objeto de sua ação conjunta.
É
preciso esclarecimento aprofundado para que se compreenda essa questão do
Governo de Cristo Segundo a Graça.
Podemos
dizer que o Governo de Cristo começou a ser gestado na primeira metade do
século XIX. Com o judeu Karl Marx. Não só no livro que lançou em 1843, A
Questão Judaica, mas, sobretudo, no livro que lançou no ano seguinte, 1844,
Manuscritos Econômicos-Filosóficos, ali já estava a gestação do Governo de
Cristo (1).
Mas
era uma gestação que iria produzir o Governo de Cristo SEGUNDO A LEI! Num
primeiro momento iria reviver tanto a chegada e ação de Moisés no Egito como a
destruição de Judá por parte do rei caldeu Nabucodonozor, e num segundo momento
iria reviver tanto Jesus e o Cristianismo como Ciro e a conquista de Babilônia.
E podemos dizer que o acontecimento único da revolução, ocorrido naquele final
do ano de 1917, tanto foi reviver histórico da ação de Moisés no Egito libertando
os escravos hebreus e os guiando na direção da terra da promessa como foi
reviver histórico da destruição que Nabucodonozor causou em Judá e em
Jerusalém.
Reviver de Moisés
Foi
reviver da ação de Moisés no Egito pelo seguinte: No fundamento tipológico
Moisés, um príncipe na corte de Faraó, virou às costas a toda sua glória e foi
se juntar aos seus irmãos escravos. Por conseguinte teve de tomar o caminho do
exílio. Mas Deus apareceu no deserto e disse a Moisés para voltar e libertar o
seu povo o guiando na direção de Canaã, a terra que tempos antes Abraão viu
como de propriedade e de descanso de sua descendência peregrina e oprimida. E
Moisés retornou. Uniu-se ao seu irmão Arão e os dois foram quebrar as algemas
do povo de Deus o guiando liberto na direção da terra da promessa. E tudo
voltou a ocorrer com o Lênin. Lênin virou às costas ao futuro de prosperidade que
teria no czarismo e foi se juntar aos trabalhadores oprimidos. Por conseguinte
tomou o rumo do exílio. Mas, com a queda do Czar em fevereiro de 1917, o
caminho ficou livre para a volta do Lênin. De modo que notícias chegaram a ele
no exílio da Suiça para que voltasse e assumisse o comando da revolução,
libertando o povo russo e o conduzindo na direção do socialismo. E Lênin então
voltou, e após se encontrar com o judeu Trotsky, que também retornou do exílio
nos Estados Unidos, os dois foram quebrar as algemas do Faraó moderno, o
capitalismo, e guiar os trabalhadores libertos na direção do socialismo, lugar
que tempos antes Marx creu seria o lugar de descanso dos trabalhadores
oprimidos, revivendo historicamente a ação de Moisés e Arão no Egito que ao
libertar os escravos hebreus passaram a guiá-los na direção de Canaã, que
tempos antes Abraão creu seria o lugar de descanso de sua descendência peregrina
e oprimida.
Vale
acrescentar que quando Deus apareceu a Moisés e disse para ele voltar, porque o
caminho estava livre, porque tinha morrido todos que procuravam a sua alma,
então Moisés, após algumas hesitações, finalmente decidiu fazer a vontade de
Deus. De modo que foi ao seu sogro Jetro e lhe pediu permissão para voltar. E
Jetro não somente o permitiu: Vai em paz, como lhe ofertou um meio de
transporte, um jumento, no qual montou sua família, seu filho Gerson e sua
esposa Zípora, e passou a voltar ao Egito. E o relato bíblico diz que Moisés
foi recebido com alegria pelos anciãos de Israel que passaram a crer piamente nele
como um homem realmente enviado por Deus para lhes libertar da milenar
escravidão. Ora, tal e tal vieram a ocorrer no antítipo. Lênin, depois de
algumas hesitações, chegou a dizer que nada de novo ocorrera na Rússia ou que
tão somente seria preso ao desembarcar, finalmente decidiu se render às
responsabilidades e voltar. Foi ao Kaiser e lhe pediu permissão para atravessar
o território alemão na sua volta à Rússia, com Kaiser não somente permitindo
como lhe ofertando um meio de transporte, o trem blindado, no qual Lênin fez
entrar a sua família de revolucionários e passou a voltar à Rússia.
No
fundamento tipológico há o relato de que quando o povo escapou do Egito e já ia
longe então Faraó se acordou e passou a dizer ao seu povo: o que fizemos
despedindo Israel de trabalhar como escravo para nós? De modo que o relato diz
que Faraó passou a reunir as suas forças militares, seus carros de guerra mais
poderosos e seus guerreiros mais seletos, e foi atrás do povo para trazê-lo de
volta à casa dos escravos. E quando o povo olhou para trás e viu as forças de
Faraó vindo no seu encalço então se viu um sério aperto. Porque à frente
estavam as águas do grande mar e na sua retaguarda vinham as forças de Faraó.
Desesperados, clamaram a Deus. E o relato bíblico então narra a intervenção de
Deus, partindo as águas para que o povo atravessasse para o outro lado. E
quando o povo saiu do outro lado então fez com que as águas do mar voltassem
sobre as forças de Faraó que entraram atrás do povo e os matasse. Ora, tudo Isto
veio a ocorrer no fundamento antítipo. Quando ocorreu a revolução na Rússia
naquele novembro de 17, e os revolucionários já tinham ido longe, isto é, já
tinha sido posto em prática, muitas medidas revolucionárias, não só a paz em
separado como as expropriações no campo econômico, a verdade é que as nações
imperialistas se acordaram para o que estava acontecendo na Rússia. E
aprontaram as suas forças militares para intervir na Rússia e esmagar a
revolução e trazer o povo de volta à casa dos escravos. Os livros de História
narram que foi quatorze nações que invadiram a Rússia naquele ano de 1918, mas
Paulo Francis de Nova Yorque disse que foram vinte e uma nações, que ele,
arrastando os erres, se referiu a elas como “nações covardes”. De qualquer
forma as nações mais poderosas da terra, Turquia, Japão, França, Inglaterra,
Estados Unidos naquele ano de 1918 de forma covarde invadiram a Rússia para
impedir a libertação de um povo que sofria milênios o peso da opressão. E a
verdade é que naquele ano de 18 o povo revolucionário se viu num grande aperto.
Dum lado estava a sua luta contra a contra-revolução interna e agora, do outro,
surgem os exércitos das nações imperialistas. Verdade seja dito: em apenas três
anos todas estas forças contra-revolucionárias, as internas e as externas,
foram derrotadas. No final do ano de 1920 foram derrotadas as últimas forças do
Faraó moderno, na Criméia.
No
fundamento tipológico assim que os filhos de Israel atravessaram o Mar Vermelho
então prosseguiram firmes na direção de Canaã, a terra da liberdade para eles,
que manava leite e mel. Cercados de nações hostis e tendo de passar pelo meio
de escorpiões e cobras venenosas a verdade é que finalmente chegou o momento de
atravessar o rio Jordão e ir desalojar cananeus e amorreus e instalar no lugar
os escravos saídos do Egito. O que não foi feito por Moisés, que levado ao alto
do monte Nebo, ao cume do Pisga, avistou do outro lado a terra de Canaã que ele
mesmo não entrou, mas outro entrou no seu lugar e a conquistou e repartiu
equitativamente a terra entre as tribos de Israel, Josué. E tudo isto veio a
acontecer no antítipo. Após o seu triunfo sobre o mundo então os
revolucionários prosseguiram firmes na direção do socialismo. Cercado de nações
hostis que a todo instante arquitetavam a sua destruição, finalmente chegou o
momento da construção do socialismo, que não foi feito por Lênin, que, como
Moisés, foi levado ao alto do monte da NEP e do cume da NEP viu do outro lado o
socialismo, que ele mesmo não construiu, mas outro construiu no seu lugar, o camarada
Stálin que não somente levantou o socialismo como livrou a terra de uma praga assassina
chamada nazismo.
Reviver de Nabucodonozor
Ora,
a revolução que foi reviver de um acontecimento passado narrado nas páginas da
Bíblia, a libertação dos escravos hebreus no Egito por Moisés, foi também
reviver da destruição que o rei caldeu Nabucodonozor realizou em Judá e em
Jerusalém, contra os seus reis, seus sacerdotes, seus príncipes, sua classe
rica. O acontecimento único da revolução foi reviver tanto da ação de Moisés no
Egito como da ação de Nabucodonozor em Judá. Adamir Gerson expôs de forma clara
esse reviver da ação de Moisés no Egito e agora irá expor de como a revolução
foi também reviver da ação de Nabucodonozor contra Judá.
Vejamos:
Nabucodonor destruiu Jerusalém e Judá em três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi
desfechado contra o rei Joaquim; O SEGUNDO foi desfechado contra o rei
Zedequias, onze anos e três meses depois; E O TERCEIRO foi desfechado um mês
depois quando Nebuzaradã, enviado de Nabucodonor, passou a dar o golpe final em
Judá e em Jerusalém, queimando os muros da cidade, queimando a casa do rei,
destruindo o Templo e as casas dos homens proeminentes. Nada foi deixado de pé
com aqueles que sobraram sendo levados cativos para Judá. Apenas os de condição
humilde, conhecidos hoje como proletários, foram deixados em Judá para que
lavrassem o solo e cuidassem dele, mas os demais, que ostentavam qualquer
nobreza, qualquer título, qualquer posse, a estes os caldeus levaram para o
cativeiro em Babilônia.
Vejamos
agora o seu antítipo: Na Rússia os revolucionários destruíram a Cristandade em
três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi desfechado contra a autocracia pela
revolução de 1905; O SEGUNDO foi desfechado contra a autocracia pela Revolução
de Fevereiro de 17, que destronou o Czar, onze anos e três meses depois; E O
TERCEIRO foi desfechado um mês depois quando Lênin vindo do exílio passou a
demolir todo aquele mundo não deixando pedra sobre pedra. O país foi posto nas
mãos dos de condição humilde, o proletariado, com a classe dos poderosos e dos
que tinham alguma coisa, os que escaparam com vida, tendo de ganhar o rumo do
exílio a narrar as suas coisas detestáveis entre as nações aos quais foram
espalhados, como diz a Palavra de Deus.
Há
um episódio com ocorrência no tipo e no antítipo que precisa ser falado para
que se compreenda de como a revolução russa, ao mesmo tempo em que foi reviver
dos acontecimentos de Moisés no Egito foi também reviver dos acontecimentos dos
caldeus destruindo Judá e Jerusalém. Ora, no fundamento tipológico, narra a
Palavra de Deus que no segundo golpe desfechado pelos caldeus então o rei
Zedequias procurou escapar por uma brecha. Tomou a sua família e seus
auxiliares próximos e na calada da noite procurou escapar por uma brecha. Mas
os caldeus, informados, colocaram soldados em todas as estradas que saiam da
cidade e foram no seu encalso. Alcançados, a sua força militar foi espalhada e
os caldeus tomaram o rei e sua família, e todos que ofereciam trabalhos
próximos, e os conduziu a Ribla, onde o rei caldeu tinha montado seu
quartel-general. Caminhando com eles pelos lugares do deserto finalmente
chegaram à Ribla. E um oficial entrou até eles e fez a leitura de uma decisão
judicial. Em seguida o rei puxou da espada e passou a golpear todos os filhos
de Zedequias, à sua vista. E a ira do rei era tanta que reservou um destino
pior à Zedequias, cegou-o e o amarrou em grilhões e o enviou cativo a
Babilônia.
E
este acontecimento no antítipo se deu no episódio em que o Czar aprisionado no
Palácio de Alexandre, em Tsarskoye Selo, após a revolução de fevereiro, tentou
escapar por uma brecha. Mandaram que se preparasse porque iria ser resgatado e
levado seguro para a Inglaterra. Mas os revolucionários foram informados e
colocaram soldados em todas as estradas frustrando a fuga. Tomaram então
Nicolau e toda a sua família, e seus auxiliares próximos, e os levaram para a
Casa do Governador, em Tobolsk, na Sibéria; e ali ficaram por cerca de oito
meses. Em abril do ano seguinte, 1918, foram transferidos para Ekaterimburg,
nos Montes Urais, ficando na Casa Ipatiev sob os cuidados de um soviete
extremamente hostil. E aconteceu na madrugada de 16 para 17 daquele mês de
julho do ano de 1918 que o Capitão Yakov Yurovsky, um fotógrafo que sofrera
horrores nas prisões do Czar, entrou ao porão da casa onde estavam e leu diante
deles a decisão judicial tomada estritamente pelo soviete local (2). E em seguida todos que estavam na
casa foram mortos, inclusive o cão Spaniel de estimação. As moças foram as que
mais demoraram a morrer, pois carregavam preso aos corpos muito ouro e muito
diamante, segundo os historiadores, cerca de um quilo e meio.
Como
aqui Adamir Gerson está historiando acontecimentos e mostrando que a Revolução
não só foi o reviver dos acontecimentos do Êxodo bíblico como o reviver dos
acontecimentos da destruição de Judá pelos caldeus, que culminou na histórica
destruição do Templo, há de ser dito mais. A Palavra de Deus após narrar o fim
da família do rei Zedequias sob a mão do caldeu Nabucodonozor, ao norte, em
Ribla, continua narrando que após esse episódio mais execuções continuaram a
ocorrer em Ribla. Os filhos da nobreza e da classe rica continuaram a ser caçados.
Pegos eram enviados para cima, a Ribla. E ali eram julgados e impiedosamente
mortos. Isto também ocorreu no caso antítipo. Depois da execução de Nicolau e
de sua família os revolucionários continuaram na procura de membros da família
imperial por toda a Rússia. Encontrados, todos eles tinham o mesmo destino:
Ekaterimburg, nos Urais. E na mão daquele soviete extremamente hostil eram
julgados e mortos. De modo que num período de cerca de sete meses, de junho a
janeiro de 19, dezoito membros da família imperial foram mortos, começando em
junho, pelo Grão-Duque Miguel, o último Czar nomeado.
Ora,
como os acontecimentos da revolução russa foram sobejamente profetizados pelo
profeta Sofonias – Sofonias profetizou com antecedência de quarenta anos a
destruição de Judá e de Jerusalém – mas o alcance de sua profecia era duplo: o
tipo e o antítipo. O devir histórico iria produzir duas situações idênticas, a
presente, de Judá, e uma futura da mesma essência, bem, é feito a pergunta:
quando Sofonias vaticinou sobre o Dia da Ira de Javé, dizendo: e vou voltar a
minha atenção para os sacerdotes, os que se curvam fazendo juramento a Javé e
os que se curvam fazendo juramento por Malcão; e para os filhos do rei, e para
os príncipes, e para os que usam vestuário estrangeiro (burguesia), e para os
que pesam a prata (comerciantes), e para os poderosos, e nem a sua prata e nem
o seu ouro os livrará do dia da ira de Javé, mas seu sangue será derramado como
pó e suas vísceras como fezes, é feito a pergunta: o fato das filhas de Nicolau
trazer preso ao corpo um quilo e meio de jóias, e isto ter retardado, mas não
impedido a sua morte, isto foi tipológico de todos os poderosos e ricos que
sofreram à mão da revolução? A sua prata e o seu ouro realmente não os livrou
do dia da ira de Javé que se revelava na ira dos revolucionários?
E
como julgar o fato de que a Igreja Ortodoxa Russa, com vozes discordantes, tem
reabilitado os Romanov mortos no período bolchevique, indo mais longe, os
santificando? Se a ação revolucionária foi ação de Deus, o cumprimento de sua
santa e bendita Palavra, como vem demonstrando de forma inequívoca Adamir
Gerson, a Igreja Ortodoxa Russa não estaria entrando por um campo que pode até
mesmo inviabilizar a sua existência por portar falsidade ideológica? Estaria
dando testemunho de conhecer a Deus e pertencer a Deus como deram testemunho de
conhecer a Deus e pertencer a Deus aqueles sacerdotes da religião judaica que
assassinaram Jesus, com as palavras que Jesus endereçou a eles, que aparecem em
Mateus 23.29-32, podendo ser aplicadas aos sacerdotes da Igreja Ortodoxa Russa
que julgou os Romanov mortos à mão bolchevique como “mártires”? Os sacerdotes
ortodoxos russos não estariam dando testemunho de que são filhos daqueles que
perseguiram e assassinaram os profetas? Dando testemunho de que pertencem a uma
instituição religiosa e não a Deus? De que são soldados na defesa desta
instituição religiosa e não soldado na defesa de Deus, que não o conhece, não
sabe dele e não tem nenhuma filiação com ele?
Bem,
como foi demonstrado que o governo do socialismo já foi Governo de Cristo, pela
lei e não pela graça, ora, como os acontecimentos de Moisés foram preparação
para os acontecimentos de Jesus, uma nova libertação, universal, e os
acontecimentos de Nabucodonozor foram preparação para os acontecimentos de Ciro,
Deus não abandona a quem ama, é certo que tem chegado o tempo da Revolução
exibir seu novo rosto, de Jesus e de Ciro. O tempo do Governo de Cristo segundo
a lei passou, e tem chegado o tempo do Governo de Cristo Segundo a Graça.
É
um novo tempo revolucionário em que se buscará a construção de uma sociedade
igualitária não mais na destruição da classe social detentora do poder político
e dos meios de produção, como fizeram tanto a revolução russa como a francesa,
mas na sua transformação, na sua conversão para um novo sistema de vida. E
neste preciso momento a religião se torna fundamental. Daí a revolução
brasileira ter como necessidade a união dos católicos e dos evangélicos que tiveram
a graça de serem transformados num abrir e piscar de olho e compreender claro
como o dia que o socialismo é plano de Deus.
Essa
restauração histórica, a escatologia tendo como fundamento tipológico tanto o
processo duplo Moisés-Jesus como o processo duplo Nabucodonozor-Ciro foi feita
para que a mente compreenda este novo tempo. Olhando nos fatos passados a mente
pode compreender e se abrir para este novo porvir. Católicos e evangélicos
possuem um histórico de repulsa pela revolução que trouxe o socialismo sem
demonstrar nenhum interesse em analisar o fenômeno revolucionário à luz da
Palavra de Deus. Mas serão acordados e conscientizados que na verdade foi
cumprimento da Palavra de Deus. Porque a revolução do socialismo iria ser
violenta, a Palavra de Deus apontava para a sua violência, o Ai de vós, ricos,
de Jesus, já era esse reconhecimento, Jesus apenas repetindo e endossando
profecias no livro dos profetas, então Deus criou um povo próprio para ela, os
marxistas (3). Deixou de lado os
cristãos que recebeu de Deus uma natureza não compatível com a violência. Mas o
tempo de se construir uma sociedade sem classes, sem explorados e sem
exploradores pelo uso da violência, iria passar e iria chegar o momento de se
criar o socialismo por novo método. Levantar os trabalhadores, que primeiramente
se abrem para o Evangelho, e estes se lançarem a um trabalho de evangelização
das classes dominantes e endinheirada (4).
Por certo que os frutos descritos em Atos 2.44-47 novamente irão aparecer.
Adamir
Gerson falou em uma possível dobradinha de Cristovam Buarque com o Ministro do
Supremo Joaquim Barbosa para as eleições de 2014. Se isto vier a acontecer é
feito a pergunta: quem seria o candidato a Presidente, e quem seria o Vice?
Para Adamir Gerson esta questão é irrelevante, com o candidato a Presidente
tanto podendo ser um como outro. No entanto em termos eleitorais o nome de
Joaquim Barbosa em pouco tempo estaria emparelhado com a Dilma. E o primeiro
Governo de Cristo Segundo a Graça, segundo Jesus, Jesus de Nazaré, se
manifestando na terra tendo como líder um negro, totalmente voltado para a
justiça social, para a ética evangélica, se reveste de grande significado por
toda a eternidade.
Mas,
volto a dizer: é irrelevante quem será cabeça de chapa com essa questão sendo
decidida pelas forças políticas que comporão a Frente do Reino. Cristovam
Buarque, ao dizer que os tempos hoje são outros, que não estamos mais a
precisar de um exército de guerrilheiros empunhando na mão o fuzil, mas um
exército de novos guerrilheiros, empunhando na mão o giz, isto nos remete
àquele momento em que Jesus se opondo à forma judaica de resolver a
transgressão começou a escrever na areia. E ao escrever na areia não somente
trouxe aqueles judeus à profunda reflexão de si, arriando das mãos as pedras e
voltando para suas casas, refletindo existencialmente, como levou a mulher
pecadora a profundo arrependimento, nascendo outra mulher.
Mesmo
porque é intenção lutar pela mudança no sistema de governo. No lugar do atual
Presidencialismo um novo sistema que Adamir Gerson chama de Presidencialismo
Duplo. O Presidente eleito não governa, mas indicará quem governará. Será Chefe
de Estado, e aquele Chefe de Governo. O Congresso continua como está com os
eleitos cumprindo seus mandatos. De modo que em crises não se dissolve o Congresso,
mas cabe ao Chefe de Estado a prerrogativa da demissão do Chefe de Governo e a
nomeação de outro no lugar que só será rejeitado pelo Congresso com ¾ de votos.
Havendo rejeição do Chefe de Governo indicado então o Chefe de Estado terá de
negociar um nome com o Congresso até chegar a um nome de consenso. As tarefas
serão bem divididas, com o Chefe de Governo cuidando internamente do país, mas
cabendo ao Chefe de Estado cuidar dos interesses do país ao nível de mundo, de
rabo de olho acompanhando o que se passa no país.
Ora,
uma vez que tal proposta cause interesse e venha a ser adotada no país caso
Cristovam Buarque ou Joaquim Barbosa vença a eleição de 2014 o mesmo disputará
um segundo mandato em 2018, todavia já no novo sistema de governo. De modo que
em 18, o que seria vice hoje, seria então Chefe de Governo, disputando a
eleição em 22 ao cargo de Presidente e Chefe de Estado. Havendo sempre essa
rotatividade, de Chefe de Governo a Chefe de Estado. A intenção clara é de que
o Brasil nos próximos 12 anos esteja nas mãos de Joaquim Barbosa e de Cristovam
Buarque, dando vida e construindo o novo tempo da sétima bola.
Joaquim
Barbosa tem até o mês de abril para decidir em que partido se filiar. Isto é,
se foi despertado para o Chamado divino, ou mesmo se decidiu seguir pelo curso
humano. Mas, uma vez que se interessou totalmente pelo Chamado divino, de fazer
acontecer na terra uma revolução, a brasileira, a união do povo católico e povo
evangélico em torno de políticos interessados unicamente em fazer o Brasil uma
nação de gente de rosto feliz, que encontrou a paz, não a paz que o mundo dá,
mas a paz Daquele que veio ao mundo para que todos tivessem vida e vida em
abundância, ora, é feito a pergunta: então em qual partido Barbosa se filiará?
Os
leques de possibilidades são muitos. PDT, PSB, SOLIDARIEDADE, PMN, PPS.
Ora,
uma vez que se descobre transcendentemente que as grandes manifestações
populares que ocorreram em todo o Brasil no mês de junho deste ano de 2013, a
rua clamando por profundas mudanças, novo tempo civilizatório, livre do
consumismo e dessa fobia por dinheiro que tem poluído e embotado os espíritos,
foram na verdade o sinal, o anúncio profético da revolução brasileira – como as
Jornadas de Julho na Rússia de 17 transcendentemente foi sinal da iminência da
revolução; e uma vez que católicos e evangélicos, diante das propostas que
estão surgindo para o Brasil a partir de Presidente Prudente, compreendam
sentido profético nas palavras do Papa Francisco, de que o Papa é argentino,
mas Deus é brasileiro, ora, uma vez que católicos e evangélicos irão se acordar
para a revolução brasileira, e a condução da revolução brasileira passou a
estar nas mãos sábias e limpas de Cristovam Buarque e de Joaquim Barbosa,
Marina Silva se esvaziou politicamente. E esvaziada a candidatura do PSB perde
todo sentido. E é neste momento que o PSB pode mostrar interesse em oferecer
telhado para Joaquim Barbosa, não oportunista, mas porque o PSB nasceu para
ajudar na criação de um novo Brasil livre das desigualdades sociais e livre de
toda e qualquer opressão.
Caso
os dirigentes do PSB entendam que neste início da caminhada o Governador
Eduardo Campos se parece a Josué no início da caminhada hebréia, quando saiam
do Egito, guardado para o futuro, e entendam que o Ministro Joaquim Barbosa é
aquele momento em que se quebravam as algemas de Faraó, apoiando Joaquim
Barbosa numa chapa com Cristovam Buarque, então o caminho de Joaquim Barbosa
deva ser mesmo o PSB. Mas, caso continuem irredutíveis na chapa Campos-Marina,
não levando em consideração as ponderações proféticas de Adamir Gerson, então o
caminho de Joaquim Barbosa parece ser o do PPS do Roberto Freire.
Sobre
o chamado que Adamir Gerson está dirigindo ao PSDB seus dirigentes precisam
meditar sobre muitas coisas. Primeiro, compreender que o PSDB é hoje o PMDB de
ontem. Não somente o PSDB esgotou o PMDB como acabou por ser esgotado pelo PT.
Tornou-se inviável uma candidatura tucana. Essa proposta nova de FHC ser o
candidato, tendo como vice Aécio, é muito mais o desespero político que bateu à
porta do PSDB, e FHC não pode se prestar a beber esse cálice amargo que não lhe
trará nenhuma ressurreição senão o sepultamento da credibilidade que sobrou.
Segundo, o tempo que urge ao PSDB é o de parar, respirar, e fazer profunda
reflexão de si. É inadmissível que em um país abarrotado de problemas sociais
um partido social-democrata passe a ser visto como de direita. A curvatura
forte do sistema que tangeu o PT da esquerda para o centro teria tangido o PSDB
do centro para a direita?
O
PSDB precisa refletir sobre si. Um partido que nasceu no campo da esquerda
precisando retornar para o campo onde nasceu. As redes sociais que abrigam
grupos ligados ao PSDB refletem bem essa necessidade do PSDB voltar às origens.
Nestes grupos é forte a militância de uma extrema-direita em que indivíduos, que
perderam a esperança de desalojar o PT pelo voto, descaradamente passaram a
clamar pela intervenção militar. O PSDB precisa reciclar e depurar-se, mesmo
com o sacrifício da quantidade. O PSDB tem de refletir que é a sua missão
ajudar o Brasil a vencer as desigualdades sociais e a criar uma nação menos injusta.
Esta
foi apenas uma das explicações porque o PSDB, não obstante ser o partido maior
que faria parte da Aliança do Reino, não teria direito nem mesmo a indicar o
vice. A outra explicação é que no trabalho das bolas o PSDB representa a quinta
bola (mas o PMDB a quarta e o PT a sexta). E no trabalho é dito que ao final do
processo então iria emergir o Governo de Cristo. O Governo de Cristo é novo
sobre todo o processo, mas é constituído de partidos e políticos que tiveram
existência no processo. Os partidos e políticos que se revelaram prestáveis
para o Reino. Então não há nenhuma contradição em o PSDB ser chamado para fazer
parte da Aliança do Reino. Seria contraditório se o Projeto do Reino, da revolução
brasileira, fosse canalizado para levantar o PSDB e dar a vitória para um seu
candidato. O benefício que o PSDB terá será no nível de Estados e no
oferecimento de ministros para um possível Governo do Reino.
Kornilov ou Lênin?
Foi
falado sobre a gestação dialética do Governo de Cristo, endereçado ao PSB de
Eduardo Campos, ao PSB de Eduardo Campos e Marina Silva, ao PDT e ao próprio PT
e ao próprio PSDB. E tudo era constituído e enformado de tal forma a lograr a
adesão do destinatário. O seu conteúdo ia de encontro aos interesses do
destinatário de modo a fortalecê-lo.
Ora,
quando o trabalho era realizado e embrulhado a ser enviado ao PT naquele
preciso momento a militância petista estava raivosa com Joaquim Barbosa, por
causa do julgamento do Mensalão. E a militância petista, raivosa, rangendo os
dentes contra Joaquim Barbosa, o acusava de estar pavimentando um caminho político
para vir a ser o candidato do sistema.
Consoante
a isto, o que sucede é que quando Adamir Gerson tomou o rumo do PT então fez um
trabalho e nele procurou situar Joaquim Barbosa: revivência histórica de
Kornilov. Aquele Kornilov que se levantou para com um golpe restaurar a velha
ordem estaria sendo revivido por Joaquim Barbosa.
Mas,
o tempo do trabalho ser enviado ao PT passou e estamos vivendo novo tempo.
Novas figuras de espírito surgem, e agora é feito a pergunta: Joaquim Barbosa
representaria a tentativa de restauração da velha ordem, que na verdade se
passou para a mão do PT e capenga na mão do PT, ou a verdade é que Joaquim
Barbosa representa o momento novo em que Lênin saiu do esconderijo e passou a
sepultar de vez a velha ordem, que capengava nas mãos de Kerensky, fazendo
nascer uma nova Rússia? A velha ordem que sobrevive no PT daria definitivamente
lugar à nova ordem do Governo de Cristo?
O
levante de Kornilov ou a chegada do Lênin?
Ora,
tornou-se comum ouvir a militância do PT, em especial os mais jovens, acusar
Joaquim Barbosa de ingrato. Lula indicou Joaquim Barbosa ao Supremo em 2003 e
passou a fazer coro com essa militância jovem ao não esconder que o seu maior
erro foi ter indicado Barbosa.
A
verdade é que estamos a assistir um filme de 17. Diante da ameaça de Kornilov
Kerensky foi atrás dos bolcheviques e os colocou novamente em evidência
revolucionária. E colocou armas nas mãos bolcheviques. Derrotado Kornilov
Kerensky não só exigiu que os bolcheviques devolvessem as armas como exigiu
submissão ao seu governo. E os bolcheviques não só não devolveram as armas como
passaram a apontar as mesmas para o próprio Kerensky. E foi neste momento que
Kerensky passou a reconhecer o seu maior erro: ter levantado os bolcheviques e
ter posto armas em suas mãos.
Os
bolcheviques foram ingratos com Kerensky como chegou a dizer o próprio? Que
isto nunca aconteça!
Os
bolcheviques agiram por princípio. Do começo ao fim. Aceitaram as armas
mantendo a sua completa independência. Iriam lutar contra o novo inimigo,
Kornilov, sem, no entanto, lutar a favor do velho inimigo, Kerensky. Se os
bolcheviques entregassem as armas a Kerensky e para manter a legalidade fossem
submissos ao seu governo, como muitos estavam sendo, simplesmente eles estaria
traindo a sua própria causa e sepultando os princípios.
Os
princípios diziam que a derrota que sofreram à mão de Kerensky no final de julho
e início de setembro tinha ficado para trás e que o vai e vem revolucionário os
colocara agora numa nova posição, inclusive com armas nas mãos. Os princípios
diziam para os bolcheviques que finalmente chegou o momento apropriado para se
lançarem contra Kerensky e o vencer. O que fizeram com grande sucesso, trazendo
não só benefício para os revolucionários como para todo o povo russo que saiu
de uma situação de pura escravidão para a liberdade do socialismo, revivendo
historicamente os escravos hebreus que saíram da escravidão do Egito para a
liberdade de Canaã. Este era o único compromisso existencial dos
revolucionários bolcheviques.
Não
houve ingratidão alguma dos bolcheviques com kerensky. Não houve traição. Apenas
o cumprimento dos princípios que norteavam o ideário bolchevique: a libertação
do povo russo que se daria na conquista do poder! Este era seu único
compromisso, implícito e explícito. Se os bolcheviques tivessem ficado submisso
a Kerensky por este tê-los levantado teriam sim sido ingratos e praticado uma
grande traição ao povo russo. Ora, Joaquim Barbosa foi nomeado para o Supremo
pelo Presidente Lula porque esta é uma atribuição do Presidente da República (5). E todos que se tornam Ministros no
Supremo têm de jurar lealdade não a quem o indicou, mas, sim, ao próprio
Supremo, que não só moralmente, eticamente, mas constitucionalmente é
completamente independente do executivo. Joaquim Barbosa agiu segundo os
princípios que devam nortear a consciência de um magistrado: escravo da
justiça, o que talvez tenha faltado a alguns Ministros que se acharam
envolvidos no julgamento do Mensalão que se julgavam devedores de gratidão ao
executivo.
Kornilov
ou Lênin? Não resta a menor dúvida que no ano de 2014 o Brasil inteiro
presencie Joaquim Barbosa chacoalhando a Toga e de dentro dela saindo um homem
que vai fazer com o PT o mesmo que o Lênin fez com os mencheviques. Agindo
unicamente pelos princípios, pela necessidade de se criar um novo Brasil, que
exige sim a remoção do PT do caminho do povo brasileiro e a instauração no seu
lugar de novas forças políticas. Como diz a canção: repare: a multidão precisa de
alguém mais alto a lhe guiar (Manduka).
O
Brasil precisa se livrar do Lula como a Rússia precisou se livrar do Kerensky
que se mostrou hábil criador de aliança política, mas inepto para tirar o país
de uma guerra que só lhe trazia destruição e inepto para trazer uma nova manhã
para o povo russo. A era Lula, de tampão, como foi o período menchevique, há de
dar lugar para a nova era do Governo de Cristo, totalmente voltado para a
justiça e totalmente comprometido a baixar os índices da criminalidade e a
reduzir para o número zero ou próximo a ele a corrupção endêmica. (6)
Foi
muito bom Adamir Gerson ter num primeiro momento levantado a questão de
Kornilov. E como num segundo momento levantou a questão do Lênin, isto deva
servir de reflexão para o próprio Joaquim Barbosa. Porque muitos grupos
políticos da velha ordem, banidos do poder pela ordem democrática, vem
trabalhando para ganhar Joaquim Barbosa para o seu lado, o que faria de Joaquim
Barbosa um novo Kornilov sim. Joaquim Barbosa nunca respondeu a esses grupos,
nunca se interessou por eles, apenas focado no seu trabalho junto ao Supremo. E
está perto de se manifestar politicamente. E quando o fizer esses saudosistas
de um tempo que não volta mais irão se frustrar, indo plantar repolho ou cuidar
de cavalos ou, então, se adequar aos novos tempos, pois o Kornilov que
esperavam estar escondido na Toga quando a Toga foi chacoalhada eis um Lênin
saindo de dentro dela! Com a careca alumiando e refletindo os raios de
esperança que o povo brasileiro tem depositado nele.
“Eis
que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes, governarão
como príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como
abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de
água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.
“E
os olhos dos que vêem não ficarão grudados e os próprios ouvidos dos que ouvem
atentarão. E o próprio coração dos apressados demais considerará o conhecimento
e até mesmo a língua dos gagos se apressará a falar coisas claras. O insensato
não mais será chamado de generoso; e quanto ao homem sem princípio não se dirá
que é nobre; porque o próprio insensato falará mera insensatez e o próprio
coração dele fará o que é prejudicial, para praticar a apostasia e para falar
contra Javé aquilo que é desordenado, para fazer a alma do faminto ficar vazia,
e ele faz até mesmo o sedento passar sem a própria bebida. Quanto ao homem sem
princípios, seus instrumentos são maus; e ele mesmo aconselhou atos de conduta
desenfreada, para estragar os atribulados com declarações falsas, mesmo quando
um pobre fala o que é direito”, Isaías 32
A Revolução Brasileira
No
mês de junho do ano de 2013 o Brasil de repente foi chacoalhado por gigantescas
manifestações, que começando com reivindicação pontual, o cancelamento do
aumento das tarifas nos ônibus urbanos, se estendeu para todos os setores da
sociedade que vem estrangulando o povo, a corrupção generalizada em todos os
escalões do poder e o caos na saúde pública.
Ora,
a partir do ano de 78 quando Adamir Gerson começou a teorizar e a escrever
sobre a iminência da chegada do domínio divino sobre toda esta terra no que diz
respeito à questão da revolução sempre foi claro de que a mesma é um ato
transcendente. A transcendência traça todos os passos da revolução e quando
chega o momento de materializá-la então chama os homens que imperceptivelmente
vinham sendo preparados para ela. E estes homens e mulheres materializam a
vontade divina. É a revolução. No que diz respeito a essas gigantescas
manifestações que do nada varreram o Brasil, de norte a sul, de leste a oeste,
Adamir Gerson a entendeu como sendo o sinal profético da revolução brasileira.
O rompimento da bolsa que prendia no ventre divino o Governo de Cristo.
Uma
coisa é certa: se a revolução russo-comunista foi muito diferente da revolução
franco-burguesa, nova figura do espírito revolucionário, a revolução
brasileira, por sua vez, será diferente, muito diferente, tanto da revolução
franco-burguesa como da revolução russo-comunista. Nova figura do espírito
revolucionário.
De
fato, a revolução brasileira é um ato que sintetiza e consuma duas revoluções
ocorridas no século XX, fora do Brasil, nos Estados Unidos e Itália, mas que
para o Brasil convergiram e no Brasil encontraram o terreno mais fértil para o
seu desenvolvimento e crescimento. A revolução que ocorreu no ano de 1906 em
Los Angeles, no local conhecido como Rua Azusa e que gerou o movimento
pentecostal e a revolução ocorrida no Vaticano, o Concílio Vaticano II, que
gerou a Teologia da Libertação.
O
Pentecostalismo, voltado para a libertação espiritual e a Teologia da
Libertação, voltada para a libertação material, hão de se encontrar no Brasil
em um só corpo, e, a partir de então, lograr uma libertação completa do
indivíduo, começando pelos pobres, pelos trabalhadores, até chegar a todas as
classes sociais da sociedade.
Não
por força militar e nem por violência, mas pelo poder da Palavra de Deus.
Uma
libertação assim, pacífica e sem criar traumas na sociedade, será possível pela
chegada na revolução do fator pentecostal, que podemos dizer sim do fator
cristão. O cristianismo ao colocar a libertação do indivíduo no próprio
indivíduo, de dentro para fora, oferecer a ele as condições e as ferramentas
para a sua própria libertação, sim, ao transformar odres velhos em odres novos,
prepara, assim, as condições para as mudanças sociais; não imposta, mas querida
pelos odres novos. O coração transformado, seja de qual classe social, passa a
querer uma sociedade transformada para que seja completa a sua libertação. A
harmonia estabelecida entre o interior e o exterior. Foi isto o que ocorreu nas
descrições de Atos 2.44 e 4.32.
O Terceiro e Grande
Pentecostes
Ora,
como é fato que no século XX Deus derramou na terra dois grandes pentecostes, o
da Rua Azusa e que gerou o Pentecostalismo, e o do Concílio Vaticano II e que
gerou a Teologia da Libertação, é certo que Deus está se preparando para
derramar na terra o terceiro e grande pentecostes, que há de unir em um só
feixe de ação a libertação espiritual e a libertação material. Um novo
pentecostes que porá fim à cidade do pecado, Sodoma e Egito (Apocalipse 11.8) e
no lugar fazer a Nova Jerusalém. E tudo indica que este novo pentecostes,
sintético, antítipo do pentecostes ocorrido no século primeiro em Jerusalém, há
de ser derramado na terra no país Brasil no ano de 2014. Neste ano a verdade de
Deus há de ser derramada em todos os indivíduos, de todas as classes sociais,
sem qualquer distinção, com a verdade de Deus se tornando clara em todas as
mentes e em todos os corações. Não há mais lugar para interpretações com o fim
da desobediência.
E
Adamir Gerson, como o Mensageiro do Senhor, está propondo que sejam realizados
dois grandíssimos atos no país Brasil no mês de junho deste ano de 2014, 08 e
19.
No
dia 08 de junho, manhã de domingo, em todas as cidades do Brasil a multidão de
católicos e de evangélicos acordará e levantará todo o povo para estar na rua,
ocupando as avenidas das cidades em grande marcha. E sairão às ruas levando nas
mãos as suas pautas de reivindicações, que farão nascer um novo Brasil. Os
novos governantes que virão basearão as suas ações nas pautas de reivindicações
que desfilarão pelas ruas do Brasil. Será um dia histórico que não somente
relembrará as Jornadas do Junho Brasileiro como um chamado a que venha o
Governo de Cristo e novos tempos sobre o Brasil. A partir deste ano de 2014,
esse Brasil de quarenta mil assassinatos ao ano, da mais completa falta de
atendimento médico na saúde pública, da corrupção crônica em todas as
instâncias de poder, da baixa qualidade do ensino, estará passando para dar
lugar a um novo Brasil. E as massas católicas e evangélicas, chamando a todos
para estarem na rua serão fundamentais para o nascimento deste novo Brasil.
Católicos e evangélicos, desprezados nas revoluções, francesa e russa, serão
fundamentais na revolução brasileira. O fundamento.
Sim,
dia 08 de junho é um dia de grande avivamento, de grande despertar das forças
adormecidas da nação que conheceram a sua aurora naquele junho de 2013,
centenas e centenas de milhares nas avenidas de São Paulo, de Belo Horizonte,
do Recife, de Porto Alegre, do Rio de Janeiro, de Londrina, de Feira de
Santana, de Manaus, em todas as cidades brasileiras, desde as mais, pequenas –
Serra da Saudade em Minas, Borá em São Paulo e Jardim Olinda no Paraná – até as
suas grandes metrópoles. Milhões e milhões de brasileiros neste dia nas
avenidas e ruas de todas as cidades do Brasil, batendo fortes os seus tambores,
agitando ao vento as suas bandeiras e cantando os mais belos cânticos a que não
faltarão Coração de Estudante, Quão Grande és Tu e Oração da Família. Batendo
fortes os seus tambores, alçando ao vento as suas bandeiras, cantando os mais
belos cânticos e não se cansando de dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!
E onze dias depois, 19 de junho do ano de 2014, então a grande caminhada na
cidade de Presidente Prudente quando neste dia convergirá para esta cidade do
oeste paulista não só todo o Brasil, mas grande parte da terra, para estarem
começando uma nova manhã sobre a terra.
“Acudi
e vinde, todas as nações ao redor, e reuni-vos. Àquele lugar faze baixar os
teus poderosos, ó Javé. Despertem as nações e subam à baixada de Jeosafá; pois
ali me assentarei para julgar todas as nações ao redor.
“Metei
a foicinha, porque a colheita ficou madura. Vinde, descei, porque o lagar de
vinho ficou cheio. Os tanques de lagar estão realmente transbordando; porque se
tornou abundante a sua maldade. Massas de gente, massas de gente estão na
baixada da decisão, porque está próximo o dia de Javé na baixada da decisão”,
Profeta Joel.
NOTAS DE RODAPÉ
(1)
Nos
anos de 1843 e 1844 houve um desabrochar messiânico muito grande nos Estados
Unidos. Um ministro batista por nome Guilherme Miller tornou público uma
revelação que segundo ele, teve do Alto no ano de 1818 quando fazia leitura no
livro do profeta Daniel. E a revelação é que por volta destes anos de 1843 e
1844 iria dar-se a volta de Jesus com a missão da restauração da terra. A terra
que possuía muitas feições diferentes iria ter a feição única de Jesus de
Nazaré.
Não é preciso entrar em detalhes
porque é um acontecimento muito conhecido até mesmo fora do universo religioso.
Apenas que Adamir Gerson, portando na mão a missão da restauração de todas as
coisas, que começa com ele e há de prosseguir por muitas outras mãos, no futuro
próximo e distante, afirma com convicção que aquela esperança tinha o selo de
Deus e foi o mover de Deus. Era verdadeira. Não da forma como esperaram e
acreditaram. O fenômeno real daquela esperança foi o judeu Karl Marx, então um
jovem de vinte e cinco anos, distante dali, do outro lado do Atlântico na
antiga Prússia.
Adamir Gerson tem consciência que toda
essa geração não acredita ou não vai acreditar em tal. Mas, por outro, tem
convicção inabalável que as gerações futuras acreditarão que Marx foi o
fenômeno real da espera messiânica nos anos de 1843 e 1844 assim como acreditam
sem pestanejar que não obstante a recusa dos judeus, por este ou aquele motivo,
Jesus foi o fenômeno messiânico real.
Mas, há alguma coisa que pode mudar a
mentalidade desta geração sobre ser Marx o fenômeno verdadeiro do anúncio do
batista Guilherme Miller. Trata-se da intervenção de Deus para que esta geração
não tenha o destino da geração do século I, sábia aos seus próprios olhos, mas
uma ignomínia e objeto de riso e desprezo para as gerações que vieram posteriormente.
E esta intervenção de Deus deva dar-se
em pequeno esclarecimento. Ora, a esperança daqueles quinhentos mil que nos anos
de 1843 e 1844 se entregou à espera messiânica é que Jesus iria voltar para
restaurar a terra. De fato, naquele ano de 1843 o jovem Marx publicou seu
primeiro livro de vulto, A Questão Judaica, e no ano seguinte, 1844, publicou
um segundo livro de vulto, Manuscritos Econômicos-Filosóficos. E pela primeira
vez, em mais de dois mil anos, os vaticínios do profeta Isaías que descrevem a
terra restaurada, se manifestam neste escrito que Marx publicou no ano de 1844.
Pois que, vejamos a descrição de
Isaías da terra restaurada, como é a terra restaurada: “(...) E hão de
construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus
frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá.
Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão
plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Isaías 65.17-25
Ora, fazendo uma análise da economia,
não só da presente, mas também a do passado, Marx concebe um sistema econômico
que é exatamente este descrito por Isaías. Nem mais nem menos. Os sistemas
econômicos que Isaías contrapõe aparecem com clareza neste escrito que Marx
publicou no ano de 1844.
Isto pode fazer com que ministros da
Palavra de Deus repensem a sua visão de Marx, sobre o Marx econômico (e deixem
o Marx filosófico para Deus), que começou a sofrer deturpação sistematizada no
começo da década de 20 quando as nações imperialistas foram derrotadas na
Rússia e em fuga, desesperadas, viram na religião o único meio de escape, o
único meio de enfrentar a revolução, como o desesperado Balaque viu em Balaão o
único meio de ser livrado de ser lambido pelos escravos saídos do Egito
(Números 22.4-12). E começaram a investir maciçamente no universo religioso
para que este não fosse contagiado pelo triunfo do socialismo na Rússia. E
rechearam as mentes e os corações religiosos não só de deturpações sobre Marx,
mas sobre a própria revolução – ver Apocalipse 12.10.
Os ministros da Palavra de Deus
precisam repensar o seu juízo sobre os acontecimentos, de 1843 e 1844, de
espera messiânica. E retirar do ar sites que se deleitam em dizer que Guilherme
Miller e os ministros de Deus envolvidos naqueles acontecimentos foram falsos
profetas. Foram profetas verdadeiros e a serviço do Deus que não faz nada sem
antes avisar aos seus escravos, os profetas. A blasfêmia há de ser punida
exemplarmente.
Como também foi profeta verdadeiro os
conhecidos Estudantes da Bíblia que no começo do século vaticinaram a iminência
do Governo do Reino sobre a Terra. O principal líder deles por nome Charles
Tasse Russel, falecido em 1916, deixou escrito que quando o Governo do Reino se
manifestasse Faraó iria se levantar dos profundos para impedir o Governo do
Reino como fizera no passado quando tentou impedir a libertação dos escravos
hebreus.
E chama à atenção que ele deixou escrito,
em um livro lançado nos Estados Unidos no mês de julho de 1917, publicação
póstuma, provavelmente de 1916, que a reação de Faraó iria durar três anos. E
ele declinou a data: 1917 a 1920. Ora, se declinou a data de 1917 é porque afirmou
que o Governo do Reino iria ser estabelecido e empossado neste ano de 1917. E o
que aconteceu neste período declinado por Russel? A revolução russa, que
começou realmente no final do ano de 1917, findou realmente no final do ano de
1920 quando as últimas tropas do Faraó moderno foram derrotadas na Criméia.
Como a curiosidade não cessa, ora,
como esse Charles Tasse Russel pode prever com precisão matemática o
acontecimento da revolução russa? A tal ponto que em referido livro de 17
aparece escrito que Russel disse que o Faraó e suas forças, na tentativa de
impedir a manifestação do Governo do Reino, iriam ser tragados por aquilo que
chamou de “águas da anarquia”, que tudo indica sejam águas do socialismo, pois
na época o termo anarquia era mais popularizado para descrever os movimentos
revolucionários. Ainda no mesmo livro de 17 aparece escrito que Deus iria criar
um “movimento revolucionário exitoso”.
E como a curiosidade não cessa vale
acrescentar que naquele ano de 1917 e 1918 quando as forças do Faraó reagiram
contra a revolução do socialismo, vinte e uma nações invadiram o país Rússia
para esmagar a revolução e os bolcheviques, as mais poderosas nações da terra,
Turquia, Japão, França, Inglaterra, Estados Unidos, o grupo Estudantes da
Bíblia, agora sua liderança tendo passada para outro nome, de repente saiu às
ruas dos Estados Unidos e Canadá proclamando solenemente que Deus já tinha começado a reinar sobre a terra.
Deus já estabelecera seu governo. E diziam abertamente que a Cristandade iria
sofrer nas mãos do Governo do Reino o que a infiel Judá sofreu nas mãos de
Nabucodonozor. Ora, os Estados Unidos que enviara tropas para combater os
bolcheviques na Rússia de imediato desconfiaram destes Estudantes da Bíblia.
Porque as palavras de transformação que os revolucionários lançavam em toda a
Rússia estavam sendo misteriosamente repetidas por estes Estudantes da Bíblia
nas ruas dos Estados Unidos. Se os revolucionários estavam proclamando que iriam
construir na terra o paraíso, principiando pela Rússia, iriam construir na
terra um reino sem exploradores e sem explorados, de verdadeira paz, ora, eram
estas as palavras que estes Estudantes da Bíblia estavam proclamando nos
Estados Unidos: que em breve a terra iria se transformar no Paraíso, porque
Deus já começara a reinar.
E o governo americano temendo que
estes Estudantes da Bíblia estivessem fazendo apologia religiosa aos
acontecimentos revolucionários na Rússia de imediato confiscou o seu livro “O
Mistério Consumado” e os sentenciou a vinte anos de prisão com a justificativa
bizarra de que estavam “sabotando os esforços de guerra”. Mas, os investigando
com acuidade não encontrou neles nenhuma ligação com qualquer movimento comunista
nos Estados Unidos ou Canadá, que agiram juntos de comum acordo. Pior, os
interrogando os mesmos não tinham qualquer conhecimento ou noção do que se
passava na Rússia. Ao perceberam que era um grupo puramente religioso, que
falava de política, não da terrena, mas do mundo espiritual, portanto
inofensivos, então as autoridades americanas um ano depois os colocou em
liberdade.
Ora, lançaram o livro, O Mistério
Consumado, em julho de 17, e ninguém se importaram com ele. Mas foram se
importar três meses depois de ocorrido na Rússia o acontecimento da revolução.
De modo que é feito a pergunta: estes Estudantes da Bíblia foram presos porque
estavam “sabotando os esforços de guerra” ou porque se temeu que ao proclamar
que Deus começara já a governar, Deus estabelecera na terra o seu governo e em
breve a terra iria se converter num paraíso, isto poderia despertar no povo que
tal era uma referência implícita à revolução do socialismo? Deus começara a
governar através do socialismo?
Porque a curiosidade não cessa, ora, é
muito estranho que o maior acontecimento político-social de todos os tempos – a
revolução russa – seja muito pouco conhecido dos religiosos cristãos senão que
conhecem dela o que o Faraó derrotado passou a lhes revelar. É muito estranho
que não tenham associado o que profetizavam esses Estudantes da Bíblia com o
acontecimento da revolução na Rússia, ocorrido naquele ano de 1917. Sobretudo
porque uma profecia de 1823, de um inglês por nome John Acquila Brown,
anunciava que o domínio de Deus sobre a terra iria dar-se no ano de 1917. E o deu,
pelo lado da lei, e agora, cem anos depois, vai dar-se pelo lado da graça. Como
o Faraó não impediu a travessia do Mar Vermelho espiritual, cem anos depois não
vai impedir a travessia do Jordão espiritual.
Para encerrar esta nota de rodapé é
preciso esclarecer que tanto o episódio da volta de Jesus como da restauração
da terra a verdade é que tal se deu primeiramente no século I quando Jesus, no
caminho de Damasco, se revelou a Saulo de Tarso e o transformou em Paulo
apóstolo. O advento da Igreja de Cristo, que ganhou textura nos escritos de
Paulo, marcou já o processo da restauração da terra. Mas foi uma restauração
parcial, espiritual, religiosa. E com Marx se deu o início da restauração
material, da sua organização política. Teste e antítese que iriam crescer,
evoluir e amadurecer, reciprocamente convergindo-se, até que a essência
espiritual que Jesus tirou de si e fecundou no espírito de Paulo e a essência
material que tirou de si e fecundou no espírito de Marx iriam se manifestar
junto, num só feixe de ação e compreensão da realidade. E este terceiro
momento, o sintético, está prestes a se revelar no país Brasil com o Brasil se
convertendo de fato em pátria irradiadora do Evangelho.
(2)
É
comum ouvir-se que o massacre da família imperial russa, a morte de Nicolau II,
de sua família e de todos que estavam com ele foi ordenado pelo Lênin e por
Sverdlov. E atribui-se a Lênin a paternalidade do massacre a partir de vaga
revelação atribuída a Trotsky, claramente com característica de invencionice
para incriminar Lênin em um crime bárbaro.
Mas, é feito a pergunta: se os líderes
da Revolução ordenaram a morte de Nicolau II, de sua família e de todos que
estavam com ele, porque posteriormente estes mesmos líderes, forçados a dar uma
resposta à comunidade internacional – e a si mesmo – puniram severamente os
matadores da família imperial, ao todo vinte e cinco foram condenados e cinco
deles pegaram a pena capital por enforcamento? Este fato deixa claro que o
ocorrido em Ekaterimburg se deu à revelia dos lideres em Moscou.
Além do mais para quem conhece a
índole do Lênin sabe que isto seria impossível ter partido dele. Lênin foi um
revolucionário duro em obediência ao destino da revolução confiado a ele, mas
traços fortes de humanismo permeavam o seu espírito e não raro estavam
presentes em suas ações, atestados no fato de que conseguiu ganhar o apoio de
um número grande de líderes das hostes adversárias. Esses líderes ao conhecer
de perto Lênin passaram a ter por ele confiança e a se sentir seguros em se
colocar do seu lado. De modo que é possível que as tarefas da revolução e da
guerra fizeram com que os líderes em Moscou tivessem pouco tempo para se
informar do que se passava na distante Ekaterimburg que só pode ter agido por
conta própria.
É impossível, matematicamente
impossível, que Lênin tivesse ordenado o massacre dos Romanov. Se Lênin tivesse
intervindo na questão o máximo que teria feito seria ordenar a continuação da
prisão do Czar e da Czarina e a deportação do resto dos membros da família
imperial para fora do país. E os criados mandados de volta para as suas casas,
pois não representavam nenhuma ameaça à revolução. É falta de caráter, é
altamente tendencioso, afirmar que um homem do porte do Lênin tivesse mandado
matar crianças e pessoas que estavam ali apenas como empregados. E a
tendenciosidade destes “historiadores” é visível porque construíram a
invencionice e atribuíram a mesma a um personagem controverso que julgaram
daria verossimilhança à invencionice, Trotsky. Se tal realmente tivesse
ocorrido e Trotsky o tornado público isto faria dele um indivíduo vil e abjeto.
Mas, apesar das tergiversações no devir revolucionário, Trotsky foi um homem
que prezou pelo caráter. Lutou por ele até onde pode.
Mas, se Lênin não ordenou o massacre
dos Romanov porque o faria os revolucionários de Ekaterimburg?
A causa é muito mais profunda e escapa
do visível para ser encontrada no mundo invisível da metafísica. De fato, por
causa das profecias e dos acontecimentos da destruição de Judá por
Nabucodonozor os Romanov já estavam fadados a terem o fim trágico que tiveram.
A transcendência da história, o seu operar, lhes impunha esse fim trágico, a
partir do tipológico fim trágico da família real judia cujas crianças foram
mortas à mão do próprio Nabucodonozor.
Mas, alguém, de posse da
racionalidade, pode objetar: mas, uma vez que Adamir Gerson tem dito que Lênin,
além de antítipo de Moisés foi também antítipo de Nabucodonozor, e a ira de
Deus que esteve em Nabucodonozor esteve também no Lênin, ora, se foi o próprio
Nabucodonozor quem matou os filhos de Zedequias, e Lênin foi o antítipo de
Nabucodonozor, a partir das leis que regem o devir histórico, isto não torna o
Lênin aprioristicamente o responsável pelo massacre dos Romanov?
Vale esclarecer que no presente
trabalho há um momento em que o Lênin não aparece como antítipo de
Nabucodonozor, mas de Nebuzaradã. Depois do segundo golpe que desfechou contra Judá,
onze anos e três meses depois do primeiro, ora, o terceiro golpe foi desfechado
um mês depois quando Nebuzaradã enviado de Nabucodozor passou a destruir toda a
Judá e toda Jerusalém não deixando pedra sobre pedra. Uma vez em que o terceiro
golpe desfechado contra a Cristandade se deu um mês depois da queda do Czar,
quando Lênin retornou do exílio e passou a destruir todo aquele mundo, não
deixando pedra sobre pedra, ora, nesta precisa ação Lênin se revelou antítipo
de Nebuzaradã.
E esse paralelo entre o envio de
Nebuzaradã por Nabucodonozor e a chegada do Lênin do exílio evidência claro que
Lênin foi um enviado de Deus para dar o golpe final na infiel Cristandade que
dominava a terra dos czares. O clamor do padre Gapon para que o sangue dos
inocentes recaísse sobre o trono do Czar continuava vivo na mente de Deus e
daqueles que tiveram seus entes martirizados pelo tirano.
Assim, quem estava no comando da
revolução era Deus e não Lênin. A mão de Deus abarcava todos os seus
acontecimentos e nada escapava do seu ângulo de visão e de ação, e a de Lênin
parte deles, daquilo em que era instrumento nas mãos do Todo-Poderoso. A ira de
Deus estava sendo derramado por toda a Rússia, e os vetores de sua realização
eram muitos.
Basta lembrar a ocorrência de
acontecimentos que se aproximavam dos de Ekaterimburg e aconteceram sem
qualquer intervenção do Lênin. Mais de uma vez soldados esfarrapados e
maltratados eram tomados de ira ardente contra seus superiores militares. E os
agarravam e os matavam impiedosamente como se estivessem matando a cães. E
Ekaterimburg foi destes casos, alcançada pelo dia da ira de Javé.
Verdade seja dito: por causa das
profecias e dos acontecimentos da destruição de Judá os Romanov já estavam
fadados a terem o fim trágico que tiveram. A transcendência da História lhes
impunha esse fim trágico, a partir do tipológico fim trágico da família real
judia.
(3)
Todas
as indicações são de que a criação deste povo novo necessário ao cumprimento
profético, ao cumprimento profético do dia da ira de Deus, que não podia dar-se
com o povo cristão, a sua constituição genético-espiritual o incompatibilizava
e o indispunha para a missão, mesmo que fosse missão de Deus, se acha
profetizado em Isaías 65.
E estas palavras de Isaías 65, sobre
um povo paradoxal que iria se manifestar na cena da História, um povo que não
invocaria o nome de Deus, não o procuraria, não o invocaria, não dobraria seus
joelhos diante de Deus, mas que seria este povo quem faria a vontade de Deus;
sem o saber estava no serviço de Deus, ora, este povo, setecentos anos depois,
reaparece em palavras de Jesus. De fato, tendo em vista este povo de Isaías,
Jesus se dirigiu aos sacerdotes dos seus dias e lhes disse que o reino de Deus
lhes seria tirado e dado a um povo que produziria seus frutos.
Também é muito certo que quando Jesus
disse que possuía outras ovelhas que não eram daquele aprisco e que convinha
agregá-los, é muito certo que falou deste mesmo povo de Isaías e que segundo
ele iria produzir os frutos do Reino.
Adamir Gerson tem dito que este povo
futuro de Isaías e de Jesus, a partir de bases hermenêuticas e exegéticas, de bases
históricas e silogístico-aristotélicas, trata-se do povo marxista e de nenhum
outro.
Mas, ministros da Palavra de Deus e
sinceros estudiosos da Palavra de Deus têm contra-argumentados com as palavras:
afirmar que o povo de Isaías 65 seja o povo marxista isto não é muito
contraditório? Afinal Paulo empregou esta profecia de Isaías no povo gentio.
Nas palavras de Paulo esse povo que segundo Isaías não dobraria seu joelho
diante de Deus foi o povo gentio. Em quem acreditar?
É certo que Paulo empregou a profecia
de Isaías 65 aos gentios e é preciso dizer que agiu de maneira correta. Porque
encorajava e alicerçava a fé dos novos conversos oriundos do gentílico. Mas, é
preciso esclarecer: os gentios se encaixavam na profecia na forma (daí ser
legítimo Paulo tê-la empregado nos gentios) e não no conteúdo.
Tanto em Isaías como em Jesus é claro
que este povo faria a vontade de Deus sem qualquer conhecimento seu. O que não
ocorreu com os gentios que realmente não conheciam a Deus, mas, por outro,
também não faziam a vontade de Deus senão a vontade dos seus deuses pagãos.
Somente um povo em cima da terra realizou a vontade de Deus sem conhecê-lo: o
povo marxista.
E o diálogo escatológico do Justo Juiz
que aparece em Mateus 25.40 esclarece essa questão. O Justo Juiz não está
buscando a conversão deste povo para Deus, como buscou Paulo junto aos gentios,
mas esclarecendo de que quando cuidavam dos oprimidos, mesmo que não conhecesse
a Deus, era a ele que estavam fazendo.
Não há evidência alguma de que os
gentios do século I tenham sido este povo de Mateus 25.40, e que é o mesmo povo
de Isaías 65 e o mesmo povo de Mateus 21.43, e que ouviriam o maravilhoso Vinde
benditos de meu Pai e possuí por herança o reino vos preparado desde a fundação
do mundo. Pois fiquei com fome e vós me destes algo para comer; fiquei com sede,
e me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes
hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós
cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes (...).
(4)
Em
78 Adamir Gerson conheceu Agostinho marceneiro que embora não fosse,
freqüentava a igreja adventista. Agostinho instalou a sua marcenaria ao lado.
Discutindo de forma acalorada os
acontecimentos de espera messiânica nos Estados Unidos, ocorridos na primeira
metade do século XIX e que deram origem à igreja adventista, ora, introduzindo
no debate um elemento desconhecido, Marx, Agostinho reagiu com virulência. Para
ele era o maior dos absurdos que Marx e o socialismo tivessem origem em Deus.
Isto é a maior das heresias, reagia.
Prosseguindo as disputas, dias a fio,
semanas a fio, meses a fio, cerca de um ano depois Adamir Gerson foi
surpreendido por Agostinho. Fora com ele na loja Ao Marceneiro, de propriedade
de um comerciante forte por nome Valdir e que abastecia os marceneiros da
cidade. O que fez de extraordinário Agostinho surpreendendo Adamir Gerson?
Adamir Gerson o flagrou falando do socialismo para Valdir e tentando
convertê-lo. Não cessava de dizer que esta era a vontade de Deus e de que vale
ao homem ganhar toda a riqueza da terra, mas morrer sem a esperança da vida
eterna? E Valdir o ouvia e aqui e ali fazia alguns questionamentos, com Adamir
Gerson de rabo de olho os acompanhando.
O caso relatado de Agostinho é
ilustrativo de como será a revolução brasileira. Os trabalhadores serão
despertados para o socialismo sim, serão ensinados no seu caminho sim,
conhecerão toda a sua história desde Marx até a sua desintegração na União
Soviética sim, mas jamais serão ensinados a destruir quem quer que seja. Porque
todo o seu despertar, todo o conhecimento que adquirirão será na mediação da
Palavra de Deus. Que não ocultará ou jogará para debaixo do tapete a luta de
classe que foi essencialidade no Marxismo. A luta de classe iluminada pela
teoria marxista é a condição para se conhecer as engrenagens de funcionamento
do capitalismo que dispõe o espírito para a sua alternativa, o socialismo. Mas
a metodologia de sua implementação é outra. É pela sua causa mais remota e
última. É eliminando gradativamente o vírus do egoísmo presente nos corações,
nos corações de todos, proprietários e trabalhadores. E a sua eliminação se
dará pelo espargimento do Evangelho em todos. Por causa do sacrifício na Cruz,
o Evangelho possui o poder para limpar os corações, todos os corações, e dispor
todos para uma vivência fraterna em que todos buscarão a vantagem, não mais
para si, mas para a outra pessoa, como aparece em I Coríntios 10.24.
Na mediação do Evangelho,
proprietários e trabalhadores caminharão juntos cada vez mais libertando a
Criação, libertando a História, libertando o Conhecimento, libertando a
Economia, libertando a Cultura, libertando o Relacionamento, a terra, os rios e
os animais, até que a realidade do Paraíso se tornou em tudo e em todos.
“E ele me mostrou um rio de água da
vida, límpido como cristal, correndo desde o trono de Deus e do Cordeiro, pelo
meio de sua rua larga. E deste lado do rio e daquele lado havia árvores da
vida, produzindo doze safras de frutos, dando os seus frutos cada mês. E as
folhas das árvores eram para a cura das nações”, Apocalipse 22.
Tendo como modelo o marceneiro
Agostinho, que despertado para o socialismo a partir da Palavra de Deus não se
encheu de ódio revolucionário para com a classe burguesa, mas se encheu de amor,
procurando a conversão do burguês Valdir para que ele passasse a usufruir o
mesmo bem, ora, é certo que muitos irão reagir, dizendo: Mas isto é um retorno
ao socialismo utópico. È um retrocesso histórico que não se justifica.
É preciso levar em consideração,
primeiro, que a Palavra de Deus diz que para tudo há um tempo debaixo dos céus,
e, segundo, que Hegel concebeu as categorias de tempo do espírito e espírito do
tempo para que os homens pudessem se situar e se guiar no devir histórico, do
contrário, não saberia onde estavam e de onde vieram e para onde estava indo.
Ora, isto significa dizer o que foi
científico ontem não pode ser hoje. Diante das condições objetivas da História,
do espírito do tempo, o Marxismo se revelou científico em relação ao socialismo
utópico. Era mais fácil a terra parar de girar do que o socialismo utópico ter
feito nascer o socialismo.
Mas o tempo histórico que refletia o
espírito humano que tornou exeqüível o Marxismo e a sua práxis de transformação
cedeu lugar para outro tempo do espírito. Não estamos mais no ocaso do feudalismo,
mas no ocaso do capitalismo. O próprio socialismo com o seu grande sucesso e a
sua alta taxa de expansão, provocaram mudança no tempo do espírito e, por
conseqüência, no espírito do tempo. As conquistas sociais passaram a ser um
direito e a possibilidade de uma economia regida por princípios antagônicos ao
capitalismo tornou-se real. O socialismo deixou de ser uma aposta, de ser uma
utopia que enchia de esperança o espírito humano para ser uma realidade.
Ora, é verdadeiro dizer que o
socialismo utópico era uma camisa sem mangas que se queria vestir no inverno. O
frito do inverno prosseguia a fazer sofrer os corações. Então o Marxismo foi o
agasalho apropriado para aquela estação.
Mas o devir histórico fez com que o
tempo invernal fosse embora e nova estação tomou o seu lugar. E é neste momento
que o casaco grosso do Marxismo revela incômodo ao espírito. O espírito quer se
livrar do casaco grosso e no lugar colocar a camisa de manga. O tempo que urge
não é mais passar o trator sobre casa velha para a construção da casa nova, o
ideário marxista, mas construir a casa nova por dentro da casa velha. Não
descartar, mas reciclar o velho, lhe dando uma nova figura de espírito.
Na década de 90 Adamir Gerson fez um
trabalho que deu por título o nome UTOPIA VERSUS ESCATOLOGIA. E no trabalho
lançou mão de uma metáfora para explicar o novo tempo revolucionário. A
palmada, que Lula posteriormente procurou impedir por lei, que se assemelha a
tipo lei que quer anular a gravidade, Adamir Gerson dizia que era necessária ao
aprendizado da criança. Nesta fase de idade falar para a criança não fazer isto
ou aquilo não vai adiantar, porque a sua consciência não discerne o certo do
errado. E quando a criança está fazendo algo errado e recebe a palma ela começa
a aprender. Começa a associar o ato que estava fazendo com a dor da palmada.
Entendendo que aquele específico ato lhe trás a dor da palmada então deixa de
fazê-lo.
Mas quando a criança cresce e entra na
fase adolescente o pai vai lançar mão da palmada para fazer dele homem?
Certamente que não. Por já ter tido a sua sensibilidade desenvolvida, ter
acumulado experiência do que é bom e do que é ruim, nesta fase de idade o que
faz com que o adolescente se torne homem é o diálogo. É a conscientização. É o
poder da educação. Nesta fase de idade se o pai lançar mão de um porrete para
ensinar ao filho o que é certo e o que é errado o filho, por estar forte ou
mais forte que o pai, vai lhe tomar o porrete e voltar o mesmo contra sua
têmpora.
O capitalismo dos dias de Marx era
esta criança precisando de palmada, mas hoje podemos dizer que representa o
adolescente da metáfora. Revolução marxista hoje é o implante de um órgão
artificial que fatalmente será rejeitado pelo organismo. Talvez tenha sido este
o caso da revolução portuguesa e da revolução sandinista e o caso da Grécia
presente que se fazem mil e uma passeatas contra o governo e as medidas de
austeridade, mas não se vê passeata pelo socialismo. Ouve-se grito: Abaixo as
medidas de austeridade, mas não se houve grito: abaixo o capitalismo!
Não que o tempo que urge tornou
inviável o socialismo. Tornou inviável o socialismo de feição marxista, mas
viável o socialismo de feição cristã. Desnecessário aquele e necessário este – ver
a música Super-Homem do Gilberto Gil e refletir sobre a inversão de tempo e de
práxis. Esse mundo masculino que jurou tudo daria é mesmo o materialismo
marxista, e essa mulher que fora resguardada, e que agora é a porção melhor,
que faz viver, é mesmo a religião, é mesmo o cristianismo que não pode ser
confundido com cristandade. Como diz a Palavra de Deus: a pedra de esquina que
os construtores rejeitaram se tornou em pedra principal.
Essa visão de Adamir Gerson, de
mudança no ideário revolucionário, não tem nada que ver com a visão do PT.
Jovens petistas foram vistos nos corredores da Unesp com um livrinho debaixo do
braço sobre Plekhanov. Querendo justificar a guinada ideológica, e só Gramsci
não bastou intelectuais do PT se lançaram ao trabalho para se justificar
filosoficamente na visão revolucionária de Plekhanov.
E foi um verdadeiro trabalho
quixotesco e cheio de trapalhadas fadado ao mais completo fracasso. Porque
partiram do princípio que Lênin cortou as etapas de desenvolvimento da
revolução que seguiam seu curso natural em Plekhanov. E um destes intelectuais,
Adão Peixoto, professor de filosofia e na época dirigente do PT, no momento em
que o socialismo real era tombado – estamos no ano de 1991, 92 – chegou a dizer
para Adamir Gerson que o responsável maior pelo colapso foi o próprio Lênin. Ao
ter cortado as etapas de desenvolvimento que prepararia o país e as massas
trabalhadoras para o socialismo, e que estavam “sabiamente” sendo teorizadas
por Plekhanov, e Kerensky se esforçava para levá-las adiante, Lênin comprometeu
todo o futuro do socialismo dando no que deu.
Mas, é feito a pergunta: se a teoria
de Plekhanov era verdadeira porque os países nórdicos, que tudo indica passou
pelas etapas de crescimento plekhanovianas, no momento de darem mais um passo e
adotarem o socialismo não o fizeram, julgando que tal passo os levaria à
barbárie e ao abismo?
É verdadeiro dizer que Adamir Gerson
está fazendo o resgate de Plekhanov, não, porém, na maneira quixotesca e
desastrada do PT. O Plekhanov que surge na pena de Adamir Gerson é o a
posteriori e não o apriori do PT. O Plekhanov que surge (por conseguinte
Proudhon e até Trotsky) é um novo, inteiramente novo, que se enriqueceu em
Lênin. Alienou-se de si mesmo em Lênin para retornar a si mesmo. Mas ao retornar
a si mesmo seria numa espiral, num patamar superior, que deixou para trás tese
e antítese. O Plekhanov que surge reconhece que naqueles dias estava errado e
Lênin certo (por conseguinte Marx e até Stálin). Que aquele era o tempo certo
para a implantação do socialismo e não um tempo futuro de desenvolvimento que
iria se afastar dele ou provocar o seu desinteresse. De modo que à tríade
petista, pouco ou nada dialética, Plehanov – Lênin – Plekhanov, Adamir Gerson
opõe uma nova tríade: Plekhanov – Lênin – Jesus (estado infante, estado
adolescente, estado adulto) (Jesus passa a ser o fundamento não só no plano
prático, mas também teórico. Assim, à tríade teórica, que também é petista:
Proudhon – Marx – Proudon, Adamir Gerson opõe outra tríade: Proudhon – Marx – Jesus.
Também aquela tríade, que também é petista: Trotsky – Stálin – Trotsky, Adamir
Gerson opõe outra tríade: Trotsky – Stálin – Jesus.
Na metade da década do século passado,
pelo aparecimento de uma nova teologia, a Humanista, que efetuou um corte
epistemológico-hermenêutico com toda a teologia tradicional, e que depois se
desdobrou na Teologia da Libertação, como a sua antítese, e que, posteriormente,
no lugar de ser resgatada, esta ou aquela a repetir os mesmos erros e acertos, na
verdade seriam suprimidas a reaparecer na síntese, em corpo novo, ressuscitado,
uma enriquecida na outra, a verdade é que no aparecimento da Teologia Humanista
e ela ter-se engalfinhado com o Marxismo numa disputa pelos espaços políticos e
sociais, este corpo-a-corpo forçou-os a uma disputa: se a História tinha ou não
reducionismo teológico e se era ou não cristofinalizada. Como nenhuma das duas
partes conseguiu provar o seu lado então jogaram para o futuro a disputa. O
futuro iria dizer quem estava com a verdade: se aqueles de mentalidade teologal
e que diziam a História possuía reducionismo teológico e era cristofinalizada
ou aqueles de mentalidade antropologal que negavam por completo qualquer
atuação transcendente sobre a História.
E a verdade é que o futuro chegou e
Adamir Gerson aqui está para dizer que a aposta foi ganha por aqueles que
afirmaram que a História possuía reducionismo teológico e era cristofinalizada.
Como Nabucodonozor, que pelas circunstâncias amargas foi levado a reconhecer
que os céus dominavam, tem chegado o tempo dos de mentalidade antropologal
reconhecer a realidade da Transcendência, como condutora e soberana sobre os
acontecimentos da História.
Todo e qualquer processo, as
manifestações históricas, quando as suas partes evoluem caminham naturalmente
na direção do Cristo. O devir histórico destas manifestações particulares, a
dialeticidade que põe em confronto as suas partes, é a gestação do Cristo no
seu ventre; e o Devir Histórico tem como escopo a revelação do Cristo, a Idéia
Absoluta que se converteu em Espírito Absoluto.
A crise que se abateu sobre o
Marxismo, e se abate sobre o Islamismo, crise existencial, é porque todos os
sistemas, inclusive estes, carregam em potência o Cristo. Gestam o Cristo.
Estamos na iminência em que todos os botões dos sistemas irão se abrir e liberar
as pétalas do Cristo. A sua flor pura, que trás intacto e conserva o DNA de sua
identidade, como ocorre com as frutas no pomar que amadurecendo todas se tornam
adocicadas, gostosas, nutritivas, mas cada qual conservando e dentro de sua
espécie.
Prosseguindo e concluindo a questão de
Lênin e Plekhanov. Bem, Lênin foi ação da lei a preparar o caminho para a ação
da graça. Logo Lênin não abortou as etapas, mas as realizou e as esgotou, com
tudo agora estando preparado para o domínio da graça, quando o socialismo será
construído no e pelo diálogo, na conscientização de que a chegada do socialismo
é tão certa como é a chegada da velhice. (Adamir Gerson concluiu, mas não pode
deixar sem esta pitada: Plekhanov representa a imanência e aqueles de mentalidade
antropologal; e Lênin representa a intervenção transcendente, o arrebatamento
das mãos humanas do fio condutor da História. Sem essa intervenção a História e
os atores históricos se perdem).
(5)
Os
acontecimentos do Mensalão revelaram ser uma falácia a independência dos três
poderes. Ao menos a independência do STF.
De modo que se tornou urgente rever
essa questão. Dado o seu papel intrínseco, o STF ou qualquer outro órgão do
Judiciário, não pode em hipótese alguma ter vínculo com o Executivo mesmo que
seja ao nível de “sentimento”.
De modo que a questão do Mensalão mostrou
à nação que os magistrados do STF não podem ser indicados pelo Presidente da
República, mas tem de ser feito por escolha popular, a mesma que escolhe o
Executivo e o Legislativo. Tem de ser por escolha popular porque qualquer órgão
constituído seja ele qual for se não é ligado a qualquer instância de poder é
ligado a interesse próprio. E o único que deva gozar de interesse próprio é a
população.
Como? De que jeito? Uma Comissão
encontrará o como e o de que jeito culminando em que o STF e todo o Judiciário
tenham de prestar contas unicamente à população
(6)
É
possível que muitos estejam dizendo: uma vez que vai se manifestar no Brasil um
governo ligado ao Divino, mesmo que reduzido, ainda vamos conviver com a
criminalidade e a corrupção? Sendo governo divino não é sua missão erradicar
por completo a criminalidade e a corrupção? Afinal esta é uma certeza que se
acha em todos os livros da Bíblia...
O Governo de Cristo está fadado a
erradicar por completo a criminalidade e a corrupção. Reduzi-los ao patamar
zero. Mas não será de imediato. São objetivos a serem alcançados a curto, médio
e longo prazo.
Ademais, o Governo de Cristo se
manifesta repetindo o nascimento do Cristianismo. O Cristianismo quando nasceu
não se achava em estado puro, mas misturado e conservando aspectos do velho.
Adamir Gerson está falando do Cristianismo conforme esteve em Pedro apóstolo.
Depois, no advento de Paulo apóstolo, todo o seu vínculo com o judaísmo foi
rompido e ele se manifestou em estado puro.
E essa fase de Pedro, em que aspectos
do judaísmo se achavam presentes no novo corpo, foi necessária. Esse
cristianismo mesclado ao judaísmo ou conservando partes dele era uma ponte necessária
que ligava judeus às boas novas. Sem esses aspectos judaizantes, presentes no
primeiro cristianismo, este não tinha como atrair e predispor o espírito judeu
para as boas novas. Não tinha sob os pés terra firma no que se apoiar. No
entanto o ser novo do cristianismo quando se achou com um bom número de
seguidores e já se sustentando sobre as próprias pernas então se achou em
condições de se lançar ao mundo o que se deu com o chamado novo dirigido a Paulo.
O advento do Governo de Cristo em um
mundo permeado de perversidade deva ser comparado a um trabalho para limpar a
sujeira da água. É trabalho que se dá por etapas, fazendo a água passar por
vários filtros até que esteja totalmente limpa. Assim será o Governo de Cristo.
Ele trabalhará para melhorar os índices, de forma permanente, cada vez mais,
até que o Cristo fez morada absoluta em todos e em tudo. É este aquele momento
de redenção absoluta que encontramos no livro do Apocalipse, ali, no capítulo
22.
Ora, é certo que surgirão vozes achando
que nem tudo é cor de rosa. De modo que essas vozes dirão: Mas Cristovam
Buarque e Joaquim Barbosa são isso é aquilo; defenderam isso e aquilo. Essas
vozes serão esclarecidas que se o Governo de Cristo para nascer depender do
perfeito ele não nasce nunca porque todos os homens são falhos, uns mais outros
menos. Além do mais temos de estar atentos para não confundir pontos de vista
diferente com o erro e o acerto. O que é verdadeiro para uns pode não ser para
outros. Mas uma coisa é certa: Cristovam Buarque e Joaquim Barbosa, moralmente,
eticamente, representam o que de melhor há não só entre as figuras públicas do
Brasil, mas da terra inteira. Tanto um como outro não suporta os maus que numa
possível gestão sua à frente do executivo brasileiro, estes maus terão de se
comportar. Não tergiversam com o ilícito e não deixam escorregar pelo telhado.
Portanto se acham preparados e aprovados para dar o pontapé inicial do Governo
de Cristo Segundo a Graça sobre a terra. Acham-se preparados para trazer os
injustos à prudência dos justos.
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