quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Cristovam-Joaquim - Primeira Parte

Ao Ministro do STF Joaquim Barbosa. Graça e Paz

Segunda Parte

Enviei-vos o trabalho O APARECIMENTO DO VERDADEIRO e como recebi o retorno, a confirmação de recebimento do material por parte de Joaquim Barbosa, cerca de vinte dias depois, deduzi que o Ministro se debruçou por alguns momentos sobre o seu conteúdo. De modo que Joaquim Barbosa já está ao par ao menos de partes do Projeto. Em especial a questão do tempo histórico das sete bolas, tendo a recente história brasileira passado por seis bolas e se preparando para adentrar o novo tempo da sétima bola que há de desalojar o PT do poder e no lugar colocar novas forças, com força suficiente para impulsionar as reformas sociais que o país demanda. Não apenas sociais, mas políticas, e, sobretudo, filosóficas. Estamos na iminência de profundas mudanças no campo filosófico, com repercussões imediatas no campo político e social. Novos atores políticos e sociais entrarão em cena.

À cerca de um ano comecei a gestação do trabalho O GOVERNO DE CRISTO SEGUNDO A GRAÇA. É uma revelação e, como tal, vem se gestando de forma profundamente dialética. No início o trabalho foi endereçado ao PSB de Eduardo Campos; em seguida ao PSB de Eduardo Campos e Marina Silva. Depois chegou o momento do mesmo ser endereçado ao PDT, em seguida ao PT. E agora está chegando a Joaquim Barbosa, crendo ser este o seu momento de nascimento.

Nesse devir dialético o que permaneceu constante foi o nome do senador Cristovam Buarque como um homem que transcendentemente teria sido escolhido, preparado, para estar entre o comando do novo tempo da sétima bola. Aquele comando de Ciro e Dario que à frente de medos e persas conquistou pacificamente Babilônia, libertando os povos que ela oprimia, o senador Cristovam Buarque estaria sendo preparado para estar entre o comando das forças que irão iniciar a libertação da inteira humanidade do jugo da Babilônia Apocalíptica – ver Apocalipse 16.12. E agora chega o nome do Ministro Joaquim Barbosa.

Podemos pensar numa dobradinha para 2014 entre os nomes de Cristovam Buarque e Joaquim Barbosa a começar no Brasil o novíssimo tempo da Sétima Bola, que é o momento em que irrompe na terra o Governo de Cristo que há de conduzir toda a criação de volta ao paraíso perdido? Um processo e um caminhar que é longo, representa a caminhada do Milênio, o antítipo da caminhada hebréia no deserto, mas que terá de ter um começo, ponto de partida, que pode sim ser o ano de 2014 e o país Brasil? De modo que neste ano de 2014, no país Brasil, estaria começando sim a construção daquele reino que segundo o profeta Isaías o lobo iria residir por um tempo com o cordeiro, a vaca e a ursa pastariam juntas e a criança de peito brincaria sobre a toca da naja, sim, a criança desmamada poria a sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa; Aquele reino de paz que segundo o mesmo Isaías, na queda de Babilônia, 14.7, a terra inteira iria descansar, ficaria sossegado. As pessoas ficariam animadas, com clamores jubilantes; Porque não o início da construção daquele reino que Jesus implorou ao Pai que o enviasse, e fosse feita a sua vontade assim como é no céu também na terra? Essas guerras sem qualquer sentido, a não ser o de rapina, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, de destruição gratuita, promovidas por quem quer apenas vender armas, como denunciou o Papa Francisco, na queda e fim da Babilônia Apocalíptica deixarão de existir, dando lugar a esse reino paradisíaco antevisto pelos profetas de Israel, em especial por Isaías? O cumprimento mesmo de Isaías 2: e terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra?

Em trabalhos antigos Adamir Gerson tem falado que essa aliança de medos e persas seria revivida pela união das forças cristãs com as forças do socialismo. Mas agora, neste presente imediato, 2014, essas forças de medos e persas seria a união das forças evangélicas com as forças católicas, a Judá e a Samaria que segundo o vaticínio profético juntas sairia de Babilônia para iniciar a reconstrução, não mais da Jerusalém terrena, mas da Jerusalém celestial, que quer dizer a construção de um reino da liberdade concreta onde cada um tem segundo a sua necessidade – ver parábola de Mateus 20.

Já agora, ontem mesmo, 25 de dezembro do ano de 2013, a Televisão mostrou católicos e evangélicos no centro de São Paulo, unidos para ajudar dependentes químicos a sair do seu sofrimento. Mostrou mesmo uma tríade formada por um pastor e por um padre abraçando um destes nossos irmãos pequeninos (Mateus 25.40). O pastor era desconhecido, mas o padre parece que era o Lancelotte.

É esse o caminho de católicos e evangélicos. Se unirem numa causa maior, a causa de Jesus Cristo, Daquele que se deixou morrer na cruz para que todos os muros de separação fossem abolidos e todos se reconciliassem plenamente entre si e tivessem a sua paz. Católicos e evangélicos tem de se unir e não deixar o Brasil entregue a moscas, que para satisfazer o ego, sem qualquer planejamento, começam obras faraônicas que talvez nunca venham a se concretizar, como é a referente ao rio São Francisco que se o dinheiro fosse gasto em projetos como queria o Bispo de Barra, Dom Luis Cappio, com certeza seria de mais benefício para a região e o país.

Não apenas se unir para fazer um trabalho de libertação dos dependentes químicos quer os que são destruídos pelas drogas ilícitas, crack, maconha, cocaína e etc, quer os que são destruídos pela droga lícita, o álcool e o tabaco, mas também se unir em muitas outras causas. O total livramento dos animais de qualquer mau trato, de qualquer sofrimento, impedindo-os de ser retirados do seu habitat natural; o total cuidado com tudo que diz respeito à natureza; a luta incessante pelos direitos indígenas e quilombolas; a luta incessante para a melhoria dos serviços públicos; uma luta sem trégua para o fim do caos na saúde pública; uma luta sem trégua para que todo brasileiro tenha acesso ao ensino superior, com o conseqüente fim do vestibular. Tudo, absolutamente tudo, deve ser objeto de sua ação conjunta.

É preciso esclarecimento aprofundado para que se compreenda essa questão do Governo de Cristo Segundo a Graça.

Podemos dizer que o Governo de Cristo começou a ser gestado na primeira metade do século XIX. Com o judeu Karl Marx. Não só no livro que lançou em 1843, A Questão Judaica, mas, sobretudo, no livro que lançou no ano seguinte, 1844, Manuscritos Econômicos-Filosóficos, ali já estava a gestação do Governo de Cristo (1).

Mas era uma gestação que iria produzir o Governo de Cristo SEGUNDO A LEI! Num primeiro momento iria reviver tanto a chegada e ação de Moisés no Egito como a destruição de Judá por parte do rei caldeu Nabucodonozor, e num segundo momento iria reviver tanto Jesus e o Cristianismo como Ciro e a conquista de Babilônia. E podemos dizer que o acontecimento único da revolução, ocorrido naquele final do ano de 1917, tanto foi reviver histórico da ação de Moisés no Egito libertando os escravos hebreus e os guiando na direção da terra da promessa como foi reviver histórico da destruição que Nabucodonozor causou em Judá e em Jerusalém.

Reviver de Moisés

Foi reviver da ação de Moisés no Egito pelo seguinte: No fundamento tipológico Moisés, um príncipe na corte de Faraó, virou às costas a toda sua glória e foi se juntar aos seus irmãos escravos. Por conseguinte teve de tomar o caminho do exílio. Mas Deus apareceu no deserto e disse a Moisés para voltar e libertar o seu povo o guiando na direção de Canaã, a terra que tempos antes Abraão viu como de propriedade e de descanso de sua descendência peregrina e oprimida. E Moisés retornou. Uniu-se ao seu irmão Arão e os dois foram quebrar as algemas do povo de Deus o guiando liberto na direção da terra da promessa. E tudo voltou a ocorrer com o Lênin. Lênin virou às costas ao futuro de prosperidade que teria no czarismo e foi se juntar aos trabalhadores oprimidos. Por conseguinte tomou o rumo do exílio. Mas, com a queda do Czar em fevereiro de 1917, o caminho ficou livre para a volta do Lênin. De modo que notícias chegaram a ele no exílio da Suiça para que voltasse e assumisse o comando da revolução, libertando o povo russo e o conduzindo na direção do socialismo. E Lênin então voltou, e após se encontrar com o judeu Trotsky, que também retornou do exílio nos Estados Unidos, os dois foram quebrar as algemas do Faraó moderno, o capitalismo, e guiar os trabalhadores libertos na direção do socialismo, lugar que tempos antes Marx creu seria o lugar de descanso dos trabalhadores oprimidos, revivendo historicamente a ação de Moisés e Arão no Egito que ao libertar os escravos hebreus passaram a guiá-los na direção de Canaã, que tempos antes Abraão creu seria o lugar de descanso de sua descendência peregrina e oprimida.

Vale acrescentar que quando Deus apareceu a Moisés e disse para ele voltar, porque o caminho estava livre, porque tinha morrido todos que procuravam a sua alma, então Moisés, após algumas hesitações, finalmente decidiu fazer a vontade de Deus. De modo que foi ao seu sogro Jetro e lhe pediu permissão para voltar. E Jetro não somente o permitiu: Vai em paz, como lhe ofertou um meio de transporte, um jumento, no qual montou sua família, seu filho Gerson e sua esposa Zípora, e passou a voltar ao Egito. E o relato bíblico diz que Moisés foi recebido com alegria pelos anciãos de Israel que passaram a crer piamente nele como um homem realmente enviado por Deus para lhes libertar da milenar escravidão. Ora, tal e tal vieram a ocorrer no antítipo. Lênin, depois de algumas hesitações, chegou a dizer que nada de novo ocorrera na Rússia ou que tão somente seria preso ao desembarcar, finalmente decidiu se render às responsabilidades e voltar. Foi ao Kaiser e lhe pediu permissão para atravessar o território alemão na sua volta à Rússia, com Kaiser não somente permitindo como lhe ofertando um meio de transporte, o trem blindado, no qual Lênin fez entrar a sua família de revolucionários e passou a voltar à Rússia.

No fundamento tipológico há o relato de que quando o povo escapou do Egito e já ia longe então Faraó se acordou e passou a dizer ao seu povo: o que fizemos despedindo Israel de trabalhar como escravo para nós? De modo que o relato diz que Faraó passou a reunir as suas forças militares, seus carros de guerra mais poderosos e seus guerreiros mais seletos, e foi atrás do povo para trazê-lo de volta à casa dos escravos. E quando o povo olhou para trás e viu as forças de Faraó vindo no seu encalço então se viu um sério aperto. Porque à frente estavam as águas do grande mar e na sua retaguarda vinham as forças de Faraó. Desesperados, clamaram a Deus. E o relato bíblico então narra a intervenção de Deus, partindo as águas para que o povo atravessasse para o outro lado. E quando o povo saiu do outro lado então fez com que as águas do mar voltassem sobre as forças de Faraó que entraram atrás do povo e os matasse. Ora, tudo Isto veio a ocorrer no fundamento antítipo. Quando ocorreu a revolução na Rússia naquele novembro de 17, e os revolucionários já tinham ido longe, isto é, já tinha sido posto em prática, muitas medidas revolucionárias, não só a paz em separado como as expropriações no campo econômico, a verdade é que as nações imperialistas se acordaram para o que estava acontecendo na Rússia. E aprontaram as suas forças militares para intervir na Rússia e esmagar a revolução e trazer o povo de volta à casa dos escravos. Os livros de História narram que foi quatorze nações que invadiram a Rússia naquele ano de 1918, mas Paulo Francis de Nova Yorque disse que foram vinte e uma nações, que ele, arrastando os erres, se referiu a elas como “nações covardes”. De qualquer forma as nações mais poderosas da terra, Turquia, Japão, França, Inglaterra, Estados Unidos naquele ano de 1918 de forma covarde invadiram a Rússia para impedir a libertação de um povo que sofria milênios o peso da opressão. E a verdade é que naquele ano de 18 o povo revolucionário se viu num grande aperto. Dum lado estava a sua luta contra a contra-revolução interna e agora, do outro, surgem os exércitos das nações imperialistas. Verdade seja dito: em apenas três anos todas estas forças contra-revolucionárias, as internas e as externas, foram derrotadas. No final do ano de 1920 foram derrotadas as últimas forças do Faraó moderno, na Crimeia.

No fundamento tipológico assim que os filhos de Israel atravessaram o Mar Vermelho então prosseguiram firmes na direção de Canaã, a terra da liberdade para eles, que manava leite e mel. Cercados de nações hostis e tendo de passar pelo meio de escorpiões e cobras venenosas a verdade é que finalmente chegou o momento de atravessar o rio Jordão e ir desalojar cananeus e amorreus e instalar no lugar os escravos saídos do Egito. O que não foi feito por Moisés, que levado ao alto do monte Nebo, ao cume do Pisga, avistou do outro lado a terra de Canaã que ele mesmo não entrou, mas outro entrou no seu lugar e a conquistou e repartiu equitativamente a terra entre as tribos de Israel, Josué. E tudo isto veio a acontecer no antítipo. Após o seu triunfo sobre o mundo então os revolucionários prosseguiram firmes na direção do socialismo. Cercado de nações hostis que a todo instante arquitetavam a sua destruição, finalmente chegou o momento da construção do socialismo, que não foi feito por Lênin, que, como Moisés, foi levado ao alto do monte da NEP e do cume da NEP viu do outro lado o socialismo, que ele mesmo não construiu, mas outro construiu no seu lugar, o camarada Stálin que não somente levantou o socialismo como livrou a terra de uma praga assassina chamada nazismo.

Reviver de Nabucodonozor

Ora, a revolução que foi reviver de um acontecimento passado narrado nas páginas da Bíblia, a libertação dos escravos hebreus no Egito por Moisés, foi também reviver da destruição que o rei caldeu Nabucodonozor realizou em Judá e em Jerusalém, contra os seus reis, seus sacerdotes, seus príncipes, sua classe rica. O acontecimento único da revolução foi reviver tanto da ação de Moisés no Egito como da ação de Nabucodonozor em Judá. Adamir Gerson expôs de forma clara esse reviver da ação de Moisés no Egito e agora irá expor de como a revolução foi também reviver da ação de Nabucodonozor contra Judá.

Vejamos: Nabucodonor destruiu Jerusalém e Judá em três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi desfechado contra o rei Joaquim; O SEGUNDO foi desfechado contra o rei Zedequias, onze anos e três meses depois; E O TERCEIRO foi desfechado um mês depois quando Nebuzaradã, enviado de Nabucodonor, passou a dar o golpe final em Judá e em Jerusalém, queimando os muros da cidade, queimando a casa do rei, destruindo o Templo e as casas dos homens proeminentes. Nada foi deixado de pé com aqueles que sobraram sendo levados cativos para Judá. Apenas os de condição humilde, conhecidos hoje como proletários, foram deixados em Judá para que lavrassem o solo e cuidassem dele, mas os demais, que ostentavam qualquer nobreza, qualquer título, qualquer posse, a estes os caldeus levaram para o cativeiro em Babilônia.

Vejamos agora o seu antítipo: Na Rússia os revolucionários destruíram a Cristandade em três sucessivos golpes. O PRIMEIRO foi desfechado contra a autocracia pela revolução de 1905; O SEGUNDO foi desfechado contra a autocracia pela Revolução de Fevereiro de 17, que destronou o Czar, onze anos e três meses depois; E O TERCEIRO foi desfechado um mês depois quando Lênin vindo do exílio passou a demolir todo aquele mundo não deixando pedra sobre pedra. O país foi posto nas mãos dos de condição humilde, o proletariado, com a classe dos poderosos e dos que tinham alguma coisa, os que escaparam com vida, tendo de ganhar o rumo do exílio a narrar as suas coisas detestáveis entre as nações aos quais foram espalhados, como diz a Palavra de Deus.

Há um episódio com ocorrência no tipo e no antítipo que precisa ser falado para que se compreenda de como a revolução russa, ao mesmo tempo em que foi reviver dos acontecimentos de Moisés no Egito foi também reviver dos acontecimentos dos caldeus destruindo Judá e Jerusalém. Ora, no fundamento tipológico, narra a Palavra de Deus que no segundo golpe desfechado pelos caldeus então o rei Zedequias procurou escapar por uma brecha. Tomou a sua família e seus auxiliares próximos e na calada da noite procurou escapar por uma brecha. Mas os caldeus, informados, colocaram soldados em todas as estradas que saiam da cidade e foram no seu encalço. Alcançados, a sua força militar foi espalhada e os caldeus tomaram o rei e sua família, e todos que ofereciam trabalhos próximos, e os conduziu a Ribla, onde o rei caldeu tinha montado seu quartel-general. Caminhando com eles pelos lugares do deserto finalmente chegaram à Ribla. E um oficial entrou até eles e fez a leitura de uma decisão judicial. Em seguida o rei puxou da espada e passou a golpear todos os filhos de Zedequias, à sua vista. E a ira do rei era tanta que reservou um destino pior à Zedequias, cegou-o e o amarrou em grilhões e o enviou cativo a Babilônia.

E este acontecimento no antítipo se deu no episódio em que o Czar aprisionado no Palácio de Alexandre, em Tsarskoye Selo, após a revolução de fevereiro, tentou escapar por uma brecha. Mandaram que se preparasse porque iria ser resgatado e levado seguro para a Inglaterra. Mas os revolucionários foram informados e colocaram soldados em todas as estradas frustrando a fuga. Tomaram então Nicolau e toda a sua família, e seus auxiliares próximos, e os levaram para a Casa do Governador, em Tobolsk, na Sibéria; e ali ficaram por cerca de oito meses. Em abril do ano seguinte, 1918, foram transferidos para Ekaterimburg, nos Montes Urais, ficando na Casa Ipatiev sob os cuidados de um soviete extremamente hostil. E aconteceu na madrugada de 16 para 17 daquele mês de julho do ano de 1918 que o Capitão Yakov Yurovsky, um fotógrafo que sofrera horrores nas prisões do Czar, entrou ao porão da casa onde estavam e leu diante deles a decisão judicial tomada estritamente pelo soviete local (2). E em seguida todos que estavam na casa foram mortos, inclusive o cão Spaniel de estimação. As moças foram as que mais demoraram a morrer, pois carregavam preso aos corpos muito ouro e muito diamante, segundo os historiadores, cerca de um quilo e meio.

Como aqui Adamir Gerson está historiando acontecimentos e mostrando que a Revolução não só foi o reviver dos acontecimentos do Êxodo bíblico como o reviver dos acontecimentos da destruição de Judá pelos caldeus, que culminou na histórica destruição do Templo, há de ser dito mais. A Palavra de Deus após narrar o fim da família do rei Zedequias sob a mão do caldeu Nabucodonozor, ao norte, em Ribla, continua narrando que após esse episódio mais execuções continuaram a ocorrer em Ribla. Os filhos da nobreza e da classe rica continuaram a ser caçados. Pegos eram enviados para cima, a Ribla. E ali eram julgados e impiedosamente mortos. Isto também ocorreu no caso antítipo. Depois da execução de Nicolau e de sua família os revolucionários continuaram na procura de membros da família imperial por toda a Rússia. Encontrados, todos eles tinham o mesmo destino: Ekaterimburg, nos Urais. E na mão daquele soviete extremamente hostil eram julgados e mortos. De modo que num período de cerca de sete meses, de junho a janeiro de 19, dezoito membros da família imperial foram mortos, começando em junho, pelo Grão-Duque Miguel, o último Czar nomeado.

Ora, como os acontecimentos da revolução russa foram sobejamente profetizados pelo profeta Sofonias – Sofonias profetizou com antecedência de quarenta anos a destruição de Judá e de Jerusalém – mas o alcance de sua profecia era duplo: o tipo e o antítipo. O devir histórico iria produzir duas situações idênticas, a presente, de Judá, e uma futura da mesma essência, bem, é feito a pergunta: quando Sofonias vaticinou sobre o Dia da Ira de Javé, dizendo: e vou voltar a minha atenção para os sacerdotes, os que se curvam fazendo juramento a Javé e os que se curvam fazendo juramento por Malcão; e para os filhos do rei, e para os príncipes, e para os que usam vestuário estrangeiro (burguesia), e para os que pesam a prata (comerciantes), e para os poderosos, e nem a sua prata e nem o seu ouro os livrará do dia da ira de Javé, mas seu sangue será derramado como pó e suas vísceras como fezes, é feito a pergunta: o fato das filhas de Nicolau trazer preso ao corpo um quilo e meio de jóias, e isto ter retardado, mas não impedido a sua morte, isto foi tipológico de todos os poderosos e ricos que sofreram à mão da revolução? A sua prata e o seu ouro realmente não os livrou do dia da ira de Javé que se revelava na ira dos revolucionários?

E como julgar o fato de que a Igreja Ortodoxa Russa, com vozes discordantes, tem reabilitado os Romanov mortos no período bolchevique, indo mais longe, os santificando? Se a ação revolucionária foi ação de Deus, o cumprimento de sua santa e bendita Palavra, como vem demonstrando de forma inequívoca Adamir Gerson, a Igreja Ortodoxa Russa não estaria entrando por um campo que pode até mesmo inviabilizar a sua existência por portar falsidade ideológica? Estaria dando testemunho de conhecer a Deus e pertencer a Deus como deram testemunho de conhecer a Deus e pertencer a Deus aqueles sacerdotes da religião judaica que assassinaram Jesus, com as palavras que Jesus endereçou a eles, que aparecem em Mateus 23.29-32, podendo ser aplicadas aos sacerdotes da Igreja Ortodoxa Russa que julgou os Romanov mortos à mão bolchevique como “mártires”? Os sacerdotes ortodoxos russos não estariam dando testemunho de que são filhos daqueles que perseguiram e assassinaram os profetas? Dando testemunho de que pertencem a uma instituição religiosa e não a Deus? De que são soldados na defesa desta instituição religiosa e não soldado na defesa de Deus, que não o conhece, não sabe dele e não tem nenhuma filiação com ele?

Bem, como foi demonstrado que o governo do socialismo já foi Governo de Cristo, pela lei e não pela graça, ora, como os acontecimentos de Moisés foram preparação para os acontecimentos de Jesus, uma nova libertação, universal, e os acontecimentos de Nabucodonozor foram preparação para os acontecimentos de Ciro, Deus não abandona a quem ama, é certo que tem chegado o tempo da Revolução exibir seu novo rosto, de Jesus e de Ciro. O tempo do Governo de Cristo segundo a lei passou, e tem chegado o tempo do Governo de Cristo Segundo a Graça.

É um novo tempo revolucionário em que se buscará a construção de uma sociedade igualitária não mais na destruição da classe social detentora do poder político e dos meios de produção, como fizeram tanto a revolução russa como a francesa, mas na sua transformação, na sua conversão para um novo sistema de vida. E neste preciso momento a religião se torna fundamental. Daí a revolução brasileira ter como necessidade a união dos católicos e dos evangélicos que tiveram a graça de serem transformados num abrir e piscar de olho e compreender claro como o dia que o socialismo é plano de Deus.

Essa restauração histórica, a escatologia tendo como fundamento tipológico tanto o processo duplo Moisés-Jesus como o processo duplo Nabucodonozor-Ciro foi feita para que a mente compreenda este novo tempo. Olhando nos fatos passados a mente pode compreender e se abrir para este novo porvir. Católicos e evangélicos possuem um histórico de repulsa pela revolução que trouxe o socialismo sem demonstrar nenhum interesse em analisar o fenômeno revolucionário à luz da Palavra de Deus. Mas serão acordados e conscientizados que na verdade foi cumprimento da Palavra de Deus. Porque a revolução do socialismo iria ser violenta, a Palavra de Deus apontava para a sua violência, o Ai de vós, ricos, de Jesus, já era esse reconhecimento, Jesus apenas repetindo e endossando profecias no livro dos profetas, então Deus criou um povo próprio para ela, os marxistas (3). Deixou de lado os cristãos que recebeu de Deus uma natureza não compatível com a violência. Mas o tempo de se construir uma sociedade sem classes, sem explorados e sem exploradores pelo uso da violência, iria passar e iria chegar o momento de se criar o socialismo por novo método. Levantar os trabalhadores, que primeiramente se abrem para o Evangelho, e estes se lançarem a um trabalho de evangelização das classes dominantes e endinheirada (4). Por certo que os frutos descritos em Atos 2.44-47 novamente irão aparecer.

Adamir Gerson falou em uma possível dobradinha de Cristovam Buarque com o Ministro do Supremo Joaquim Barbosa para as eleições de 2014. Se isto vier a acontecer é feito a pergunta: quem seria o candidato a Presidente, e quem seria o Vice? Para Adamir Gerson esta questão é irrelevante, com o candidato a Presidente tanto podendo ser um como outro. No entanto em termos eleitorais o nome de Joaquim Barbosa em pouco tempo estaria emparelhado com a Dilma. E o primeiro Governo de Cristo Segundo a Graça, segundo Jesus, Jesus de Nazaré, se manifestando na terra tendo como líder um negro, totalmente voltado para a justiça social, para a ética evangélica, se reveste de grande significado por toda a eternidade.

Mas, volto a dizer: é irrelevante quem será cabeça de chapa com essa questão sendo decidida pelas forças políticas que comporão a Frente do Reino. Cristovam Buarque, ao dizer que os tempos hoje são outros, que não estamos mais a precisar de um exército de guerrilheiros empunhando na mão o fuzil, mas um exército de novos guerrilheiros, empunhando na mão o giz, isto nos remete àquele momento em que Jesus se opondo à forma judaica de resolver a transgressão começou a escrever na areia. E ao escrever na areia não somente trouxe aqueles judeus à profunda reflexão de si, arriando das mãos as pedras e voltando para suas casas, refletindo existencialmente, como levou a mulher pecadora a profundo arrependimento, nascendo outra mulher.

Mesmo porque é intenção lutar pela mudança no sistema de governo. No lugar do atual Presidencialismo um novo sistema que Adamir Gerson chama de Presidencialismo Duplo. O Presidente eleito não governa, mas indicará quem governará. Será Chefe de Estado, e aquele Chefe de Governo. O Congresso continua como está com os eleitos cumprindo seus mandatos. De modo que em crises não se dissolve o Congresso, mas cabe ao Chefe de Estado a prerrogativa da demissão do Chefe de Governo e a nomeação de outro no lugar que só será rejeitado pelo Congresso com ¾ de votos. Havendo rejeição do Chefe de Governo indicado então o Chefe de Estado terá de negociar um nome com o Congresso até chegar a um nome de consenso. As tarefas serão bem divididas, com o Chefe de Governo cuidando internamente do país, mas cabendo ao Chefe de Estado cuidar dos interesses do país ao nível de mundo, de rabo de olho acompanhando o que se passa no país.

Ora, uma vez que tal proposta cause interesse e venha a ser adotada no país caso Cristovam Buarque ou Joaquim Barbosa vença a eleição de 2014 o mesmo disputará um segundo mandato em 2018, todavia já no novo sistema de governo. De modo que em 18, o que seria vice hoje, seria então Chefe de Governo, disputando a eleição em 22 ao cargo de Presidente e Chefe de Estado. Havendo sempre essa rotatividade, de Chefe de Governo a Chefe de Estado. A intenção clara é de que o Brasil nos próximos 12 anos esteja nas mãos de Joaquim Barbosa e de Cristovam Buarque, dando vida e construindo o novo tempo da sétima bola.

Joaquim Barbosa tem até o mês de abril para decidir em que partido se filiar. Isto é, se foi despertado para o Chamado divino, ou mesmo se decidiu seguir pelo curso humano. Mas, uma vez que se interessou totalmente pelo Chamado divino, de fazer acontecer na terra uma revolução, a brasileira, a união do povo católico e povo evangélico em torno de políticos interessados unicamente em fazer o Brasil uma nação de gente de rosto feliz, que encontrou a paz, não a paz que o mundo dá, mas a paz Daquele que veio ao mundo para que todos tivessem vida e vida em abundância, ora, é feito a pergunta: então em qual partido Barbosa se filiará?

Os leques de possibilidades são muitos. PDT, PSB, SOLIDARIEDADE, PMN, PPS.

Ora, uma vez que se descobre transcendentemente que as grandes manifestações populares que ocorreram em todo o Brasil no mês de junho deste ano de 2013, a rua clamando por profundas mudanças, novo tempo civilizatório, livre do consumismo e dessa fobia por dinheiro que tem poluído e embotado os espíritos, foram na verdade o sinal, o anúncio profético da revolução brasileira – como as Jornadas de Julho na Rússia de 17 transcendentemente foi sinal da iminência da revolução; e uma vez que católicos e evangélicos, diante das propostas que estão surgindo para o Brasil a partir de Presidente Prudente, compreendam sentido profético nas palavras do Papa Francisco, de que o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro, ora, uma vez que católicos e evangélicos irão se acordar para a revolução brasileira, e a condução da revolução brasileira passou a estar nas mãos sábias e limpas de Cristovam Buarque e de Joaquim Barbosa, Marina Silva se esvaziou politicamente. E esvaziada a candidatura do PSB perde todo sentido. E é neste momento que o PSB pode mostrar interesse em oferecer telhado para Joaquim Barbosa, não oportunista, mas porque o PSB nasceu para ajudar na criação de um novo Brasil livre das desigualdades sociais e livre de toda e qualquer opressão.

Caso os dirigentes do PSB entendam que neste início da caminhada o Governador Eduardo Campos se parece a Josué no início da caminhada hebréia, quando saiam do Egito, guardado para o futuro, e entendam que o Ministro Joaquim Barbosa é aquele momento em que se quebravam as algemas de Faraó, apoiando Joaquim Barbosa numa chapa com Cristovam Buarque, então o caminho de Joaquim Barbosa deva ser mesmo o PSB. Mas, caso continuem irredutíveis na chapa Campos-Marina, não levando em consideração as ponderações proféticas de Adamir Gerson, então o caminho de Joaquim Barbosa parece ser o do PPS do Roberto Freire.

Kornilov ou Lênin?

Foi falado sobre a gestação dialética do Governo de Cristo, endereçado ao PSB de Eduardo Campos, ao PSB de Eduardo Campos e Marina Silva, ao PDT e ao próprio PT e ao próprio PSDB. E tudo era constituído e enformado de tal forma a lograr a adesão do destinatário. O seu conteúdo ia de encontro aos interesses do destinatário de modo a fortalecê-lo.

Ora, quando o trabalho era realizado e embrulhado a ser enviado ao PT naquele preciso momento a militância petista estava raivosa com Joaquim Barbosa, por causa do julgamento do Mensalão. E a militância petista, raivosa, rangendo os dentes contra Joaquim Barbosa, o acusava de estar pavimentando um caminho político para vir a ser o candidato do sistema.

Consoante a isto, o que sucede é que quando Adamir Gerson tomou o rumo do PT então fez um trabalho e nele procurou situar Joaquim Barbosa: revivência histórica de Kornilov. Aquele Kornilov que se levantou para com um golpe restaurar a velha ordem estaria sendo revivido por Joaquim Barbosa.

Mas, o tempo do trabalho ser enviado ao PT passou e estamos vivendo novo tempo. Novas figuras de espírito surgem, e agora é feito a pergunta: Joaquim Barbosa representaria a tentativa de restauração da velha ordem, que na verdade se passou para a mão do PT e capenga na mão do PT, ou a verdade é que Joaquim Barbosa representa o momento novo em que Lênin saiu do esconderijo e passou a sepultar de vez a velha ordem, que capengava nas mãos de Kerensky, fazendo nascer uma nova Rússia? A velha ordem que sobrevive no PT daria definitivamente lugar à nova ordem do Governo de Cristo?

O levante de Kornilov ou a chegada do Lênin?

Ora, tornou-se comum ouvir a militância do PT, em especial os mais jovens, acusar Joaquim Barbosa de ingrato. Lula indicou Joaquim Barbosa ao Supremo em 2003 e passou a fazer coro com essa militância jovem ao não esconder que o seu maior erro foi ter indicado Barbosa.

A verdade é que estamos a assistir um filme de 17. Diante da ameaça de Kornilov Kerensky foi atrás dos bolcheviques e os colocou novamente em evidência revolucionária. E colocou armas nas mãos bolcheviques. Derrotado Kornilov Kerensky não só exigiu que os bolcheviques devolvessem as armas como exigiu submissão ao seu governo. E os bolcheviques não só não devolveram as armas como passaram a apontar as mesmas para o próprio Kerensky. E foi neste momento que Kerensky passou a reconhecer o seu maior erro: ter levantado os bolcheviques e ter posto armas em suas mãos.

Os bolcheviques foram ingratos com Kerensky como chegou a dizer o próprio? Que isto nunca aconteça!

Os bolcheviques agiram por princípio. Do começo ao fim. Aceitaram as armas mantendo a sua completa independência. Iriam lutar contra o novo inimigo, Kornilov, sem, no entanto, lutar a favor do velho inimigo, Kerensky. Se os bolcheviques entregassem as armas a Kerensky e para manter a legalidade fossem submissos ao seu governo, como muitos estavam sendo, simplesmente eles estaria traindo a sua própria causa e sepultando os princípios.

Os princípios diziam que a derrota que sofreram à mão de Kerensky no final de julho e início de setembro tinha ficado para trás e que o vai e vem revolucionário os colocara agora numa nova posição, inclusive com armas nas mãos. Os princípios diziam para os bolcheviques que finalmente chegou o momento apropriado para se lançarem contra Kerensky e o vencer. O que fizeram com grande sucesso, trazendo não só benefício para os revolucionários como para todo o povo russo que saiu de uma situação de pura escravidão para a liberdade do socialismo, revivendo historicamente os escravos hebreus que saíram da escravidão do Egito para a liberdade de Canaã. Este era o único compromisso existencial dos revolucionários bolcheviques.

Não houve ingratidão alguma dos bolcheviques com kerensky. Não houve traição. Apenas o cumprimento dos princípios que norteavam o ideário bolchevique: a libertação do povo russo que se daria na conquista do poder! Este era seu único compromisso, implícito e explícito. Se os bolcheviques tivessem ficado submisso a Kerensky por este tê-los levantado teriam sim sido ingratos e praticado uma grande traição ao povo russo. Ora, Joaquim Barbosa foi nomeado para o Supremo pelo Presidente Lula porque esta é uma atribuição do Presidente da República (5). E todos que se tornam Ministros no Supremo têm de jurar lealdade não a quem o indicou, mas, sim, ao próprio Supremo, que não só moralmente, eticamente, mas constitucionalmente é completamente independente do executivo. Joaquim Barbosa agiu segundo os princípios que devam nortear a consciência de um magistrado: escravo da justiça, o que talvez tenha faltado a alguns Ministros que se acharam envolvidos no julgamento do Mensalão que se julgavam devedores de gratidão ao executivo.

Kornilov ou Lênin? Não resta a menor dúvida que no ano de 2014 o Brasil inteiro presencie Joaquim Barbosa chacoalhando a Toga e de dentro dela saindo um homem que vai fazer com o PT o mesmo que o Lênin fez com os mencheviques. Agindo unicamente pelos princípios, pela necessidade de se criar um novo Brasil, que exige sim a remoção do PT do caminho do povo brasileiro e a instauração no seu lugar de novas forças políticas. Como diz a canção: repare: a multidão precisa de alguém mais alto a lhe guiar (Manduka).

O Brasil precisa se livrar do Lula como a Rússia precisou se livrar do Kerensky que se mostrou hábil criador de aliança política, mas inepto para tirar o país de uma guerra que só lhe trazia destruição e inepto para trazer uma nova manhã para o povo russo. A era Lula, de tampão, como foi o período menchevique, há de dar lugar para a nova era do Governo de Cristo, totalmente voltado para a justiça e totalmente comprometido a baixar os índices da criminalidade e a reduzir para o número zero ou próximo a ele a corrupção endêmica. (6)

Foi muito bom Adamir Gerson ter num primeiro momento levantado a questão de Kornilov. E como num segundo momento levantou a questão do Lênin, isto deva servir de reflexão para o próprio Joaquim Barbosa. Porque muitos grupos políticos da velha ordem, banidos do poder pela ordem democrática, vem trabalhando para ganhar Joaquim Barbosa para o seu lado, o que faria de Joaquim Barbosa um novo Kornilov sim. Joaquim Barbosa nunca respondeu a esses grupos, nunca se interessou por eles, apenas focado no seu trabalho junto ao Supremo. E está perto de se manifestar politicamente. E quando o fizer esses saudosistas de um tempo que não volta mais irão se frustrar, indo plantar repolho ou cuidar de cavalos ou, então, se adequar aos novos tempos, pois o Kornilov que esperavam estar escondido na Toga quando a Toga foi chacoalhada eis um Lênin saindo de dentro dela! Com a careca alumiando e refletindo os raios de esperança que o povo brasileiro tem depositado nele.

“Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes, governarão como príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.

“E os olhos dos que vêem não ficarão grudados e os próprios ouvidos dos que ouvem atentarão. E o próprio coração dos apressados demais considerará o conhecimento e até mesmo a língua dos gagos se apressará a falar coisas claras. O insensato não mais será chamado de generoso; e quanto ao homem sem princípio não se dirá que é nobre; porque o próprio insensato falará mera insensatez e o próprio coração dele fará o que é prejudicial, para praticar a apostasia e para falar contra Javé aquilo que é desordenado, para fazer a alma do faminto ficar vazia, e ele faz até mesmo o sedento passar sem a própria bebida. Quanto ao homem sem princípios, seus instrumentos são maus; e ele mesmo aconselhou atos de conduta desenfreada, para estragar os atribulados com declarações falsas, mesmo quando um pobre fala o que é direito”, Isaías 32

A Revolução Brasileira

No mês de junho do ano de 2013 o Brasil de repente foi chacoalhado por gigantescas manifestações, que começando com reivindicação pontual, o cancelamento do aumento das tarifas nos ônibus urbanos, se estendeu para todos os setores da sociedade que vem estrangulando o povo, a corrupção generalizada em todos os escalões do poder e o caos na saúde pública.

Ora, a partir do ano de 78 quando Adamir Gerson começou a teorizar e a escrever sobre a iminência da chegada do domínio divino sobre toda esta terra no que diz respeito à questão da revolução sempre foi claro de que a mesma é um ato transcendente. A transcendência traça todos os passos da revolução e quando chega o momento de materializá-la então chama os homens que imperceptivelmente vinham sendo preparados para ela. E estes homens e mulheres materializam a vontade divina. É a revolução. No que diz respeito a essas gigantescas manifestações que do nada varreram o Brasil, de norte a sul, de leste a oeste, Adamir Gerson a entendeu como sendo o sinal profético da revolução brasileira. O rompimento da bolsa que prendia no ventre divino o Governo de Cristo.

Uma coisa é certa: se a revolução russo-comunista foi muito diferente da revolução franco-burguesa, nova figura do espírito revolucionário, a revolução brasileira, por sua vez, será diferente, muito diferente, tanto da revolução franco-burguesa como da revolução russo-comunista. Nova figura do espírito revolucionário.

De fato, a revolução brasileira é um ato que sintetiza e consuma duas revoluções ocorridas no século XX, fora do Brasil, nos Estados Unidos e Itália, mas que para o Brasil convergiram e no Brasil encontraram o terreno mais fértil para o seu desenvolvimento e crescimento. A revolução que ocorreu no ano de 1906 em Los Angeles, no local conhecido como Rua Azusa e que gerou o movimento pentecostal e a revolução ocorrida no Vaticano, o Concílio Vaticano II, que gerou a Teologia da Libertação.

O Pentecostalismo, voltado para a libertação espiritual e a Teologia da Libertação, voltada para a libertação material, hão de se encontrar no Brasil em um só corpo, e, a partir de então, lograr uma libertação completa do indivíduo, começando pelos pobres, pelos trabalhadores, até chegar a todas as classes sociais da sociedade.

Não por força militar e nem por violência, mas pelo poder da Palavra de Deus.
Uma libertação assim, pacífica e sem criar traumas na sociedade, será possível pela chegada na revolução do fator pentecostal, que podemos dizer sim do fator cristão. O cristianismo ao colocar a libertação do indivíduo no próprio indivíduo, de dentro para fora, oferecer a ele as condições e as ferramentas para a sua própria libertação, sim, ao transformar odres velhos em odres novos, prepara, assim, as condições para as mudanças sociais; não imposta, mas querida pelos odres novos. O coração transformado, seja de qual classe social, passa a querer uma sociedade transformada para que seja completa a sua libertação. A harmonia estabelecida entre o interior e o exterior. Foi isto o que ocorreu nas descrições de Atos 2.44 e 4.32.

O Terceiro e Grande Pentecostes

Ora, como é fato que no século XX Deus derramou na terra dois grandes pentecostes, o da Rua Azusa e que gerou o Pentecostalismo, e o do Concílio Vaticano II e que gerou a Teologia da Libertação, é certo que Deus está se preparando para derramar na terra o terceiro e grande pentecostes, que há de unir em um só feixe de ação a libertação espiritual e a libertação material. Um novo pentecostes que porá fim à cidade do pecado, Sodoma e Egito (Apocalipse 11.8) e no lugar fazer a Nova Jerusalém. E tudo indica que este novo pentecostes, sintético, antítipo do pentecostes ocorrido no século primeiro em Jerusalém, há de ser derramado na terra no país Brasil no ano de 2014. Neste ano a verdade de Deus há de ser derramada em todos os indivíduos, de todas as classes sociais, sem qualquer distinção, com a verdade de Deus se tornando clara em todas as mentes e em todos os corações. Não há mais lugar para interpretações com o fim da desobediência.

E Adamir Gerson, como o Mensageiro do Senhor, está propondo que sejam realizados dois grandíssimos atos no país Brasil no mês de junho deste ano de 2014, 08 e 19.

No dia 08 de junho, manhã de domingo, em todas as cidades do Brasil a multidão de católicos e de evangélicos acordará e levantará todo o povo para estar na rua, ocupando as avenidas das cidades em grande marcha. E sairão às ruas levando nas mãos as suas pautas de reivindicações, que farão nascer um novo Brasil. Os novos governantes que virão basearão as suas ações nas pautas de reivindicações que desfilarão pelas ruas do Brasil. Será um dia histórico que não somente relembrará as Jornadas do Junho Brasileiro como um chamado a que venha o Governo de Cristo e novos tempos sobre o Brasil. A partir deste ano de 2014, esse Brasil de quarenta mil assassinatos ao ano, da mais completa falta de atendimento médico na saúde pública, da corrupção crônica em todas as instâncias de poder, da baixa qualidade do ensino, estará passando para dar lugar a um novo Brasil. E as massas católicas e evangélicas, chamando a todos para estarem na rua serão fundamentais para o nascimento deste novo Brasil. Católicos e evangélicos, desprezados nas revoluções, francesa e russa, serão fundamentais na revolução brasileira. O fundamento.

Sim, dia 08 de junho é um dia de grande avivamento, de grande despertar das forças adormecidas da nação que conheceram a sua aurora naquele junho de 2013, centenas e centenas de milhares nas avenidas de São Paulo, de Belo Horizonte, do Recife, de Porto Alegre, do Rio de Janeiro, de Londrina, de Feira de Santana, de Manaus, em todas as cidades brasileiras, desde as mais, pequenas – Serra da Saudade em Minas, Borá em São Paulo e Jardim Olinda no Paraná – até as suas grandes metrópoles. Milhões e milhões de brasileiros neste dia nas avenidas e ruas de todas as cidades do Brasil, batendo fortes os seus tambores, agitando ao vento as suas bandeiras e cantando os mais belos cânticos a que não faltarão Coração de Estudante, Quão Grande és Tu, Castelo Forte e Oração da Família. Batendo fortes os seus tambores, alçando ao vento as suas bandeiras, cantando os mais belos cânticos e não se cansando de dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor! E onze dias depois, 19 de junho do ano de 2014, então a grande caminhada na cidade de Presidente Prudente quando neste dia convergirá para esta cidade do oeste paulista não só todo o Brasil, mas grande parte da terra, para estarem começando uma nova manhã sobre a terra.

“Acudi e vinde, todas as nações ao redor, e reuni-vos. Àquele lugar faze baixar os teus poderosos, ó Javé. Despertem as nações e subam à baixada de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todas as nações ao redor.

“Metei a foicinha, porque a colheita ficou madura. Vinde, descei, porque o lagar de vinho ficou cheio. Os tanques de lagar estão realmente transbordando; porque se tornou abundante a sua maldade. Massas de gente, massas de gente estão na baixada da decisão, porque está próximo o dia de Javé na baixada da decisão”, Profeta Joel.

NOTAS DE RODAPÉ
(1)  Nos anos de 1843 e 1844 houve um desabrochar messiânico muito grande nos Estados Unidos. Um ministro batista por nome Guilherme Miller tornou público uma revelação que segundo ele, teve do Alto no ano de 1818 quando fazia leitura no livro do profeta Daniel. E a revelação é que por volta destes anos de 1843 e 1844 iria dar-se a volta de Jesus com a missão da restauração da terra. A terra que possuía muitas feições diferentes iria ter a feição única de Jesus de Nazaré.

Não é preciso entrar em detalhes porque é um acontecimento muito conhecido até mesmo fora do universo religioso. Apenas que Adamir Gerson, portando na mão a missão da restauração de todas as coisas, que começa com ele e há de prosseguir por muitas outras mãos, no futuro próximo e distante, afirma com convicção que aquela esperança tinha o selo de Deus e foi o mover de Deus. Era verdadeira. Não da forma como esperaram e acreditaram. O fenômeno real daquela esperança foi o judeu Karl Marx, então um jovem de vinte e cinco anos, distante dali, do outro lado do Atlântico na antiga Prússia.

Adamir Gerson tem consciência que toda essa geração não acredita ou não vai acreditar em tal. Mas, por outro, tem convicção inabalável que as gerações futuras acreditarão que Marx foi o fenômeno real da espera messiânica nos anos de 1843 e 1844 assim como acreditam sem pestanejar que não obstante a recusa dos judeus, por este ou aquele motivo, Jesus foi o fenômeno messiânico real.

Mas, há alguma coisa que pode mudar a mentalidade desta geração sobre ser Marx o fenômeno verdadeiro do anúncio do batista Guilherme Miller. Trata-se da intervenção de Deus para que esta geração não tenha o destino da geração do século I, sábia aos seus próprios olhos, mas uma ignomínia e objeto de riso e desprezo para as gerações que vieram posteriormente.

E esta intervenção de Deus deva dar-se em pequeno esclarecimento. Ora, a esperança daqueles quinhentos mil que nos anos de 1843 e 1844 se entregou à espera messiânica é que Jesus iria voltar para restaurar a terra. De fato, naquele ano de 1843 o jovem Marx publicou seu primeiro livro de vulto, A Questão Judaica, e no ano seguinte, 1844, publicou um segundo livro de vulto, Manuscritos Econômicos-Filosóficos. E pela primeira vez, em mais de dois mil anos, os vaticínios do profeta Isaías que descrevem a terra restaurada, se manifestam neste escrito que Marx publicou no ano de 1844.

Pois que, vejamos a descrição de Isaías da terra restaurada, como é a terra restaurada: “(...) E hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos. Isaías 65.17-25

Ora, fazendo uma análise da economia, não só da presente, mas também a do passado, Marx concebe um sistema econômico que é exatamente este descrito por Isaías. Nem mais nem menos. Os sistemas econômicos que Isaías contrapõe aparecem com clareza neste escrito que Marx publicou no ano de 1844.

Isto pode fazer com que ministros da Palavra de Deus repensem a sua visão de Marx, sobre o Marx econômico (e deixem o Marx filosófico para Deus), que começou a sofrer deturpação sistematizada no começo da década de 20 quando as nações imperialistas foram derrotadas na Rússia e em fuga, desesperadas, viram na religião o único meio de escape, o único meio de enfrentar a revolução, como o desesperado Balaque viu em Balaão o único meio de ser livrado de ser lambido pelos escravos saídos do Egito (Números 22.4-12). E começaram a investir maciçamente no universo religioso para que este não fosse contagiado pelo triunfo do socialismo na Rússia. E rechearam as mentes e os corações religiosos não só de deturpações sobre Marx, mas sobre a própria revolução – ver Apocalipse 12.10.

Os ministros da Palavra de Deus precisam repensar o seu juízo sobre os acontecimentos, de 1843 e 1844, de espera messiânica. E retirar do ar sites que se deleitam em dizer que Guilherme Miller e os ministros de Deus envolvidos naqueles acontecimentos foram falsos profetas. Foram profetas verdadeiros e a serviço do Deus que não faz nada sem antes avisar aos seus escravos, os profetas. A blasfêmia há de ser punida exemplarmente.

Como também foi profeta verdadeiro os conhecidos Estudantes da Bíblia que no começo do século vaticinaram a iminência do Governo do Reino sobre a Terra. O principal líder deles por nome Charles Tasse Russel, falecido em 1916, deixou escrito que quando o Governo do Reino se manifestasse Faraó iria se levantar dos profundos para impedir o Governo do Reino como fizera no passado quando tentou impedir a libertação dos escravos hebreus.

E chama à atenção que ele deixou escrito, em um livro lançado nos Estados Unidos no mês de julho de 1917, publicação póstuma, provavelmente de 1916, que a reação de Faraó iria durar três anos. E ele declinou a data: 1917 a 1920. Ora, se declinou a data de 1917 é porque afirmou que o Governo do Reino iria ser estabelecido e empossado neste ano de 1917. E o que aconteceu neste período declinado por Russel? A revolução russa, que começou realmente no final do ano de 1917, findou realmente no final do ano de 1920 quando as últimas tropas do Faraó moderno foram derrotadas na Criméia.

Como a curiosidade não cessa, ora, como esse Charles Tasse Russel pode prever com precisão matemática o acontecimento da revolução russa? A tal ponto que em referido livro de 17 aparece escrito que Russel disse que o Faraó e suas forças, na tentativa de impedir a manifestação do Governo do Reino, iriam ser tragados por aquilo que chamou de “águas da anarquia”, que tudo indica sejam águas do socialismo, pois na época o termo anarquia era mais popularizado para descrever os movimentos revolucionários. Ainda no mesmo livro de 17 aparece escrito que Deus iria criar um “movimento revolucionário exitoso”.

E como a curiosidade não cessa vale acrescentar que naquele ano de 1917 e 1918 quando as forças do Faraó reagiram contra a revolução do socialismo, vinte e uma nações invadiram o país Rússia para esmagar a revolução e os bolcheviques, as mais poderosas nações da terra, Turquia, Japão, França, Inglaterra, Estados Unidos, o grupo Estudantes da Bíblia, agora sua liderança tendo passada para outro nome, de repente saiu às ruas dos Estados Unidos e Canadá proclamando solenemente que Deus já tinha começado a reinar sobre a terra. Deus já estabelecera seu governo. E diziam abertamente que a Cristandade iria sofrer nas mãos do Governo do Reino o que a infiel Judá sofreu nas mãos de Nabucodonozor. Ora, os Estados Unidos que enviara tropas para combater os bolcheviques na Rússia de imediato desconfiaram destes Estudantes da Bíblia. Porque as palavras de transformação que os revolucionários lançavam em toda a Rússia estavam sendo misteriosamente repetidas por estes Estudantes da Bíblia nas ruas dos Estados Unidos. Se os revolucionários estavam proclamando que iriam construir na terra o paraíso, principiando pela Rússia, iriam construir na terra um reino sem exploradores e sem explorados, de verdadeira paz, ora, eram estas as palavras que estes Estudantes da Bíblia estavam proclamando nos Estados Unidos: que em breve a terra iria se transformar no Paraíso, porque Deus já começara a reinar.

E o governo americano temendo que estes Estudantes da Bíblia estivessem fazendo apologia religiosa aos acontecimentos revolucionários na Rússia de imediato confiscou o seu livro “O Mistério Consumado” e os sentenciou a vinte anos de prisão com a justificativa bizarra de que estavam “sabotando os esforços de guerra”. Mas, os investigando com acuidade não encontrou neles nenhuma ligação com qualquer movimento comunista nos Estados Unidos ou Canadá, que agiram juntos de comum acordo. Pior, os interrogando os mesmos não tinham qualquer conhecimento ou noção do que se passava na Rússia. Ao perceberam que era um grupo puramente religioso, que falava de política, não da terrena, mas do mundo espiritual, portanto inofensivos, então as autoridades americanas um ano depois os colocou em liberdade.

Ora, lançaram o livro, O Mistério Consumado, em julho de 17, e ninguém se importaram com ele. Mas foram se importar três meses depois de ocorrido na Rússia o acontecimento da revolução. De modo que é feito a pergunta: estes Estudantes da Bíblia foram presos porque estavam “sabotando os esforços de guerra” ou porque se temeu que ao proclamar que Deus começara já a governar, Deus estabelecera na terra o seu governo e em breve a terra iria se converter num paraíso, isto poderia despertar no povo que tal era uma referência implícita à revolução do socialismo? Deus começara a governar através do socialismo?

Porque a curiosidade não cessa, ora, é muito estranho que o maior acontecimento político-social de todos os tempos – a revolução russa – seja muito pouco conhecido dos religiosos cristãos senão que conhecem dela o que o Faraó derrotado passou a lhes revelar. É muito estranho que não tenham associado o que profetizavam esses Estudantes da Bíblia com o acontecimento da revolução na Rússia, ocorrido naquele ano de 1917. Sobretudo porque uma profecia de 1823, de um inglês por nome John Acquila Brown, anunciava que o domínio de Deus sobre a terra iria dar-se no ano de 1917. E o deu, pelo lado da lei, e agora, cem anos depois, vai dar-se pelo lado da graça. Como o Faraó não impediu a travessia do Mar Vermelho espiritual, cem anos depois não vai impedir a travessia do Jordão espiritual.

Para encerrar esta nota de rodapé é preciso esclarecer que tanto o episódio da volta de Jesus como da restauração da terra a verdade é que tal se deu primeiramente no século I quando Jesus, no caminho de Damasco, se revelou a Saulo de Tarso e o transformou em Paulo apóstolo. O advento da Igreja de Cristo, que ganhou textura nos escritos de Paulo, marcou já o processo da restauração da terra. Mas foi uma restauração parcial, espiritual, religiosa. E com Marx se deu o início da restauração material, da sua organização política. Teste e antítese que iriam crescer, evoluir e amadurecer, reciprocamente convergindo-se, até que a essência espiritual que Jesus tirou de si e fecundou no espírito de Paulo e a essência material que tirou de si e fecundou no espírito de Marx iriam se manifestar junto, num só feixe de ação e compreensão da realidade. E este terceiro momento, o sintético, está prestes a se revelar no país Brasil com o Brasil se convertendo de fato em pátria irradiadora do Evangelho.

(2)  É comum ouvir-se que o massacre da família imperial russa, a morte de Nicolau II, de sua família e de todos que estavam com ele foi ordenado pelo Lênin e por Sverdlov. E atribui-se a Lênin a paternalidade do massacre a partir de vaga revelação atribuída a Trotsky, claramente com característica de invencionice para incriminar Lênin em um crime bárbaro.

Mas, é feito a pergunta: se os líderes da Revolução ordenaram a morte de Nicolau II, de sua família e de todos que estavam com ele, porque posteriormente estes mesmos líderes, forçados a dar uma resposta à comunidade internacional – e a si mesmo – puniram severamente os matadores da família imperial, ao todo vinte e cinco foram condenados e cinco deles pegaram a pena capital por enforcamento? Este fato deixa claro que o ocorrido em Ekaterimburg se deu à revelia dos lideres em Moscou.

Além do mais para quem conhece a índole do Lênin sabe que isto seria impossível ter partido dele. Lênin foi um revolucionário duro em obediência ao destino da revolução confiado a ele, mas traços fortes de humanismo permeavam o seu espírito e não raro estavam presentes em suas ações, atestados no fato de que conseguiu ganhar o apoio de um número grande de líderes das hostes adversárias. Esses líderes ao conhecer de perto Lênin passaram a ter por ele confiança e a se sentir seguros em se colocar do seu lado. De modo que é possível que as tarefas da revolução e da guerra fizeram com que os líderes em Moscou tivessem pouco tempo para se informar do que se passava na distante Ekaterimburg que só pode ter agido por conta própria.

É impossível, matematicamente impossível, que Lênin tivesse ordenado o massacre dos Romanov. Se Lênin tivesse intervindo na questão o máximo que teria feito seria ordenar a continuação da prisão do Czar e da Czarina e a deportação do resto dos membros da família imperial para fora do país. E os criados mandados de volta para as suas casas, pois não representavam nenhuma ameaça à revolução. É falta de caráter, é altamente tendencioso, afirmar que um homem do porte do Lênin tivesse mandado matar crianças e pessoas que estavam ali apenas como empregados. E a tendenciosidade destes “historiadores” é visível porque construíram a invencionice e atribuíram a mesma a um personagem controverso que julgaram daria verossimilhança à invencionice, Trotsky. Se tal realmente tivesse ocorrido e Trotsky o tornado público isto faria dele um indivíduo vil e abjeto. Mas, apesar das tergiversações no devir revolucionário, Trotsky foi um homem que prezou pelo caráter. Lutou por ele até onde pode.

Mas, se Lênin não ordenou o massacre dos Romanov porque o faria os revolucionários de Ekaterimburg?

A causa é muito mais profunda e escapa do visível para ser encontrada no mundo invisível da metafísica. De fato, por causa das profecias e dos acontecimentos da destruição de Judá por Nabucodonozor os Romanov já estavam fadados a terem o fim trágico que tiveram. A transcendência da história, o seu operar, lhes impunha esse fim trágico, a partir do tipológico fim trágico da família real judia cujas crianças foram mortas à mão do próprio Nabucodonozor.
Mas, alguém, de posse da racionalidade, pode objetar: mas, uma vez que Adamir Gerson tem dito que Lênin, além de antítipo de Moisés foi também antítipo de Nabucodonozor, e a ira de Deus que esteve em Nabucodonozor esteve também no Lênin, ora, se foi o próprio Nabucodonozor quem matou os filhos de Zedequias, e Lênin foi o antítipo de Nabucodonozor, a partir das leis que regem o devir histórico, isto não torna o Lênin aprioristicamente o responsável pelo massacre dos Romanov?

Vale esclarecer que no presente trabalho há um momento em que o Lênin não aparece como antítipo de Nabucodonozor, mas de Nebuzaradã. Depois do segundo golpe que desfechou contra Judá, onze anos e três meses depois do primeiro, ora, o terceiro golpe foi desfechado um mês depois quando Nebuzaradã enviado de Nabucodozor passou a destruir toda a Judá e toda Jerusalém não deixando pedra sobre pedra. Uma vez em que o terceiro golpe desfechado contra a Cristandade se deu um mês depois da queda do Czar, quando Lênin retornou do exílio e passou a destruir todo aquele mundo, não deixando pedra sobre pedra, ora, nesta precisa ação Lênin se revelou antítipo de Nebuzaradã.

E esse paralelo entre o envio de Nebuzaradã por Nabucodonozor e a chegada do Lênin do exílio evidência claro que Lênin foi um enviado de Deus para dar o golpe final na infiel Cristandade que dominava a terra dos czares. O clamor do padre Gapon para que o sangue dos inocentes recaísse sobre o trono do Czar continuava vivo na mente de Deus e daqueles que tiveram seus entes martirizados pelo tirano.

Assim, quem estava no comando da revolução era Deus e não Lênin. A mão de Deus abarcava todos os seus acontecimentos e nada escapava do seu ângulo de visão e de ação, e a de Lênin parte deles, daquilo em que era instrumento nas mãos do Todo-Poderoso. A ira de Deus estava sendo derramado por toda a Rússia, e os vetores de sua realização eram muitos.

Basta lembrar a ocorrência de acontecimentos que se aproximavam dos de Ekaterimburg e aconteceram sem qualquer intervenção do Lênin. Mais de uma vez soldados esfarrapados e maltratados eram tomados de ira ardente contra seus superiores militares. E os agarravam e os matavam impiedosamente como se estivessem matando a cães. E Ekaterimburg foi destes casos, alcançada pelo dia da ira de Javé.

Verdade seja dito: por causa das profecias e dos acontecimentos da destruição de Judá os Romanov já estavam fadados a terem o fim trágico que tiveram. A transcendência da História lhes impunha esse fim trágico, a partir do tipológico fim trágico da família real judia.

(3)  Todas as indicações são de que a criação deste povo novo necessário ao cumprimento profético, ao cumprimento profético do dia da ira de Deus, que não podia dar-se com o povo cristão, a sua constituição genético-espiritual o incompatibilizava e o indispunha para a missão, mesmo que fosse missão de Deus, se acha profetizado em Isaías 65.

E estas palavras de Isaías 65, sobre um povo paradoxal que iria se manifestar na cena da História, um povo que não invocaria o nome de Deus, não o procuraria, não o invocaria, não dobraria seus joelhos diante de Deus, mas que seria este povo quem faria a vontade de Deus; sem o saber estava no serviço de Deus, ora, este povo, setecentos anos depois, reaparece em palavras de Jesus. De fato, tendo em vista este povo de Isaías, Jesus se dirigiu aos sacerdotes dos seus dias e lhes disse que o reino de Deus lhes seria tirado e dado a um povo que produziria seus frutos.

Também é muito certo que quando Jesus disse que possuía outras ovelhas que não eram daquele aprisco e que convinha agregá-los, é muito certo que falou deste mesmo povo de Isaías e que segundo ele iria produzir os frutos do Reino.

Adamir Gerson tem dito que este povo futuro de Isaías e de Jesus, a partir de bases hermenêuticas e exegéticas, de bases históricas e silogístico-aristotélicas, trata-se do povo marxista e de nenhum outro.

Mas, ministros da Palavra de Deus e sinceros estudiosos da Palavra de Deus têm contra-argumentados com as palavras: afirmar que o povo de Isaías 65 seja o povo marxista isto não é muito contraditório? Afinal Paulo empregou esta profecia de Isaías no povo gentio. Nas palavras de Paulo esse povo que segundo Isaías não dobraria seu joelho diante de Deus foi o povo gentio. Em quem acreditar?

É certo que Paulo empregou a profecia de Isaías 65 aos gentios e é preciso dizer que agiu de maneira correta. Porque encorajava e alicerçava a fé dos novos conversos oriundos do gentílico. Mas, é preciso esclarecer: os gentios se encaixavam na profecia na forma (daí ser legítimo Paulo tê-la empregado nos gentios) e não no conteúdo.

Tanto em Isaías como em Jesus é claro que este povo faria a vontade de Deus sem qualquer conhecimento seu. O que não ocorreu com os gentios que realmente não conheciam a Deus, mas, por outro, também não faziam a vontade de Deus senão a vontade dos seus deuses pagãos. Somente um povo em cima da terra realizou a vontade de Deus sem conhecê-lo: o povo marxista.

E o diálogo escatológico do Justo Juiz que aparece em Mateus 25.40 esclarece essa questão. O Justo Juiz não está buscando a conversão deste povo para Deus, como buscou Paulo junto aos gentios, mas esclarecendo de que quando cuidavam dos oprimidos, mesmo que não conhecesse a Deus, era a ele que estavam fazendo.

Não há evidência alguma de que os gentios do século I tenham sido este povo de Mateus 25.40, e que é o mesmo povo de Isaías 65 e o mesmo povo de Mateus 21.43, e que ouviriam o maravilhoso Vinde benditos de meu Pai e possuí por herança o reino vos preparado desde a fundação do mundo. Pois fiquei com fome e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes (...).

(4)  Em 78 Adamir Gerson conheceu Agostinho marceneiro que embora não fosse, freqüentava a igreja adventista. Agostinho instalou a sua marcenaria ao lado.

Discutindo de forma acalorada os acontecimentos de espera messiânica nos Estados Unidos, ocorridos na primeira metade do século XIX e que deram origem à igreja adventista, ora, introduzindo no debate um elemento desconhecido, Marx, Agostinho reagiu com virulência. Para ele era o maior dos absurdos que Marx e o socialismo tivessem origem em Deus. Isto é a maior das heresias, reagia.

Prosseguindo as disputas, dias a fio, semanas a fio, meses a fio, cerca de um ano depois Adamir Gerson foi surpreendido por Agostinho. Fora com ele na loja Ao Marceneiro, de propriedade de um comerciante forte por nome Valdir e que abastecia os marceneiros da cidade. O que fez de extraordinário Agostinho surpreendendo Adamir Gerson? Adamir Gerson o flagrou falando do socialismo para Valdir e tentando convertê-lo. Não cessava de dizer que esta era a vontade de Deus e de que vale ao homem ganhar toda a riqueza da terra, mas morrer sem a esperança da vida eterna? E Valdir o ouvia e aqui e ali fazia alguns questionamentos, com Adamir Gerson de rabo de olho os acompanhando.

O caso relatado de Agostinho é ilustrativo de como será a revolução brasileira. Os trabalhadores serão despertados para o socialismo sim, serão ensinados no seu caminho sim, conhecerão toda a sua história desde Marx até a sua desintegração na União Soviética sim, mas jamais serão ensinados a destruir quem quer que seja. Porque todo o seu despertar, todo o conhecimento que adquirirão será na mediação da Palavra de Deus. Que não ocultará ou jogará para debaixo do tapete a luta de classe que foi essencialidade no Marxismo. A luta de classe iluminada pela teoria marxista é a condição para se conhecer as engrenagens de funcionamento do capitalismo que dispõe o espírito para a sua alternativa, o socialismo. Mas a metodologia de sua implementação é outra. É pela sua causa mais remota e última. É eliminando gradativamente o vírus do egoísmo presente nos corações, nos corações de todos, proprietários e trabalhadores. E a sua eliminação se dará pelo espargimento do Evangelho em todos. Por causa do sacrifício na Cruz, o Evangelho possui o poder para limpar os corações, todos os corações, e dispor todos para uma vivência fraterna em que todos buscarão a vantagem, não mais para si, mas para a outra pessoa, como aparece em I Coríntios 10.24.

Na mediação do Evangelho, proprietários e trabalhadores caminharão juntos cada vez mais libertando a Criação, libertando a História, libertando o Conhecimento, libertando a Economia, libertando a Cultura, libertando o Relacionamento, a terra, os rios e os animais, até que a realidade do Paraíso se tornou em tudo e em todos.

“E ele me mostrou um rio de água da vida, límpido como cristal, correndo desde o trono de Deus e do Cordeiro, pelo meio de sua rua larga. E deste lado do rio e daquele lado havia árvores da vida, produzindo doze safras de frutos, dando os seus frutos cada mês. E as folhas das árvores eram para a cura das nações”, Apocalipse 22.

Tendo como modelo o marceneiro Agostinho, que despertado para o socialismo a partir da Palavra de Deus não se encheu de ódio revolucionário para com a classe burguesa, mas se encheu de amor, procurando a conversão do burguês Valdir para que ele passasse a usufruir o mesmo bem, ora, é certo que muitos irão reagir, dizendo: Mas isto é um retorno ao socialismo utópico. È um retrocesso histórico que não se justifica.

É preciso levar em consideração, primeiro, que a Palavra de Deus diz que para tudo há um tempo debaixo dos céus, e, segundo, que Hegel concebeu as categorias de tempo do espírito e espírito do tempo para que os homens pudessem se situar e se guiar no devir histórico, do contrário, não saberia onde estavam e de onde vieram e para onde estava indo.

Ora, isto significa dizer o que foi científico ontem não pode ser hoje. Diante das condições objetivas da História, do espírito do tempo, o Marxismo se revelou científico em relação ao socialismo utópico. Era mais fácil a terra parar de girar do que o socialismo utópico ter feito nascer o socialismo.

Mas o tempo histórico que refletia o espírito humano que tornou exeqüível o Marxismo e a sua práxis de transformação cedeu lugar para outro tempo do espírito. Não estamos mais no ocaso do feudalismo, mas no ocaso do capitalismo. O próprio socialismo com o seu grande sucesso e a sua alta taxa de expansão, provocaram mudança no tempo do espírito e, por conseqüência, no espírito do tempo. As conquistas sociais passaram a ser um direito e a possibilidade de uma economia regida por princípios antagônicos ao capitalismo tornou-se real. O socialismo deixou de ser uma aposta, de ser uma utopia que enchia de esperança o espírito humano para ser uma realidade.

Ora, é verdadeiro dizer que o socialismo utópico era uma camisa sem mangas que se queria vestir no inverno. O frito do inverno prosseguia a fazer sofrer os corações. Então o Marxismo foi o agasalho apropriado para aquela estação.

Mas o devir histórico fez com que o tempo invernal fosse embora e nova estação tomou o seu lugar. E é neste momento que o casaco grosso do Marxismo revela incômodo ao espírito. O espírito quer se livrar do casaco grosso e no lugar colocar a camisa de manga. O tempo que urge não é mais passar o trator sobre casa velha para a construção da casa nova, o ideário marxista, mas construir a casa nova por dentro da casa velha. Não descartar, mas reciclar o velho, lhe dando uma nova figura de espírito.

Na década de 90 Adamir Gerson fez um trabalho que deu por título o nome UTOPIA VERSUS ESCATOLOGIA. E no trabalho lançou mão de uma metáfora para explicar o novo tempo revolucionário. A palmada, que Lula posteriormente procurou impedir por lei, que se assemelha a tipo lei que quer anular a gravidade, Adamir Gerson dizia que era necessária ao aprendizado da criança. Nesta fase de idade falar para a criança não fazer isto ou aquilo não vai adiantar, porque a sua consciência não discerne o certo do errado. E quando a criança está fazendo algo errado e recebe a palma ela começa a aprender. Começa a associar o ato que estava fazendo com a dor da palmada. Entendendo que aquele específico ato lhe trás a dor da palmada então deixa de fazê-lo.

Mas quando a criança cresce e entra na fase adolescente o pai vai lançar mão da palmada para fazer dele homem? Certamente que não. Por já ter tido a sua sensibilidade desenvolvida, ter acumulado experiência do que é bom e do que é ruim, nesta fase de idade o que faz com que o adolescente se torne homem é o diálogo. É a conscientização. É o poder da educação. Nesta fase de idade se o pai lançar mão de um porrete para ensinar ao filho o que é certo e o que é errado o filho, por estar forte ou mais forte que o pai, vai lhe tomar o porrete e voltar o mesmo contra sua têmpora.

O capitalismo dos dias de Marx era esta criança precisando de palmada, mas hoje podemos dizer que representa o adolescente da metáfora. Revolução marxista hoje é o implante de um órgão artificial que fatalmente será rejeitado pelo organismo. Talvez tenha sido este o caso da revolução portuguesa e da revolução sandinista e o caso da Grécia presente que se fazem mil e uma passeatas contra o governo e as medidas de austeridade, mas não se vê passeata pelo socialismo. Ouve-se grito: Abaixo as medidas de austeridade, mas não se houve grito: abaixo o capitalismo!

Não que o tempo que urge tornou inviável o socialismo. Tornou inviável o socialismo de feição marxista, mas viável o socialismo de feição cristã. Desnecessário aquele e necessário este – ver a música Super-Homem do Gilberto Gil e refletir sobre a inversão de tempo e de práxis. Esse mundo masculino que jurou tudo daria é mesmo o materialismo marxista, e essa mulher que fora resguardada, e que agora é a porção melhor, que faz viver, é mesmo a religião, é mesmo o cristianismo que não pode ser confundido com cristandade. Como diz a Palavra de Deus: a pedra de esquina que os construtores rejeitaram se tornou em pedra principal.

Essa visão de Adamir Gerson, de mudança no ideário revolucionário, não tem nada que ver com a visão do PT. Jovens petistas foram vistos nos corredores da Unesp com um livrinho debaixo do braço sobre Plekhanov. Querendo justificar a guinada ideológica, e só Gramsci não bastou intelectuais do PT se lançaram ao trabalho para se justificar filosoficamente na visão revolucionária de Plekhanov.

E foi um verdadeiro trabalho quixotesco e cheio de trapalhadas fadado ao mais completo fracasso. Porque partiram do princípio que Lênin cortou as etapas de desenvolvimento da revolução que seguiam seu curso natural em Plekhanov. E um destes intelectuais, Adão Peixoto, professor de filosofia e na época dirigente do PT, no momento em que o socialismo real era tombado – estamos no ano de 1991, 92 – chegou a dizer para Adamir Gerson que o responsável maior pelo colapso foi o próprio Lênin. Ao ter cortado as etapas de desenvolvimento que prepararia o país e as massas trabalhadoras para o socialismo, e que estavam “sabiamente” sendo teorizadas por Plekhanov, e Kerensky se esforçava para levá-las adiante, Lênin comprometeu todo o futuro do socialismo dando no que deu.

Mas, é feito a pergunta: se a teoria de Plekhanov era verdadeira porque os países nórdicos, que tudo indica passou pelas etapas de crescimento plekhanovianas, no momento de darem mais um passo e adotarem o socialismo não o fizeram, julgando que tal passo os levaria à barbárie e ao abismo?

É verdadeiro dizer que Adamir Gerson está fazendo o resgate de Plekhanov, não, porém, na maneira quixotesca e desastrada do PT. O Plekhanov que surge na pena de Adamir Gerson é o a posteriori e não o apriori do PT. O Plekhanov que surge (por conseguinte Proudhon e até Trotsky) é um novo, inteiramente novo, que se enriqueceu em Lênin. Alienou-se de si mesmo em Lênin para retornar a si mesmo. Mas ao retornar a si mesmo seria numa espiral, num patamar superior, que deixou para trás tese e antítese. O Plekhanov que surge reconhece que naqueles dias estava errado e Lênin certo (por conseguinte Marx e até Stálin). Que aquele era o tempo certo para a implantação do socialismo e não um tempo futuro de desenvolvimento que iria se afastar dele ou provocar o seu desinteresse. De modo que à tríade petista, pouco ou nada dialética, Plehanov – Lênin – Plekhanov, Adamir Gerson opõe uma nova tríade: Plekhanov – Lênin – Jesus (estado infante, estado adolescente, estado adulto) (Jesus passa a ser o fundamento não só no plano prático, mas também teórico. Assim, à tríade teórica, que também é petista: Proudhon – Marx – Proudon, Adamir Gerson opõe outra tríade: Proudhon – Marx – Jesus. Também aquela tríade, que também é petista: Trotsky – Stálin – Trotsky, Adamir Gerson opõe outra tríade: Trotsky – Stálin – Jesus.

Na metade da década do século passado, pelo aparecimento de uma nova teologia, a Humanista, que efetuou um corte epistemológico-hermenêutico com toda a teologia tradicional, e que depois se desdobrou na Teologia da Libertação, como a sua antítese, e que, posteriormente, no lugar de ser resgatada, esta ou aquela a repetir os mesmos erros e acertos, na verdade seriam suprimidas a reaparecer na síntese, em corpo novo, ressuscitado, uma enriquecida na outra, a verdade é que no aparecimento da Teologia Humanista e ela ter-se engalfinhado com o Marxismo numa disputa pelos espaços políticos e sociais, este corpo-a-corpo forçou-os a uma disputa: se a História tinha ou não reducionismo teológico e se era ou não cristofinalizada. Como nenhuma das duas partes conseguiu provar o seu lado então jogaram para o futuro a disputa. O futuro iria dizer quem estava com a verdade: se aqueles de mentalidade teologal e que diziam a História possuía reducionismo teológico e era cristofinalizada ou aqueles de mentalidade antropologal que negavam por completo qualquer atuação transcendente sobre a História.

E a verdade é que o futuro chegou e Adamir Gerson aqui está para dizer que a aposta foi ganha por aqueles que afirmaram que a História possuía reducionismo teológico e era cristofinalizada. Como Nabucodonozor, que pelas circunstâncias amargas foi levado a reconhecer que os céus dominavam, tem chegado o tempo dos de mentalidade antropologal reconhecer a realidade da Transcendência, como condutora e soberana sobre os acontecimentos da História.

Todo e qualquer processo, as manifestações históricas, quando as suas partes evoluem caminham naturalmente na direção do Cristo. O devir histórico destas manifestações particulares, a dialeticidade que põe em confronto as suas partes, é a gestação do Cristo no seu ventre; e o Devir Histórico tem como escopo a revelação do Cristo, a Idéia Absoluta que se converteu em Espírito Absoluto.

A crise que se abateu sobre o Marxismo, e se abate sobre o Islamismo, crise existencial, é porque todos os sistemas, inclusive estes, carregam em potência o Cristo. Gestam o Cristo. Estamos na iminência em que todos os botões dos sistemas irão se abrir e liberar as pétalas do Cristo. A sua flor pura, que trás intacto e conserva o DNA de sua identidade, como ocorre com as frutas no pomar que amadurecendo todas se tornam adocicadas, gostosas, nutritivas, mas cada qual conservando e dentro de sua espécie.

Prosseguindo e concluindo a questão de Lênin e Plekhanov. Bem, Lênin foi ação da lei a preparar o caminho para a ação da graça. Logo Lênin não abortou as etapas, mas as realizou e as esgotou, com tudo agora estando preparado para o domínio da graça, quando o socialismo será construído no e pelo diálogo, na conscientização de que a chegada do socialismo é tão certa como é a chegada da velhice. (Adamir Gerson concluiu, mas não pode deixar sem esta pitada: Plekhanov representa a imanência e aqueles de mentalidade antropologal; e Lênin representa a intervenção transcendente, o arrebatamento das mãos humanas do fio condutor da História. Sem essa intervenção a História e os atores históricos se perdem).

(5) Os acontecimentos do Mensalão revelaram ser uma falácia a independência dos três poderes. Ao menos a independência do STF.

De modo que se tornou urgente rever essa questão. Dado o seu papel intrínseco, o STF ou qualquer outro órgão do Judiciário, não pode em hipótese alguma ter vínculo com o Executivo mesmo que seja ao nível de “sentimento”.

De modo que a questão do Mensalão mostrou à nação que os magistrados do STF não podem ser indicados pelo Presidente da República, mas tem de ser feito por escolha popular, a mesma que escolhe o Executivo e o Legislativo. Tem de ser por escolha popular porque qualquer órgão constituído seja ele qual for se não é ligado a qualquer instância de poder é ligado a interesse próprio. E o único que deva gozar de interesse próprio é a população.

Como? De que jeito? Uma Comissão encontrará o como e o de que jeito culminando em que o STF e todo o Judiciário tenham de prestar contas unicamente à população

(6)  É possível que muitos estejam dizendo: uma vez que vai se manifestar no Brasil um governo ligado ao Divino, mesmo que reduzido, ainda vamos conviver com a criminalidade e a corrupção? Sendo governo divino não é sua missão erradicar por completo a criminalidade e a corrupção? Afinal esta é uma certeza que se acha em todos os livros da Bíblia...

O Governo de Cristo está fadado a erradicar por completo a criminalidade e a corrupção. Reduzi-los ao patamar zero. Mas não será de imediato. São objetivos a serem alcançados a curto, médio e longo prazo.

Ademais, o Governo de Cristo se manifesta repetindo o nascimento do Cristianismo. O Cristianismo quando nasceu não se achava em estado puro, mas misturado e conservando aspectos do velho. Adamir Gerson está falando do Cristianismo conforme esteve em Pedro apóstolo. Depois, no advento de Paulo apóstolo, todo o seu vínculo com o judaísmo foi rompido e ele se manifestou em estado puro.

E essa fase de Pedro, em que aspectos do judaísmo se achavam presentes no novo corpo, foi necessária. Esse cristianismo mesclado ao judaísmo ou conservando partes dele era uma ponte necessária que ligava judeus às boas novas. Sem esses aspectos judaizantes, presentes no primeiro cristianismo, este não tinha como atrair e predispor o espírito judeu para as boas novas. Não tinha sob os pés terra firma no que se apoiar. No entanto o ser novo do cristianismo quando se achou com um bom número de seguidores e já se sustentando sobre as próprias pernas então se achou em condições de se lançar ao mundo o que se deu com o chamado novo dirigido a Paulo.

O advento do Governo de Cristo em um mundo permeado de perversidade deva ser comparado a um trabalho para limpar a sujeira da água. É trabalho que se dá por etapas, fazendo a água passar por vários filtros até que esteja totalmente limpa. Assim será o Governo de Cristo. Ele trabalhará para melhorar os índices, de forma permanente, cada vez mais, até que o Cristo fez morada absoluta em todos e em tudo. É este aquele momento de redenção absoluta que encontramos no livro do Apocalipse, ali, no capítulo 22.


Ora, é certo que surgirão vozes achando que nem tudo é cor de rosa. De modo que essas vozes dirão: Mas Cristovam Buarque e Joaquim Barbosa são isso é aquilo; defenderam isso e aquilo. Essas vozes serão esclarecidas que se o Governo de Cristo para nascer depender do perfeito ele não nasce nunca porque todos os homens são falhos, uns mais outros menos. Além do mais temos de estar atentos para não confundir pontos de vista diferente com o erro e o acerto. O que é verdadeiro para uns pode não ser para outros. Mas uma coisa é certa: Cristovam Buarque e Joaquim Barbosa, moralmente, eticamente, representam o que de melhor há não só entre as figuras públicas do Brasil, mas da terra inteira. Tanto um como outro não suporta os maus que numa possível gestão sua à frente do executivo brasileiro, estes maus terão de se comportar. Não tergiversam com o ilícito e não deixam escorregar pelo telhado. Portanto se acham preparados e aprovados para dar o pontapé inicial do Governo de Cristo Segundo a Graça sobre a terra. Acham-se preparados para trazer os injustos à prudência dos justos.

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