quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Adamir Gerson e o Ancião - Capítulo Primeiro

O ano é 1981. Fazia pouco tempo que Adamir Gerson tivera o seu encontro teofânico, ocasião em que Deus o tomou pela mão e o levou para a igreja Assembléia de Deus fazendo com que ele ficasse ali exatos nove meses. Isto foi em 1978 quando Deus, então naquele jovem de 25 anos, começou a revelar para os humanos por seu intermédio os segredos sagrados da Palavra de Deus, conforme se acha em Apocalipse 10.7. Em 79 e 80, depois de andar por várias denominações religiosas, e sempre observando o que diziam os ministros da Palavra de Deus, então no ano de 1981 Adamir Gerson foi levado ao ventre da igreja Congregação Cristã no Brasil para que ficasse ali os dezoito anos que Jesus passou em Nazaré até então ir para o Jordão para ser batizado. Os nove meses que ficou na Assembléia de Deus foram os nove meses que Jesus passou no ventre de Maria, mas os dezoitos anos que passou na Congregação Cristã no Brasil foram os dezoito anos que Jesus passou no ventre de Nazaré aprendendo de Deus os preceitos do Reino de Deus.

O ano é 1981 e então Adamir Gerson se batiza na Congregação Cristã no Brasil. Mal se levanta das águas o Deus que ali o levara então faz que ele se levante com a Palavra. Vai ensinar e preparar o seu profeta assim como a águia no ninho ensina e prepara o seu filhote. Deveras, um Ancião havia introduzido na Congregação uma doutrina estranha, e Deus levanta Adamir Gerson para repreendê-lo, pois muitos, que tem o Espírito Santo, dissera para o Ancião: o irmão pára com isto porque isto não é do agrado de Deus.

O Ancião pertencia a uma cidade grande, duzentos mil habitantes, mas Adamir Gerson estava numa cidade pequena, muito pequena, como Nazaré. E era ali que Deus ia lhe revelando os mistérios do Reino de Deus que a nenhum homem filho de homem o revelara. E a cidade pequena estava sob jurisdição do Ancião.

E aconteceu naquele ano de 81 quando o Ancião veio ao pequeno lugar, de posse de sua heresia, que na hora da Palavra Adamir Gerson se levantou, tomou sua bíblia, e seu dirigiu ao púlpito. Ao que o Ancião disse: só uma palavrinha: o irmão possui ministério? Ao que ele respondeu: não. Então o Ancião disse: então o irmão não pode ler a Palavra. Até que gostaria de ouvir o irmão, mas a irmandade não vai gostar, disse correndo a mão sobre a igreja. E quando ele disse isto então o Espírito de força da parte de Javé se tornou ativo nele, de modo que disse: Quem me chamou nesta graça foi o Senhor Jesus e ele disse que eu subisse com a Palavra. Portanto quem vai ler a Palavra nesta noite sou eu. Quando o Ancião viu que ele se tornara irredutível, então se afastou, todavia retirando do púlpito a Bíblia o deixando vazio. E Adamir Gerson fez a leitura da Palavra com a sua Bíblia, com o Ancião ficando de pé ao lado dele, colado nele cerca de trinta centímetros.

Ora, a Palavra que Deus colocara em sua boca fora Apocalipse 3.14, de modo que fez a leitura: E ao anjo da congregação em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas ações, que não és nem frio nem quente. Quisera eu que fosse frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és nem quente nem frio, vou vomitar-te da minha boca. Porque dizes: “Sou rico e adquiri riquezas, e não preciso de coisa alguma”, mas não sabes que és miserável, e coitado, e pobre, e cego, e nu, aconselho-te que compres de mim ouro refinado pelo fogo, para que fiques rico, e roupas exteriores brancas, para que fiques trajado e não se torne manifesta a vergonha da tua nudez, e ungüento para os olhos, para que vejas

“A todos aqueles pelos quais tenho afeição, eu repreendo e disciplino. Portanto, sê zeloso e arrepende-te. Eis que estou em pé à porta e estou batendo. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e tomarei a refeição noturna com ele e ele comigo. Aquele que vencer, concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com o meu Pai no seu trono. Quem tem ouvido ouça o que o espírito diz às congregações.

Após ter dito: Deus seja louvado, então pôs a exortar a Palavra.

E sucedeu, na metade da exortação, que o Ancião, que desde o início vinha arfando, então começou a gritar no seu ouvido e a dizer: o irmão pára! Pára que o tempo já venceu. E apontava com o indicador para o relógio na parede e dizia: eu não disse para o irmão parar que o tempo já venceu?

E perto do fim, então Adamir Gerson enfiou a mão no bolso do paletó e tirou uma moeda de dinheiro, a mais insignificante do país, que hoje deva ser dez centavos, e a exibia para a irmandade e dizia, na força que só os profetas têm: se tiverem fé e não duvidar, com esta moedinha, que é a mais insignificante do país, construir-se-á o mais majestoso dos templos. E após dizer, Deus seja louvado, então sentou no banco.

E o Ancião, ocupando o púlpito, assim disse: irmãos: hoje estou convencido de que realmente somos servos de Deus. Se não fossemos servos de Deus teríamos posto este irmão para fora do púlpito a pontapé. Vejam, até em fundo de calça ele falou. Que palavra torpe para ser pronunciada num lugar santo como este. E prosseguiu, dizendo: “Ele é um louco, um débil mental, que aproveitou a nossa bondade e disse o que disse. Eu não vou aceitar a Palavra. A palavra até que é uma Palavra bonita, mas em parte alguma dela se acha escrito a palavra “lista”. Se não bastasse, ele prosseguiu dizendo, apontando com o indicador para Adamir Gerson sentado no banco: esse irmão é um mentiroso: ele disse que eu uso lista e ando obrigando a irmandade a dar coleta. Ele é um mentiroso! Eu nunca obriguei ninguém a dar dinheiro na Congregação. A irmandade que dá dinheiro é porque é tocado pelo Espírito Santo.

E sucedeu, no final do culto, que o Ancião colocou uma mesinha na frente e nela se sentou irmãos que andavam com ele, o músico Davi, o Diácono Zé Antônio e outro. Então disse o Ancião: Irmãos, quando eu estava vindo para cá então na estrada Deus me apareceu e disse que aqui neste lugar era para eu fazer diferente. E vou fazer diferente. Os irmãos venham à frente, na mesinha, onde estão estes irmãos, e cada um diz a quantia de dinheiro que vai se comprometer. Não precisa dar o nome, somente a quantia em dinheiro. E após se formar uma fila de irmãos, então todos foram à frente, na mesinha, e diziam que quantia em dinheiro iam se comprometer. E os irmãos que estavam na mesinha então marcavam a quantia. E sucedeu que quando todos estavam subindo para ditar a quantia que iriam se comprometer então Adamir Gerson também subiu com a sua moedinha, e pode ver que na lista tinha um espaço reservado justamente para a irmandade dar o nome. E Adamir Gerson mandou anotar na lista a quantia da moedinha; e a deixou em cima da mesinha. (Mais tarde, doze anos depois, Adamir Gerson soube que no dia o Ancião, quando foi contar o que tinha entrado, tomou a moedinha e a pinchou fora, dizendo: tira essa coisa do diabo daqui!) (Deus no caminho lhe disse que no lugar não era para marcar nomes, somente a quantia? E porque nos outros lugares por onde andou a irmandade tinha de escrever o nome na folha de papel que eles carregavam juntamente com a quantia? Porque somente no lugar onde estava Adamir Gerson Deus “mudou a ação”?).

Bem, a verdade é que quando o culto terminou então o Ancião reuniu os que ficaram por ali e lhes disse: Irmãos: vamos fazer o possível para que o acontecido nesta noite fique somente entre nós. Que ninguém nunca venha saber do ocorrido aqui nesta noite, mas que fique somente entre nós. (Adamir Gerson ouviu isto dos irmãos, pois assim que o culto terminou foi na frente e saudou com ósculo santo ao Ancião e aos demais irmãos e foi para sua casa. E no outro dia quando ouvia isto, então uma irmã ao lado disse: será que ele esconde de Deus?).

O que sucede é que depois deste dia o Ancião foi arrebanhar um batalhão e passou a trazê-los ao lugar, de modo que na hora da Palavra eles diziam: Mas Satanás que está entrincheirado no nosso meio Deus vai arrancar para fora.

E houve mesmo um que disse, o Diácono Zé Antônio, quando exortava a Palavra: irmãos, aqui não é lugar de ovelha? E apontando com o dedo para Adamir Gerson, dizia: e o que é que esse cabrito está fazendo no meio delas?

E liam a Palavra e a exortavam e eram sempre assim. E iam embora. Mas no culto seguinte quem subia com a Palavra era Adamir Gerson. De modo que era testa com testa, boca com boca.

E houve neste ano de 81 um episódio que é digno de nota. Por ocasião da Santa Ceia, e era a primeira que Adamir Gerson participava, então na hora quando o Cooperador local foi distribuir a Santa Ceia que ele deu para o primeiro irmão que estava ajoelhado, para o segundo, e quando chegou a vez do terceiro, Adamir Gerson, então o Cooperador pulou ele e foi dar a Santa Ceia para o saudoso irmão Ped’abeia. Mas o irmão Ped’abeia não abria a boca. De modo que o Cooperador dizia: irmão abre a boca para receber a Santa Ceia. E ele permanecia com a boca cerrada, apenas fazendo gesto com a cabeça, como dizendo: mas o irmão se esqueceu do irmão do lado. Não obstante o Cooperador prosseguia, dizendo: irmão Ped’abeia, abre a boca. E o Ancião, que a tudo assistia, começou a olhar de rabo de olho. Foi então que o Cooperador começou a olhar para o Ancião e o Ancião para o Cooperador. Então o Cooperador voltou para Adamir Gerson e colocou na sua boca a Santa Ceia. Foi então que o irmão Ped’abeia abriu a boca para receber a Santa Ceia.

E perto do fim do ano então Deus fez que ele subisse com Ezequiel 3. E ele subiu com Ezequiel 3 e fez a sua leitura, até o versículo 12. E exatamente uma semana depois Adamir Gerson subiu novamente com a Palavra, e subiu com o mesmo Ezequiel 3, agora a partir do versículo 16 até o versículo 27.

E sucedeu, depois das duas leituras de Ezequiel 3, então no final do ano que Adamir Gerson ouviu do seu Deus que iria subir pela última vez com a Palavra. E neste dia ele fez a leitura de três Escrituras diferente. Fazia a leitura duma Escritura e pedia para a irmandade abrir em outro lugar, e depois em outro. Ora, neste dia, porque na leitura de Ezequiel o clima ficara muito quente, então os Cooperadores da vizinhança vieram todos. Pois bem, se quando pediu para a irmandade abrir a Bíblia em três lugares diferentes isto deixou impaciente ao Cooperador que atendia ao culto, de todos eles o mais exaltado (não o do lugar, mas da vizinhança) o que sucede é que quando começou a exortar a Palavra então o Cooperador disse: Pode parar! E pediu para a irmandade que se levantasse e tomasse seus hinários, e começaram a cantar um hino. E Adamir Gerson quando viu que não podia continuar então parou com a exortação e ficou esperando a irmandade acabar de cantar o hino. E quando acabaram de cantar o hino então ele retomou a exortação. E como o clímax era impossível de continuar, Adamir Gerson recebeu ordem de seu Deus para que encerrasse a exortação das Palavras, todavia pondo em sua boca uma exortação que de modo algum lhe dera quando o instruíra. De modo que encerrando a exortação pregou sobre o dia do sábado, como um dia de respeito e de se reverenciar a Deus, dizendo: a alma que pecar, esta morrerá. E encerrou a exortação das Palavras, dizendo: Deus seja louvado.

E quando sentou então o Cooperador disse para a irmandade que ninguém podia ir embora sem a Palavra. E pediu para que todos abrissem as suas Bíblias e fez a leitura de uma Palavra e a exortou.

E foi a última vez que Adamir Gerson levantou com a Palavra. Todavia continuou no meio deles, indo e vindo, apenas que participava dos cânticos. E doze anos depois o mesmo espírito que estivera no Ancião no ano de 81 voltou novamente a se manifestar nele, e neste ano de 93 tudo voltou a se repetir, o que já é outro capítulo.

E vale acrescentar que neste último dia em que leu a Palavra, no ano de 81, no culto seguinte o mesmo Cooperador que pedira para a irmandade se levantar e cantar um cântico subiu com a Palavra. Subiu com Malaquias 4, como segue: “Pois, eis que vem o dia que arde como fornalha, e todos os presunçosos e todos os que praticam a iniqüidade terão de tornar-se como restolho. E o dia que virá certamente os devorará”, disse Javé dos exércitos, “de modo que não lhes deixará nem raiz nem galho. E para vós os que temeis o meu nome há de brilhar o sol da justiça, com cura nas suas asas; e vós realmente saireis e escarvareis o solo como os bezerros cevados.”

“E vós haveis de pisotear os iníquos, pois tornar-se-ão como poeira sob a sola de vossos pés no dia em que eu agir”, disse Javé dos exércitos.

“Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe ordenei em Horebe concernente a todo o Israel, sim, regulamentos e decisões judiciais.

“Eis que vos envio Elias, o profeta, antes de chegar o grande e atemorizante dia de Javé. E ele terá de voltar o coração dos filhos para os pais e o coração dos pais para os filhos; para que eu não venha e realmente golpeie a terra, devotando-a à destruição”.

Se na exortação da Palavra ele procurou desqualificar a exortação do culto anterior, em que Adamir Gerson o encerrou falando sobre a guarda do dia do sábado, pouco importa. O que importa é a Palavra que Deus colocou na sua boca: Lembrai-vos da lei de Moisés...

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