sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Novo Tempo - A Grande Caminhada


E lá vem. E na frente de todos eis que aparecem jovens empurrando uma grande roda e nela os dizeres: 2012: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA. No centro da grande roda, o número 2012, e em cima, circundando, os dizeres: O ANO DOS MANSOS QUE JESUS DISSE HERDARIA A TERRA E A GOVERNARIA, e embaixo, completando o círculo, os dizeres, OS TRABALHADORES

E atrás seguem jovens em cima de uma caminhonete que veio do Pontal do Paranapanema levando três estandartes, os estandartes de Paulo e de Marx ladeando o estandarte de Jesus Cristo.

E quando a camionete passa levando os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de Marx eis que logo atrás vêm jovens empurrando um carrinho; e em cima do carrinho um livro aberto com os dizeres, deste lado: EDUCAÇÃO, e do outro lado, EVANGELHO. E os jovens que empurram o carrinho são deste lado, um jovem evangélico, e daquele lado, um jovem católico, mas no meio deles um jovem socialista, com os três jovens seguindo pelas avenidas de Presidente Prudente empurrando o carrinho.

E quando os jovens passam empurrando o carrinho, eis que atrás deles vem um carro alegórico ocupando bom espaço da rua. E ao fundo se levanta uma grande réplica de Jerusalém se expandindo a partir do Muro das Lamentações. E deste lado de cá aparece em grande destaque a Mesquita de Omar com o ouro que cobre seu domo sendo visto em todo seu resplendor, beleza e grandeza sempiternos. E do lado de lá, em grande destaque, aparece a Sinagoga de Ramban. E entre a Mesquita de Omar com o Domo da Rocha prendendo as atenções e a Sinagoga de Ramban aparece, então, em grande destaque, a Basílica do Santo Sepulcro. Mesquita, Basílica e Sinagoga uma ao lado da outra. E no alto, encimando, em forma de arco que cobre toda a extensão, eis que se lê a inscrição: O TERCEIRO TEMPLO RECONSTRUÍDO. E em cima do carro alegórico seguem crianças palestinas, judias e cristãs em suas respectivas indumentárias, conversando entre si e cantando cânticos tradicionais e pertinentes, cristãos, palestinos e judeus. Todas cantam o mesmo cântico. E o maestro está junto a elas, as ajudando na harmonia de sua síntese.

E o carro alegórico, em toda a sua riqueza, segue pelas avenidas de Presidente Prudente, e eis que na sua frente segue três jovens montados cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte que segue pelas avenidas da cidade girando em suas mãos. E o jovem do lado de cá, em indumentária palestina, e com o dorso do cavalo coberto do vermelho, do vermelho cetim, leva ao ombro um grande estandarte que girando em suas mãos então faz aparecer dum lado a figura de Esaú, mas do outro lado a figura de Yasser Arafat. Quanto ao jovem que vai do lado de lá, em indumentária hebraica, e com o dorso do cavalo coberto do branco, do branco cetim, ora, quando gira o estandarte em suas mãos eis que de um lado aparece a figura de Jacó, mas no outro lado a figura de Yitzhac Rabin. E os dois jovens, palestino e judeu, seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando um jovem cristão que segue pelas suas avenidas levando ao ombro um grande estandarte, que quando gira em suas mãos então dum lado aparece a figura de Isaque, mas do outro lado a figura de Jesus. E o dorso deste cavalo está coberto do rosa, do rosa cetim.

E o que sucede é que quando passa pelas suas avenidas a camionete que veio de Estrela do Norte trazendo os estandartes de Paulo, e de Jesus, e de Marx; passa os três jovens empurrando o carrinho que leva em cima um livro aberto com os dizeres EDUCAÇÃO e EVANGELHO, sim, o que sucede é que assim que acaba de passar o caminhão alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs, então a multidão que os presenciara não se contém e exclama: Vede! É a Arca do Pacto! Do Pacto novo que Deus selou com seu filho Jesus! Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? Ó Glória... Já não seremos mais explorados; nem material e nem espiritual, mas o Cordeiro que está no meio do trono nos pastoreará e nos guiará para as fontes de águas da vida. E ele enxugará de nossos olhos toda lágrima, e não teremos mais fome, e nem sede, e nem sol ou calor abrasador cairão mais sobre nós. Ô Glóóóóóóória!!!

E o grande exército de Deus, sim, há um povo numeroso e poderoso; semelhante a ele não se fez existir nenhum, desde o passado indefinido, e depois dele não haverá mais nenhum até os anos de geração após geração. Adiante dele um fogo devora e atrás dele uma chama consome. Adiante dele a terra está como o jardim do Éden; mas atrás dele é um deserto desolado, e também se mostrou que dela nada escapa.  Sua aparência é como a aparência de cavalos e correm como corcéis.  Saltitam como que com o ruído de carros nos cumes dos montes, como que com o ruído dum fogo chamejante que devora o restolho. É como um povo forte, posto em ordem de batalha. Por causa dele, povos terão dores agudas. Quanto a todas as faces, certamente ficarão coradas de excitação.  Correm como homens poderosos. Sobem a muralha como homens de guerra. E vão, cada um, nos seus próprios caminhos e não trocam de veredas. E não empurram um ao outro. Prosseguem andando assim como o varão vigoroso no seu rumo; e se alguns caírem mesmo entre os projéteis, os outros não interrompem o avanço. Investem para dentro da cidade. Correm sobre a muralha. Sobem às casas. Entram pelas janelas como o ladrão. Diante dele a terra ficou agitada, os céus tremeram.  Mesmo o sol e a lua ficaram escuros e as próprias estrelas recolheram a sua claridade. E o próprio Javé certamente fará ouvir a sua voz perante a sua força militar, pois o seu acampamento é muito numeroso. Pois, aquele que cumpre a sua palavra é forte; porque o dia de Javé é grande e muito atemorizante, e quem poderá resistir nele? Sim, e o grande exército de Deus, que o profeta Joel viu saindo para a sua ação, em toda a terra, partindo de um lugar, segue pelas avenidas de Presidente Prudente arrebatando e extasiando a grande multidão. Que bate no peito e diz: eu militarei nele! Serei um dos seus soldados valorosos, investindo para dentro da cidade, correndo sobre a muralha, subindo às casas, e entrando pelas janelas como o ladrão.

E o que sucede é que quando a multidão acaba de exclamar: Ô Glóóóóóóória!!! E passa o carro alegórico levando em cima crianças judias, palestinas e cristãs então a multidão vê passar em seguida novo quadro que é mais uma jóia na coroa do Senhor. E eis que vêm quatro jovens carregando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um estandarte, mas, atrás, guardando distância de seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três estandartes um ao lado do outro. E os três estandartes que segue atrás, seis passos atrás, ora, deste lado de cá segue o grande estandarte de Madre Tereza de Calcutá, no ombro de uma jovem, e do lado de lá o grande estandarte de Chiara Lubich. Mas entre as duas jovens que levam ao ombro os estandartes de Madre Tereza de Calcutá e de Chiara Lubich eis que segue uma jovem levando ao ombro o grande estandarte de Zilda Arns. E as três jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente guardando distância de seis passos, da jovem que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Dorothy Stang.

E quando essa jóia da coroa régia do Senhor passa pelas suas avenidas eis que a multidão vê passar nova jóia da coroa do Senhor. E eis quatro jovens levando ao ombro quatro grandes estandartes. Na frente segue um jovem levando ao ombro seu grande estandarte, e atrás dele, guardando distância de seis passos – que foram os seis passos que o rei Davi deu quando fazia a arca do Pacto subir da casa de Obede-Edom para cima a Jerusalém, e com gritos de alegria, e com toque de buzina, e com cânticos, e com dança – segue três jovens levando ao ombro seu grande estandarte. Um ao lado do outro. E eis que deste lado segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu, e do lado de lá segue um jovem levando ao ombro o grande estandarte de Nelson Mandela. E os dois grandes estandartes seguem pelas avenidas de Presidente Prudente ladeando o grande estandarte de Martin Luther King, que segue pelas suas avenidas nos ombros de um jovem batista negro. E os três jovens, levando os estandartes do Bispo Desmond Tutu, e de Martin Luther King, e de Nelson Mandela, seguem pelas avenidas de Presidente Prudente guardando a distância de seis passos do jovem que vai à frente levando ao ombro o grande estandarte de Mahtma Gandhi.

E quando passarem os jovens levando ao ombro o grande estandarte do Bispo Desmond Tutu, e de Nelson Mandela, e de Martin Luther King, e de Mahatma Gandhi, eis que a multidão vê agora passar aos seus olhos dois jovens montados cada qual em um cavalo branco. E levam ao ombro um grande estandarte. E os estandartes seguem girando em suas mãos. E o que sucede é que quando o jovem do lado de cá passa pelas avenidas de Presidente Prudente girando o seu estandarte então em um lado a multidão vê o rosto de João XXIII, mas no outro lado vê o rosto de John Wesley, com os rostos de João XXIII e de John Wesley intermitentemente se manifestando aos seus olhos. E quando o jovem do lado de lá gira o estandarte em sua mão então a multidão vê de um lado o rosto de Che Guevara, mas no outro lado vê o rosto de Francisco de Assis. E os rostos de João XXIII e de John Wesley, e de Che Guevara e de Francisco de Assis se mostram intermitentemente aos olhos de toda a multidão, como se fossem a sua noite e o seu dia.

E quando passarem os jovens montados em seus cavalos brancos, levando ao ombro os dois grandes estandartes que seguem pelas avenidas de Presidente Prudente girando em suas mãos, e fazendo alternar aos olhos da multidão João XXIII e John Wesley, Che Guevara e Francisco de Assis, eis que a multidão vê passar atrás deles dezenas e dezenas de jovens que levam ao ombro os estandartes daqueles que João viu por debaixo do altar clamando vingança pelo seu sangue derramado (9). E eis que são dezenas e dezenas de jovens levando ao ombro os estandartes daqueles cristãos que sofreram martírio nas mãos de Roma pagã. E o seu número é incontável, sendo incontável o número dos seus estandartes, pois, deveras, cada estandarte leva o nome de um daqueles mártires que na defesa de sua fé sofreu horrores à mão de homens violentos e de feras famintas. E na frente de todos eles seguem três jovens levando em suas mãos ramalhetes com rosas brancas.

E as dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente levando ao ombro os seus estandartes. E eis que a multidão vê entre seus estandartes os estandartes dos apóstolos de Jesus que foram martirizados. Todos eles estão ali nos ombros dos jovens para receberam a coroa de glória que um dia foi-lhes prometido. Todos eles estão ali, desde Estevam ao último dos apóstolos martirizado, André. E entre eles, no meio deles, dezenas e dezenas de jovens carregam ao ombro o estandarte de um cristão que teve a sua vida ceifada por não permitir que valores éticos e morais fossem subjugados por valores de duvidosa qualidade, que tinham o poder de satisfazer o ego e a voracidade do corpo, jamais o espírito.

É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos mártires do cristianismo que desfilam pelas avenidas de Presidente Prudente. De modo que se podem ver no meio deles, entre os estandartes dos apóstolos de Jesus, eis os estandartes de Policarpo, e de Bárbara de Nicomédia, e de Anastácio de Sirmiuns, e de Demétrio Tessalonico, e de Perpétua e de Felicidade, e de Inês, e de Agatonice, e de Sinforosa, e de Justino, e de Teodoro de Heracléia, e de Catarina de Alexandria, e de Cristina de Bolsene, e de Irene, e de Clemêncio, e de Flávia Domitila, e de Blandina, e de Inácio, e de Leônidas, e de Pantaleão de Nicomédia, e de Teodósia, e de Procópio de Citópolis. A verdade é que se para cada mártir cristão houvesse um representante em Presidente Prudente com certeza todas as suas ruas seriam insuficientes para abrigar o seu número, tão grande foi o número dos mártires que morreram na defesa da fé cristã.

E o que sucede é que quando passarem os três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas brancas, e sendo seguido por uma multidão incalculável de jovens levando ao ombro o estandarte de um cristão martirizado sob o domínio de Roma pagã, eis que agora multidão vê passar diante dos seus olhos os estandartes daqueles que João viu completando o número dos mártires cristãos, e que foram chamados por ele de co-escravos e de co-irmãos, que iriam ser mortos como foram aqueles que debaixo do altar clamavam vingança pelo seu sangue (10).

E diante dos olhos da multidão agora passa os estandartes dos mártires do socialismo. É incontável o seu número. É incontável o número dos estandartes dos mártires do socialismo que passam perante os olhos da multidão. Desde os mártires que morreram lutando na Comuna de Paris, passando pelos mártires de Chicago, e pelo martírio do casal Rosemberg em Nova Yorque, e pelo martírio de Che Guevara na Bolívia, até chegar no martírio de Dorothy Stang no Brasil, é incontável o número dos mártires pelo socialismo, que sofreram todo tipo de violência desde ser afogado na água até ser amarrado pelos pés e ser arrastado pelas ruas da cidade por automóveis conduzidos por homens enfurecidos.

E dezenas e dezenas de jovens seguem pelas avenidas de Presidente Prudente levando ao ombro os estandartes dos mártires pelo socialismo, cujo número foi tão grande como foi o número dos mártires pelo cristianismo. E na frente deles seguem três jovens levando nos braços ramalhetes com rosas vermelhas.

E eis que a multidão nas avenidas de Presidente Prudente vê agora passar os mártires pelo socialismo, que necessário se fez morrer para que se completasse o número dos seus co-escravos e co-irmãos que foram mortos sob Romã pagã e eles então fossem vingados. Eis que a multidão vê jovens levando ao ombro os estandartes de Stuart Angel, e de Carlos Mariguela, e de Alexandre Vanucci Lemes, e de Vladimir Herzog, e de Manuel Fiel Filho, e de Santo Dias, e de Chico Mendes, e de Olga Benário, e de João Bosco Penido, e de Pe. Ezequiel Ramin, e de Dom Oscar Romero, e de Pe. Josimo Tavares, e de Frei Tito, e de Ranúsia Alves Rodrigues, e de Manoel Lisboa, e de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, e de Carlos Lamarca e de Iara Yavelberg. Se todas as ruas de Presidente Prudente são pequenas demais para abrigar os estandartes dos mártires cristãos são também pequenas para abrigar os estandartes dos mártires pelo socialismo. Milhões foram mortos pela causa do cristianismo, e milhões foram mortos pela causa do socialismo, todavia era no martírio dos seus milhões que um novo mundo estava sendo forjado.

E quando passarem os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires pela causa do cristianismo e passar os jovens levando ao ombro os estandartes dos mártires pela causa do socialismo, eis que atrás deles, logo atrás, seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes religiões monoteístas.

E atrás deles seguem jovens levando ao ombro os estandartes das grandes doutrinas espiritualidades, dedicadas à caridade e a minorar o sofrimento daqueles que não tem a quem clamar, tanto as que estão no oriente como as que estão no ocidente.

E atrás dos jovens levando os estandartes das religiões monoteístas e das doutrinas espiritualistas eis que seguem jovens levando em seus ombros os estandartes de todas as denominações religiosas, quer as pertencentes ao campo evangélico quer as pertencentes ao campo católico. Todas elas, nas suas centenas, que sentiram em seus seres que realmente os seus corpos foram mergulhados nas águas do Mar Vermelho espiritual e que agora chegou o tempo de mergulhá-los nas águas do Jordão espiritual indo diretamente para ocupar as moradas eternas que o Cristo da cruz um dia disse iria as preparar para os seus.

E atrás dos jovens levando em seus ombros os estandartes de suas respectivas denominações religiosas eis que seguem os povos da floresta, as suas inúmeras tribos, todas elas nas suas mais ricas indumentárias. E seguem pelas avenidas de Presidente Prudente com os seus chocalhos e as suas danças e os seus cânticos.

E atrás dos povos da floresta então segue o caminhão levando os homens e mulheres, que por terem se dedicado ao serviço com os pobres, por terem lutado para arrebatar os pobres da mão do opressor, que sem medo enfrentaram as forças das trevas e do terror, sim, seguem os homens e mulheres que neste dia, quando estiverem no grande palanque armado ali no Parque do Povo visto em sonho pela jovem Joseane, hão de ouvir: Vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu Pai. Herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei com fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes.

E o que sucede é que quando a multidão entrar no Parque do Povo e após discursos, então chegará o momento da simbólica chuva de rosas, uma justa homenagem que será prestada a todos aqueles que lutaram e foram martirizados tanto pelo cristianismo como pelo socialismo. E aqueles três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo cristianismo então lançarão ao alto os  ramalhetes de rosas brancas em suas mãos numa justa homenagem a todos os mártires do cristianismo. E quando  subirem e descerem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo então dedos femininos começarão a retirar das cordas do violino o som divino do hino MAIS ALVO QUE A NEVE. E a multidão, na alegria do espírito, canta MAIS ALVO QUE A NEVE. Em seguida será a vez dos três jovens que seguiram na frente dos estandartes dos mártires pelo socialismo lançarem ao alto os seus ramalhetes com rosas vermelhas numa justa homenagem aos mártires do socialismo. E quando subirem e descerem ao olhar de todo o povo então dedos masculinos começarão a retirar do violino o som da música Vermelho, que o Brasil inteiro cantou com Fafá de Belém.

E sucederá que quando todos no Parque do Povo acabar de cantar Vermelho, então os seis jovens se abaixarão e apanharão os seus ramalhetes. E juntos os lançarão ao alto, os ramalhetes com rosas brancas e os ramalhetes com rosas vermelhas, numa justa homenagem aos mártires do cristianismo e aos mártires do socialismo. E enquanto sobem e descem ao olhar de todo o povo no Parque do Povo, então os dedos femininos e masculinos começarão a retirar do violino o som divino da música Rosa de Sarom com todos no Parque do Povo cantando: Uma cortina se abriu e surgiu / Um cavalo e mil cavaleiros / Brancos, vermelhos armados, armados / Do riso inocente que faz despertar / Pisando firmes na terra / Abrindo seu ventre fazendo brotar / Uma canção que só fala de amor / Que só diz que a vida já vai começar / Do trigo somos a sua brancura / E da videira o seu vermelhão / O branco da paz, o vermelho da vida / Somos a rosa – a Rosa de Sarom

E enquanto dedos masculinos e femininos retiram do violino o som divino da música Rosa de Sarom (11), ao seu som, então chegou o grande momento de todos no Parque do Povo participar da Ceia Nova, da Ceia especial, que Jesus, por ocasião da última ceia (12), disse só voltaria a participar dela quando aparecesse nova, no reino de seu Pai, junto com seus discípulos.

E todos no Parque do Povo levam à boca um pedaço de pão e um cálice de vinho, com o pão e o vinho tendo um novo sentido em suas vidas, não mais apenas lembrar-se do sacrifício de Jesus na cruz, mas saber que no seu sacrifício estava a redenção completa do ser humano, tanto a redenção espiritual que trás igualdade espiritual como a redenção material que trás a igualdade material. Igualdade espiritual e igualdade material que Ele cuidou em construir no devir histórico, primeiro com Paulo, e depois, quando a História no seu movimento real saiu do tempo teológico-espiritualista e entrou no tempo antropológico-materialista, seguindo a curvatura da história e que se deu com e a partir do Renascimento, ora, então na plenitude dos tempos materiais ele cuidou em construir a sua redenção material com o judeu Marx.

E a multidão no Parque do Povo participa da Ceia Nova de Jesus, que se manifesta em conexão com o seu novo nome (13). E o perfume universal da sua paz e da sua justiça sobe do chão do Parque do Povo e é levado pelo vento para os quatro cantos da terra, a fazer morada e a fincar raízes em todos os corações e em todas as mentes.

E a multidão se despede do Parque do Povo cantando a música do Geraldo Vandré PRA DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES. Voltam para as suas casas com a certeza de que a Semente terá de ser semeada em todos os corações, em todas as mentes, na sua casa, na sua vizinhança, no seu bairro, na sua cidade, no seu estado, na sua nação, no seu continente, na terra inteira, pois, deveras, é esta a Semente que o profeta Daniel viu sendo arrancada do monte, sem o auxílio de mãos, e feriu a estátua a esmiuçando, e se espalhando para a terra inteira e a enchendo como a um só monte (14).

21 de Dezembro de 2012

Suponhamos que tudo o que foi exposto virá ser mesmo uma realidade, e aqueles que se tornaram líderes para o seu acontecimento decidiram pela data de 23 de dezembro do ano de 2012, ora, como Deus é aquele que toda vez que vai fazer sua obra nova recapitula os passos anteriores, Jesus voltando do Egito para Israel recapitulou os passos que Moisés deu na sua volta de Midiã para o Egito, com a diferença de que Jesus recapitulou Moisés na forma, não, porém, no conteúdo; o conteúdo de Jesus foi outro, não voltou para tomar o lado dos judeus contra os romanos, como teria feito Moisés, mas para onde Moisés parou dar um novo salto de qualidade, no lugar da libertação particular eis agora a libertação universal, não deste daquele, mas de todos do pecado que estava presente na vida de todos, corroendo e corrompendo a todos, ora, caso tudo isto venha realmente a acontecer, então tão grande acontecimento seria precedido de um acontecimento recapitulador dos passos dados por Deus.

Ou seja, que três dias antes seria realizado um ato no Pontal do Paranapanema, recapitulador dos grandes momentos que então prepararam o caminho para o advento do domínio divino. Para o seu domínio de modo explícito.

Suponhamos que os líderes decidiram para a manhã de domingo do dia 23 de dezembro do ano de 2012. Ora, sendo assim, então três dias antes a militância se reunirá no Pontal do Paranapanema para o ato recapitulador.

Assim: dia 21 de dezembro do ano de 2012 então o seu ato seria realizado no Assentamento Che Guevara, nesta cidade de Mirante do Paranapanema; dia 22 um segundo ato seria realizado na cidade de Sandovalina, no Assentamento Dom Tomás Balduíno; e a tarde deste mesmo dia então a militância rumaria para Estrela do Norte. E ficaria ali toda a noite. E de manhã, bem cedinho, então toda a militância rumaria para Presidente Prudente a fim de tomar lugar na grande caminhada.

Ora, o ato deste dia 21 de dezembro de 2012, no Assentamento Che Guevara, será todo dedicado ao Marxismo e à Revolução. De modo que neste dia oradores se revezarão para falar sobre as suas grandes giestas, que certamente serão precedidas de sua gênese mais remota, o comunismo que os escravos hebreus experienciaram no deserto, passando pela rebelião dos escravos liderados por Espártaco, pelo comunismo dos cristãos primitivos, pela Cidade do Sol de Campanella, pelas cidades industriais de Robert Owen, pelo falenstério de Charles Fourier, pelo kibutzin israelense, até chegar à sua forma quiçá acabada, o socialismo real, fruto da teoria científica elaborado por Marx e Engels no século XIX.

No dia seguinte, 22 de dezembro do ano de 2012, bem cedo então todos rumarão para o Assentamento Dom Tomás Balduino, em Sandovalina, cerca de trinta e três quilômetros dali. E este dia será todo dedicado ao cristianismo, de modo que oradores se revezarão para falar sobre as suas grandes giestas, certamente que principiando por Abraão, passando pelo Abraão maior que deixou a casa de seu Pai no céu e veio para a Terra, lugar do reino dos céus, até chegar à moderna luta da Teologia da Libertação.

À tarde, neste mesmo dia, indo pela estrada de terra onde no ano de 97 Adamir Gerson fez uma caminhada sozinho e à pé, levando em uma mão uma sacola com as suas roupas e na outra a sua máquina de datilografar, e que usou para chamar os convidados, que não vieram – e a caminhada ele começou a fazer assim que os ossos de Che Guevara foram descobertos e desenterrados em Vallegrande e levados para o seu Mausoléu em Santa Clara. No momento em que os dentes da escavadeira tocaram os ossos de Che Guevara então o Espírito começou a pousar nele e a revelar coisas inefáveis sobre Che Guevara – ora, na tarde deste mesmo dia então todos rumarão para Estrela do Norte onde ali os espera três estandartes sustentados em três bases. E na base de cá, onde ao seu pé se acha a inscrição VIDEIRA, eis que ela sustenta o estandarte de Paulo. E na base de lá, onde ao seu pé se acha a inscrição FIGUEIRA, eis que ela sustenta o estandarte de Marx. E na base do meio, onde ao seu pé se acha a inscrição ROSA DE SAROM, eis que ela sustenta o estandarte de Jesus. E passam a noite em Estrela do Norte. De manhã, quando o primeiro galo cantar, então se levantarão e apanharão os três estandartes e os colocarão em cima de um veículo e tomarão o rumo de Presidente Prudente a fim de participar do grande acontecimento.

Mas, supondo que os organizadores decidiram pela data do 30 de dezembro de 2012 para a grande caminhada e não a data de 23 de dezembro deste ano de 2012, ora, sendo assim os atos recapituladores no Pontal do Paranapanema devam sim continuar a data do dia 21 de dezembro como o seu início. Apenas que a militância ficaria três dias no Assentamento Che Guevara, três dias no Assentamento Dom Tomás Balduino e três dias em Estrela do Norte, na tarde do dia 29 do mês de dezembro do ano de 2012, ou mesmo na manhã primeira do dia 30 do mês de dezembro do ano de 2012 então a militância, apanhando em suas mãos os três grandes estandartes, rumaria para Presidente Prudente onde as multidões aguardam-nos.

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