Os Hipócritas e Contradizentes

Os hipócritas e contradizentes sendo postos a nu

Na comuna do Orkut Karl Marx – Brasil Raskolnikov Rodia transcreveu uma postagem dizendo que o método de Paulo Freire tinha sido desvirtuado. Disse Rodia que em Paulo Freire um projeto de Educação para funcionar necessita de uma equipe para gerar os termos chaves da alfabetização. E estes termos chaves partem do pressuposto que é preciso conhecer a realidade do aluno para que se possa PARTIR de seu universo simbólico. E segundo Raskolnikov Rodia isso envolve pesquisa para saber que universo é esse.

E chama à atenção que Ralkolnikov Rodia fala de uma “esquerda burra” que não sabe que a realidade do aluno é ponto de PARTIDA e não o de chegada.

Porque Adamir Gerson deu a este título o nome de Hipócritas e Contradizentes? Porque Adamir Gerson faz um trabalho realmente segundo esta prescrição de Paulo Freire. E tendo feito postagem nesta mesma coluna Karl Marx – Brasil este Rodia foi dos primeiros que se levantou contra ridicularizando o trabalho. Ora, Adamir Gerson dizia nos seus escritos que a revolução para ser feita tem de partir da cultura do povo. Tem de partir da realidade das massas, do seu universo simbólico. E uma vez que a cultura das massas é unicamente religiosa, fora desta cultura a massas é peixe fora d’agua, então Adamir Gerson dizia ser necessária a revolução se comunicar com as massas neste seu universo simbólico. E este Rodia, ridicularizando, no alto de sua sabedoria, dizia que cabe à revolução desmascarar e acabar com toda e qualquer religião. É um empecilho ao aprendizado revolucionário. Impede a emancipação das massas.

E, sendo coerente com Paulo Freire, então Rodia dizia na sua postagem que é preciso forçar os alunos a problematizar. Certo, e como as massas irão problematizar se estão impedidas de partir do seu universo simbólico? Como irão problematizar se foi cortada a sua língua?

E Rodia conclui a sua postagem dizendo que é fundamental em Paulo Freire a afetividade. Ora, afetividade é o que esta “esquerda burra”, como ele mesmo chamou e faz parte dela, não tem. A afetividade que eles têm para as massas religiosas é se dirigir a elas e as chamar de atrasadas, estúpidas, ignorantes.

É por isso que Adamir Gerson diz que existem apenas duas esquerdas: a esquerda celestial e a esquerda que Rodia chama de “burra”. Se esforcem para caminhar na estrada da esquerda celestial e certamente a revolução virá ser uma realidade. Na esquerda celestial se pensa, se tem cérebro, ao passo que na esquerda “burra” apenas se repetem chavões revolucionários, levando a sua militância a gritantes contradições, como esta de Rodia, pois vive do passado e não do presente revolucionário.