A Árvore do Sonho de Nabucodonozor
Relata o livro do profeta Daniel um sonho tido pelo rei Nabucodonozor. O rei, depois de chamar os sacerdotes-magos e os conjuradores que havia no império, bem como os astrólogos, para que dessem uma interpretação, finalmente fez entrar até si a Daniel. E relatou a Daniel o sonho que tivera.
E eis que havia uma árvore no meio da terra, sendo enorme a sua altura. A árvore tornou-se grande e ficou forte, e a própria altura dela por fim atingiu os céus, e ela era visível até a extremidade da terra inteira. Sua folhagem era bela e seu fruto abundante, e havia nela alimento para todos. Debaixo dela os animais do campo procuravam sombra e nos seus galhos habitavam as aves dos céus, e toda a carne se alimentava dela.
Façamos a pergunta: quem seria esta árvore do sonho profético do rei Nabucodonozor? Podemos afirmar categoricamente que seja o socialismo? Afinal o socialismo começou pequeno, como começa toda árvore, e foi crescendo, crescendo, e finalmente chegou a ser visto literalmente até na extremidade da terra... E sua folhagem era bela... E seu fruto abundante... E nele havia alimento para todos...
E Nabucodonozor prosseguindo narrando o sonho então diz que eis que havia um vigilante, sim, um santo, descendo dos próprios céus. E ele clamava em voz alta e dizia o seguinte: Derrubai a árvore e cortai-lhe os galhos. Sacudi a sua folhagem e espalhai os seus frutos. Fujam os animais de debaixo dela e as aves dos seus galhos.
Quem seria este vigilante, sim, este santo, que o rei viu no seu sonho descendo dos céus e clamando para que a árvore fosse derrubada? Podemos afirmar que estamos diante de João Paulo II? João Paulo II teria sido este vigilante, sim, este santo?
A árvore ele clamou para que fosse derrubada, contudo disse que era para deixar na terra o seu toco, preso com banda de ferro e de cobre.
O que é isso? O que é esse toco que foi deixado na terra? Por ventura que teria sido Cuba? Afinal o socialismo desmoronou na terra inteira, contudo continuou na ilha de Cuba...
Isso explica o colóquio havido entre o Papa João Paulo II e o presidente Fidel Castro? Entre o Papa e a Santa Sé e o dirigente máximo da revolução cubana?
Ora, sabemos que João Paulo II foi duro com todos os regimes comunistas da terra, no entanto com relação a Cuba teve reação completamente diferente. Não somente elogiou o sistema de Cuba, que segundo o Pontífice cuidava do povo, como até mesmo elogiou o internacionalismo de Cuba, segundo João Paulo II era feito para ajudar os povos. Mais do que isso, em visita aos Estados Unidos, em Miami, os exilados cubanos fizeram ao Papa dois pedidos, que fossem recebidos por ele e que ele visitasse a Virgem da Caridad del Cobre, padroeira de Cuba e que eles erigiram em Miami para lançar sobre ela seus pedidos. E João Paulo II não somente se recusou a recebê-los como se recusou a visitar a Virgem da Caridad Del Cobre, frustrando os anticastristas que por ocasião da beatificação do Papa lançaram discursos inflamados contra argumentando que um Papa que não condenou o comunismo de Cuba na merecia ser beatificado.
E na histórica visita que fez a Cuba quando sobrevoava a Flórida então repórteres quiseram saber dele o que achava de Che Guevara. E João Paulo II disse que deixava os mistérios de Che Guevara para Deus, mas que tinha convicção de que Che Guevara foi um homem que se dedicou ao serviço com os pobres. E em Cuba, diante das suas autoridades, eclesiásticas e políticas, então João Paulo II fez um chamado a um diálogo profundo e fecundo entre crentes e não crentes (leia-se comunistas), cuja finalidade era comum, servir ao homem. Mais do que isso, que falou até mesmo em síntese cultural entre os cristãos da ilha e os comunistas.
Como explicar esse colóquio entre o regime cubano e o Papa João Paulo II? Ao ponto de que Fidel Castro, numa entrevista que deu ao jornal Clarín, em 96, disse que o mundo estaria em boas mãos se estivesse nas mãos do Papa João Paulo II? Teria sido por causa da profecia, que preservou o toco da árvore na terra, muito embora que preso por banda de ferro e de cobre que sabemos foi sim a continuação do embargo, não questionada de forma clara por João Paulo II, pois que foi o próprio vigilante, sim, o próprio santo quem disse que era para deixar o toco da árvore na terra, todavia preso com banda de ferro e de cobre?
Mas o assunto não deve parar aí. Temos de avançar no desvendamento dos seus mistérios porque já chegou o tempo e não haverá mais demora. Ora, sabemos que o rei Nabucodonozor, pela altivez e o orgulho, acabou sendo expulso de entre a humanidade, e a sua morada passou a ser entre os animais do campo e começou a comer vegetação entre os touros.
O que teria sido isto? Por ventura que uma referência direta aos comunistas cujo reino se afastou deles de modo que estariam de modo espiritual, morando com os animais do campo e se alimentando de vegetação como a touros? No caso específico do Brasil não podemos dizer que Aldo Rebelo e os comunistas que fazem parte do governo do PT foram expulsos de entre a humanidade e estariam comendo vegetação como a touros? O polêmico projeto de defesa florestal que teve como responsável Aldo Revelo não revela isto? Exatamente como está na profecia segundo a qual Nabucodonozor veio ter o entendimento mudado, passando a morar e a viver com os animais selváticos da terra que são homens com comportamento animal e não humano?
Ora, Nabucodonozor trás um depoimento que nos ajuda a alavancar as esperanças. Diz ele que ao fim dos dias levantou os olhos ao céu e o seu próprio entendimento passou a retornar a ele. E ele bendisse o próprio Altíssimo, louvou e glorificou Aquele que vive por tempo indefinido. De modo que no mesmo instante, para a dignidade do seu reino, começaram a retornar a ele a majestade e o esplendor, e ate mesmo os seus altos funcionários e os seus grandes começaram a procurá-lo ansiosamente, de modo que ele foi restabelecido no próprio reino e foi lhe acrescentado extraordinária grandeza.
O que seria isso? Por ventura que os marxistas, vivendo os dias do materialismo, irão levantar os olhos ao céu, com o entendimento retornando a eles, então bendizendo o próprio Altíssimo, louvando e glorificando Aquele que vive por tempo indefinido? Ora, é sabido que se passaria sobre Nabucodonozor sete tempos, até que ele viesse saber que o Altíssimo era Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser: este sete tempos não são indicativos de que os marxistas não viverão para sempre no opróbrio dos homens, mas é um tempo em que eles têm de passar. E mui provavelmente para que tenha a reação de Nabucodonozor, o reconhecimento de que o Altíssimo é governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser. Então o reinado começará a retornar a eles, e numa perspectiva inteiramente nova.
Extraido do trabalho "Bento XVI, Leonardo Boff, o Marxismo e os 100 Anos da Assembléia de Deus"
“Agora, eu, Nabucodonozor, louvo, e enalteço, e glorifico o Rei dos céus, porque todas as suas obras são verdade e seus caminhos são justiça, e porque ele é capaz de humilhar os que andam em orgulho”.
Está próximo, muito próximo, este novo dia na vida dos marxistas. Em breve eles serão vistos pelas avenidas de Presidente Prudente, pelas avenidas das cidades da terra inteira, com as suas bandeiras vermelhas agitadas ao vento ao lado das bandeiras brancas do cristianismo e ao lado das bandeiras azuis dos celestiais, batendo fortes os seus tambores e cantando os mais belos cânticos, e dizendo: Bendito o que vem em nome do Senhor!
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