A Igreja de Cristo na
Lei e na Graça
No trabalho O ABRIR DA HISTÓRIA E
DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA Adamir Gerson, comentando a fala de Padre João por
ocasião de um Fórum Social realizado nesta cidade de Presidente Prudente, mui
provavelmente no ano de 2002, em que este ministro da Palavra de Deus afirmou
que a Igreja de Cristo começou a se apartar dele por ocasião do Concílio de
Nicéia, todavia retornou a ele por ocasião do advento da Teologia da
Libertação, e Adamir Gerson procurou lançar mais luz sobre a questão, dizendo
que a visão de padre João era também visão dos evangélicos, isto é, na forma,
todavia se divergindo por conta do conteúdo, para quem, os evangélicos, este
retorno da Igreja de Cristo começou a se dar com Lutero e os reformadores em
geral, ora, como que a sequência que deu ao assunto, tomando como ponto de
partida a Paulo apóstolo, é possível que na sua explanação tenha ficado a
impressão de que Adamir Gerson endossou a visão dos evangélicos não endossando
a visão de padre João.
Não é nada disto. O retorno da
Igreja de Cristo realmente passou a se dar tanto entre a linha evangélica como
entre a linha da Teologia da Libertação. Posto que em Jesus habite tanto o
fundamento espiritual do Reino, como o seu fundamento material. E estes
fundamentos, por um lado, emergiu a partir da Reforma Protestante, e por outro,
a partir do Concílio Vaticano II. É verdade, apartados um do outro, sem a
consciência de um para com o outro, como convém à tese e antítese, todavia
carregando em potência o dia da sua unificação em corpo único, o corpo do
Cristo.
O assunto precisa ser apresentado
em bases científicas, para que muitas dúvidas sejam dirimidas.
De fato, este retorno da Igreja
de Cristo iria dar-se em dois momentos distintos, o da Lei e o da Graça. A
Igreja de Cristo, portando o fundamento espiritual e o material, iria se
manifestar primeira pelo lado da Lei, e depois, em seguida, pelo lado da
Graça.
E ela se manifestou pelo lado da
Lei justamente na Reforma Protestante e no Marxismo. Naquela a sua
espiritualidade, e nesta a sua materialidade. O que explica o fato doloroso dos
reformadores terem sido, em sua maioria, tão violentos quanto, posteriormente,
foram os lideres bolcheviques. A violência que se observou por parte dos
bolcheviques na implantação do socialismo foi mesma violência que a História
tinha registrado antes por parte dos reformadores na implantação da nova
religião. O olho por olho, dente por dente, que veio estar presente na ação dos
líderes bolcheviques, esteve presente antes na ação de Lutero, de Calvino, por
exemplo. E não há nenhuma condenação em ambas a violência, porque tal foi inerente
ao espírito da Lei. Era Deus agindo assim, por certo que no dever da estrita
necessidade, preparando, assim, e tendo como escopo, o advento da liberdade da Graça.
E, quando foi que a Igreja de
Cristo na sua metamorfose começou a deixar para trás o seu estado de Lei para
se levantar no novo estado da Graça? Certamente que no advento do
Pentecostalismo e da Teologia da Libertação. No grande acontecimento de 1906,
no casarão metodista da Rua Azusa, e no grande acontecimento do Concílio
Vaticano II, certamente que foram Jesus fazendo o seu retorno glorioso, para
estar novamente no meio de nós. Destarte, o rosto de Moisés, presente e ativo
na Reforma Protestante e na Revolução Comunista, na sua metamorfose se revela o
rosto de Jesus justamente no Pentecostalismo e na Teologia da Libertação; e,
mais uma vez, ele tendo vindo para os doentes e não os sadios, com os sadios mais uma vez rangendo os dentes.
O que significa dizer que estes
dois movimentos sociais, que na sua origem se revelaram movimentos dos pobres,
para lhes dar a libertação espiritual e material respectivamente, sim,
simplesmente que tem chegado o tempo da sua união em corpo único, o corpo de
Cristo. A sua união e ação significa o renascimento do socialismo, com peso de
ressurreição, pois não é mais aquele, mas um novo socialismo. Em que o ódio
revolucionário emergiu como amor revolucionário e o Evangelho tomou o lugar de
qualquer prática coercitiva e excludente. Ora vem Senhor Jesus.
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