segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

John Acquila Brown

John Acquila Brown. No ano de 1823 circulou em Londres o livro The Even – Tide (a noite) publicado por John Acquila Brown. Interpretando a profecia dos sete tempos que aparece no livro do profeta Daniel (4.16-17) Brown entendeu que este era um tempo profético de 2520 anos, ao final do qual o domínio político de Deus seria restabelecido. De modo que este longo período de 2520 anos representava o tempo em que a terra ficou sem governo divino, tendo sido o rei Zedequias o último governante do reino teocrático de Javé, uma linguagem que é muito usada pelas Testemunhas de Jeová. Tomando como base e ponto de partida a destruição de Jerusalém pelos caldeus, que ele datou no ano 604ª.c, então, segundo John Acquila Brown, o final deste período profético iria se dar no ano de 1917. No ano de 1917, portanto, o reino teocrático de Javé seria restabelecido e a magnanimidade de sua autoridade seria novamente reconhecida e respeitada.

John Acquila Brown foi verdadeiro na sua interpretação e no seu vaticínio?

Chama à atenção que algum tempo depois de Acquila Brown outro estudioso da Palavra de Deus, Charles Tasse Russel, no ano de 1870 foi também revelado que os sete tempos de Daniel representavam realmente um período de 2520 anos, tempo em que na terra não haveria governo teocrático de Javé, mas ao seu término, enfatizava Russel, o governo teocrático de Javé seria novamente restabelecido e seria este o início da restauração do paraíso terrestre. Apenas que Russel, influenciado por Nelson Barbour – que no ano de 1875 publicou no seu periódico Herald of the Morning (arauto da manhã) que o período dos 2520 anos acabaria no ano de 1914. Barbour partiu do princípio que a destruição de Jerusalém se dera no ano de 607ª.c e não 604ª como anteriormente afirmado por John Acquila Brown – sim, apenas que Russel, influenciado por Barbour, creu que o ano em que Deus iria restabelecer o senhorio do seu governo na terra era o ano de 1914. Tendo passado o ano de 1914 e nenhum acontecimento a indicar o aparecimento do governo divino da terra, a guerra que neste ano adquiriu proporções mundiais Russel a descartou, a verdade é que no ano de 1916, pouco antes de morrer, de forma confusa, começou a achar que o socialismo, que por todos os cantos da terra ameaçava irromper como nova forma de governo diferente de tudo que existia, pudesse ser o fenômeno real da profecia ou que estaria de alguma forma ligada a ela.

Mas, deixemos de lado Charles Tasse Russel e Nelson Barbour e voltemos a John Acquila Brown. Bem, o período dos 2520 anos se cumpriu mesmo no ano de 1917? O reino teocrático de Javé, representado nos reis de Israel, e que findou na destruição de Jerusalém por parte dos caldeus, sendo Zedequias seu último ocupante, ele foi restaurado no ano de 1917? Mais ainda, já tomando os acrescentamentos de Charles Tasse Russel, neste ano de 1917 começou mesmo a restauração do paraíso terrestre?

Ora, no dia 2 de novembro do ano de 1917 ocorreram dois acontecimentos de grande monta que podem estar intimamente ligados ao vaticínio de Brown. E quais foram eles? A assinatura da Declaração Baulfour e a “assinatura” da Revolução. Neste dia tanto o chanceler britânico Lord Balfour assinou a histórica Declaração Balfour, que outorgou de forma oficial ao povo judeu o direito de retornar à Palestina e construírem ali para si um “Lar Nacional”, deixando de andar peregrino e de ser enxotado de nação em nação, como também Lênin e os líderes bolcheviques decidiram pela realização da revolução, de uma revolução que iria dar aos trabalhadores um “Lar Nacional”, o socialismo, com eles deixando de ser oprimidos pelos patrões e de ser enxotados de emprego em emprego.

Como analisar que o socialismo irrompeu na terra, mesclado, misturado, indissoluvelmente ligado ao judeu? A tal ponto que não somente foram tanques soviéticos que derrubaram os portões e muros dos campos de concentração nazista e libertaram os prisioneiros judeus como foi os soviéticos o responsável maior pela criação do Estado de Israel em 48? Estados Unidos ficou do lado da Inglaterra que apoiava os árabes em sua luta contra o recém criado Estado de Israel, mas a União Soviética lhe deu apoio decisivo, não só diplomático (os Estados Unidos se absteve) como também foram armas comunistas postas em suas mãos razão de sua vitória?

Como explicar que não somente líderes importantes da revolução eram judeus, como Marx e Trotsky, ou meio-judeus, como Lênin, mas também o Conselho dos Comissários do Povo, instância máxima de poder da Revolução, das suas 556 cadeiras nada mais nada menos que 457 eram ocupadas por judeus? Sem falar, claro, no embrião do socialismo que foi construído pouco antes pelos judeus, os kibutzins? E podendo ser acrescentado até mesmo os “pogroms”, feito pelo Czar contra os judeus, pois entendiam que os judeus eram a causa da revolução e da desordem, e acabar com os judeus era acabar com eles?

Segundo George Riffert no seu livro A Grande Pirâmide de Gizé o comunismo foi gestado no ventre da Liga Judaica. Simplesmente saiu das entranhas do judeu. Isso é verdadeiro?

Bem, John Acquila Brown foi verdadeiro no seu vaticínio? O que teria de fato acontecido naquele ano de 1917 ligado aos mistérios profundos da Palavra de Deus?

Ora, o que aconteceu neste ano de 1917 foi tão-somente que se deu o aparecimento DO FRUTO DO REINO e a sua respectiva SEMENTE. O fruto do Reino sendo o judeu Marx – personificado no triunfo do socialismo – e a sua semente, Abraão, personificado no Sionismo, o que explica a revolução – movimento de emancipação da classe trabalhadora – e o sionismo – movimento de emancipação do povo judeu – ter se manifestados juntos, entrelaçados entre si, pois quê o fruto quando se manifesta trás dentro de si sua respectiva semente, que ao seu plantio desaparece para dar lugar a arvore, mas que no final do processo reaparece junto ao fruto.

Mas, como a semente possui em si dois gametas, e eles são a causa do fruto e se acham presentes nele, sendo a carne do fruto o resultado do seu gameta masculino e o seu sabor específico e docilidade no seu lugar amargo o resultado do seu gameta feminino, ora, a verdade é que tanto a semente do Reino, o judeu, como o seu fruto, o socialismo, se manifestaram carregando ambos a sua negação. A sua negação dialética, sendo a negação do socialismo o cristianismo e a negação do judeu o palestino. Depois de choques e entrechoques o final é que iria dar-se entre eles a reconciliação, com o socialismo se reconciliando com o cristianismo e o judeu se reconciliando com o palestino, osso do mesmo osso, uma só carne, um só espírito. E podemos dizer que esta reconciliação já foi divisada no horizonte pelo espírito, estando a caminho já o seu processo no aguardo de consumação: por um lado a Escola de Frankfurt – movimento de judeus marxistas que principiou a uma reconciliação do marxismo com o cristianismo – e de outro os acordos de paz firmados por Yitzac Rabin e Yasser Arafat no ano de 93, em Oslo, e que eram preâmbulo para a completa harmonia entre os dois povos a ser conseguida proximamente.

Ora, sabemos que os vaticínios sobre os sete tempos de Daniel apontavam para um período de tempo de 2520 anos ao final do qual Deus iria restabelecer o senhorio do seu governo teocrático, sim, sabemos que seus vaticinadores mais exaltados, em especial Charles Tasse Russel, foram claros de que este governo teocrático não era tão somente o renascimento da nação de Israel, mas, muito mais, o estabelecimento do governo de Deus que iria iniciar todo um trabalho para a construção do paraíso terrestre, em todo o orbe terrestre pois quê no princípio tudo estava nas mãos de Deus. Não iria reiniciar-se o mesmo ciclo, mas seria um novo tempo, em que a presença de Deus não estaria mais presente e limitada a uma única nação, mas seria presença universal. Ora, façamos a pergunta: o governo socialista que foi vitorioso naqueles anos de 1917, 1918 e 1919 a sua forma de governar era então já a construção deste paraíso terrestre? Como o profeta Isaías descreveu o início da construção do paraíso terrestre? “Pois eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. Mas exultai e jubilai para todo o sempre naquilo que estou criando. Pois eis que crio Jerusalém como causa para júbilo e seu povo como causa para exultação. E eu vou jubilar em Jerusalém e exultar pelo meu povo; e não se ouvirá mais nela o som de choro, nem o som dum clamor de queixume. Não virá a haver mais um nenê de poucos dias procedente daquele lugar, nem ancião que não tenha cumprido os seus dias; pois morrer-se-á como mero rapaz, embora da idade de cem anos; e quanto ao pecador, embora tenha cem anos de idade, invocar-se-á sobre ele o mal. E hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. Porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore; e meus escolhidos usufruirão plenamente o trabalho das suas próprias mãos (...).” (Isaías 65.17-25) (O grifo foi meu).

Claramente o profeta Isaías está contrapondo dois sistemas sociais, um em que aqueles que plantam e constroem não comem e não moram, mas outros no seu lugar comem e moram que é entendido de forma clara como constituídos daqueles que não plantaram e não construíram.

Ora, esta forma de governo pela primeira vez na História se deu com a revolução socialista. Ela suprimiu a figura do proprietário de mão de obra de modo que aqueles que plantavam e construíam o faziam para si próprio. Tanto é que no socialismo a falta de moradia e a falta de comida foram resolvidas. E quando o profeta Isaías está descrevendo este reino futuro, a ser trazido por Javé, e diz que os escolhidos de Deus “usufruiriam plenamente do trabalho das suas próprias mãos” é claro este novo sistema social ser o socialismo, pois nele não há a figura do capitalista para extrair mais-valia do trabalho do trabalhador. Ele usufrui plenamente do trabalho de suas próprias mãos. (Para aprofundar a questão ver a parábola que aparece em Mateus 20 onde Jesus lança mão de símbolos para, através deles, descrever o reino futuro de Javé).

Como foi dito que se cumprindo a Palavra de Deus, e não a palavra do homem, então naquele final do ano de 1917 se deu este cumprimento profético, Daniel, Sofonias – mas também profetas modernos que foram usados pelo Deus que não faz nada sem antes revelar aos seus escravos, os profetas, e estamos falando de John Acquila Brown e até mesmo de Charles Tasse Russel – de modo que Deus restabelecia a sua soberania e a sua autoridade política a partir tanto do socialismo como do sionismo (mas socialismo e sionismo ainda na existência de negação, tese e antítese, ainda não síntese, de modo que o socialismo era Esaú desligado e sem a complementação de Jacó, Cristianismo, e o sionismo era Jacó desligado e sem a complementação de Esaú, Palestino; mas, na síntese, iria haver a completa reconciliação, o socialismo iria reconciliar-se com o cristianismo, deixando de ser Esaú este e deixando de ser Jacó aquele para agora os dois serem Isaque, e agora no corpo e na figura de Isaque se porem à construção do reino da liberdade concreta em que cada um tem segundo as suas necessidades, e o mesmo se dizendo de judeus e palestinos que agora no corpo e na figura de Isaque iriam pôr-se realmente à construção da Nova Jerusalém, Nova Jerusalém esta que será mesmo a capital desta terra construída por cristãos e marxistas, e é uma cidade assim, não tem qualquer barreira de divisão e de separação, mas é cidade livre, em que judeus e palestinos, bem como cristãos, atravessam-na de lado a lado sem haver que os interrompa e indague: para onde vais, ora, sendo assim, vamos fazer mais uma análise para que a questão se torne ainda mais madura na mente e no coração daqueles que são limpos de mão e puros de coração (Mas, antes de prosseguir, é preciso esclarecer: não que deixam de ser Esaú e Jacó para ser Ismael, desse modo adquirindo uma nova identidade espiritual. Não, mas o seu sentido profundo é que evoluem, amadurecem e acabam, pois, descobrindo no outro a sua complementação. A sua geminilidade. De modo que se reconciliam e começam a transitar entre si NA MEDIAÇÃO DE ISAQUE!). Prosseguindo. Bem, o fato de que os bolcheviques quando fizeram a revolução e já estavam longe na construção do socialismo e as nações imperialistas da terra inteira invadiram a Rússia revolucionária por todos os flancos para impedir o recém-criado estado socialista e esmagar a revolução, trazendo assim o seu povo de volta à casa dos escravos, quatorze nações, as nações mais seletas, Turquia, Japão, França, Inglaterra, Estados Unidos, querendo impedir o nascimento do recém estado socialista e o esmagar – mas foram esmagadas pelo poder revolucionário, perecendo nas águas do seu Mar Vermelho espiritual –, ora, este fato, que é da mesma essência do fato ocorrido com o nascente estado de Israel, em que as nações árabes avançaram sobre ele para destruí-lo e o esmagar, mas foram derrotadas – bem, esses fatos têm alguma relação entre si, relação que diga respeito aos profundos mistérios da Palavra de Deus? Afinal não somente a mão do judeu foi auxílio ao poder revolucionário na conquista do poder e na sua luta contra o imperialismo como a mão do comunista, trinta anos depois, foi auxilio na criação do Estado de Israel...

Mais fatos esclarecedores. Ora, fazendo leitura da profecia em que Daniel faz menção dos sete tempos (4.25), se deduz que ao seu cumprimento Deus estabeleceria no reinado ou começaria o seu reinado a partir de um povo humilde, pois, contrapondo o orgulho e a soberba de Nabucodonozor, é dito: até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser até mesmo que estabelece nele o mais humilde da humanidade. E esta dedução ganha verossimilhança quando ao vaticínio de Daniel é agregado o vaticínio do Magnificat, clarividente sobre a questão, que aparece em Lucas 1.46-53, claramente inspirado nas palavras de Daniel, pois quê veja-se o que diz o Magnificat: “(...) Ele tem agido valorosamente com o seu braço, tem espalhado os que são soberbos na sua intenção de coração. Tem derrubado de tronos homens de poder e tem enaltecido humildes; tem plenamente saciado os famintos com coisas boas e têm mandado embora, de mãos vazias, os que tinham riqueza”.

Façamos a pergunta: uma vez que a revolução se deu a partir do proletariado, realmente o mais humilde da humanidade, homens e mulheres rudes, analfabetos, que não possuíam nada senão a sua força de trabalho, e não tinha nada a perder senão as algemas sobre as suas vidas, e há o relato sobre o marinheiro Krilenko, membro do triunvirato encarregado da defesa da marinha, que ao datilografar as suas ordens revolucionárias concernentes ficava com o indicador procurando as letras no teclado máquina, como se diz no jargão popular: catando milho! ... Um toque aqui outro ali... E assim ia aprendendo o ofício de datilógrafo... Sim, o fato da revolução, ter sido feita pelo proletariado seria mais uma prova contundente da origem divina do Marxismo e da Revolução? Foi Javé que estabeleceu o proletariado no poder e no tempo designado?

Como última indagação – e perguntar não faz mal a ninguém: uma vez que o advento da revolução socialista foi cumprimento da Palavra de Deus, se cumprindo até mesmo nos mínimos detalhes, como Isaías 53 se cumpriu em Jesus até nos mínimos detalhes, ora, como explicar que os sacerdotes da Cristandade sempre amaldiçoaram a revolução comunista, vendo-a como obra do homem pecador? Maldição que proferiram contra ela que faz lembrar as maldições proferidas por Balaão contra o povo recém-saído da escravidão, contratado pelo rei Balaque, para uma recompensa, como aparece na carta de Judas? Os sacerdotes da Cristandade seriam tipos dos sacerdotes de Judá, seus arquétipos? De modo que o espírito que esteve naqueles era o espírito que estava nestes?

Certamente que muitos irão refletir, caindo de joelho perante Deus, clamando as suas misericórdias e o seu perdão, procurando conhecer mais os acontecimentos da História na mediação e interpretação da Palavra de Deus e não mais no interesse e na interpretação dos homens.

Como indagação, vejamos o que diz Daniel sobre o sonho do rei Nabucodonozor sobre a arvore que nasceu pequena, mas que cresceu sendo vista de todos os lugares da terra.frondosa que teve

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