sábado, 12 de fevereiro de 2011

A QUEDA DE MUBARAK E MOISÉS

A QUEDA DE MUBARAK E MOISÉS

Chama à atenção que na véspera da queda de Mubarak líderes muçulmanos, querendo manter a fé do povo no triunfo da revolução, então procuraram lhe passar ânimo por falar de Moisés. De como Moisés foi persistente contra a tirania até que venceu o opressor. E o exemplo de Moisés, a força e a coragem de Moisés, foi acolhido pelos jovens egípcios de que eles deviam lutar até o final. Faraó lutou contra Moisés, às vezes quis ceder, e ceder pela metade, mas Moisés continuou firme no seu objetivo, a completa libertação do povo hebreu. E as palavras dos líderes muçulmanos sobre Moisés e a sua luta encorajavam os jovens egípcios que naquele momento não viam nenhuma diferença entre Faraó e Mubarak e entre a luta de Moisés e a sua luta. Até que caiu o Faraó Mubarak.

Aqui no Brasil a Teologia da Libertação, no início do nascimento do PT, muito utilizou do arquétipo de Moisés para encorajar a militância católica das Cebs. A luta que Moisés travou contra Faraó era a luta que a militância das Cebs teria de travar contra o capitalismo. E a nova Canaã, o socialismo, teria de ser o seu alvo final. E a luta do socialismo contra a exploração do capitalismo sendo levada aos jovens católicos a partir do fundamento tipológico do Êxodo, da luta de Moisés contra Faraó, então lhes dava a certeza de que aquela luta não era de homens, mas, sim, de Deus. E entrar nela era militar nas fileiras divinas.

É verdade, enquanto no PT a militância católica das Cebs se utilizava do modelo tipológico do êxodo israelita, como farol a iluminar a sua luta presente, que em essência era a mesma dos escravos hebreus, no que diz respeito à militância da esquerda tradicional no PT ela não se interessava com essa metodologia de luta, e a via como bobagem. Pior ainda, retrógrada e ao mesmo tempo perigosa, pois tendia a manter as massas mergulhadas no obscurantismo e na superstição religiosa. E não foi por acaso que a militância das Cebs no PT e a militância da esquerda tradicional nunca pontuaram a sua ação na unidade senão que cada qual lutando para que triunfasse no PT a sua respectiva visão de mundo.

Por que a esquerda tradicional não se utilizava da tipologia da luta de Moisés contra Faraó como premissas para a luta contra o capitalismo? Se essencialmente era a mesma luta?

Unicamente por causa do Materialismo Dialético! O marxista não é um ser livre, que pensa por si mesmo, mas pensa e age condicionado pelo Materialismo Dialético. Se não fosse o Materialismo Dialético o marxista, livre, fazendo uso de suas faculdades, da sua capacidade intelectual, veria no relato bíblico do êxodo israelita uma grande importância para os nossos dias. Pouco importando se foi mito ou fato. Mas se importando profundamente com o relato em si e a seiva que poderia extrair do mesmo.

A Palavra de Deus diz que para tudo há um tempo determinado, sim, há um tempo para todo assunto debaixo dos céus. Tempo para nascer e tempo para morrer; tempo para plantar e tempo para desarraigar o que se plantou. E vamos parar por aqui com o leitor sendo livre para a leitura do resto do assunto.

Donde nasceu o Materialismo Dialético? Ele nada mais foi senão que o resultado do movimento do Absoluto, quando adentrava a sua existência adolescente. Saindo da sua existência teológico-infante e adentrando a sua existência antropológico-adolescente, eis o Materialismo Dialético!

O Materialismo Dialético nasceu de Deus, e nasceu como necessidade. Foi um instrumento, uma arma, que preparou, para, através dela, exemplar os filhos da rebeldia.

Em uma palavra, a sua santa e bendita Palavra dizia que na escatologia Deus iria derramar a sua ira contra os sacerdotes, contra todos os sacerdotes, não só os sacerdotes de deuses estrangeiros como também os sacerdotes de Javé. E junto a eles iria derramar a sua ira também contra os filhos do rei, e contra os príncipes, e contra o rei, e contra os que usavam vestuário estrangeiro (burguesia), e contra os que pesavam a prata (comerciantes), e contra os poderosos, e nem a sua prata e nem o seu ouro os iria livrar da ira de Deus. (Sofonias 1.1-18).

Certamente que a racionalidade exigia uma preparação para que tal fosse uma realidade. Teria de haver uma força material, instrumentos, através dos quais, Deus pudesse derramar a sua ira contra aqueles, que disse iria derramar a sua ira contra eles e nem a sua prata e nem o seu ouro os iria livrar. Em uma palavra, um corpo pelo qual a alma divina iria então cumprir todos os seus desígnios.

E é certo, muito certo, que Deus começou a construir este corpo através do Materialismo Dialético. De modo que o Materialismo Dialético nascia refletindo esse ódio de Deus contra os sacerdotes e contra o mundo a que pertenciam, e estendiam a sua mão. O ódio que Deus disse iria devotar contra os sacerdotes, contra a nobreza, contra os poderosos, este ódio nascia, crescia e ganhava corpo no Materialismo Dialético. Certamente que seria derramado contra o Conjunto da Obra a partir deste corpo chamado Materialismo Dialético.

Mas, uma vez que a ira que Deus disse iria derramar sobre Judá e os habitantes de Jerusalém, fundamento tipológico para a sua ira na escatologia, não tinha um fim em si mesmo senão que era meio, depois do chamado à Nabucodonozor para que castigasse merecidamente Judá e os habitantes de Jerusalém, pelo seu pecado contra Deus, iria haver o chamado a Ciro de modo que Deus os iria tratar dum modo diferente (no trabalho A RELAÇÃO DO CRISTIANISMO COM O SOCIALISMO EM TRÊS PENSADORES DIFERENTES ali há um capítulo dedicado a tal, com mais profundidade, de modo que o leitor interessado o consulte http://anovateologiadalibertacao.blogspot.com/2011/02/questao-de-babilonia.html), ora, isso pressupõe que na escatologia estes dois acontecimentos iriam estar novamente presentes, o que reviveria Nabucodonozor e o que reviveria Ciro.

Sendo assim, então é certo que na mudança escatológica, de Nabucodonozor-Socialismo Marxista para Ciro-Socialismo Celestial, o que Deus plantou – Materialismo Dialético – ele mesmo iria desarraigar, como não mais necessitado. O castigo que Deus disse iria infringir aos sacerdotes e ao Conjunto da Obra (leia-se Cristandade) tal já foi infringido pela sua mão de revolução comunista. É História. Já pertence à História. Já não há mais necessidade do Materialismo Dialético e os marxistas já devem olhar com esperança para as novas ferramentas do Celestialismo Dialético.

E será agora que o marxista será livre. A título de exemplo: os inimigos do socialismo de viés religioso-cristão sempre que estão em luta contra o socialismo procuram se justificar por se dirigir aos fiéis de sua igreja com o argumento de que o comunismo não pode ser de Deus porque perseguiu a Igreja de Cristo. Mas, o marxista agora um ser livre, e de posse de novas ferramentas que auxiliam no pensamento, terá como responder: simplesmente dizendo que quando os comunistas “perseguiam” a Igreja de Cristo era tão somente o cumprimento da Palavra de Deus, e não do homem, que diz que Deus na escatologia IRIA VOLTAR A SUA ATENÇÃO CONTRA OS SACERDOTES, não só os que invocavam e professavam o nome de deuses estrangeiros, em especial Baal, mas os que invocavam e professavam o nome de Javé. Tudo o que se chamasse pelo nome de sacerdote iria ser objeto da ira divina. O crente verdadeiro, destinado a vida eterna, raciocinará e dirá: então não eram os comunistas, mas era Deus por seu intermédio! E se eles estavam sendo “perseguidos” é porque mereciam o que estavam recebendo. Estavam pagando os pecados que cometeram contra Deus ao longo dos tempos.

Outro exemplo: é comum eles dizerem que o comunismo não pode ser de Deus porque uma doutrina política que matou milhões ao longo de sua existência. (Só que estes mesmos procuram esconder os milhões de vida que o imperialismo americano matou no mesmo período). E será agora que o marxista, já um ser livre, poderá rebater-lhes por dizer que se o comunismo matou milhões tão somente foi o cumprimento da Palavra, não do homem, mas de Deus. Que diz que quando voltasse a sua atenção contra os sacerdotes, e a nobreza e os poderosos nem a sua prata e nem o seu ouro os iria livrar, mas seu sangue iria ser derramado como pó e as suas vísceras como fezes.

Como a Palavra de Deus possui uma verdade que foge da compreensão humana! No vaticínio o profeta Sofonias, falando sobre o escatológico dia da ira de Deus, então diz que Deus iria causar aflição à humanidade, e iriam andar como cegos, porque foi contra Javé que eles pecaram. Ali mesmo no início do seu livro já se acha escrito: Sem falta acabarei com tudo na superfície do solo. O que se entende claro que o comunismo, o corpo inteiro do Marxismo, era Deus. Não faziam parte desta humanidade, da inteira humanidade, que Deus iria causar-lhe aflição. Mas, pelo contrário, seria através deles que Deus iria causar aflição à humanidade. E como a Humanidade ficou aflita pela existência do comunismo! Só um exemplo, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade já era a marcha de pessoas aflitas, afligidas pelo Deus que disse as iria afligir. Nós os celestiais estamos apenas chegando, e aos poucos o novo marxista ira saber como se livrar da armadilha daqueles que Deus os condenou, eternamente os condenou. Aos poucos, mas também aos montes, naqueles que se libertaram de toda e qualquer amarra e abraçou a causa que Deus está trazendo na terra por meios dos celestiais.

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