quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pastor Ricardo Gondin, o Brasil do Evangelho e os Arautos Celestiais

Pastor Ricardo Gondin, o Brasil do Evangelho e os Arautos Celestiais

O pastor Ricardo Gondin, da igreja Betesda, escreveu em seu blog que estava muito apreensivo de que o Brasil se torne um país “crente”, que segundo ele é sonho do “subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como movimento evangélico”. Será um efeito devastador contra o mundo da cultura, se perguntando ele: como os puritanos evangélicos irão tratar um Nei Matogrosso, um Caetano Veloso, uma Maria Gadu? O que farão de poesias sensuais como a “Tatuagem” de Chico Buarque, e “Carinhoso” de Pixinguinha, e da poesia de um ateu como Carlos Drumond de Andrade? Com certeza não serão mais lidas e nem ouvidas; as rádios serão proibidas de executá-las. E o pastor Ricardo Gondin continua sombrio quanto a um Brasil evangélico. Irão acabar com todo o folclore; o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá, a Folia-de-reis. Desgraça: o futebol morrerá! Todos serão proibidos não podendo mais ir aos estádios, ou de ligar a TV no domingo. Até mesmo o racha, a pelada de final de semana, deixará de existir. E o pastor Ricardo Gondin não vê a devastação evangélica restrita apenas ao campo da cultura e da literatura brasileira. Ela terá outras caras. A tal ponto que ele vê esse Brasil evangélico restabelecendo na universidade brasileira de forma obrigatória o ensino do Criacionismo, desqualificando Charles Darwin como alucinado, e pesquisando sobre Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso, Nietsche, apenas para apresentá-los à sociedade como desajustados e hereges. E o pessimismo do pastor Ricardo Gondin quanto a um Brasil evangélico se mostra com mais clareza quando ele vê os conflitos com a igreja católica se acirrando e com certeza se descambando para guerra religiosa.

E chama à atenção que pastor Ricardo Gondin diz que passou quinze anos refletindo sobre isso, e que agora tomou a coragem de tornar público esse profundo pessimismo quanto a um Brasil evangélico.

Pastor Ricardo Gondin teria sido um homem que Deus estaria usando para nos transmitir um recado, ou o seu pessimismo de um Brasil evangélico pertence ao campo da subjetividade, um delírio apenas?

Com certeza pastor Ricardo Gondin foi um homem usado por Deus que quer transmitir ao seu povo algum recado. Afinal não é apenas ele que tem essa visão negativa de um Brasil evangélico, há um exército grande expressando o mesmo temor, especialmente quando os censos são divulgados e se constata aumento dos evangélicos. Um dos últimos artigos de Leonardo Boff, onde ele procura “enquadrar” naturalmente os evangélicos aludidos pelo pastor Ricardo Gondin; de que eles não podem avançar sobre as diferenças culturais e religiosas, respeitando a igualdade, que confere a diversidade o direito à existência, ora, o aparvalhamento de Leonardo Boff nesse artigo já foi resultado desta preocupação. Toma-se medidas para conter esse possível Brasil evangélico, afinal a alternância no poder tem sido uma constância.

Mas temos de tranqüilizar o pastor Ricardo Gondin e todos que um Brasil assim nunca virá a ser realidade. Os evangélicos supram citados certamente que procedem de Deus, é Deus, mas na sua mediação teológica. Deus também tem se revelado na mediação antropológica, como tese e antítese. E podemos rastrear essa manifestação antropológica como tendo começado a sua caminhada ao ter entrado no variegado mundo cultural do império após Constantino, ganhando qualidade teórica em Tomás de Aquino, se consubstanciando em qualidade na Contra-Reforma e se convertendo em norte sociológico nos teólogos Humanistas e da Teologia da Libertação, sendo Carl Rahner e Rudolf Bultmann o ponto inicial deste novo norte. Se Deus, partindo de Lutero, construiu sua linha teológica cujo ponto de chegada é, deveras, estes evangélicos aludidos pelo pastor Ricardo Gondin, não só os pentecostais como também os carismáticos, por outro construiu a sua linha antropológica partindo da Contra-Reforma cuja linha de chegada é os progressistas católicos e protestantes.

Então não vamos ter um Brasil jamais evangélico, mas iremos sim ter um Brasil DO EVANGELHO! As duas linhas de Deus se convergirão para construir um novo Brasil.

O que muda? Em um Brasil evangélico certamente que os estádios de futebol seriam transformados em palco para a música gospel, subindo no palco banda e descendo do palco banda, como observou pastor Ricardo Gondin. Mas num Brasil DO EVANGELHO os estádios continuarão sendo palcos do futebol. O que mudará é que acabará com essa divisão entre torcidas, pois esses torcedores que vão aos estádios para xingamento do juiz, para quebrar alambrados, agredirem torcedores rivais com paus e pedras, esses torcedores deixarão de existir. Justamente porque no Brasil DO EVANGELHO esses evangélicos que pastor Ricardo Gondin os chama de “subgrupos do cristianismo” e que Leonardo Boff procurou “os enquadrar” estarão presentes e ativos limpando dos corações o ódio e o desejo de vingança e colocando no lugar o amor e a alegria.

E o carnaval? Certamente que num Brasil evangélico essa festa popular, alegria de milhões de brasileiros, deixará de existir. Fatalmente o carnaval será a primeira festa popular a ser barrada. Primeiro que aqueles que pastor Ricardo Gondin chama de “chanceleres denominacionais” cortarão toda e qualquer verba pública. E os que insistirem na realização do carnaval serão demitidos dos serviços públicos, até que essa festa popular deixará de existir.

Mas no Brasil DO EVANGELHO o carnaval não deixará de existir. Essa festa anual que é gigantesca, envolvendo milhares de pessoas e muitos recursos, será realizada com a mesma pompa e o mesmo orgulho. Mas, por causa daqueles que pastor Ricardo Gondin chama de “subgrupos do cristianismo” o carnaval irá sofrendo metamorfose, certamente. Toda essa apologia da nudez e do consumo alcoólico irá desaparecendo, certamente. O carnaval, festa hoje da carne, gradativamente irá se transformar em festa do espírito. As grandes escolas de samba serão certamente muito mais majestosas, a desfilar pelas avenidas os grandes e belos temas, a eternizar nos seus enredos e nas suas alegorias a vastíssima cultura universal, certamente as grandes giestas de libertação.

E o Criacionismo será ensino obrigatório nas universidades brasileiras? Num Brasil evangélico certamente. Toda a literalidade do Gênesis será novamente invocada.

Mas no Brasil DO EVANGELHO o evolucionismo continuará sendo ensinado, certamente. Mas, por causa destes evangélicos que pastor Ricardo Gondin chama de “sub-grupo do cristianismo” o evolucionismo será ensinado NO CRIACIONISMO. Ou, se preferirem, o criacionismo será ensinado NO EVOLUCIONISMO, que dá no mesmo.

O que é isso? Ora, no ano de 70 os geneticistas franceses Monod e Françoise Jacob publicaram trabalhos que foram espinhas atravessadas na garganta do evolucionismo darwinista. Foram espinhas atravessadas na sua garganta porque os mesmos, além de serem da escola filosófica do evolucionismo darwinista, os seus trabalhos eram restritos ao campo da biologia.

O que disseram estes geneticistas franceses? Que o que sabemos sobre os seres particulares é que o escopo de cada indivíduo é preparar as condições para que um indivíduo idêntico a si nasça no seu lugar; e isto ao infinito. Não um indivíduo que apresenta sutis mudanças, imperceptíveis, e que ao longo dos tempos, pelo acumulo quantitativo, irá resultar em um novo indivíduo, qualitativamente diferente, como disse na metade do século passado Politzer (e dando um exemplo bizarro – as maças que se apresentam diferentes na mesma macieira e que segundo ele eram indícios de que essas mudanças levariam a nova espécie, quando essas mudanças eram apenas resultado da variação genética que todo indivíduo comporta), mas um indivíduo que será sempre idêntico a si, e isto ao infinito, pois que a sua estrutura genética é constituída de tal forma que não pode conceber algo diferente de si.

E como os franceses lançaram os seus trabalhos e por incrível que possa parecer não surgiram materialistas para contestar; o Dr. Freire-Maia de Curitiba foi dos pouco que se pronunciou, reconhecendo ele que os franceses pudessem estar certos, mas que não iria acatá-los porque então teria que abandonar a teoria da evolução que, segundo ele, era inabondonável, ora, como não apareceu ninguém para contestar os franceses, mesmo porque já se tinha um profundo conhecimento do DNA, que parecia corroborá-los, então esse espaço “vago” será ocupado por aquele Deus que no livro do Gênesis é dito fez os indivíduos segundo a sua espécie. Uma espécie não procede de outra, mas todas procedem deste criador que as criou ao longo dos tempos geológicos, cada qual ao seu tempo e na necessidade do tempo, partindo dos mais simples aos mais complexos, conservando os simples ao lado dos complexos.

Para concluir, faz-se necessário o estudo sobre um quadro bíblico que com certeza ajuda na compreensão da questão em foco, o temor de um Brasil evangélico. Ora, podemos afirmar sem qualquer sombra de dúvida que a divisão ocorrida no meio do povo hebreu, após a morte do rei Salomão, e que resultou na divisão do país em duas nações, Israel e Judá, podemos afirmar com certeza que tal foi obra de Deus, espargindo neles a sua essência. A adoração em Samaria, ao lado da adoração a Deus também a adoração aos deuses das nações, foi Deus expressando o seu amor e o seu respeito pelo diferente; mas que, tendo em vista a adoração única e exclusiva a Deus em Judá, disto iria resultar a já conhecida unidade na diversidade.

Podemos afirmar com certeza que a divisão ocorrida na igreja católica com o advento do protestantismo, foi o seu antítipo. Dum lado Judá, a reforma protestante, e do outro a contra-reforma, Samaria. Deus colocou a sua essência de devoção exclusiva na Reforma Protestante, mas a sua essência de abertura ao diferente na Contra-Reforma.

Então podemos nos tranqüilizar, pois que a diversidade que há no mundo se acha protegida e blindada pela essência que Deus depositou na Contra-Reforma e que desabrochou no Concílio Vaticano II.

Quer, pois, amigo, que o Brasil seja um país evangélico ou que seja um país DO EVANGELHO? Então estamos vos convidando a fazer parte dos Arautos Celestiais, instrumentos que Deus está levantando para construir, não só um Brasil DO EVANGELHO, mas uma Terra DO EVANGELHO! Vamos fazer da assertiva máxima do apóstolo Paulo – conheça de tudo e retenha o que é bom – a nossa assertiva máxima. Desperte o Arauto Celestial que se esconde em você. Por certo que o pastor Ricardo Gondin é um Arauto Celestial. Ele estará caminhando conosco na construção deste novo Brasil, Brasil adulto, em que os seus filhos trabalharão e alimentarão a alma e o espírito, mas também o corpo. Felizes, felizes, vivendo debaixo do Completo DO EVANGELHO e não debaixo do que é parcial dos evangélicos, e que o pastor Ricardo Gondin, cheio do espírito, disse: Que Deus me livre de um Brasil evangélico (e quando ele dizia isto o seu Deus então disse: ENTÃO VOU VOS DAR UM BRASIL DO EVANGELHO!).

4 comentários:

  1. O BRASIL VAI SER CONSUMIDO PELOS JUÍZOS DIVINOS.
    O QUE DEUS ESTÁ RECOMENDANDO,OS PASTORES NÃO ESTÃO ENSINANDO.PORTANTO.SERÁ UM TRBALHO VÃO QUERER SALVAR O BRASIL SÓ DE LÁBIOS.
    TEM QUE SE ENSINAR AS PESSOAS A TEMER A DEUS E GUARDAR OS SEUS MANDAMENTOS COMO SE ENCONTRAM NA BÍBLIA SAGRADA.CHEGA DE CONVERSAS.
    LEI ECLESIÁSTES 12:V.13;AÍ ESTÁ O DEVER DE TODO HOMEM,SE QUISEREM ENTRAR NO REINO DE DEUS,TEM DE CUMPRIR OS SEUS DEVERES.A MENOS QUE A PESSOA TENHA SE COVERTIDO E ARREPENDIDO DE VERDADE, E TENHA MORRIDO IMEDIATAMENTE.DO CONTRÁRIO,TEM DE OBEDECER A LEI DO DEUS ETERNO.SEJAM SINCEROS.

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  2. O convite que Cristo fez,não foi para o Brasil ser evangelico;mas para ser discípulos seus,que é o único nome que Jesus chamou os seus seguidores.Veja em João 8:31;aí diz:"Dizia pois Jesus aos Judeus que criam nele.Se vós permanecerdes na minha palavra verdadeiramente sereis os meus discípulos.Nada de evangelicos.
    QUEM INVENTOU NOMES DE EVANGELICOS,FORAM OS HOMENS.Agora eu quero ver quem vai dizer que não.O Brasil já está cheio de evangelicos corruptos,que estão misturando Deus com muitas coisas banais,e até com forrós.

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  3. gostaria de dizer que jerus chamou dicipulos mais meus amdos quando jesus voltar para levar a sua noiva e apos o terminar a grande tribulação ja no ap 20 quando tiver iniciado o milenio e ai não avera mais futebol,musica popular brasileira mais somente adoradores do cordeiro e de DEUS temos que ser hoje servos de cristo e não religiosos de fender a bíblia e não religião

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